A Era Vargas: Governo Provisório (1930-1934) Governo Constitucional (1934-1937) Estado Novo (1937-1945) AULA 22 (APOSTILA 8 C) AULA 23 (APOSTILA 8C ) AULA 24 (APOSTILA 8C)
Governo Provisório: Suspensão da Constituição Republicana de 1891; Fechamento dos órgãos do poder Legislativo (Congresso Nacional, Assembléias Legislativas e Câmaras Municipais); OBJETIVO: Desmontar a estrutura política da 1ª República baseada no poder dos coronéis e fazendeiros.
Governo Provisório: Getúlio nomeou interventores para o lugar dos governadores nos estados. A nomeação de um tenente oriundo do Nordeste (João Alberto) para governar São Paulo somada a indefinição do prazo para a realização de eleições para a Constituinte acirrou a oposição dos paulistas. Numa das manifestações, quatros estudantes ( Miragaia, Martins, Dráusio e Camargo ) foram mortos pelas forças oficiais (maio de 1932). A sigla do Movimento ficou MMDC, em homenagem aos estudantes mortos.
Cartão-postal em homenagem ao MMDC, com as inscrições em latim: Dulce et decorum est pro patria mori (“é doce e honrado morrer pela pátria”), Pro brasilia fiant eximia (“pelo Brasil faça-se o melhor” ), Non ducor , duco (“não sou conduzido, conduzo”) e In Hoc Signo Vinces ("Com este sinal vencerás ").
Revolução Constitucionalista de 1932 Os partidos paulistas (Republicano e o Democrático) uniram-se frente à “afronta” de Getúlio. Em 09 de Julho de 1932 teve início ao Movimento Rebelde. Os paulistas contavam com o apoio: de um pequeno contingente de soldados do Mato Grosso com a promessa de apoio dos governadores de Minas Gerais e do Rio Grande do Sul, que não se cumpriu.
O esforço de Empresários e da população ajudou os revoltosos, mas não impediu que fossem derrotados. As tropas federais isolaram os paulistas na capital e após três meses de conflito 633 rebeldes morreram. A tentativa da oligarquia paulista de depor Vargas e voltar ao poder, sob pretexto da reconstitucionalização do país, havia fracassado. Mas obtiveram uma vitória política, pois o governo garantiu a realização das eleições para a Assembléia Nacional Constituinte. Revolução Constitucionalista de 1932
Constituição de 1934. Em 16 de Julho de 1934 foi promulgada a nova Constituição, cujo os principais pontos são: VOTO: Eleições passariam a ser por meio do voto secreto; As mulheres adquiriam o direito de votar; Analfabetos, mendigos e militares de patentes mais baixas, não poderiam votar; Criação da Justiça Eleitoral para zelar das eleições.
DIREITOS TRABALHISTAS: Instituição do Salário Mínimo; Jornada de trabalho de 8 horas diárias; Proibição do trabalho de menores de 14 anos; Férias anuais remuneradas; Indenização na demissão sem justa causa. NACIONALISMO ECONÔMICO: Proteção das riquezas naturais do país como jazidas minerais e quedas d’água capazes de gerar energia. A constituição estabelecia que o primeiro presidente seria eleito pelo voto indireto dos membros da Assembleia Constituinte. Constituição de 1934.
Nesse período ganha destaque na vida pública do país dois grupos com ideologias bastante diferentes: Integralismo X Aliancismo
INTEGRALISMO Líder: Plínio Salgado (escritor). De inspiração nazi-fascista, criou-se a AIB (Ação Integralista Brasileira) . Conquistou a simpatia de empresários, parcela da classe média e parte dos oficiais das forças armadas. LEMA: Deus, Pátria e Família. Combatia o comunismo, pregava o nacionalismo extremo, um Estado Centralizado forte a disciplina e a hierarquia dentro da sociedade, além da entrega do poder a um único chefe.
