EPMURAS - Seleção e Acasalamento Dirigido

boicombula 11,805 views 67 slides Dec 01, 2009
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About This Presentation

"Método de avaliação visual EPMURAS na seleção e no acasalamento dirigido de zebuínos". Relatório das atividades desenvolvidas durante o Estágio Supervisionado do Curso de Graduação em Zootecnia. Autora: JULIANA FERRAGUTE LEITE. Junho 2009.


Slide Content

UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO
FFAACCUULLDDAADDEE DDEE ZZOOOOTTEECCNNIIAA EE EENNGGEENNHHAARRIIAA DDEE AALLIIMMEENNTTOOSS






Método de avaliação visual EPMURAS na seleção e no
acasalamento dirigido de zebuínos




Relatório das atividades desenvolvidas durante o Estágio Supervisionado
do Curso de Graduação em Zootecnia





JULIANA FERRAGUTE LEITE






Pirassununga/SP – Brasil
Junho - 2009

UUNNIIVVEERRSSIIDDAADDEE DDEE SSÃÃOO PPAAUULLOO
Faculdade de Zootecnia e Engenharia de Alimentos





ESTÁGIO SUPERVISIONADO CURRICULAR DE GRADUAÇÃO
CURSO DE ZOOTECNIA





NOME: Juliana Ferragute Leite
TÍTULO: Método de avaliação visual EPMURAS na seleção e no acasalamento
dirigido de zebuínos.
ÁREA: Melhoramento Animal
LOCAL: Brasilcomz – Zootecnia Tropical - Jaboticabal/SP
PERÍODO: 26/01/2009 à 20/06/2009
CARGA HORÁRIA: 580 horas
ORIENTADOR: Prof. Dr. Joanir Pereira Eler
SUPERVISOR: Zoot. Dr. William Koury Filho






Pirassununga/SP – Brasil
Junho - 2009

AGRADECIMENTOS

Começo lembrando de uma pessoa muito especial, um e xemplo de mulher
batalhadora, uma pessoa que sofreu muito, mas que nunca perdeu o sorriso, uma pessoa
que tocava meu rosto para ver o quanto eu tinha crescido, uma pessoa que sempre me
apoiou e acreditou que eu venceria, Vó Cida. Tenho certeza que você me olha, me guia,
me ilumina e hoje vê que eu venci. Saudades!

Não poderia ter realizado esse sonho se não fosse por meus pais, Anselmo e
Rosana, que me criaram para ser uma vencedora e ainda hoje ajudam a trilhar meus
caminhos. Obrigado por confiarem em mim, por sempre me apoiarem em minhas
decisões e por todo o investimento durante esses anos. Como vocês me ensinaram,
continuarei correndo atrás de meus objetivos e aproveitando o máximo de minha vida.
Amo vocês!

Sem palavras para explicar o quanto a República 51 significa para mim. Junto
com a Laura, Forminha, Lara e Cinthião construí, desde o primeiro ano de faculdade,
uma república unida e amizades que levarei para a vida toda. À República 51 e
agregados, Xaverinho, Rolinha e Bambu, agradeço pelo apoio em momentos difíceis,
pela paciência em momentos de raiva, pelos abraços e conselhos, mas sem duvida
nenhuma agradeço mais, pelas festas e rodeios, pelas risadas, pelas cervejinhas a
qualquer hora, pelos finais de semana intensos, pelo tempo gasto jogando conversa fora,
simplesmente por fazerem meus dias de faculdade mais felizes. Sentirei muita saudade
de tudo isso!

Às amizades mais antigas, Natália, Marcelo (Bob), Ana Carolina, Laila e
Fernanda, que mesmo distante, sempre tivemos tempo para uma ligação, um e-mail,
uma bagunça no final de semana. Vocês fazem parte da minha vida desde a escola,
passaram por muitos momentos difíceis e felizes e agora encerram mais uma fase ao
meu lado. Amo vocês!

A uma pessoa que merece um agradecimento especial. Cinthião, com certeza
deixo a faculdade uma pessoa melhor do que entrei, e muito disso é resultado do seu
carinho, da sua atenção, das nossas discussões e reconciliações, da sua amizade, que
me fez crescer muito durante esses quatro anos. Talvez eu esteja distante daqui para
frente, porém perto o suficiente sempre que você precisar de um almoço, conselho ou
puxão de orelha. Te amo!

