Biografia de camilo

anabelafernandes148 5,071 views 35 slides Jan 23, 2018
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Biografia de Camilo Castelo Branco


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Biografia de Camilo Castelo Branco

CAMILO CASTELO BRANCO (Lisboa, 1825 – 1890) Filho bastardo e órfão desde criança, Camilo pode ser considerado, como homem e como escritor, uma personalidade tipicamente ultrarromântica , isto é, de temperamento apaixonado e inconformista.

É possível identificá-lo pela contradição, nunca superada ao longo de sua vida, entre o materialismo e o idealismo, entre a verdade “feia e repugnante” da realidade e a necessidade de romanceá-la, de transfigurá-la literariamente para oferecê-la ao público leitor. Selo comemorativo do centenário do nascimento de Camilo castelo Branco

Biografia N asceu em Lisboa, na Rua da Rosa da freguesia dos Mártires, a 16 de Março de 1825 , no seio de uma família da aristocracia rural. O segundo filho de Manuel Joaquim Botelho Castelo Branco (1778-1835), solteiro, e de Jacinta Rosa do Espírito Santo Ferreira (1799-1827), sua criada. F oi registado como filho de mãe incógnita , certamente devido às origens humildes da progenitora. 

Infância A 6 de Fevereiro de 1827 e apenas com dois anos de idade, Camilo ficou órfão de mãe, sendo perfilhado pelo pai, juntamente com a sua irmã Carolina, em 1829. Em Lisboa, iniciou os estudos primários, em 1830 . Por esta altura, a sua família deslocou-se para Vila Real, onde o pai fora colocado como responsável pelos correios.

Vila Real Os três membros da família regressaram à capital em 1831, após a demissão de Manuel Joaquim por acusação de fraude. Com a morte deste, a 22 de Dezembro de 1835, as duas crianças foram entregues aos cuidados de sua tia paterna, D. Rita Emília da Veiga Castelo Branco. Em 1836 mudaram-se para Samardã-Vila Real. A Escola Secundária/ 3 Camilo Castelo Branco de Vila Real

Juventude Em 1839, quando a sua irmã se casou e foi viver com o marido para casa do irmão deste, o Padre António de Azevedo, na aldeia de Vilarinho de Samardã, Camilo seguiu-os . Neste ambiente rural, que muito viria a influenciar a seu trabalho literário.

Juventude A 18 de Agosto de 1841, com apenas 16 anos de idade , Camilo casou-se com uma aldeã, Joaquina Pereira de França de 15 anos e instalou-se em Friúme , em, Ribeira de Pena. Em 1842 foi estudar com o Padre Manuel da Lixa, em Granja Velha, para preparar o ingresso no ensino universitário.

Separação O jovem casal desentendia-se e discutia frequentemente e demorou menos de um ano para Camilo sair de casa, deixando a esposa, grávida de uma filha, para voltar para a casa da irmã. Vila Real nos finais do século XIX (Avenida Carvalho, vista do Seminário)

Universidade Um ano depois de se ter casado (1841) decide que quer entrar para a universidade e para isso muda-se para a terra de Granja Velha para poder estudar com um Padre-tutor e preparar-se para os exames de admissão. Um ano depois consegue ingressar na Escola Médico-Cirúrgica na cidade do Porto.

Vida boémia No Porto, o seu caráter instável, irrequieto e irreverente fá-lo ingressar por uma vida estudantil boémia e leva-o a amores tumultuosos com Patrícia Emília do Carmo de Barros e uma freira, de nome Isabel Cândida . Tal vida fá-lo descurar os estudos e não chega a concluir o curso de medicina.

Paixões e Cadeia Depois de conseguir tomar posse do que restava da sua herança, voltou a Vila Real. P erdeu-se de amores pela prima Patrícia Emília do Carmo Barros. Com ela fugiu para o Porto . Em Outubro de 1846 passou 11 dias na Cadeia da Relação, por ter sido acusado de roubar 20 000 cruzados ao pai de Patrícia e amante da sua tia. 