INTEGRALISMO Os Integralistas eram submetidos a um rígida disciplina, vestiam uniformes verdes e desfilavam pelas ruas como tropa militar gritando a saudação: ANAUÊ! (em tupi, você é meu parente).
ALICANCISMO Aliança Libertadora Nacional (ALN), chamados de aliancistas . Reunia grupos de várias correntes socialistas, comunistas e anarquistas. Um dos principais líderes: Luis Carlos Prestes, Presidente do Partido Comunista. Programa Político: Nacionalização das empresas estrangeiras; não pagamento da dívida externa; reforma agrária; garantia das liberdades individuais. Lema: “Pão, Terra e Liberdade”.
Com o seu crescimento, o governo Vargas apoiado por conservadores, considerou a ALN ilegal em junho de 1935, ordenando a prisão de seus líderes alegando ser perigosos comunistas financiados por estrangeiros. ALICANCISMO
INTENTONA COMUNISTA - 1935 Revolta militar planejada pelos comunistas em resposta ao fechamento da ALN. Ocorreu em 1935 nos batalhões do Rio Grande do Norte, Pernambuco e Rio de Janeiro. A Rebelião foi logo controlada, mas serviu de pretexto para alguns setores do governo radicalizarem o regime político. Em nome do “Perigo Comunista”, o governo prendeu milhares de sindicalistas, operários, militares e intelectuais acusados de atividades subversivas contra o governo.
GOVERNO DITATORIAL – 1937 A 1945 Aproximada a data das eleições, e Vargas deveria entregar o mandato em 1938, pelo contrário, ele queria continuar no poder. No final de Setembro de 1937, o serviço secreto denunciou um plano dos comunistas um plano dos comunistas, o PLANO COHEN, para acabar com o regime democrático no Brasil. O Plano era uma farsa do governo, com ajuda dos integralistas. Foi decretado estado de guerra e a polícia prendeu um grande número de adversários do governo. No dia de 10 de novembro, o Congresso foi cercado e decretou o fechamento do Legislativo e outorgou uma nova constituição para o país, iniciando assim o Governo Ditatorial.
GOVERNO DITATORIAL – 1937 A 1945 Foi instaurado o estado de emergência onde o governo podia invadir casas, prender pessoas, julgá-las e condená-las. Vargas detinha amplos poderes, seus atos não podiam ser submetidos nem à justiça. Os estados perdem sua autonomia, os governos estaduais foram entregues aos interventores. Em comemorações públicas nas capitais, as bandeiras estaduais foram queimadas para simbolizar a morte do federalismo.
GOVERNO DITATORIAL – 1937 A 1945 Partidos políticos foram extintos e as eleições suspensas; Proibição de greves e manifestações contrárias ao governo; Perseguição, torturas e mortes de milhares de cidadãos. Muitos intelectuais resistiram à ditadura, Graciliano Ramos por exemplo, foi acusado de participar da ANL sendo preso em 1936, e depois escreveu “ Memórias do Cárcere ”. Utilização da propaganda para conquistar a simpatia popular ( populismo ): Em 1939, o governo criou o DIP (Departamento de Imprensa e Propaganda), diretamente ligado ao governo encarregado de coordenar a propaganda oficial e censurar os meios de comunicação social como rádio, cinema, teatro e imprensa. Em 1938, criou o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística .
GOVERNO DITATORIAL – 1937 A 1945 Criou-se o programa de rádio obrigatório “ Hora do Brasil ”, que divulgava as realizações do governo. Produção de milhares de cartazes que apresentavam Vargas como o “ Salvador da Pátria ”. Ministério da Educação foi um órgão importante na exaltação da figura de Vargas, difundindo a ideologia do governo: Obrigatoriedade do ensino de moral e civismo; Desfiles e paradas de estudantes em comemoração e datas cívicas; Adoção de livros didáticos que promoviam o culto à Getúlio Vargas e seu governo.
