Vygotsky usa o termo função mental para se referir aos processos de pensamento: memória,
percepção e atenção; sustenta que o pensamento tem origem na motivação, no interesse, na
necessidade, no impulso, no afeto e na emoção.
A interação social e o instrumento lingüístico são decisivos para a zona de desenvolvimento
proximal (ZDP).
Para J. Piaget, dentro da reflexão construtivista, desenvolvimento e aprendizagem se
interrelacionam, sendo a aprendizagem a alavanca do desenvolvimento. A perspectiva piagetiana é
considerada maturacionista, no sentido de que ela preza o desenvolvimento das funções biológicas –
que é o desenvolvimento - como base para os avanços na aprendizagem. Já na chamada perspectiva
sócio-interacionista, sócio-cultural ou sócio-histórica, abordada por L. Vygotsky, a relação entre o
desenvolvimento e a aprendizagem está atrelada ao fato de o ser humano viver em um meio social,
sendo este a alavanca para estes dois processos.
Os processos caminham juntos, ainda que não em paralelo.
Existem, pelo menos, dois níveis de desenvolvimento identificados por Vygotsky: um, o nívelreal,
já adquirido ou formado, que determina o que a criança é capaz de fazer por si própria, e o outro,
potencial, ou seja, a capacidade de aprender com outra pessoa. Essa interação e sua relação com a
imbricação entre os processos de ensino e aprendizagem podem ser melhor compreendidos quando
nos remetemos ao conceito de ZDP.
Para Vygotsky (1996), Zona de Desenvolvimento Proximal (ZDP), é a distância entre o nível de
desenvolvimento real, ou seja, determinado pela capacidade de resolver problemas
independentemente, e o nível de desenvolvimento proximal, demarcado pela capacidade de
solucionar problemas com ajuda de um parceiro mais experiente. São as aprendizagens que
ocorrem na ZDP que fazem com que a criança se desenvolva ainda mais, ou seja, desenvolvimento
com aprendizagem na ZDP leva a mais desenvolvimento. Por isto dizemos que, para Vygotsky, tais
processos são indissociáveis.
A aprendizagem interage com o desenvolvimento, produzindo abertura nas zonas (distância entre
aquilo que a criança faz sozinha e o que ela é capaz de fazer com a intervenção de um adulto;
potencialidade para aprender, que não é a mesma para todas as pessoas; distância entre os níveis
de desenvolvimento real e potencial) nos quais as interações sociais são o centro, estando então,
ambos os processos - aprendizagem e desenvolvimento - interrelacionados; assim, um conceito
novo que se pretenda trabalhar, como por exemplo, em matemática, requer sempre um grau de
experiência anterior para a criança.
O desenvolvimento cognitivo é produzido pelo processo de internalização da interação social com
materiais fornecidos pela cultura, sendo que o processo se constrói de fora para dentro. Para
Vygotsky, a atividade do sujeito refere-se ao domínio dos instrumentos de mediação, inclusive
sua transformação por uma atividade mental.
Para ele, o sujeito não é apenas ativo, mas interativo, porque forma conhecimentos e se constitui
a partir de relações intra e interpessoais.