Regresso a Vila Real V ivia-se então a guerra civil da Patuleia - iniciou uma carreira de jornalista e continuou a escrever . Depois de libertado, regressou a Vila Real e manteve a relação com a prima Patrícia Emília. Morre a sua esposa e é enterrada como pobre. Camilo voltou ao Porto, em 1847. Mas a sua atividade jornalística, que desenvolvia no  Nacional  e no  Periódico dos Pobres , trouxe-lhe malquerenças e perigos inesperados que o obrigaram a fugir para Vila Real. Revolução da Maria da Fonte ou a Revolução Popular do Minho

Filhas E m 1848 morreu-lhe a filha Rosa e nasceu-lhe a filha Bernardina Amélia, fruto da sua relação com Patrícia Emília, criança que foi colocada na Roda dos Expostos , depois temporariamente criada em Samardã e, por fim, entregue à freira Isabel Cândida Vaz Mourão, do portuense convento de São Bento de Ave-maria, amante de Camilo. .

Vida adulta Em 1849 volta à cidade do Porto para tentar o curso de Direito. Novamente no Porto segue uma vida de boémia repleta de paixões, repartindo o seu tempo entre os cafés e os salões burgueses e dedicando-se entretanto ao jornalismo, que o levaria a abandonar o curso de direito.

Passa a viver da escrita Em 1850 passou algum tempo na capital, onde redigiu o seu primeiro romance,  Anátema , publicado primeiramente nas páginas do jornal literário  A Semana ; no ano seguinte, esta obra, que o próprio Camilo afirma ter produzido aos vinte e dois anos . A partir de então, passou a viver do que escrevia. 

Nova paixão Nesse mesmo ano apaixona-se perdidamente por Ana Augusta Vieira Plácido , uma jovem que está noiva de outro homem: Manuel Pinheiro Alves, um “negociante brasileiro” (na verdade um português que tinha negócios no Brasil ) e que lhe vai servir de inspiração nos romances.

Ana casa com outro Quando Ana Plácido se casa com o noivo, Camilo tem uma crise espiritual e ingressa no seminário do Porto em 1851, pretendendo seguir a vida religiosa. Camilo conhece a freira Isabel Cândida Vaz Mourão, do Convento de S. Bento da Avé Maria, no Porto.  1852- Camilo abandona o Seminário.

Início do problema de visão Em 1856 foi nomeado diretor literário d'  A Verdade . Começa a sentir os primeiros sintomas de falta de visão. Em 1857, instalou-se em Viana do Castelo, onde, trabalhou como redator do periódico  A Aurora do Lima . Mas não estava só. Acompanhava-o Ana Plácido, esposa de Pinheiro Alves, que para aí o seguira, com a desculpa de acompanhar uma irmã. 

Julgamento Agosto 11, 1858 Nasce Manuel Plácido, filho de Ana e de Camilo, mas que veio a ser registado legalmente como filho de Pinheiro Alves. Em 1859, depois de alguns anos de amores escondidos do marido desta, decidem fugir os dois. Depois de algum tempo em fuga, são capturados e julgados pelas autoridades. Camilo é acusado do crime de rapto e Ana Plácido do crime de adultério (crime punível na altura).

Prisão preventiva Ana Plácido foi presa a 6 de Junho de 1860. Camilo, que andara fugido no Entre-Douro-e-Minho, entregou-se às autoridades no primeiro dia de Outubro. No cárcere dispunha de algumas comodidades e não se encontrava exclusivamente confinado a uma cela. Camilo recebeu a visita de D. Pedro V, por duas ocasiões, e escreveu, no prazo  record  de 15 dias, o seu mais lido e popular romance,  Amor de Perdição .

Curiosidade Na prisão Camilo conheceu e fez amizade com o famoso salteador Zé do Telhado, que roubava burgueses com uma quadrilha de ladrões e que participara em várias revoltas políticas. Com base nesta experiência e da amizade que fizera acabaria por escrever “Memórias do Cárcere”.

Veredito Outubro 16, 1861 Absolvição de Camilo e Ana Plácido por influência do Dr. José Maria Teixeira de Queiroz, pai de Eça, conselheiro do Tribunal, que visitou o escritor várias vezes e o ajudou a preparar a estratégia de defesa. Passam a viver juntos. Camilo tinha então 38 anos de idade.

Vida com Ana Plácido. Maturidade literária. A vida conjugal com Ana Plácido (embora não fossem casados) poderia ter sido mais feliz se não fossem os problemas financeiros. A um filho já existente (que não se sabe se seria de Camilo ou do ex-marido) nascem mais dois. Estátua de Camilo e da sua Musa, Ana Plácido, na cidade do Porto

Maturidade literária. Com uma família tão numerosa para sustentar, Camilo começa então a escrever a um ritmo alucinante, sendo o único escritor de renome da sua geração a ter que escrever para poder sobreviver. E ntre 1851 e 1890, Camilo conseguiu escrever mais de duzentas e sessenta obras, com a média superior a 6 livros por ano. Ana Augusta Vieira Plácido com os filhos.

