Antes de conquistarmos a razão, como seres racionais, nós passamos como princípio espiritual pelos reinos inferiores da criação. Fomos aprender no reino mineral, no reino vegetal e no reino animal até atingirmos o reino hominal, onde conquistamos a condição de seres humanos, de Espíritos e ...
Antes de conquistarmos a razão, como seres racionais, nós passamos como princípio espiritual pelos reinos inferiores da criação. Fomos aprender no reino mineral, no reino vegetal e no reino animal até atingirmos o reino hominal, onde conquistamos a condição de seres humanos, de Espíritos e não mais princípio espiritual, podendo exercer o livre arbítrio, pois nos foi dada a razão, a capacidade de discernir sobre as coisas, principalmente, sobre o bem e o mal.
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Added: Mar 01, 2020
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O LIVRO DOS ESPÍRITOS PARTE SEGUNDA: DO MUNDO ESPÍRITA OU MUNDO DOS ESPÍRITOS C. E. “Joana D’arc ” CAPÍTULO IV: PLURALIDADE DAS EXISTÊNCIAS
Questões 189 à 196 T ransmigração P rogressiva
189 – Desde o princípio de sua formação, goza o Espírito da plenitude de suas faculdades? Não, porque o Espírito, como o homem, tem sua infância. Em sua origem, os Espíritos não têm mais que uma existência instintiva e possuem apenas a consciência de si mesmos e de seus atos. Não é senão pouco a pouco que a inteligência se desenvolve .
EVOLUÇÃO ESPIRITUAL e spírito E spírito Seres Inorgânicos Seres Orgânicos Reino Mineral Reino Vegetal Reino Animal Reino Hominal Atração Sensibilidade Instinto Razão Matéria inerte Matéria inerte e Vitalidade Vitalidade, Inteligência instintiva e Individualidade Vitalidade, Inteligência instintiva, Individualidade, Inteligência ilimitada, Livre arbítrio, Consciência do futuro, percepção das coisas extra materiais, Conhecimento de Deus.
190 – Qual é o estado da alma em sua primeira encarnação? O estado da infância na existência corpórea. Sua inteligência apenas desabrocha: ela se ensaia para a vida.
191 – As almas dos nossos selvagens são almas em estado de infância? Infância relativa; mas são almas que já progrediram, pois têm paixões. a) As paixões são, pois, um sinal de desenvolvimento? De desenvolvimento sim, mas não de perfeição; as paixões são um sinal de atividade e da consciência do eu, enquanto que, na alma primitiva, a inteligência e a vida estão em estado de germe.
Allan Kardec: A vida do Espírito, no seu conjunto, percorre as mesmas fases que vemos na vida corporal; passa gradualmente do estado de embrião ao da infância, para alcançar, por uma sucessão de períodos, a idade adulta, que é a da perfeição, com a diferença de que não conhece o declínio e a decrepitude como na vida corporal; que essa vida, que teve começo, não terá fim; que é preciso um tempo imenso, do nosso ponto de vista, para passar da infância espírita a um desenvolvimento completo, e seu progresso se realiza não sobre uma só esfera, mas, passando por mundos diversos.
A vida do Espírito se compõe assim de uma série de existências corporais, sendo cada uma, para ele, uma oportunidade de progresso, da mesma forma que cada existência corporal se compõe de uma série de dias em cada um dos quais o homem adquire um acréscimo de experiências e de instrução. Todavia, da mesma forma que na vida do homem existem dias que não produzem fruto, na vida do Espírito há existências corporais sem nenhum resultado, porque ele não as soube aproveitar.
192 – Pode-se, desde esta vida, por uma conduta perfeita, superar todos os graus e se tornar Espírito puro, sem passar pelos graus intermediários? Não, pois o que o homem acredita ser perfeito, está longe da perfeição; há qualidades que lhe são desconhecidas e que não pode compreender. Ele pode ser tão perfeito quanto o permita a sua natureza terrestre, mas, isso não é a perfeição absoluta. Uma criança, por precoce que seja, deve passar pela juventude antes de atingir a idade madura; da mesma forma, também, o doente passa pelo estado de convalescença antes de recuperar toda a saúde. Aliás, o Espírito deve avançar em ciência e em moralidade; e, se ele não progride senão num sentido, é necessário que progrida também no outro para alcançar o alto da escala. Todavia, quanto mais o homem avança na sua vida atual, menos as provas seguintes são longas e penosas.
