14- Cosmos
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Satumo, Desanh de Ado Sehr ck
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lo, entre as Ns gigantes de Jura
rame: Desert de Don Devi
‘espéei, guardada com muito custo através de mihöes de anos,
‘Somos privilegiados em viver entre pessoas brihantes e passio-
nalmente inquifdoras, e em uma época em que a procura do
‘saber 6, em geral, recompensada. Seres humanos, nascidos na
úlima das estrlas © agora habltando, por enquanto, um mundo
chamado Terra, nicaram sua longa viagem de vola à casa.
A descoberta de que a Terra era um mundo pequeno lol
feita como o foram outras importantes, no antigo Oriente Próxi-
‘mo, em um tempo que alguns seres humanos chamam de sóculo
HAG. na grande metrópole da época, a cidade egipcia de Ale-
xandria, LA viva um homem chamado Erastéstenes. Um de sous.
contemporáneos, invejoso, chamou-o de “Beta”, a segunda letra
do allabeto grego porque, ole disse, Eratóstenes era o segundo
melhor do mundo em tudo. Mas parece claro que em quase tudo
Eratóstonos ora "Alla. Elo foi astrónomo, historia-dor, geógralo,
flósolo, poeta, crlica de teatro e matemático. Os temas dos I
vos que escreveu abrangem de Astronomía alé Sobre a Libera
elo da Dor. Foi também direor da grande biblioteca de Alexan
ria onde, um dia, leu em um papiro que, na frontera avangada
do sul de Siena, próximo à primeira calarata do Nilo, ao meio-dia
‘de 21 do junho, varetas retas o vorlicals náo produziam sombras
No solsticio de veräo, o dia mais longo do ano, quando as horas
avançavam para 0 meio-dia, as sombras das colunas do templo
&minufam de tamanho. Ao meio= a elas näo existiam, Um refle-
x0 do Sol podía, entáo, ser visto na água, no fundo de um pogo,
(0 Sol estava diretamente sobre as cabegas.
Foi uma observagáo que qualquer outra pessoa facilmen-
te ignorarla. Varetas, sombras, reflexos em pocos, posigáo do
Sol — que importáncia poderiam ter esses simples acontecimen:
{os díários? Mas Eratóstenes era um cientsta, e suas rellexGes
‘sobre estes lugares-comuns mudaram o mundo; de certo modo,
fizeram o mundo. Eratóstenes teve a presenga de espirito de
fazer um experimento, observar realmente se em Alexandria va-
retas retas e verticals lançavam sombra próximo ao meio-dia de
21 de junho. E descobriu que sim.
Eratóstenes perguntou a si mesmo como uma vareta em
Siena näo lançava sombra, e em Alexandria, mais ao norte, lan
‘gava uma sombra pronunciada, Consideremos um mapa do ant
go Egito com duas varelas retas e vertcais, de igual comprimen-
0, uma em Alexandria e a outra em Siena. Suponhamos que, em
um dado momento, cada vareta náo lance nenhuma sombra. sto
$ perteitamente compreensivel, admitindo-se a Terra como pla-
na. O Sol estaria drctamente sobre noseas cabogas. Se as duas
varetas lançassem sombras de igual comprimento, sto também
faria sentido em uma Terra plana: os raios do Sol estariam incl
nados no mesmo ángulo em relaçäo as duas varetas. Mas, o que
oxislia que fazia com que, no mesmo momento, náo houvesse
‘Sombra em Siena e sim em Alexandra? (Veja pág. 16)
A única resposta possive, ele conclu, era que a supert-
ie da Terra era curva. Nao somente isto: quanto maior a curva
tura, maior a dierenga no comprimento das sombras. O Sol está
140 distante que os seus ralos säo paralelos quando chegam à
Terra. Varetas colocadas em ángulos diferentes em relagäo aos