Política Econômica: Vargas procurou agir em defesa da cafeicultura , proibindo o plantio de novas mudas num período de três anos. Ordenou a queima de milhões de sacas de café estocadas nos depósitos do governo com o objetivo de evitar a superprodução e recuperar o preço do produto. Para diversificar a produção agrícola, incentivou o cultivo de outros produtos como o algodão, cana-de-açúcar, óleos vegetais e frutas tropicais.
Industrialização: A Segunda Guerra beneficiou as atividades industriais no Brasil O Governo procurou estimular o desenvolvimento industrial com o objetivo de substituir os importados tomando as seguintes medidas: Aumentou os impostos sobre a importação; Diminuiu os impostos sobre a indústria nacional, estimulando a produção e o consumo de produtos nacionais. Fundou empresas estatais para atuar no campo siderúrgico e mineração criando duas empresas: Companhia Vale do Rio Doce (1942) : destinada a exploração de minério de ferro em Minas Gerais; (1942) Companhia Siderúrgica Nacional (CSN) instalada no Rio de Janeiro .
Industrialização: Outras realizações no campo da indústria: Conselho Nacional do Petróleo (1938); Fábrica Nacional de Motores (FNM), em 1939 na cidade de Duque de Caxias/RJ; Hidrelétrica do Vale do São Francisco (1945).
Trabalho: Durante o seu governo aumentou o número de industrias e consequentemente de operários, que migraram do nordeste fugindo da seca. Ampliou-se a consciência dos trabalhadores que era necessário lutar pelos seus direitos. O Governo Federal elaborou uma política trabalhista que tinha dupla função: Conquistar a simpatia dos trabalhadores; Exercer o domínio sobre eles, controlando os sindicatos. Política inspirada na Carta del Lavoro (Carta do Trabalho) criada pelo regime fascista italiano.
Leis Trabalhistas: Criação da Justiça do Trabalho em 1939. Em 1943 todas as leis trabalhistas foram reunidas na CLT (Consolidação das Leis do Trabalho). Vargas se apresentava como “ o grande protetor ” dos trabalhadores, “o pai dos Pobres” . Pregava a conciliação entre trabalhadores e empresários (juiz dos conflitos entre ambos).
Fim do Estado Novo: Derrota nazi-fascista na Europa; Getúlio liderou uma abertura política, fixando prazos para eleição presidencial em 1945. Concedeu anistia, libertou os comunistas (entre eles Luís Carlos Prestes) e permitiu a volta dos exilados aos país. Reorganizaram vários partidos: UDN (União Democrática), PSD (Partido Social Democrático), PTB (Partido Trabalhista Brasileiro), PSP (Partido Social Progressista), o PCB (Partido Comunista Brasileiro) foi legalizado.
Fim do Estado Novo: Eleições marcadas para 2 de dezembro de 1945, concorreram três candidatos: Eurico Gaspar Dutra (PSD/PTB); Brigadeiro Eduardo Gomes (UDN); Engº Yedo Fiuza (PCB). Vargas fazia um jogo político contraditório, pois aparentava apoiar Dutra e estimulava um movimento popular que se pedia sua permanência no poder, o Queremismo , palavra derivada dos gritos populares “ Queremos Getúlio! ”.
Fim do Estado Novo: Nesse momento de prestígio, o governo lançou a lei Antitruste , limitando a entrada de capital estrangeiro no país. Provocando forte reação dos representantes de empresas estrangeiras (especialmente estadunidenses). A oposição temia que Vargas continuasse no poder e impedisse a realização das eleições presidenciais, assim uniram forças para derrubá-lo da presidência.
Fim do Estado Novo: Em 29 de outubro de 1945, tropas do exército lideradas pelos generais Góis Monteiro e Eurico Gaspar Dutra cercaram a sede do governo (Palácio do Catete) e obrigaram Vargas a renunciar. A Presidência da República foi entregue a José Linhares , Presidente do STF, colocando, fim ao Estado Novo. Dutra com o apoio de Vargas venceu as eleições presidenciais.
História Prof. Msc. Daniel Alves Bronstrup BLOG: profhistdaniel.blogspot.com @danielbronstrup 3ão