Ciclo biossintético dos MSCiclo biossintético dos MS
ALCALÓIDESALCALÓIDES
ConceitoConceito: São substâncias que reajam com
ácidos formando sais, à semelhança dos álcalis
precipitem das soluções ou adquiram cores
características quando reagem com os
denominados “reagentes gerais” e apresentem
ainda propriedades toxicológicas e
farmacológicas características.
ALCALÓIDESALCALÓIDES
A designação mais aceita recentemente é de
Pelletier (1983) que considera “Um alcalóide
seria uma substância orgânica cíclica contendo
um nitrogênio em estado de oxidação negativo e
cuja distribuição é limitada entre os organismos
vivos.”, geralmente com ação biológica
marcante, como a morfina, a cafeína, a nicotina.
Normalmente, não são consideradas como
alcalóides as aminas de origem animal como a
ADRENALINA, análoga do alcalóide efedrina.
Eliminam-se também do grupo:
Aminas proteinogênicas,
Derivados da purina e
Alguns hidróxidos de amônio quaternários tais
como a colina e as betaínas, embora se mantenha
no grupo a muscarina, quimicamente semelhante.
NÃO ALCALÓIDES
Alcalóides: substâncias naturais caracterizadas principamente pela
presença de um N heterocíclico, que pode se apresentar
como amina secundária, terciária, amida ou sal de amônio
quaternário.
ALCALÓIDES
Nicotina Morfina
ALCALÓIDESALCALÓIDES
São substâncias básicas ( pertence a função amina) identificadas
pela presença do átomo de nitrogênio dentro de um ciclo.
Aspectos Gerais
Uma das mais importantes características físico-químicas é a basicidade
(“Alcalóide” = “álcali-semelhante”; grego.: eidés [semelhante]).
- Bases alcaloídicas livre são insolúveis em água.
- O sal correspondente é hidrossolúvel
- Em solventes apolares a base livre é solúvel e o sal não
ALCALÓIDES
1) O átomo de N é oriundo de aminoácido (alcalóides
verdadeiros*);
2) O grupo compreende mais 10.000 representantes, dos
quais 75 % são oriundo de plantas superiores
3) É de rara ocorrência em bactérias, algas, fungos e líquens
-Excessão: Claviceps purpurea (fungo)
-Existem representantes no reino animal, como sapos da
América Central e peixes japoneses
ALCALÓIDES - GENERALIDADES
Alguns grupos ocorrem apenas em algumas poucas espécies: Ex.
Morfina em Papaver somniferum e P. setigerum;
Algumas estruturas podem ser amplamente distribuídos: Ex. Nicotina,
presente em mais de 10 famílias.
4) A biossíntese de alcalóides ocorre no tecido ativo da raízes e caule.
O armazenamento local ou após a distribuição, é realizada em
vacúolos. Em várias espécies vegetais, os alcalóides desempenham
papel de proteção contra herbívoros, insetos, bactérias e etc.
*protoalcalóides (N não ciclíco);
pseudoalcalóides (N –cíclico ou não -não derivados de AA)
ALCALÓIDES - GENERALIDADES
É comprovada a função de proteção dos
alcalóides nas plantas, por serem
tóxicos. No entanto, acredita-se que
atuem também como reserva de
nitrogênio, reguladores do crescimento,
do metabolismo interno e da reprodução,
como agentes de desintoxicação e
transformação simples de outras
substâncias nocivas ao vegetal,
proteção para raios UV
Funções fisiológicas dos alcalóides:Funções fisiológicas dos alcalóides:
ALCALÓIDES
Os primeiros alcalóides obtidos graças a sua basicidade
Alcalóide
Morfina
Emetina
Atropina
Cafeína
Quinina
Nicotina
Codeína
Ano
1805
1817
1819
1820
1827
1829
1833
Pesquisador
F. Sertürner
P. J. Pelletier & F. Magendie
R. Brandes
F. F. Runge
P. J. Pelletier & F. Magendie
W. Ponselt & R. Reinmann
P. J. Robiquet
Fonte
Ópio
Ipeca
Beladona
Café
Quina
Tabaco
Ópio
FONTES DE ALCALÓIDESFONTES DE ALCALÓIDES
Os alcalóides formam um grupo muito vasto de
metabólitos que podem ocorrer tanto em
microorganismos como plantas superiores e inferiores
e ainda em animais, apesar de nestes últimos
ocorrerem com muito menor frequência.
Distribuem-se por toda a planta, acumulando-se nos
tecidos vivos de crescimento ativo, células
epidérmicas e hipodérmicas, bainhas vasculares e
vasos lactíferos.
