Central de material esterilizado Prof . Vanessa Ribeiro
Infecções relacionadas à assistênci a à s aúde ( IRAS) ▶ R e lac i onado a o Pac i ente ▶ R e lac i onado à Eq u i pe de Saú d e ▶ R e laci onado a o Mat e r i al ▶ R e lac i onado a o Amb iente
Paciente invasivos, doenças de base, fatores i dad e , pe s o , i m u n idad e , m i cro b i o ta, Procedimentos pred i sponente s , outros. Neg l i gên c i a , i mprudên c i a ou i mperí c i a . M ão s dos pr o f i s s i onais como a g entes de tran s m i s s ã o EQ U I PE DE SAÚDE MATERIAL AMBIENTE Proces s a m ento i nadequa d o ou i nd e v i d o ( l i mpez a , des i nfe c ção, ester i l i zaç ã o, tr a nspor t e, armazena m ento) Sobrevivência de microrganismos em matéria orgânica ressecada em temperatura ambiente em objetos inanimados.
DEFINIÇÃO - CME É a área responsável pela limpeza e processamento de artigos e instrumentais médico-hospitalares. É na CME que se realiza: controle, preparo, esterilização, armazenamento e distribuição dos materiais hospitalares.
CME LIMPEZ A PROCESSAMENTO PREPARO ESTERILIZAÇÃO ESTOCAGEM DISTRIBUIÇÃO 1 2 3 4 5 6 Receber, desinfetar e separa r os art i gos La v a r os art i gos Pre p ar a r os a rt i g o s/r o u pas Arm a zenar os art i go s /r oupas D i s t r i b u i r os art i go s /r oupas esterilizados
Estru t ura Física d a CME ▶ Os pisos e paredes (laváveis, com o mínimo de juntas). ▶ Bancad a s ( fác i l h i g i en i zação e ergonôm i cas ) . ▶ Superfície s ( i mperm e áv e i s , l i s a s , la v áv e i s , d e cor c lar a e de fácil manutenção). ▶ Ambiente (iluminado para favorecer a conferência da limpeza. OBS: Armazenagem s/contato direto da luz solar. ▶ Janel a s ( telas ) . ▶ Ventilação mecânica ou natural (permitida na área suja e evitada na área limpa e estéril.
Área Suja ▶ Receb i me n t o e separaçã o dos ma t er i ai s sujos. ▶ L i mpe za, des i nfec ç ã o e seca g em dos instrumentais. ▶ A c e ss o rest r i t o a o fluxo de pessoas ▶ EP I s : gorro, máscara, lu v a de borrach a cano lo n go, a v en t a l de br i m manga lo n ga, a v en t al impermeável, óculos de proteção e sapato fechado.
Ár e a Limpa ▶ Separação dos instrumentais, conferência da limpeza, func i ona l idad e e i nteg r i dade dos art i go s , e m pacota m ento, selagem das embalagens e esterilização. ▶ Lo c al de aces s o restr i to a o flu xo de pessoas ▶ EP I s : gorro, a v ent a l , lu v a de procedimento e sapato fechado.
Área Es t éril ▶ Guarda dos instrumentais es t er i l i zados e d i spens a ção dos mesmos ▶ Fluxo restr i to de pesso a s ▶ La v age m r i gorosa da s m ão s para m a n i pulaç ã o do s m a ter i a is esterilizados.
Uso d e EP I d e a c ordo com a área E P I Sala/á r ea Óculos de Proteção Máscara Luvas Avental Impermeável Manga longa Protetor Auricul a r Ca l çado fechado Recepção (ÁREA SUJA) X X X X Impermeável Antiderrapante Limpeza e Preparo ( ÁREA SUJA) X X Borracha, cano longo X X Impermeável Antiderrapante Desinfecção Química (* Gl u ta r al d eíd o) (ÁREA SUJA) X X Com filtro químico Borracha, cano longo X Impermeável Antiderrapante Inspeção (ÁREA LIMPA) X X Se necessário X
FLUXO UNIDIRECIONA L COM BARREIRA S FÍSICAS ENTR E AS ÁREAS E v i tar cruzam ento de m a ter i a l s u j o com l i mpo e/ou esterilizado E v i t a r que o tra b alhado r c r uze área s l i mp a s e contam i n a das
Atribuições do Enf e rm e ir o no C ME ▶ planejar, organizar, coordenar, orientar, supervisionar as atividades de enfermagem no setor; ▶ responsabilizar-se pela aplicação das normas e rotinas ▶ manter o Manual de Normas e Rotinas disponível para consulta dos profissionais; ▶ prever e solicitar os materiais/instrumentais necessários para as unidades consumidoras; ▶ ma n t e r - s e a t ual i zad o ; ▶ zelar pe l a l i mpeza e o rgan i zaçã o ; ▶ monitorar indicadores químicos e biológicos; ▶ conferir e assinar os impressos de controle dos ciclos da autoclave e indicadores biológicos ▶ fazer es c a l a me n sa l e de t ar e fas; ▶ r e a l i zar t r e i na mento e educação pe rmanente da e q u i pe ; ▶ realizar avaliação periódica dos profissionais do setor
▶ Cla s sificação de Artigos Artigos ou produtos utilizados em proced i m e ntos i n vasivo s com penetração em pele e mucosas adjacentes, tecidos epiteliais e sistema vascular, incluindo também todos os artigos e produtos conectados a estes sistemas. Artigos C r íticos A es t e r i l i z açã o é o pr o c es s o o b r i ga tór i o . E x : Agu lha s , catéteres intravenosos, implantes, instrumental cirúrgico, campos, gazes.