192.a) Pode o homem, ao menos, assegurar nesta vida uma existência futura menos cheia de amarguras? Sim, sem dúvida, pode abreviar a extensão e as dificuldades do caminho. Só o negligente se encontra sempre na mesma situação.
193 – Um homem, em suas novas existências, pode descer mais baixo que na atual? Como posição social, sim; como Espírito, não.
194 – A alma de um homem de bem pode, numa nova encarnação, animar o corpo de um homem perverso? Não, visto que ela não pode degenerar. a) A alma de um homem perverso pode vir a ser a de um homem de bem? Sim, se se arrependeu e isso, então, é uma recompensa.
Allan Kardec: A marcha dos Espíritos é progressiva, jamais retrógrada. Eles se elevam gradualmente na hierarquia e não descem da categoria que já alcançaram. Nas suas diferentes existências corporais, podem descer como homens, mas não como Espíritos. Assim, a alma de um potentado da Terra pode, mais tarde, animar o mais modesto artesão e vice-versa, porque as posições entre os homens, frequentemente, estão na razão inversa da elevação dos sentimentos morais. Herodes era rei, Jesus, carpinteiro.
195 – A possibilidade de melhorar-se numa outra existência, não pode conduzir certas pessoas a perseverarem no mau caminho com a ideia de que poderão sempre corrigir-se mais tarde? Aquele que pensa assim não crê em nada e a ideia de um castigo eterno não o deteria mais, porque a sua razão a repele e essa ideia conduz à incredulidade sobre todas as coisas. Se se houvesse empregado apenas meios racionais para conduzir os homens, não haveria tantos céticos. Um espírito imperfeito pode, com efeito, pensar durante sua existência corporal, como dizes, mas, uma vez desligado da matéria, ele pensará de outra forma, pois perceberá que fez cálculo errado, e é então, que trará um sentimento contrário em uma nova existência. É assim que se realiza o progresso e é por essa razão que, na Terra, existem homens uns mais adiantados do que outros. Alguns já têm experiências que outros não conhecem ainda, mas que adquirirão pouco a pouco. Depende de cada um apressar seu progresso ou atrasar-se indefinidamente.
Allan Kardec: O homem que ocupa uma posição má deseja trocá-la o mais depressa possível. Aquele que está convencido de que as tribulações desta vida são consequências de suas imperfeições, procurará garantir uma nova existência, menos penosa. Esta ideia o desviará mais depressa do caminho do mal, que a ideia do fogo eterno, no qual não acredita.
196 – Os Espíritos não podendo melhorar-se, senão suportando as tribulações da vida corporal, seguir-se-ia que a vida material seria uma espécie de cadinho ou depurador, pelo qual devem passar os seres do mundo espírita para atingirem a perfeição? Sim, é bem isso. Eles se melhoram nessas provas, evitando o mal e praticando o bem. Porém, é só depois de várias encarnações ou depurações sucessivas, num tempo mais ou menos longo, e segundo seus esforços, que eles atingem o objetivo para o qual tendem.
196.a) É o corpo que influi sobre o Espírito para melhorá-lo ou o Espírito que influi sobre o corpo? Teu Espírito é tudo; teu corpo é uma veste que apodrece; eis tudo. Allan Kardec: No suco da videira encontramos uma comparação material dos diferentes graus de depuração da alma. Ele contém o licor chamado espírito ou álcool, mas, enfraquecido por uma multidão de matérias estranhas que lhe alteram a essência. Depois de várias destilações, em cada uma da qual se depura de algumas impurezas, ele alcança a pureza absoluta. O alambique é o corpo no qual ele deve entrar para se purificar; as matérias estranhas são como o perispírito que se depura, ele mesmo, à medida que o Espírito se aproxima da perfeição.
CRÉDITOS Formatação : Marta Gomes P. Miranda Referências : KARDEC , Allan. O Livro dos Espíritos . Tradução de Salvador Gentile . 182ª Ed. Araras – SP: IDE, 2009. Pág. 88 a 90. 18 C. E. “Joana D’arc ”