Cuidados com RN em unidade de Terapia Intensiva, principais anomalias, patologias e situações encontradas em rotina de enfermagem de UTI NEO
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Added: Oct 19, 2025
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Aula: Unidade de Terapia Intensiva Curso Técnico de Enfermagem Enfª Taisa Rivera Pós Graduada em Docência do Ensino Superior Pós Graduada em Urgência e Emergência e UTI Adulto ´Pós Graduanda Enfermagem do Trabalho Pós Graduanda em Saúde Coletiva e Estratégia de Saúde da Família Instrumentadora Cirúrgica
Objetivo Conhecer aspectos históricos; Definir conceito de cuidado intensivo; Conhecer Legislação; Identificar a organização da UTI e os critérios de admissão e alta; Conhecer principais equipamentos usados na UTI; Conhecer os procedimentos operacionais e rotinas administrativas da UTI; Conhecer os tipos de nutrição administradas na UTI; Orientar quanto á visitação, acompanhantes e roupas privativas.
Aspectos Históricos - UTI Florence Nightingale ( 1820 Itália – 1910 Londres) Enfermeira que criou o conceito moderno de enfermagem e UTI. Desenvolveu práticas especialmente dedicadas aos pacientes gravemente enfermos, providenciando a separação dos pacientes mais críticos, colocando-os em ambientes mais próximos das enfermeiras, visto que, necessitavam de maiores cuidados, reduzindo a taxa de mortalidade de 40% para 2%. A partir deste raciocínio forma criados os Centros de Tratamento Intensivos, hoje chamados de Unidades de Terapia Intensiva.
História da UTI Em 1920 – Philip Drinker criava o primeiro ventilador mecânico, o “Pulmão de Aço”. Em 1926 foi criada a primeira UTI – nos EUA pelo neurocirugião Edward Dandy . Em 1950 se formava Peter Safar, nascido na Austrália, migrou pra os EUA se tornando o primeiro médico intensivista. Em 1977 é fundada a SOPATI – Sociedade de Terapia Intensiva no Brasil, na cidade de São Paulo. 1º -Ventilador mecânico Edward Dandy Peter Safar 1ª UTI no Brasil
Cuidado Intensivo - Conceito Cuidado Intensivo ou Unidade Terapia Intensiva – UTI é conceituada como um unidade complexa dotada de sistema de monitorização contínua que admite pacientes potencialmente graves ou com descompensação de um ou mais sistemas orgânicos proporcionando um suporte avançado de vida e intervenções complexas para estabilizar e recuperar a saúde do paciente.
Legislação: RDC 7/2010 - Cofen – Dimensionamento da Equipe
Tipos de UTI O serviço hospitalar de UTI é classificado nas seguintes tipologias: Unidade de Terapia Intensiva Adulto – a partir de 18 anos Unidade de Terapia Intensiva Especializada – cardiopatas, neurológicas, cirúrgicas entre outras (queimados, cirurgias grande porte) Unidade de Terapia Intensiva Pediátrica – 29 dias á 18 anos Unidade de Terapia Intensiva Neonatal – 0 á 28 dias. Unidade de Terapia Intensiva Mista – Neo e pediátrica juntas.
Legislação: RDC 7/2010 - Cofen – Divisão tipos de UTI
Organização Física Leitos separados por cortinas Posto de enfermagem; Posto Médico; Banheiros; Sala de acolhimento; Isolamentos Sala de procedimentos Equipamentos de emergência
Organização Funcional Equipe multiprofissional (médico intensivista, enfermeiros, técnicos, fisioterapeutas, nutricionistas, farmacêuticos, fonoaudiólogos, psicólogos) Equipamentos essenciais (ventilador mecânico, bomba de infusão, monitor multiparâmetros e etc.) Estrutura física adequada; Trabalho em equipe e comunicação; Suporte Escalas de plantão fixas. Rotinas e protocolos bem definidos.
Escala de Plantão A escala de plantão do técnico de enfermagem na UTI geralmente segue um padrão de 12 horas de trabalho seguidas por 36 horas de descanso, conhecido como escala 12x36. Essa organização permite a cobertura contínua da unidade, especialmente em setores de emergência e cuidados intensivos. Como funciona a escala 12x36: Plantão: O técnico de enfermagem trabalha por 12 horas consecutivas, por exemplo, das 7h às 19h. Descanso: Após o plantão, o profissional tem 36 horas consecutivas de descanso. Próximo Plantão: O próximo plantão será no mesmo horário do primeiro, mas dois dias depois.