-Alcaloide: Atropina
Nome cientifico: Atropa belladona
Nome vulgar:Beladona / erva-moura mortal
Parte da Planta: raiz
Atividade Farmacológica: Anticolinérgico
ALCALÓIDESALCALÓIDES
-Alcaloide:emetina
Nome cientifico: Cephaelis ipecacuanha
Nome vulgar: Ipeca
Parte da Planta: raiz
Atividade Farmacológica: emético
ALCALÓIDESALCALÓIDES
-Alcaloide:Quinina
Nome cientifico: Cinchona spp.
Nome vulgar:Quina
Parte da Planta:Cascas
Atividade Farmacológica: antimalárico, antitérmico e analgésicos
ALCALÓIDESALCALÓIDES
-Alcaloide:Pilocarpina
Nome cientifico: Pilocarpus jaborandi
Nome vulgar:Jaborandi
Parte da Planta:Folhas
Atividade Farmacológica: anti-glaucomatoso
ALCALÓIDESALCALÓIDES
-Alcaloide:Fisostigmina
Nome cientifico: Physostigma venenosum
Nome vulgar:Fisostigma
Parte da Planta:sementes
Atividade Farmacológica: anticolinérgico
Entrecasca (cipós adultos)
Atividade anti-reumática, antinflamatória,
imunoestimulante, anticâncer, anti-viral
Alcalóides oxindólicos pentacíclicos e tetracíclicos,
indólicos, flavonóides, triterpenos e esteróis.
Toxicidade por via oral é baixa
Cápsulas 300 mg dia, antes das refeições
UNHA DE GATO
Uncaria tomentosa DC, U. guianensis Gmelin -
Rubiaceae
Uso popular: antinflamatório
(artrite)
Folha
Alcalóide isoquinoleinico (boldina: 0,25 a 0,55)
Ação colagoga, aumenta secreção biliar
Ação hepatoprotetora , aumento da secreção
gástrica
Altas doses podem originar sinais de paralisia
(boldina) – efeito narcótico
Boldo - Peumus boldus Molina
Monimiaceae
N
H O
C H
3 O
C H
3 O
O H
Boldina
colagogogos : agentes que estimulam a secreção
da bílis no fígado
coleréticos: agentes que estimulam a produção da
bílis no fígado
colecinéticos: agentes que promovem o
esvaziamento da vesícula biliar e dos dutos de bile
extra-hepáticos
OBS: contra-indicação: litíase (estímulo do fluxo
biliar ou das contrações da vesícula biliar – “pedras
poderiam ficar pressionadas”)
Cascas do tronco e dos ramos.
Arbórea, de porte grande, espinhosa, nativa da
flora brasileira (MG, RJ, SP, AC) e do Peru.
Alcalóides principais: eretramina, eritratina
Mulungú (Erythrina mulungu L. –
Leguminosa Papilionaceae)
N
R1O
R2O
CH3O
R3
Eritramina
Eritratina
R1 + R2 R3
CH2
CH2
H
OH
(
E
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L
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s
a
P
a
p
ilio
n
a
c
e
a
e
)
Propriedades farmacológicas : Depressora do SNC,
relaxamento da musculatura lisa
Ação: calmante, sedativo e tranqüilizante.
Indicações: excitação do SNC, agitação, insônia e
neuvralgias
modo de usar:
Extrato fluido = 1 a 4 mL / dia
Tintura = 1 colher (sobremesa) – 2 X/DIA
Obs: associado a maracujá (Maracujina composta
R
,
Passaneuro
R
, Sedagram
R)
Erva moura (Withania somnifera (L) Dunal
Solanacea – folha e raiz
“Ginseng indiano” - ASHWAGANDHA
Alcalóides tropânicos (troina) e outros
(isopeletierina)
Sedativos e espasmolitico
Ìndia: estresse (reduzir ansiedade e facilitar o
sono)
Erva moura (Withania somnifera (L) Dunal
Os nomes dos alcalóides são oriundos de diversas origens:
-Nome genérico da planta que os produz: Atropina, Pilocarpina,
Fisostigmina, hidrastina ...
-Nome especifico da planta produtora: Beladonina,cocaína ...
-Atividade farmacológica: Emetina, Morfina ...
-Nome comum do organismo produtor: Alcalóides do esporão do
centeio, Ergotamina ...
-Nome do descobridor: Peletierina ...
ALCALÓIDESALCALÓIDES
RADICAL + INA
NOMENCLATURA DOS ALCALÓIDES
AMINA
- De Acordo com a Natureza Química;
- Quanto A via Biossintética
- Quanto a ação farmacológica
CLASSIFICAÇÃO
Alcalóides verdadeiros: Alcalóides contendo um
átomo de nitrogênio num anel heterocíclico. Ex.:
hiosciamina, escopolamina, quinina,
pilocarpina, vincristina, papaverina, reserpina,
boldina, emetina, etc
Protoalcalóides: Substâncias com nitrogênio não
pertencente a um sistema heterocíclico. Ex.:
efedrina, colchicina
Pseudoalcalóides: Compostos nitrogenados com e
sem anéis heterocíclicos e que não são derivados
de aminoácidos. Ex.: alcalóides terpênicos e
alcalóides esteroidais
ALCALÓIDESALCALÓIDES
Pseudoalcalóides – são aqueles que
apresentam o átomo de nitrogênio no
heterociclo e não apresentam origem
biossintética a partir de aminoácidos.