A uma pessoa que entrou a pouco tempo na minha vida, porém se tornou muito
importante. Léo, obrigado por entender esse meu jeito, por participar da minha vida e por
todo carinho. Te amo!

Aos meninos da XXVII e agregados, que fizeram nossas aulas mais engraçadas e
menos tediosas, que organizaram os melhores churrascos e cervejadas, que animaram
muitas festas com suas musicas, às vezes desafinadas, porém inesquecíveis: Bisnaga,
Tortu, Gaylão, Esterco, Cafuzo, Neto, Zidane, Fedô, Come-cru, Macuco e Rasgada.

À República Choppana da UNESP-Jaboticabal, que me acolheu durante o
período de estágio obrigatório. Em especial agradeço a Guampa, Vagaba e Milka, pelo
carinho, confiança e risadas. Infelizmente esse período passou muito rápido, mas com
certeza deixou grandes momentos.

À minha veterana Fernanda Miller, por ser exemplo de uma excelente aluna e
profissional competente, pelas dicas em provas e trabalhos, por muitas horas de estágio
juntas e, principalmente, pela amizade e carinho.

Agradeço a todos os membros que passaram pelo grupo PET- Zootecnia durante
os meus três anos dentro do grupo e ao tutor Prof. Dr. Valdo R. Herling, pois esse
programa contribuiu, tanto para meu perfil profissional quanto para minha vida pessoal,
através das maravilhosas pessoas que conheci e dos grandes desafios que enfrentei.

Ao Grupo de Melhoramento Animal (GMA) da FZEA, em e special ao meu
orientador Prof. Dr. Joanir P. Eler, ao Prof. Dr. José Bento S. Ferraz, aos doutorandos
Victor (Preto) e Fernanda (Spingarda) e a Elisângela, pelos conhecimentos, ajudas,
conselhos e atenção.

Agradeço ao Dr. William Koury Filho, pela oportunidade de estágio, por acreditar
em mim, pelos ensinamentos e conselhos. Acima de tudo, agradeço ao William, Naomi,
Orlanda, Tiago e Mateus pelo grande carinho que me receberam e pela enorme
experiência de vida.

A todos aqueles que torceram e me apoiaram para que eu conquistasse os meus
objetivos, muito obrigada!

SUMÁRIO
1 INTRODUÇÃO .......................................................................................................... 1
1.1 O Zebu no Brasil ................................................................................................. 3
1.2 Avaliação Visual ................................................................................................. 5
2 DESCRIÇÃO DA EMPRESA ..................................................................................... 8
2.1 A Empresa Brasilcomz – Zootecnia Tropical....................................................... 8
2.2 Serviços prestados pela empresa ....................................................................... 9
3.2.1 Boi com Bula – Um novo conceito em comercialização de genética ...........11
3 ATIVIDADES DESENVOLVIDAS .............................................................................12
3.1 Avaliação Visual EPMU .....................................................................................12
3.1.1 Metodologia do EPMU ................................................................................13
3.1.2 Metodologia do RAS ...................................................................................16
3.2 Julgamento de Zebuínos ...................................................................................17
3.2.1 Metodologia de julgamento .........................................................................18
3.2.2 Conformação ..............................................................................................20
3.2.3 Aprumos .....................................................................................................23
3.2.3.1 Membros anteriores e posteriores vistos de perfil ................................23
3.2.3.2 Membros anteriores vistos de frente e posteriores vistos de trás .........25
3.2.4 Características reprodutivas .......................................................................26
3.2.5 Caracterização Racial .................................................................................27
3.2.6 Pigmentação...............................................................................................28
3.4 Desenvolvimento de web site ............................................................................33
4 CRÍTICAS E SUGESTÕES ......................................................................................36
5 CONCLUSÕES ........................................................................................................37
6 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS .........................................................................38
ANEXO A – Descrição da Viagem Prática realizada com a Brasilcomz. ..........................40
ANEXO B – Texto sobre avaliação morfológica, escrito após exercício prático na
Fazenda Guanabara, publicado no site da empresa Brasilcomz. .....................................44
ANEXO C - Principais diferenças nos padrões das raças zebuínas, segundo ABCZ. ......52