Pr o dut o cr í ti c o d e c o nfor m ação Complexa e Não Complexa: ▶ CO M PLEX A : Produtos com l úmem < 5 m m ou com fundo cego, espaços internos inacessíveis para a fricção diret a , reentrânci a s ou válv u las ; ▶ NÃO COMPLEXA: Produtos cujas superfícies internas e externas podem ser atingidas por escovação durante o processo de limpeza e tenham diâmetros > 5 m m nas estr u t u r a s t u bu l a r e s ;
Artigos Semi- Críticos Artigos ou produtos que entram em contato com a pele não ín t egra, restr i tos à s sua s cama d as ou aqueles que entram em contato com mucosas íntegras. Requerem desinfecção de alto nível ou esterilização para ter garantida a qualidade do seu uso. Ex: sonda nasogástrica, máscaras de oxigenoterapia, equipamentos respiratórios, endoscópios, espéculo vaginal, circuitos respiratórios.
Artigos Não Críticos ou Artigos des t i na d os produtos a o cont a to com a pele íntegra e também aqueles que não entram em contato direto com o paciente. Requerem no mínimo limpeza ou desinfecção de baixo ou médio nível, dependendo do uso a que se destinam ou do último uso realizado. Exemplos: termômetros, comadres, sensor do oxímetro de pulso, garrote pneumático, manguito do esfigmomanômetro;
OBS: O proces s a m ento d e produ t os não crí t icos pode s e r real i z a do em out r a s unid a de s do s e rviço de saúd e de s de que de acordo com Procedimento Operacional Padronizado - POP definid o pel o CME.
Classificação das CMEs ▶ § 1º O CME Classe I é aquele que realiza o processamento de produtos para a saúde não-críticos, semicríticos e críticos de conformação não complexa , passíveis de processamento. ▶ § 2 º O C M E Cla s s e II é aquel e que r e a l i za o processamento de produtos para a saúde não-críticos, semicríticos e críticos de conformação complexa e não complexa , passíveis de processamento. Nesta CME, o processo de esterilização deve estar documentado de forma a ga rant i r a ra s treab i l i dad e d e cad a lot e pr o cess a d o .
Limpeza de artigos ▶ Remoção de sujidade visível orgânica e inorgânica de um artigo e, por conseguinte, a retirada de sua carga microbiana. ▶ Etapa indispensável no processamento dos artigos ▶ Precede obrigatoriamente a desinfecção e a esterilização.
Limpeza Manual fr i cção com escovas Limpeza mecânica lavadoras automat i zadas
Água Potável u m i d i f ic a a su j i dade ú m i da mas não remove sujeira encrostada Detergente neutro fac i l i ta a ret i rada de su j i dade s e ca e necessita de remoção mecânica Limpador enzimático remove a sujidade s e m açã o mecân i ca mas a efet i v i dade d a l i mpeza depen d e da concentração de enz i mas, t e mperatura da solução e tempo de contato Soluções utilizadas
Fluxo Limpeza
▶ É o processo realizado através de equipamentos, tais como lavadora ultrassônica, termodesinfetadora, lavadora de descarga e lavadora pasteurizadora. Limpeza Mecânica
Limpeza Mecânica
Limpeza Mecânica
Recomendações para Limpeza ▶ Desmontar as peças, sempre que possível para realizar a limpeza; ▶ La v a r peç a p o r peç a ( esco v a apro pr i ad a d en t ro d e um a sol u ção detergente); ▶ Secar o material com pano ou compressa limpa que não deixe f r agmen t os nos a r t i g os. ▶ Não permiti r qu e a ág ua seq u e n o s i ns tru m e n t a is; ▶ Após limpeza e secagem, verificação visual da presença de matéria orgânica, principalmente nos locais críticos dos materiais (Ex: articulações e ranhuras).