1863 P ublica o seu romance mais famoso: “ Amor de Perdição ” que lhe consolida a reputação como escritor e lhe traz fama a nível nacional. M orre o ex-marido de Ana Plácido e, tendo o primeiro filho de Ana Plácido, recebido, do suposto pai, a sua casa como herança, muda-se o casal e a sua prole para São Miguel de Seide no Concelho de Vila Nova de Famalicão.

Maturidade literária Deixou, além de romances, um legado enorme de textos inéditos, comédias, folhetins, poesias, ensaios, prefácios, traduções e cartas. T udo com assinatura própria ou com alguns menos conhecidos pseudónimos (como por exemplo: Manoel Coco, Saragoçano , A.E.I.O.U.Y, Árqui -Zero e Anastácio das Lombrigas) quando escrevia textos polémicos, satíricos ou humorísticos que não queria ver associados ao seu nome. Caligrafia de Camilo, num rascunho poético, datado de 1859

Casamento  Em 1873, viajou entre Braga, Porto, Póvoa de Varzim e Lisboa. Em 1878, pioraram os problemas de visão e foi ferido num acidente de comboio entre São Romão e Ermesinde . E m 9 de Março de 1868 Camilo contrai matrimónio com Ana Plácido.

Vida complicada E m 1881 participou no rapto de uma órfã para a casar com o seu filho Nuno, com quem mantinha já uma relação difícil e que acabou por expulsar de casa (1882 ), numa altura em que se agravam ainda mais os seus problemas de visão. . Em 1883, leiloou a biblioteca pessoal, em Lisboa, devido a dificuldades financeiras.

Curiosidades O seu primeiro filho, Manuel, jovem romântico e alegre, que adorava frequentar os bailes, viria a morrer aos 19 anos, de "uma febre ". Jorge, o seu segundo filho, era louco e violento. Foi tratado por psiquiatras de renome como Ricardo Jorge e Júlio de Matos, e terminou os seus dias numa instituição psiquiátrica. O seu último filho, Nuno, era um boémio irresponsável, que casou duas vezes: a primeira vez com Maria Isabel da Costa Macedo, de quem teve uma filha que perderia dias depois da mãe falecer por complicações no parto; a segunda vez, com Ana Rosa Correia, com quem teria sete filhos. Manuel Plácido

Fama Em 1885 o rei D. Luís I de Portugal, decide conceder-lhe o título de 1.º Visconde de Correia Botelho. Contava então Camilo com 60 anos.

Velhice Desde 1865 Camilo começou a sofrer de graves problemas visuais , sintomas causados pelo avanço da sífilis (doença venérea), para além de outros problemas neurológicos lhe provocavam uma progressiva cegueira , impedindo-o de ler e de trabalhar capazmente. Esta incapacidade visual, aliada às dificuldades financeiras e à sua perceção de que tinha uns filhos incapazes , acentuavam-lhe o mau feitio e faziam-no mergulhar numa profunda depressão.

Última homenagem Em 1889, por iniciativa de João de Deus, Camilo foi homenageado em Lisboa, no seu dia de anos, por um grupo de intelectuais  . “A Corja”Folhetim escrito por Camilo

Suicídio No dia 1 de Junho de 1890, depois de uma derradeira consulta num especialista de oftalmologia, que matou a última réstia de esperança de curar a cegueira, suicidou-se. Quando Ana Plácido acompanhava o médico até à porta, eram três horas e um quarto da tarde, sentado na sua cadeira de balanço, Camilo Castelo Branco disparou um tiro de revólver na têmpora direita. S obreviveu em coma agonizante até às cinco da tarde.

Enterro- 1825-1890 F oi sepultado perpetuamente no jazigo de um amigo, João António de Freitas Fortuna, no cemitério da Venerável Irmandade de Nossa Senhora da Lapa. Tinha 65 anos. Deixou-nos uma excecional , multifacetada, polémica e amargurada obra literária, a mais extensa e variada da Língua Portuguesa, com cerca de cento e trinta e dois títulos .