DEFINIÇÃO (2001) Segundo Dearley , os drenos são inseridos com intuito de manter um canal para a drenagem de líquidos (pus, sangue, bile, secreção serosa, etc.) da superfície que, em caso contrário, poderia se acumular na ferida.
A escolha do dreno é realizada pelo médico, que avalia: O tipo de líquido a ser drenado; A cavidade a ser colocada o dreno; Tempo de duração da drenagem. A fixação de dreno pode ser feita através de linhas de sutura, grampos de fixação e através de alfinete de fixação. O efeito de acúmulo de líquidos pode gerar: Meio de cultura para microrganismo; Aumento da pressão local; Influenciar no fluxo no local da cirurgia; Irritação de tecido (acúmulo de bile, pus, suco pancreático e urina); Em casos graves necrose tecidual.
DRENOS - INDICAÇÕES Suas indicações variam de acordo com a necessidade específica do local (cavidade) e tipo de líquido drenado; É indicado quando se espera ou existe coleção anormal de secreção.
Drenos atuam como corpo estranho, formam tecido de granulação à sua volta; A granulação auxilia na diminuição do risco de saída do drenos, que deve permanecer de 7 a 10 dias; Saída precoce de um dreno pode causar extravasamento de secreção cáustica no tecido interno e externo; Ao longo dos dias a diminuição da drenagem por dias ou semanas, pode indicar a retirada do dreno, e também para sinais de obstrução.
Dreno de sistema aberto dreno laminar - Penrose É um dreno de borracha, tipo látex (parecido com dedo de luva), utilizado em cirurgias que implicam em possível acúmulo local de líquidos infectados, ou não, no período pós-operatório. Seu orifício de passagem deve ser amplo e ser posicionado à menor distância da loja a ser drenada. Deve ser inserido por meio de uma contra-incisão (Incisão que se pratica num ponto mais ou menos afastado da incisão principal). CLASSIFICAÇÃO
CUIDADOS: Deve ser tracionado a cada troca de curativo para evitar depósitos de fibrina que possam obstruir seu lúmen; Troca do curativo a cada 12 horas: O orifício de saída deve ser ocluído com gaze estéril, devendo este curativo ser substituído sempre que necessário. O orifício de saída também pode ser ocluído com uso de bolsa de ostomia Dreno laminar aberto - Penrose
É introduzido nas vias biliares extra-hepáticas, sendo utilizado para drenagens externa, descompressão, ou ainda, após anastomose biliar (emenda de canais biliares), como prótese modeladora, devendo ser fixado por meio de pontos na parede dudodenal lateral ao dreno, tanto quanto na pele, impedindo sua saída espontânea. Dreno tubular aberto – Dreno de kehr
DRENOS DE SISTEMA FECHADO São realizados por coletores de sistema fechado, devendo ser disponibilizados sempre na altura inferior a inserção do dreno (gravitacional); Deve estar permeável; Avaliar a drenagem pelo tubo e ao redor; Diminuição súbita da drenagem indica obstrução; Dreno de Tórax Dreno com reservatório de Jackson-Pratt (JP) Dreno Portovac (sanfona)
É composto por um sistema fechado de drenagem pós-operatória, de polietileno, com resistência projetada para uma sucção contínua e suave. Possui uma bomba de aspiração com capacidade de 500ml, com um cordão de fixação, uma extensão intermediária em PVC com piça corta-fluxo e um conector de duas ou três vias. DRENOS DE SISTEMA FECHADO Dreno de sucção - Portovac
Cuidados: Deve-se retirar o ar a fim de promover aspiração ativa do conteúdo da ferida ; Prazo de permanência é de aproximadamente 48 horas; Não tracionar; Verificar drenagem (presença de coágulos); Manipulação asséptica. DRENOS DE SISTEMA FECHADO Dreno de sucção - Portovac
Dreno de sucção - Jackson- Pratt
DRENO DE RESERVATÓRIO Dreno de tórax Principais cuidados: Manter o frasco de drenagem sempre abaixo do nível do tórax do paciente; Manter o frasco de drenagem protegido contra acidentes; Certificar se a extensão do dreno não está dobrada ou tracionada; Ao transportar o paciente, o dreno dever ser pinçado. Mensurar o débito do dreno a cada 6 horas, ou menos, caso haja drenagem superior a 100 ml/hora; Inspeção e troca diária do curativo; Nunca deixar o frasco coletor em contato com o chão.
TROCA DO SELO D’ÁGUA Um par de luvas de procedimento; 2 Frascos de solução estéril (solução fisiológica ou água bidestilada) – 100 e 500ml; Recipiente para colocar a solução drenada; • Pinça; • Fita adesiva; Trocá-lo a cada 12-24h; DRENO DE TÓRAX
Dreno Blake São tubos de grande calibre e luz múltipla; Tipo de dreno específico para drenagem de ferida cirúrgica, que apresenta sistema de drenagem contínua e aspiração .
Hemorragias causadas por lesões da parede abdominal; Eviscerações pelo orifício de drenagem; Infecção da ferida operatória. Migração do dreno para a cavidade (má fixação); Contaminação da área drenada retrogradamente (de fora para dentro). Aumento da reação inflamatória (por serem dreno - “corpos estranhos”). PRINCIPAIS COMPLICAÇÕES
ANOTAÇÃO DE ENFERMAGEM Anote o local em que o dreno está inserido; Tipo de dreno; Característica da secreção drenada; Volume de secreção drenada; Tipo de coletor; Presença de sinais de infecção/sinais flogísticos na região de inserção do dreno. EXEMPLO Cuiabá , 20/09/18 - 10.00h. Cliente permanece com dreno laminar ( Pen rose) em QSD, apresenta débito sanguinolento em bolsa coletora de 50 ml, desprezado e trocado bolsa coletora.