O governo mais longo da história do Brasil... Política interna estável; Confrontos internacionais; O café figurando como carro-chefe da economia.
POLÍTICA INTERNA: No início do Segundo Reinado, os principais partidos trocaram seus nomes. Partido Regressista Partido Conservador. Proprietários rurais, burocratas do serviço público e grandes comerciantes Partido Progressista Partido Liberal Profissionais liberais urbanos, proprietários rurais de áreas de colonização mais recente. Estas duas forças políticas brigaram entre si durante a maior parte do reinado de D. Pedro II.
Eleições do Cacete (1840) – Liberais foram acusados por conservadores de vencer na base da fraude e da violência. D. Pedro II convocou novas eleições. 1842 = Políticos Liberais de São Paulo e de Minas revoltaram-se contra a anulação. Foram presos e anistiados em 1844.
Parlamentarismo às avessas. 1847 foi introduzido no Brasil o sistema parlamentarista de governo. Criado para diminuir o atrito entre as facções da elite. Permitia um rodízio entre liberais e conservadores. No Brasil: o imperador nomeava o presidente o primeiro Ministro e depois eram convocadas eleições parlamentares.
Parlamentarismo às avessas.
Revolta Praiera (1848-1850) Local: Pernambuco. Causas: Liberais contrários ao monopólio de portugueses no comércio e de poucas famílias nas atividades açucareiras. Organizaram o Partido da Praia (1842). Ideias revolucionárias influenciadas pelo socialismo utópico. 1848 ESTOPIM DA REVOLTA = governador liberal Chichorro da Gama é substituído pelo conservador Herculano Pena.
Revolta Praiera (1848-1850) 1849 = lançaram o Manifesto ao Mundo que defendia: Voto livre e universal; Liberdade de imprensa; Extinção do Poder Moderador Fim do monopólio português sobre o comércio; Maior autonomia para as províncias. Tomaram Olinda e atacaram Recife, mas em 1849 foram derrotados em 1850 o movimento estava completamente sufocado.
ECONOMIA: o ciclo do Café. Produzido inicialmente no Vale do Paraíba, na segunda metade do século XIX expande-se para o Oeste Paulista. Inicialmente produzido em sistema plantation , mas a partir de 1850 com a proibição do tráfico negreiro, os imigrantes europeus passaram a ser alternativa . Imigrantes: Até 1850 –> sistema de parceria = os fazendeiros financiavam a vinda e a instalação dos estrangeiros em troca de parte da produção. Após 1850 -> foi adotado o sistema do colonato = O governo pagava a viagem, o fazendeiro o primeiro ano da estada no Brasil e o imigrante recebia um salário fixo anual e mais um rendimento variável, conforme a colheita.
Clima e solo (“terra roxa”) muito favoráveis ao plantio do Café. Proprietários paulistas mais inseridos na dinâmica econômica do capitalismo Eram proprietários rurais que voltavam-se para a vida urbana.
O surto industrial. Na segunda metade do século XIX a indústria também passa a se desenvolver. Motivos principais: 1844 = fim do acordo de tarifas reduzidas com a Inglaterra, o governo elevou os impostos sobre os produtos ingleses de 30% a 60%. 1850 = A Lei Eusébio de Queirós decretou o fim do tráfico negreiro, direcionando os capitais que antes eram empregados na compra de escravos para a indústria.
Visconde de Mauá Irineu Evangelista de Sousa foi o grande empresário deste período, investiu em: Companhias de bonde, navegação, iluminação urbana, fundição, estradas de ferro e na instalação de um telégrafo submarino entre o Brasil e a Europa. Sem o apoio do governo, acabou falindo.
POLÍTICA EXTERNA: Foi marcada por desentendimentos com a Inglaterra e por conflitos com os vizinhos sul-americanos. Questão Christie: O embaixador britânico Willian Christie exigiu do governo brasileiro indenização e pedido de desculpas pelo naufrágio de uma embarcação inglesa no litoral brasileiro (1861). A corte internacional na Bélgica deu ganho de causa para o Brasil, levando a Inglaterra a romper relações. 1865 os ingleses desculpam-se do ocorrido e reatam relações.
GUERRA DO PARAGUAI (1865-1870): Desde a sua independência (1811), o Paraguai era um pequeno e isolado país no interior do continente. Não despertava interesse das potências estrangeiras. Conseguiu desenvolvimento econômico e eficiência nos serviços públicos além de significativa distribuição da terra. Os paraguaios, com Solano López, tinham pretensões de expansão econômica.