Seleção de pacientes A seleção de pacientes para admissão em Unidades de Terapia Intensiva (UTI) é um processo complexo, baseado em critérios clínicos que visam garantir o atendimento adequado aos pacientes mais graves e com maior potencial de benefício com o tratamento intensivo, são analisados os seguintes critérios: Pacientes críticos; Monitorização contínua; Suporte de vida; Intervenções; Cuidados da Equipe multiprofissional; Humanização; Manter funções vitais e prevenir complicações.
Critérios de admissão São definidos por protocolos que levam em consideração a gravidade do quadro clínico do paciente, a necessidade de monitorização e de intervenção intensivista. Sendo avaliados os seguintes parâmetros: Instabilidade hemodinâmica, respiratória e neurológica; Monitorização intensiva – pós operatórios, traumas, infecções; Potencial de recuperação; Patologias severas – cardíacas, pneumologias, neurologias, overdose; Disponibilidade de leito – casos de alta demanda verifica-se a prioridade de cada caso.
RDC 50/2002 – Prestação de Serviços $ PRESTAÇÃO DE ATENDIMENTO IMEDIATO DE ASSISTÊNCIA À SAÚDE 2.1-Nos casos sem risco de vida (urgência de baixa e média complexidade): 2.1.1-fazer triagem para os atendimentos; 2.1.2-prestar atendimento social ao paciente e/ou acompanhante; 2.1.3-fazer higienização do paciente; 2.1.4-realizar procedimentos de enfermagem; 2.1.5-realizar atendimentos e procedimentos de urgência; 2.1.6-prestar apoio diagnóstico e terapêutico por 24 hs ; 2.1.7-manter em observação o paciente por período de até 24hs;e
Cuidados de Enfermagem O técnico de enfermagem na UTI (Unidade de Terapia Intensiva) desempenha um papel crucial no cuidado de pacientes críticos, trabalhando em conjunto com a equipe de enfermagem para garantir a assistência integral e humanizada aos pacientes em estado grave. Dentre suas atribuições, destacam-se: Cuidados Diretos ao Paciente Higiene corporal (banho no leito, higiene íntima, oral, ocular) Mudança de decúbito para prevenção de lesão por pressão (2hs) Aspiração de vias aéreas superiores (traqueia, boca e nariz) Auxílio na ventilação mecânica (manutenção da posição adequada, fixação de tubos)
Cuidados de Enfermagem Cuidados Diretos ao Paciente Monitorização de sinais vitais (PA - 120/80 mmHg, FC – 60/100 bpm, FR – 12/20 , SPO2 – 95/100, ºC – 36,0/37,5 ) Controle hídrico: balanço de entradas e saídas Administração de medicamentos por via oral, enteral e parenteral (exceto endovenosa em alguns estados/regiões) Curativos simples (feridas, cateteres)
Coletas e Preparações Coleta de material para exames (sangue periférico, urina, escarro) Preparo do paciente para exames e procedimentos ( ex : hemodiálise, broncoscopia) Preparo e desinfecção do leito e equipamentos Transporte intra-hospitalar com suporte adequado Controle de Equipamentos e Materiais Checagem de bombas de infusão, monitores, ventiladores Reposição de materiais da unidade (luvas, sondas, equipos, gazes) Manutenção da organização e assepsia da unidade Cuidados de Enfermagem
Nutrição em UTI Sua principal função é garantir o fornecimento adequado de energia, proteínas, vitaminas, água e nutrientes evitando perda de massa muscular , deficiências nutricionais e complicações metabólicas . È feita pela equipe multiprofissional que irá avaliar as condições clínicas, o estado de consciência, condição respiratória, condição hemodinâmica e necessidades nutricionais do paciente, estes parâmetros são cruciais para determinar o tipo de nutrição, a via de administração e tempo.
