Amitai Etzioni
Curso de Mestrado Profissional em
Administração – ESAG/UDESC
Profs. Carolina Andion e Mauricio C. Serafim
Biografia
Nasceu na Alemanha em 1929 e
vive nos EUA desde 1957.
Doutorado em Sociologia na
Universidade da Califórnia,
Berkeley, em 1958.
Trabalhou na Universidade de
Columbia por 20 anos.
Atualmente trabalha na
Universidade de George
Washington, onde é diretor do
Instituto para Estudos Políticos
Comunitaristas.
Biografia
Em 1990 fundou uma filosofia
social conhecida como
comunitarismo, que tem o
objetivo de resgatar o senso de
responsabilidade comunitária.
Entre 1991 e 2004 foi editor da
revista The Responsive
Community: Rights and
Responsabilities.
Fora da academia, sua
participação é sempre
requisitada na imprensa.
É blogueiro:
http://blog.amitaietzioni.org
Obras
No Brasil é conhecido
por seus livros:
Análise comparativa
de organizações
complexas (1961)
Organizações
modernas (1964).
Obras
The Moral Dimension: Toward a New Economics (New York: Free
Press, 1988).
The Spirit of Community (New York: Crown Books, 1993)
The New Golden Rule (New York: Basic Books, 1996)
The Limits of Privacy (New York: Basic Books, 1999)
The Monochrome Society (Princeton: Princeton University Press,
2001)
My Brother’s Keeper: A Memoir and a Message (Lanham, MD:
Rowman & Littlefield, 2003)
From Empire to Community: A New Approach to International
Relations (New York: Palgrave Macmillan, 2004)
How Patriotic is the Patriot Act?: Freedom Versus Security in the
Age of Terrorism (Routledge, 2004)
Security First: For A Muscular, Moral Foreign Policy (Yale
University Press, 2007).
Competição encapsulada
Crítica aos
pressupostos da
competição
perfeita.
Argumenta que o
modelo de
competição perfeita
não lida com
situações parciais.
Competição perfeita: pré-
requisitos
A maior firma em uma dada
indústria produz não mais do
que uma pequena fração
das vendas ou compras da
indústria.
As firmas agem
independentemente uma
das outras.
Atores têm conhecimento
completo das ofertas
propostas de compra e
venda.
Competição e socioeconomia
Argumenta que é necessário um outro
modelo fora da fronteiras do
paradigma neoclássico.
Defende o conceito socioeconômico
da competição.
Idéia central: competição é uma forma
de conflito (conflito controlado,
contido).
Competição e socioeconomia
A socioeconomia pressupõe que
interesses e buscas divergentes
de vários indivíduos não formam
automaticamente uma rede que
constitui um todo harmonioso.
Defende que são necessários
mecanismos específicos para
proteger a competição, para
manter os conflitos dentro dos
limites, e para prever que o
conflito leve a um ponto de
autodestruição.
Competição e socioeconomia
Defende que a dicotomia ‘livre
concorrência’ (bom/mau) e
‘intervenção governamental’
(bom/mau) deve ser superada.
Para a linha socioeconômica, num
nível macro, a competição (como o
âmbito de meios e racionalidade
instrumental) tem lugar dentro do
contexto da sociedade.
Competição e socioeconomia
E competição serve para o avanço da
organização social, contanto que
permaneça dentro do contexto e não
se transforme no contexto.
A linha socioeconômica argumenta
que a competição (como um modo de
conflito) pode ser preservada
somente dentro de um contexto.
Competição e socioeconomia
A linha de análise do autor se baseia na
análise sociológica que trata a economia
como um todo, como um subsistema
‘limitado por’ ou ‘imerso em’ um sistema
social.
Foco na seguinte questão: ‘como muitas
regras são benéficas, e que aspectos das
atividades econômicas podem ser menos
reguladas sem debilitar valores com as
quais as pessoas são comprometidas?’
Competição e socioeconomia
Regras são necessárias para preservar
a competição e o competidor.
Defende que o caminho principal para
formar e sustentar regras é construir os
valores morais e o comprometimento de
uma comunidade, e não expandir o
governo.
Mecanismos da competição
encapsulada
Normativo
Social
Governamental
Valores normativos
Não são apenas
princípios com os quais
as pessoas expressam
comprometimento.
Eles têm conseqüências
de comportamento
específicos que
sustentam ou debilitam a
competição, e expandem
ou limitam seus escopo.
Laços sociais
Limitam o escopo do conflito por:
Considerar os atores como pessoas, como
fins, ou fazendo parte de um ‘clube’.
Ajudam a sustentar as relações de confiança
(base pré-contratual do contrato – Durkheim.
Sem os laços os contratos são quase
impossíveis de formular e seus custos são
tão altos que podem inviabilizar os contratos
– Granovetter).
Laços sociais
Competição prospera em um meio
termo entre o sistema impessoal e
de cálculo de atores isolados, e
sociedades comunais de laços
fortes.
Meio termo: onde os laços sociais
são fortes o suficiente para
sustentar a confiança mútua e
baixos custos de transação, mas
não tão fortes para suprimir a
orientação de troca.
Papel do governo
Para o modelo de competição perfeita, o
governo é um fator de distorção porque o
sistema econômico é assumido como auto-
regulado.
O modelo de competição encapsulada requer
alguma atividade governamental para sustentar
a cápsula porque conflitos que podem vir a ser
endêmicos no sistema, e para alcançar
resoluções, não se pode contar apenas com o
comprometimento normativo e dos laços
sociais, porque os atores podem violá-los.
Papel do governo
Isso decorre que uma instituição que
controla o poder coercitivo deve ser o
juiz último dos conflitos.
Competição é debilitada quando o
governo vai além de manter a
cápsula, tentando afetar os resultados
da competição ao favorecer alguns
competidores.
Cápsula
É um conjunto
entrelaçado de
mecanismos normativo,
social e governamental,
em que cada um tem
um papel distinto, mas
podem, dentro de
limites, substituir um ao
outro.
Relações de poder
Competição encapsulada
Poder econômico – habilidade para
afetar o estado do mercado.
Poder político – habilidade para afetar
o governo, que faz parte da cápsula,
que, por sua vez, pode afetar o
resultado das transações dentro da
cápsula.
Referência
ETZIONI, Amitai. The moral dimension. Toward
a New Economics. New York: Free Press,
1990. pp. 199-216 (Capítulo 12 - Encapsulated
Competition).