LISTA DE FIGURAS

Figura 1:Gráfico da evolução prevista do rebanho bovino brasileiro. ................................ 1
Figura 2: Gráfico representativo dos rebanhos mundiais de gado bovino. ........................ 2
Figura 3: Gráfico representativo das exportações mundiais de carne bovina. ................... 2
Figura 4: Gráfico demonstrativo da curva de crescimento dos biotipos precoce e tardio. . 5
Figura 5: Logo marca da empresa e seus significados. .................................................... 9
Figura 6: Representação esquemática das diferentes proporções que devem ser
avaliadas pelas características E, P e M. .........................................................................14
Figura 7: Referência de escala de escores para a característica umbigo na raça Nelore.15
Figura 8: Julgamento da raça Tabapuã na ExpoLondrina, 2009. .....................................18
Figura 9: Denominação das partes do corpo de bovinos. ................................................20
Figura 10: Diferenças morfológicas influentes na fertilidade. ...........................................21
Figura 11: Conformação ideal para bovinos de corte. ......................................................22
Figura 12: Nivelamento e afastamento adequado entre as ancas. ...................................22
Figura 13: Posicionamento de membros anteriores, da esquerda para direita: acampado,
sobre si e aprumos corretos. ............................................................................................23
Figura 14: Posicionamento de membros posteriores, da esquerda para direita: pés retos,
angulação exagerada, aprumos corretos. ........................................................................24
Figura 15: : Posicionamento de membros anteriores, da esquerda para direita: fechado de
frente, cambaio (fecha os joelhos e abre as mãos) e aprumos corretos...........................25
Figura 16: Posicionamento de membros posteriores, da esquerda para direita: fecha os
jarretes e abre os pés e aprumos corretos. ......................................................................26
Figura 17: Caracterização racial das raças zebuínas: Brahman (1), Cangaian (2), Gir (3),
Indubrasil (4), Nelore (5), Sindi (6), Guzerá (7), Tabapuã (8). ..........................................27
Figura 18: Exemplo de planilha utilizada para acasalamento dirigido. .............................32
Figura 19: Layout das avaliações genéticas de um animal que estarão disponíveis no web
site Boi com Bula. ............................................................................................................34
Figura 20: Layout do EPMURAS descritivo que será disponibilizado no web site Boi com
Bula .................................................................................................................................35

LISTA DE TABELAS

Tabela 1: Estimativas de herdabilidade (h
2
), correlações genéticas (rg), fenotípicas (rf) e
residuais (r
e) das características área de olho de lombo (AOL), espessura de gordura
subcutânea (EG), espessura de gordura subcutânea na garupa (EGP8), estrutura (E),
precocidade (P) e musculosidade (M), da raça Nelore. ..................................................... 7
Tabela 2: Características e ponderações contempladas no índice MGT da ANCP. .........30
Tabela 3: Legenda das DEPs utilizada pelo programa de melhoramento da ANCP. .......34
Tabela 4: Escores e notas equivalentes para as características de avaliação visual. ......35
Tabela 5: Classificação dos Índices Morfológicos. ...........................................................35

1 INTRODUÇÃO

Segundo o Instituto FNP
169,8 milhões de cabeças
de cabeças bovinas cresça lentamente, sendo que o ciclo pecuário determinará períodos
de expansão e contração do rebanho
2017, atingindo aproximadamente 190 milhões de cabeças
no ANUALPEC 2008 (Figura 1).

Figura 1: Gráfico da evolução prevista do rebanho bovino brasileiro.