Tipos e Vias de Nutrição Oral Enteral – sonda nasogástrica Via Oral - É indicada quando o paciente consegue ingerir alimentos e líquidos pela boca sem dificuldade, geralmente indicadas para pacientes conscientes, sem risco de aspiração, podendo ou não necessitar de suplementação. Via Nasogástrica (enteral) - é uma forma de suporte nutricional que utiliza uma sonda inserida através do nariz, passan do pelo esôfago e para no estômago, geralmente indicada para pacientes que têm dificuldades de se alimentar normalmente pela boca , que estão inconscientes ou com risco de broncoaspiração
Tipos e Vias de Nutrição Gastrostomia (enteral) - envolve a colocação de uma sonda diretamente no estômago, realizada por uma abertura na parede abdominal, é indicada quando a alimentação oral ou por sonda nasoenteral se torna inadequada ou impossível por um período prolongado (geralmente mais de 30 dias). Parenteral - Fornecida por acesso venoso central e exige controle rigoroso da glicemia, eletrólitos e sinais de infecção, é indicada quando o trato gastrointestinal não tolera a alimentação enteral. Isso ocorre em casos de obstrução intestinal, fístulas gastrointestinais, síndromes de má absorção, e em pacientes com doenças inflamatórias intestinais graves. Gastrostomia - GTT Parenteral – veia subclávia
Cuidados de Enfermagem O técnico de enfermagem tem um papel fundamental na alimentação dos pacientes com uso de sondas, auxiliando na administração e na prevenção dos riscos que este tipo de nutrição pode ter. Deste modo o técnico de enfermagem deve está atento as seguintes situações: Verificar posicionamento da sonda antes de cada administração. Manter a cabeceira elevada (30 a 45º) durante e após alimentação enteral. Observar e anotar resíduos gástricos (quando indica. Monitorar sinais de intolerância alimentar : distensão, náusea, vômitos, diarreia. Higiene da sonda e frascos de dieta a cada troca. Checar prescrição nutricional diariamente e notificar intercorrências. Tipo de dieta administrada Horário e volume infundido
Registros de Enfermagem Os registros de enfermagem em uma Unidade de Terapia Intensiva (UTI) são essenciais devendo ser realizado a cada plantão e é fundamental que seja usada uma linguagem, clara, técnica e objetiva, sem abreviações não padronizadas, sem rasuras ou termos subjetivos. Deste modo os registros devem conter: Dados do Paciente: Informações básicas como nome, idade, número de prontuário, e dados de identificação do paciente. Estado geral e Sinais Vitais: Monitorização frequente da frequência cardíaca, pressão arterial, frequência respiratória, temperatura e saturação de oxigênio, nível de consciência, registrando qualquer alteração significativa. .
Registros de Enfermagem Administração de Medicamentos: Registro detalhado de todos os medicamentos administrados, incluindo horário, dose, via de administração, e qualquer reação adversa observada. Evolução do Paciente: Descrição detalhada do estado geral do paciente, incluindo alterações no quadro clínico, resposta aos tratamentos, e evolução de sinais e sintomas. Procedimentos Realizados: Registro de todos os procedimentos realizados pela equipe de enfermagem, como curativos, cateterismos, aspiração de vias aéreas, e outros procedimentos invasivos. Balanço Hídrico: Anotação rigorosa da entrada e saída de líquidos, incluindo infusões intravenosas, diurese, drenagens, entre outros, para avaliar o estado de hidratação do paciente
Registros de Enfermagem Aspectos relacionados à higiene e conforto: Anotações sobre o banho no leito, mudanças de decúbito para prevenir lesões por pressão, higiene oral, e outras medidas para promover o bem-estar do paciente. Aspectos relacionados á alimentação: Tipo de alimentação, via e quantidade. Reações e tolerância Suspensões e reinícios de dieta Intercorrências relacionadas ( ex : refluxo, broncoaspiração) Interação com Familiares: Registro de informações sobre a interação da equipe de enfermagem com os familiares do paciente, incluindo orientações, suporte emocional, e esclarecimentos sobre o estado de saúde.
Modelo de registro Data: __ /___ /___ Horário: ______ hs Setor: UTI Adulto Evolução: Paciente em pós-operatório imediato de laparotomia exploradora, consciente e orientado. Em uso de oxigenoterapia em máscara a 3 L/min. Sinais vitais estáveis. Curativo abdominal limpo, seco e sem sinais de infecção. Dreno de Portovac com débito sero -hemático de aproximadamente 120 mL /6h. Acesso venoso calibroso em MSD e SVD pérvio com débito urinário adequado. Realizada higiene parcial e mudança de decúbito com auxílio. Administradas medicações conforme prescrição médica. Sem intercorrências até o momento. Responsável: ______Téc. Enfermagem COREN/UF nº ___________
Equipamentos de Proteção Individuais – EPI’s Scrub ou Pijama cirúrgico - exclusivo para uso dentro da UTI. Touca - Pode ser descartável ou de tecido lavável (instituição define). Máscara Cirúrgica ou PFF2/N95 - Trocar a cada 2h. Avental - Avental descartável ou impermeável. Obrigatório em atendimentos diretos aos pacientes.
Equipamentos de Proteção Individuais – EPI’s Luvas – Trocar a cada paciente, higienizar as mãos antes e após o uso. Óculos de proteção ou protetor facial – procedimentos com risco de secreções, deve ser desinfectado a cada procedimento. Sapatos fechados e exclusivos - Antiderrapantes, fechados e de uso exclusivo na UTI, impermeáveis e laváveis, uso obrigatório de propé . Crachá visível - Usado sobre o avental ou uniforme.
