A cosmogonia grega, segundo Hesíodo, desenvolve-se,
ciclicamente, de baixo para cima, das trevas para a luz.
No princípio, existia apenas o Caos
(gr. Χάορ), vazio primordial e escuro que precedeu toda a
existência;
CAOS- Χάος
Depois, surgiu Gaia, a "mãe de todos"
como eterna moradia para os deuses no Olimpo e no
Tártaro (habitação profunda) e, simultaneamente, Eros (o
Amor – a força do desejo).
Pois bem, no princípio nasceu Caos; depois
Gaia de amplo seio, a eterna base de tudo.
Hesíodo, Th. 116-7
GAIA (A TERRA)
Do Caos rebentam a Noite (Nyx)
eErebos (escuridão profunda)
Érebo (gr. Ἔπεβορ) era, aparentemente, a escuridão profunda que se formou no
momento da criação, e mais tarde ficou localizada no mundo subterrâneo.
Nix (gr. Νύξ), a noite, representava a escuridão situada logo acima de Gaia.
ERÉBUS - Ἔρεβος
NIX - Νύξ
A Noite dá à luz, fecundada por Erebos, ao Dia (Hemera) e o Éter.
Éter (gr. Αἰθήπ) era a luminosidade pura e brilhante da região
superior da atmosfera, próxima à abóbada celeste;
Hemera (gr. Ἡμέπα ) personificava o dia, isto é, a luz que brilha
logo acima da terra.
A Terra (Gaia) dá à luz ao Céu (Urano), Montes e Pontos (mares).
Eros e Tártaro originaram-se de desdobramentos do Caos primordial e, assim como ele, são entidades mais
conceituais do que corpóreas — refletem, particularmente, o gosto dos antigos gregos pelas abstrações e pelas
genealogias.
Eros (gr. Ἔρως), o amor, "o mais belo dentre os deuses imortais", representa o impulso amoroso que compeliu
as primeiras divindades a se unir para gerar descendência. Esse Eros cosmogônico não deve ser confundido
com o "travesso" filho de Afrodite; trata-se, aqui, de uma força primordial capaz de formar o mundo através da
união de elementos individuais.
Tártaro (gr. Τάρηαρος) era uma espécie de abismo distante, localizado bem abaixo de Gaia. Região de trevas
profundas e eternas, mais escuras do que a noite, ali os deuses ol[impicos encarceraram seus maiores inimigos,
como por exemplo os titãs derrotados na titanomaquia.
Com ele, ela cria os Titãs (Oceano, Ceos, Crio, Hiperión, Jápeto e
Cronos) e as Titãnidas (Téia, Réia, Mnemósina, Febe e Tétis);
entretanto Urano não lhes permitia sair do seio da Terra.
Cronos
RÉIA
Após os Titãs e Titânidas, Urano e Gaia geraram os Ciclopes (que
tinham um só olho no meio da testa) e os Hecatônquiros (Monstros
de cem braços e de cinquenta cabeças).