Bingulin, por obséquio, chame o boticário.
— Enviarei alguém imediatamente — respondeu ele, enquanto enfiava a
camisa para dentro das calças. — Logo estarei de volta, coelhinha.
Jane deu um sorriso fraco.
— Não se demore, docinho.
Quando o sr. Bingulin saiu do quarto, Elizabeth arrumou os lençóis de Jane.
— Estou tão feliz por ver você, Lizzy — murmurou Jane. — Entretanto,
reluto em pedir que assuma a minha responsabilidade de escrever para a Revista
da Mulher Moderna além de cuidar de mim. Assim, temo que a revista terá de
sair sem um artigo sobre Fitzwilliam Darcy.
— Aquiete-se e não se estresse — admoestou Elizabeth em tom gentil. —
Assumirei suas obrigações jornalísticas com prazer. Sou ávida leitora de
romances, como bem sabe. Na verdade, esse fato por si só já me tornaria apta a
realizar um trabalho para editora de tanto prestígio quanto esta, caso no futuro
venha a existir esse tipo de oportunidade para jovens damas.
— Então, você conversará com o sr. Darcy, mesmo detestando-o tanto?
— Por você, Jane, eu faria ainda mais — respondeu Elizabeth, com carinho.
— Então, está tudo acertado. — Jane se recostou, agradecida, no travesseiro,
e logo sua respiração assumiu o ritmo sereno do sono. Elizabeth velou o sono
da irmã doente, passando, às vezes, um pano úmido sobre a testa de Jane e, em
outras, lustrando-a e polindo-a. Após certo tempo, porém, pegou um livro de
poesias na estante e começou a ler.
Nesse meio-tempo, na sala de refeições no andar debaixo, a conversa girava
em torno de Elizabeth Bennet e o papelão a que se prestou. Seus modos foram
considerados, de fato, bastante repreensíveis, um misto de orgulho e
impertinência. Em suma, ela não possuía qualquer estilo, bom gosto ou beleza.
— Ora, vocês notaram sua aparência ao chegar esta manhã? — perguntou
Vagalucy Bingulin. — Realmente, parecia quase selvagem!
— Caminhar por um quilômetro e meio! Que abominável independência! —
declarou a irmã.