É estimado para o mesmo período um aumento na produção
brasileira de 1,6 milhões de toneladas de equivalente carcaça, ou seja, a p
passará de 7,6 milhões de toneladas, produzidas atualmente, para cerca de 9,1
em 2017. Esse aumento se dará
principalmente, pelo aumento
Em termos mundiais
ficando atrás apenas da Índia,
é o primeiro país em exportação de carne bovina,
toneladas de equivalente carca
Unidos de acordo com dados do ANUALPEC 2008
per capita de carne bovina
kg/pessoa/ano, ficando atrás dos Estados Unidos, A
Instituto FNP. As importações brasileiras são mínimas, representando 29 mil toneladas,
ou seja, diferentemente dos Estados Unidos (maior consumidor per capita e importador
de carne bovina), o Brasil é capaz de produzir ca
Segundo o Instituto FNP, o rebanho bovino brasileiro, no ano de 2008, era
169,8 milhões de cabeças. A perspectiva para os próximos 10 anos é de que o número
de cabeças bovinas cresça lentamente, sendo que o ciclo pecuário determinará períodos
de expansão e contração do rebanho, mas a tendência final será de crescimento em
2017, atingindo aproximadamente 190 milhões de cabeças de acordo com dados obtidos
ANUALPEC 2008 (Figura 1).
Gráfico da evolução prevista do rebanho bovino brasileiro.
Fonte: ANUALPEC 2008.
É estimado para o mesmo período um aumento na produção
brasileira de 1,6 milhões de toneladas de equivalente carcaça, ou seja, a p
passará de 7,6 milhões de toneladas, produzidas atualmente, para cerca de 9,1
aumento se dará, tanto pelo crescimento do rebanho
principalmente, pelo aumento de produtividade do gado brasileiro (ANUALPEC, 2008)
Em termos mundiais, o Brasil corresponde ao segundo maior rebanho bovino,
ficando atrás apenas da Índia, que possui 281 milhões de cabeças (Figura 2)
é o primeiro país em exportação de carne bovina, com aproximadamente 2 milhões de
de equivalente carcaça, acima de países como Austrália,
de acordo com dados do ANUALPEC 2008 (Figura 3). Em relação ao consumo
per capita de carne bovina, o Brasil está em quarto lugar com cons
ano, ficando atrás dos Estados Unidos, Austrália e Canadá, de acordo com o
As importações brasileiras são mínimas, representando 29 mil toneladas,
ou seja, diferentemente dos Estados Unidos (maior consumidor per capita e importador
de carne bovina), o Brasil é capaz de produzir carne bovina com o menor custo de
1
no brasileiro, no ano de 2008, era de
próximos 10 anos é de que o número
de cabeças bovinas cresça lentamente, sendo que o ciclo pecuário determinará períodos
, mas a tendência final será de crescimento em
de acordo com dados obtidos

Gráfico da evolução prevista do rebanho bovino brasileiro.
É estimado para o mesmo período um aumento na produção de carne bovina
brasileira de 1,6 milhões de toneladas de equivalente carcaça, ou seja, a produção
passará de 7,6 milhões de toneladas, produzidas atualmente, para cerca de 9,1 milhões
rescimento do rebanho, quanto,
(ANUALPEC, 2008).
o Brasil corresponde ao segundo maior rebanho bovino,
(Figura 2). No entanto,
aproximadamente 2 milhões de
strália, Índia e Estados
. Em relação ao consumo
, o Brasil está em quarto lugar com consumo de 28
nadá, de acordo com o
As importações brasileiras são mínimas, representando 29 mil toneladas,
ou seja, diferentemente dos Estados Unidos (maior consumidor per capita e importador
com o menor custo de

produção mundial e em quantidade
ainda ser o maior exportador mundial.

Figura 2: Gráfico representativo dos rebanhos mundiais de gado bovino.

Figura 3: Gráfico representativo das exportações mundiais de carne bovina.

Mesmo com estimativas e estatísticas tão promissora s, os índices de
produtividade do rebanho brasileiro aind
80% do plantel bovino brasileiro, representados principalmente pela raça Nelore
2008). Esse gado se caracteriza pela rusticidade, adaptabilidade
sistemas de produção a pasto
esse sistema de baixo custo
genético, manejo e sanidade com objetivo de aumentar a
práticas podem elevar o Brasil à condição de
produção mundial e em quantidade suficiente para abastecer seu mercado interno e
ainda ser o maior exportador mundial.
: Gráfico representativo dos rebanhos mundiais de gado bovino.
Fonte: ANUALPEC 2008.
: Gráfico representativo das exportações mundiais de carne bovina.
Fonte: ANUALPEC 2008.
Mesmo com estimativas e estatísticas tão promissora s, os índices de
produtividade do rebanho brasileiro ainda são baixos. Os zebuínos constituem cerca de
80% do plantel bovino brasileiro, representados principalmente pela raça Nelore
. Esse gado se caracteriza pela rusticidade, adaptabilidade a
sistemas de produção a pasto e alta fertilidade, porém faz-se necessário incorporar a
sistema de baixo custo (pastagens e gado Zebu), técnicas de melhoramento
nejo e sanidade com objetivo de aumentar a eficiência do rebanho
práticas podem elevar o Brasil à condição de maior produtor de carne bovina
2
suficiente para abastecer seu mercado interno e

: Gráfico representativo dos rebanhos mundiais de gado bovino.