Considerações Importantes - UTI Manutenção da ordem: Manter a ordem e o silêncio na UTI; Limpeza: Manter o ambiente limpo e organizado para evitar infecções e garantir um ambiente seguro. Procedimentos: O técnico de enfermagem deve seguir os protocolos e rotinas estabelecidos para cada procedimento, munido dos EPIs adequados.
Não permitido na UTI Na UTI não é permitido o uso de: adornos como relógios, pulseiras, brincos, colares e piercings expostos. Equipamentos eletrônicos; Sandálias, sapatilhas, crocs ; Baby look, roupas de tecido transparentes; Unhas grandes, cílios postiços; Caixa de som; Comer no local; Fazer uso de produtos de beleza, higiene pessoal; Realizar qualquer tipo de transação comercial e etc.
O controle de infecções em unidades de terapia intensiva (UTI) é feito através de um conjunto de medidas que visam prevenir e controlar a disseminação de microrganismos patogênicos, reduzindo assim o risco de infecções hospitalares. Essas medidas incluem: Higiene das mãos; Uso de EPI’s ; Precaução de contato; Isolamento de pacientes; Vigilância epidemiológica; Limpeza e desinfeção do ambiente (terminal e concorrente) Educação continuada. Controle de Infecções Álcool (70%), hipoclorito de sódio, quaternário de amônia Hipoclorito de sódio, cloro, ácido peracético . Álcool (70%), isopropílico (92%), hipoclorito de sódio.
Orientações para Visitas Horário de Visitas Os horários são definidos pela instituição e devem ser rigorosamente respeitados . Em muitos hospitais, é permitida 1 a 2 visitas por dia , por tempo limitado (geralmente entre 30 a 60 minutos). Visitas podem ser suspensas temporariamente em situações clínicas críticas, procedimentos ou intercorrências. Quem pode visitar Apenas familiares ou pessoas autorizadas pelo paciente ou responsável legal. Em geral, apenas 1 visitante por vez é permitido no leito. Menores de 12 ou 18 anos (conforme norma local) não são autorizados , salvo exceções com autorização da equipe multiprofissional.
Orientações para Visitas e Acompanhantes Regras de Higiene e Segurança Higienizar as mãos antes e depois da visita (álcool 70% ou lavagem). Uso obrigatório de máscara cirúrgica (e outros EPIs se necessário). Uso obrigatório de roupas adequadas e sapato fechado. Não tocar em dispositivos como sondas, cateteres, ventiladores ou curativos. Evitar contato físico excessivo com o paciente, principalmente se ele estiver imunocomprometido. Condutas Proibidas Não é permitido entrar com bolsas, celulares, alimentos ou flores . Não é permitido sentar-se no leito ou manipular equipamentos. Não é permitido permanecer no local sem autorização da equipe. Não é permitido visitar caso esteja com sintomas gripais, febre, diarreia ou doenças transmissíveis.
Importância da equipe na assistência Redução de complicações e mortalidade: prevenir complicações, reduzir a taxa de mortalidade e melhorar os resultados clínicos dos pacientes. Garantia da segurança do paciente: garantir a segurança do paciente (medicação, infecções hospitalares, identificação e outros eventos adversos) Acompanhamento próximo e individualizado: acompanha o paciente de perto, realiza cuidados de acordo com o plano de assistência. Orientação: f ornece informações sobre a condição clínica, o tratamento e os cuidados necessários ao paciente e familiares. Protocolo Nacional Segurança do paciente
Critérios de Alta São definidos pela ausência de necessidade de intervenções intensivas e a possibilidade de continuidade do cuidado em um ambiente menos complexo (enfermaria ou em domicílio) se apropriado. A alta também considera a segurança do paciente, a adequação do ambiente para o cuidado contínuo e a capacidade de suporte familiar. Sendo observado os seguintes parâmetros: Estabilização clínica; Resolução da condição que motivou a internação; Necessidade de suporte menos intensivo; Capacidade de suporte familiar; Orientação ao paciente e familiares; A alta do paciente da UTI é decidida em conjunto com equipe médica, considerando todos os aspectos relevantes para a segurança e bem-estar do paciente.
De acordo com a Legislação RDC 7/2010, como se classificam as Unidades de Terapia Intensiva? Quais são os tipos de nutrição e quais são suas vias de administração? Vimos que os registros de enfermagem na (UTI) são essenciais devendo ser realizados a cada plantão. Quais dados devem ser devidamente registrados? De acordo com o que foi apresentado, descreva quais os cuidados com o paciente o técnico de enfermagem realiza? Cite os EPI’s adequados para trabalhar em uma UTI. Retrospectiva