Outra s re c om e ndaçõ e s - Limpeza
Outra s re c om e ndaçõ e s - Limpeza
Desinfecção de artigos INDICAÇÃO Artigos semi-críticos, ou seja aqueles que entram em contato com membrana mucosa ou pele não íntegra Exemplo: inaladores ,peack flow, extensões, lamina de laringoscópio,espéculo otológico e para alguns artigos não críticos que se contaminam maciçamente com matéria orgânica como comadre e papagaio.
▶ Desinfecção: processo físico ou químico para reduzir o nº de microrganismos viáveis para um nível menos prejudicial. ▶ Desinfe c çã o de alt o níve l : d e stró i t o d a s a s bac t ér i as vegetativas, mas não necessariamente todos os esporos bacterianos. EX: gluteraldeído e ácido peracético. ▶ Desinfecção de nível intermediário : Tem ação virucida e bactericida para formas vegetativas, inclusive contra o bacilo da tuberculos e , poré m nã o destró i es poro s . E x : cl o ro . ▶ Desinfecção de baixo nível: elimina todas as bactérias na forma vegetativa, porém não age contra esporos, vírus não l i pí d i cos e o bac i l o da tubercu l o s e . Te m a ç ã o re l at i v a s o b r e os fungos . E x : Quart e ná r i o de amôn i a . Terminologia
Fluxo Desinfecção
Métodos de Desinfecção ▶ Físico: Feita pelo calor. O calor úmido entre 70ºC e 100º por mais de 5 min. É um método indicado para inativação de microrganismos incluindo hepatite B, HIV e micobactérias. ▶ Químico: Utiliza-se agentes químico-desinfetantes.
Desinfetantes Características ▶ Alta eficácia ▶ Atividade rápida ▶ Atóxico ▶ Não causar mancha ▶ Inodoro e fácil de usar Recomendações ▶ Compatibilidade com o artigo ▶ Preparo da solução conforme orientação do fabricante ▶ Us o d e EPIs ▶ Rotulação das soluções preparadas
Preparo e Empacotamento de Produto ▶ Definição: Preparação e acondicionamento dos produtos de acordo com o processamento escolhido em invólucro co m patíve l com o process o e com o própr i o mater i a l . ▶ Objetivo: Manter a esterilidade, proteção apropriada para transporte e armazenagem até a sua utilização e favorecer a transferência asséptica, sem risco de contaminação.
Características da embalagem ▶ Possibilitar a identificação e a abertura asséptica pelo usuário. ▶ Func i onar co m o barr e i ra m i crob i o l óg i c a . ▶ S er ató x i ca, flex í ve l e res i sten t e à tração e a o rasgo e proteger o conteúdo do pacote de danos físicos. ▶ Perm i t i r term o selagem
▶ Po s s i b i l i t a r que o agen t e es t er i l i zan t e ent r e e m cont a to com o produto, permitir secagem do conteúdo e perm i t i r adequad a remoção d o ar . ▶ Identificar o produto esterilizado e possuir data de validade do produto. ▶ Pro t eção par a o trans p orte e a rmazen a gem a t é a sua utilização. ▶ Favorecer a transferência asséptica, sem risco de contaminação.
REUTILIZÁVEIS Tecidos Esto j o m etá l i co Conta i ner ríg i do DESCARTÁVEIS - Papel grau c i rúrg i co - Manta de Pol iprop ileno - T Y VEK® TIPOS D E INVÓLUCROS
Te c ido Validade entr e 7 e 3 dias D i f i culda de de mo n it or a r o des ga s t e !
Papel Grau Cirúrgico Validade da esterilização 6 dias
Tyvec Validade 1 a n o A l t o cus t o!
Manta de Polipropileno Validade: 3 dias A l t a r e s i s t ê n c i a !
Caixas m e tálicas sua validade é relativa, pois depende da qualidade da emb a l a g e m, da t a de e s t e r il i zaçã o, con d i çõe s de e s t oca g e m, t r a n s p or t e e ma n us e i o. Bom c u s t o b e n e f í c i o!
