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estimaram coeficientes de herdabilidade de 0,22 e 0,12 para C; 0,21 e 0,15 para P; e
0,22 e 0,12 para M. Faria et al. (2008), ao avaliar características de escores visuais pelo
sistema MERCOS, também relataram coeficientes de herdabilidade inferiores aos do
sistema EPM, com variação de 0,09 a 0,33, na raça Nelore.
Koury Filho (2005) encontrou estimativas de correlação genética entre E, P e M
positivas, sendo 0,49 entre E e P, 0,63 entre E e M e a mais expressiva entre P e M 0,90,
indicativo de que essas características P e M são controladas pelos mesmos genes de
ação aditiva.
Yokoo et al. (2009) estimou a correlação genética entre escores visuais (EPM) e
características de carcaça (AOL, EG, EGP8) medidos por ultrassom, em indivíduos na
raça Nelore. De maneira geral, todas as correlações foram moderadas e positivas, com
exceção de Estrutura Corporal e as características de espessura de gordura (EG e
EGP8), as quais foram baixas e negativas, como mostra a Tabela 1. Isso pode ser
exemplificado por animais com escores altos para estrutura e baixo para precocidade, ou
seja, são tardios e levam mais tempo para depositar gordura de acabamento.
Tabela 1: Estimativas de herdabilidade (h
2
), correlações genéticas (rg), fenotípicas (rf) e residuais (re) das
características área de olho de lombo (AOL), espessura de gordura subcutânea (EG), espessura de gordura
subcutânea na garupa (EGP8), estrutura (E), precocidade (P) e musculosidade (M), da raça Nelore.
Fonte: Yokoo et al., 2009.
Outra conclusão de importância econômica apresentada por Yokoo et al. (2009), é
que as correlações genéticas entre os escores visuais e AOL foram positivas e de
magnitude moderada, principalmente para M com correlação de 0,61. Isso indica que a
utilização de qualquer escore visual (E, P ou M) como critério de seleção, principalmente
para musculosidade, poderá resultar em animais com maior área de olho de lombo. As
estimativas de correlações genéticas entre EG e EGP8 e os escores visuais P e M foram
de 0,40 e 0,42; e 0,38 e 0,41 respectivamente, e demonstram que a seleção através de
avaliação visual para P, pode resultar em animais que depositam gordura mais cedo.
Escores visuais, apesar de terem natureza subjetiva, quando aplicados de
maneira criteriosa e por avaliadores qualificados, podem servir para alterar o valor
genético dos animais em caracteres relacionados com a carcaça, como grau de
desenvolvimento muscular e grau de acabamento (CARDOSO et al., 2001).
Característica
h
2
rg re rf rg re rf rg re rf
E 0,54 0,15 0,31 -0,02 0,23 0,11 -0,05 0,19 0,09 0,42
P 0,58 0,02 0,30 0,40 0,02 0,25 0,42 0,03 0,24 0,65
M 0,61 0,16 0,35 0,38 0,10 0,24 0,41 0,09 0,24 0,49
h
2
0,37 0,55 0,43
AOL (cm
2
) EG (mm) EGP8 (mm)