TEOBROMINA TEOFILINA CAFEÍNA
CONIINA
ALCALÓIDESALCALÓIDES
Protoalcalóides – são aqueles que não
apresentam o átomo de nitrogênio no
heterociclo e apresentam origem biossintética
a partir de aminoácidos.
MUSCARINA
Alcalóides Heterocíclicos e sua origem biossintética de aminoácidos
Principais núcleos fundamentais
dos alcalóides
ALCALÓIDES
Alcalóides Heterocíclicos e sua origem biossintética de aminoácidos
(Parte I)
Ornitina
Pirrolidínicos
Pirrolizidínicos
Tropânicos
Lisina
Quinolizidínicos
Piperidínicos
Indólicos
Triptofano
ALCALÓIDES
Alcalóides Heterocíclicos e sua origem biossintética de aminoácidos
(Parte II)
Isoquinoleicos
Tirosina
Efedrina
Fenilalanina
Ác. asparagínico Ác. antranílico
(intermediário do triptofano)
Quinolínicos XantinasPiperidínicos
N
Quinoleína
N
Isoquinoleína
Alcalóides: quinina, quinidina, cinchonina
Alcalóides: d-tubocurarina, morfina, codeína,
papaverina, noscapina, narceína, boldina,
emetina, hidrastina , berberina
QUÍMICA DOS ALCALÓIDESQUÍMICA DOS ALCALÓIDES
ATROPINA
ESTRICNINA
QUIMICA DOS ALCALÓIDESQUIMICA DOS ALCALÓIDES
NICOTINA
QUÍMICA DOS ALCALÓIDESQUÍMICA DOS ALCALÓIDES
NORADRENALINA
FENILALAMINA
ALCALÓIDESALCALÓIDES
MUSCARINA
ACETILCOLINA
A. muscaria
ALCALÓIDESALCALÓIDES
Raramente são encontrados no estado livre sendo a forma de sal
de ácidos orgânicos mais frequente. A combinação com os
ácidos quínico e mecônico são mais frequentes:
Aparecem também frequentemente combinados com os ácidos
málico, cítrico, e succínico, ou ainda na forma de sulfatos. No
ópio, por exemplo, a morfina existe na forma de sulfato e
meconato.
Estrutura e propriedades químicas dos alcalóides:Estrutura e propriedades químicas dos alcalóides:
COOHHO
OH
HO
OH
O
OH
COOH
HOOC
ALCALÓIDESALCALÓIDES
A biossíntese dos alcalóides inclui um aminoácido.(exceto pseudo alcalóides)
Ornitina
Lisina
Fenilalanina
Tirosina
Triptofano
ácido antranílico
Aminoácidos
ALCALÓIDESALCALÓIDES
PRINCIPAIS NÚCLEOS OU ANÉIS:
ALCALÓIDESALCALÓIDES
PRINCIPAIS NÚCLEOS OU ANÉIS:
ALCALÓIDESALCALÓIDES
PRINCIPAIS NÚCLEOS OU ANÉIS:
Atividades Farmacológicas:
1.Simpaticomimético (efedrina de Efedra sp),
2.Simpaticolítica (ioimbina de Pausinystalia yohimbe e
alguns alcalóides do esporão do centeio),
3.Anticolinérgica (atropina e hiosciamina de Solanáceas
midriáticas),
4.Gangliopéptica (esparteína de Cytisus scoparius e nicotina
do tabaco)
5.Parassimpaticomimética (eserina da fava de calabar,
Physostigma venenosum; pilocarpina de Pilocarpus sp)
6.Depressor do SNC (morfina do ópio, escopolamina das
Solanáceas) ou como estimulante (estricnina – Strychnos
sp).
•Anestésica local (cocaína da coca)
•Amebicida (emetina da ipecacuanha)
• Analgésica e ansiolítica (alcalóides da papoula –
Eschscholtzia californica)
•Antiarrítmica (esparteína da giesta Cytisus scoparius)
•Antifibrilante (quinidina da quina)
•Antimalárica (quinina da quina)
•Antitussígena (codeína do ópio)
•Antitumoral (vinblastina de Catharanthus roseus)
•Hipotensora (reserpina de Rauwolfia serpentina)
Atividades Farmacológicas:
ALCALÓIDES- FarmacologiaALCALÓIDES- Farmacologia
Anestésicos locaisAnestésicos locais: Sao
geralmente ésteres de
aminoálcoois, como por exemplo a
cocaína.