Esterilização de artigos INDICAÇÃO A r t i gos crít i cos re s i st e nt e s a o cal o r. ▶ Métodos Fí s ico s : Vapor úmido sob pressão (autoclave); Calor sec o ( es tufa ) * P RO I B I D O P E LA A N VISA Radiação (raios gama - cobalto 60) ▶ Métodos Físico-químicos: Óxido de etileno (ETO); Plasma de peróxido de hidrogênio (PPH); Paraformaldeído, Formaldeído gasoso ( VBTF ) etc .
Tipos d e Autoclave ▶ Gravitacional : injeçã o d o v apo r na câma r a f or ç a a saíd a d o a r f r i o p o r u m a v ál vula l ocalizad a em s u a par t e in f eri o r. ▶ N e ss e pr o ce s s o pod e fo rmar bolhas de a r no in t eri o r d o s paco t e s , o qu e impe d e a es t eriliz a ção . Par a q u e o v apo r pe ne t re em t o d os os ma t e r i ais , o t e m p o de v e se r mais l on g o, t o r nando o ciclo mais demorado. A ANV ISA e m 2 9 pa s sou a contr a ind i car esse método!
Tipos d e Autoclave ▶ Gravitacional : injeçã o d o v apo r na câmara fo rça a saíd a d o a r f r i o por um a v ál v u l a l o caliz a d a em sua par t e in f eri o r. ▶ N e ss e pr o ce s s o pod e fo rmar bolhas de a r no in t eri o r d o s paco t e s , o q u e imp e de a e s t eriliz a ção. Para qu e o v ap o r pen e t re em t o d o s o s ma t e r i ais , o t e m p o de v e se r mais l on g o, t o r nando o ciclo mais demorado. ▶ A A N V I S A , 2 9 in d ic a q u e e s se s eq u ip a m e n tos não seja m mais usados.
Esterilização por calor úmido - autoclave ▶ Calor úmido saturado sob pressão - é o processo de esterilização mais utilizado. Deve ser a 1ª opção sempre; ▶ Vapor – destrói bactérias, porém os esporos bacterianos necessitam do calor e pressão; ▶ T emperat u ra – 121 º a 132 º ; P : 1 a 1 , 80 at m ; ▶ T empo de expos i ção : 3 m i nu t os a 30 m i nu t os ▶ 15 min : para materiais mais sensíveis ao calor como luvas, extensões de bor r acha , entre ou t ro s ; ▶ 30 min: para materiais mais resistentes ao calor como instrumentais, v i dros , roupa s , entre ou t ros .
Tempo de exposição na autoclave
Cuidados na autoclave ▶ Não apertar muitos os pacotes, para facilitar a penetração do vapor; ▶ Não encostar os pacotes nas laterais da máquina; ▶ D i spos i ção v ert i c a l em cestos ar a m a dos ▶ Montar a carga da autoclave com materiais que tenham o mesmo tempo de esterilização; ▶ Pacotes maiores na parte de baixo da autoclave e menores em cima; ▶ Utilizar somente 80 % da capacidade do aparelho; ▶ Não colocar os pacotes em superfícies frias após esterilização ▶ L i mpar câmara i nterna c o m água e sabã o sem a nalmente
Esterilização por Raios Gama ▶ É utilizado para esterilização de artigos críticos. ▶ Ra i os Gam a – ondas e l etrom a g n ét i cas de alt a energ i a e grande penetração, devido a ausência de matéria – age produzindo radicais livres em partículas biológicas dos microrganismos – RISCO OCUPACIONAL
PROCESS O FÍSICO QUÍMIC O - Óxido de Etileno (ETO) ▶ Ut i l i za o gás óx i do d e et i l e n o . R eal i zar e m auto c la v es à temperatura entre 50 a 60° C. Associar o gás, temperatura, umidade e pressão. p r o t é i ca do ▶ Mecani s mo de açã o : i n i be a sí n tes e microrganismo. ▶ Indicação de uso: materiais termossensíveis
▶ A tox i ci d ade é alta , send o carc i nogê n i co (serv i ço geralmente terceirizado). ▶ Tempo d e e x pos i çã o do materia l : d e 3 a 5 h e ma i s 4 8 a 72 h de ae r açã o .
ATENÇÃO!
Referências ▶ Secretaria Municipal de Saúde de Campinas (2014) MAN U AL D E NORMAS E R O T I NAS PA R A O P R OCESSAMENT O D E MA T E R I A I S DE ENFERMAGEM/MÉDICO/ODONTOLÓGICO DISPONIBILIZAD O NO SGI ▶ RD C - 1 5 de 15/03 /2012 Dispõe sobre requisitos de boas práticas para o processamento de produtos para saúde DISPONIBILIZAD O NO SGI