GUERRA DO PARAGUAI (1865-1870) Brasil, Argentina e Uruguai firmaram o Tratado da Tríplice Aliança com o apoio inglês. Lideraram as tropas brasileiras: Manuel Luís Osório e Luis Alves de Lima e Silva (Duque de Caxias). Em 1869 os Aliados avançaram sobre o Paraguai e entraram e Assunção, no ano seguinte Solano López é assassinado.
Paraguai teve sua economia destruída, cerca de dois terços de sua população foram dizimados e perdeu porções de seu território para os aliados. O Brasil saiu vencedor e com uma grande dívida com a Inglaterra.
A CRISE DO IMPÉRIO Apesar da prosperidade do Império, a estrutura socioeconômica brasileira não sofreu mudanças significativas. O fim da monarquia foi o resultado da ruptura das relações do governo com três setores da sociedade que lhe davam sustentação: Igreja Católica; Exército; Aristocracia escravista.
QUESTÃO MILITAR: Após a Guerra do Paraguai, o Exército brasileiro ganhou grande relevância. O contato com os aliados (uruguaios e argentinos) permitiu a difusão, entre os militares, de ideias republicanas e abolicionistas. Tornou-se popular nos quartéis a corrente filosófica do positivismo , que defendia a República como um sistema político superior. Os militares se indispuseram com as autoridades imperiais numa série de incidentes. 1887 = foi criado o Clube Militar, que passou a pressionar o governo. O primeiro presidente do clube foi Marechal Deodoro da Fonseca.
QUESTÃO RELIGIOSA: Vigorava no Brasil o regime do Padroado. O imperador tinha poderes para vetar decisões papais (beneplácito) e nomear os membros dos cargos eclesiásticos . 1864 = Vaticano proibiu as relações entre a Igreja e a maçonaria. D. Pedro II foi contrário e rejeitou. 1872 = o governo prendeu os bispos da cidade de Olinda que estavam expulsando os maçons de diversas irmandades religiosas. Com isso a Igreja deixou de apoiar a monarquia.
Charge de 1870 a respeito da Questão Religiosa. A legenda diz: "Sua Majestade aproveitou a ocasião para, não desfazendo do macaroni do Papa, fazer valer as vantagens e excelência de uma boa feijoada". No prato de macarrão aparece a palavra Syllabus (título de um documento de Pio IX condenando os erros da civilização moderna) e, no de feijoada, Constituição .
QUESTÃO ABOLICIONISTA. Após a Lei Eusébio de Queirós (1850) , que proibia o tráfico negreiro, a pressão passou a ser para o fim da escravidão. Pressão externa: Inglaterra. Pressão interna: Classe Média urbana, Intelectuais, jornalistas, militares,latifundiários do Oeste paulista e negros. Para ganhar tempo o governo foi aprovando Leis Protelatórias.
Leis protelatórias: 1871 = Lei do Ventre Livre (Lei Visconde do Rio Branco). Tornou livres todos os filhos de negros escravos. 1885 = Lei dos Sexagenários (Lei Saraiva Cotagipe ). Determinava a libertação dos negros com mais de 60 anos.
A Abolição: 1887 = o Exército anunciou que não perseguiria mais negros fugidos. Estado ficava sem a máquina repressiva que garantia a escravidão. 1888 = a Câmara aprovou a Lei Áurea (Lei João Alfredo), que foi assinada pela Princesa Isabel. Acabava a escravidão, mas os fazendeiros escravocratas (do Vale do Paraíba) reclamaram mais da falta de indenização do que da abolição propriamente dita. Por isso os fazendeiros do Vale do Paraíba abandonaram o Imperador.
A PROCLAMAÇÃO DA REPÚBLICA: 1870 = Fundado no Rio de Janeiro o Partido Republicano. 1873 = Surgiu o Partido Republicano Paulista. Neste mesmo ano, reunidos na Convenção de Itu, os cafeicultores de São Paulo aderiram à causa republicana. A Lei Áurea abalou a monarquia, que perdeu o apoio dos latifundiários escravocratas. Os republicanos aproveitaram o momento e intensificaram a conspiração contra o regime
A PROCLAMAÇÃO DA REPÚBLICA: Comandante de prestígio, Deodoro da Fonseca foi convidado a chefiar o levante. Em 15 de novembro de 1889 , no Rio de Janeiro, à frente de suas tropas, ele proclamou a República. A Família Real foi Desterrada para a Europa, e Deodoro assumiu o governo provisório.
Proclamação da República - Benedito Calixto - 1893