Analgésicos:Analgésicos: representados pela
morfina e derivados.
ALCALÓIDESALCALÓIDES
Antipiréticos específicosAntipiréticos específicos: Os melhores
representantes dessa classe são os quinolínicos.
Sabe-se que os núcleos quinolínicos e piperidínicos,
a cadeia lateral etilênica e o álcool secundário são
necessários para a atividade antitérmica e
bactericida.
Atividades farmacológica dos alcalóides:Atividades farmacológica dos alcalóides:
ALCALÓIDESALCALÓIDES
SimpaticomiméticosSimpaticomiméticos: A estrutra fundamental dos
compostos desse grupo é a de uma fenilalquilamina.
Atividades farmacológica dos alcalóides:Atividades farmacológica dos alcalóides:
M
é
t
o
d
o
s
d
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x
t
r
a
ç
ã
o
Baseiam-se na solubilidade dos alcalóides nos
solventes orgânicos imiscíveis na água (éter,
clorofórmio, diclorometano, benzeno) e
insolubilidade em água.
Os sais alcaloídicos comportam-se de maneira
oposta.
Métodos de extração
REAÇÕES DE IDENTIFICAÇÃO EM REAÇÕES DE IDENTIFICAÇÃO EM
FARMACOGNOSIAFARMACOGNOSIA
COLORIMÉTRICAS
PRECIPITAÇÃO
FLUORESCÊNCIA
N::
.
.
.
.
R
R
R
+HCl N::
..
..
R
R
R
H
+ -
Cl::
..
..
Ppt pelos reagentes gerais
Reativo de Mayer: Iodo-Mercurato de Potássio (branco)
Reativo de Dragendorff: Iodo-Bismutato de Potássio (vermelho-tijolo)
Reativo de Bouchardat: Iodo-Iodeto de Potássio (marron avermelhado)
Reativo de Bertrand: Ácido Sílico-Túngstico (branco)
Reativo de Hager: ácido pícrico (beje)
- Formam sais com ácidos Þ hidrossolúveis
-Base livre (alcalóide não-combinado) Þ insolúvel em água,
solúvel em solventes orgânicos.
ALCALÓIDES
Base livre
Sal de alcalóide
Consiste na separação dos
componentes de uma mistura através
da migração diferencial sobre uma
camada fina de adsorvente (sílica,
alumina, etc), retido sobre uma
superfície plana.
CROMATOGRAFIA EM CAMADA
DELGADA (CCD OU TLC)
CROMATOGRAFIA EM CAMADA
DELGADA (CCD OU TLC)
Vantagens :Rápida execução, versatilidade, reprodutibilidade,
baixo custo (equipamentos, solventes)
Co-eluição de substância de referência para a identificação das
substâncias
Analíse qualitativa, semi-preparativa e quantitativa
Analíse quantitativa de plantas em CCD: densitômetros:
transforma as manchas de um cromatograma em picos,
medindo a área e a intensidade dos sinais (curva padrão)
Também conhecida por HPTLC ou cromatografia planar
CROMATOGRAFIA EM CAMADA
DELGADA (CCD OU TLC)
Análise quantitativa (determinação do teor de princípio
ativo) – mais eficaz e segura
grande aplicação na análise de princípios ativos polares
(alcalóides, saponinas, heterosídeos em geral)
Vantagens: elevada capacidade de separação
Rapidez e reprodutibil das análises
HPLC (CLAE - cromatografia
líquida de alta eficiência)
HPLC (CLAE - cromatografia
líquida de alta eficiência)
Principais diferenças:
- Maior poder de resolução de substâncias
em misturas
-Maior reprodutibilidade, precisão e
exatidão da análise
HPTLC (cromatografia de
camada delgada de alta
performance)
HPTLC (cromatografia de
camada delgada de alta
performance)
É uma técnica que permite a separação de
substâncias volatilizáveis.
Baseia-se na diferente distribuição das
substâncias entre uma fase estacionária
(sólida ou líquida) e uma fase móvel
(gasosa).
Ex.: alcalóides tropânicos
CG (Cromatografia
Gasosa)
CG (Cromatografia
Gasosa)
Permite a identificação de substâncias.
Associa a separação cromatográfica a detecção da
espectrometria de massa.
As composições separadas pela GC são transferidas para
o espectrômetro pelo gás que vão se dissociar em
fragmentos iônicos, que serão analisados qualitativamente
por comparação com biblioteca de dados espectrais
Grande importância em análises forenses (drogas ilícitas -
cocaína, ópio, etc..)
CG/EM (Cromatografia gasosa acoplada à
espectrometria de massas)
CG/EM (Cromatografia gasosa acoplada à
espectrometria de massas)