: Gráfico representativo das exportações mundiais de carne bovina.
Mesmo com estimativas e estatísticas tão promissora s, os índices de
Os zebuínos constituem cerca de
80% do plantel bovino brasileiro, representados principalmente pela raça Nelore (ABCZ,
a regiões tropicais,
se necessário incorporar a
técnicas de melhoramento
do rebanho. Essas
maior produtor de carne bovina do mundo e

3

aumentar a proporção de carne de qualidade destinado a mercados mais exigentes,
agregando mais valor à tonelada exportada.
Os programas de melhoramento genético têm por objetivo, traduzir os valores
genéticos em expressiva melhoria dos resultados produtivos/econômicos. As últimas
décadas mostraram exemplos de que a genética quanti tativa pode ser aplicada
diretamente em procedimentos de seleção em grandes rebanhos comerciais, trazendo
benefícios econômicos (PMGRN, 1996 e FRIES, 1999, citado por KOURY FILHO, 2001).
Muitas idéias se confrontaram a partir do momento em que se via a necessidade
de julgar um gado produtivo e não apenas de beleza racial. Durante anos a pecuária
nacional foi prejudicada pela seleção exclusiva de animais através da caracterização
racial ou baseada no moderno novilho de corte da década de 80 (“new type”), ou seja,
animais longilíneos e tardios. Na década de 90, este biotipo foi sendo desmistificado
como referência em pistas de julgamento e passou-se a dar preferência por animais com
características econômicas de carcaça mais evidentes e proporção equilibrada entre
profundidade de costelas e altura de membros (ABCZ, 1996, citado por KOURY FILHO,
2005).
A partir das primeiras metodologias de avaliações visuais, o biotipo do rebanho
brasileiro começou a mudar em busca de indivíduos mais pesados, com a conformação
mais desejada, enfatizando características como precocidade sexual e de acabamento, e
adequada distribuição das massas musculares, sempre pensando na qualidade do
produto final e na relação custo/benefício da atividade (KOURY FILHO, 2005).

1.1 O Zebu no Brasil

As raças zebuínas, originalmente introduzidas no Brasil são: Gir, Guzerá, Nelore e
Sindi, sendo formadas aqui as raças Indubrasil e Tabapuã. Foram ainda importados
alguns exemplares da raça Cangaiam, porém, até hoje, seu efetivo populacional é
bastante reduzido.
A entrada dos primeiros zebuínos ocorreu no século XIX, com a importação de um
casal de zebu, em 1875, oriundo do Jardim Zoológico de Londres, pelo Barão do Paraná.
Provavelmente o primeiro rebanho zebu estabelecido no Brasil foi o da Fazenda Santa
Cruz, de propriedade do Imperador D. Pedro I, no Rio de Janeiro, constituído de animais
procedentes da região do Nilo, na África, em 1826 (SANTOS, 1998 e PINEDA, 2001).
A história do gado zebu no Brasil se divide em quatro fases segundo Santos
(1998). O período das primeiras importações se caracterizou pela multiplicação através
de cruzamentos desordenados com raças nativas, ou mesmo entre as raças importadas.
Nesta primeira fase, que abrange o período de 1890 a 1920, não se eliminava nenhum

4

indivíduo, pois o objetivo era multiplicar o gado. A partir de 1919 iniciou-se o Herd Book
das raças zebuínas. Nesta fase houve predominância da raça Guzerá e a região de
Barretos se projetou como centro comercial com a instalação de um frigorífico de grande
porte para a época.
Na segunda fase, de 1925 até 1945, deu-se a formação do neozebuíno Indubrasil
através de intercruzamentos zebuínos. Esses cruzamentos se multiplicaram de tal
maneira que, em 1930, quase não existiam Guzerás. O excesso de cruzamento começou
a descaracterizar o gado Indubrasil como rústico e incentivar importações de gado puro,
que levou a valorização da raça Gir. Em 1938 teve início o Registro Genealógico em
Uberaba, para orientar a expansão das raças zebuínas. O zebu tornou-se tão
interessante que os norte americanos adquiriram centenas deles para consolidar a
formação do gado Brahman. Com a segunda Guerra Mundial, as exportações brasileiras
aumentaram consideravelmente, porém em 1945 o Brasil enfrentou uma grande crise
pecuária. Na tentativa de melhorar a produtividade do gado, iniciaram-se as Provas de
Ganho de Peso no estado de São Paulo, com destaque para a raça Nelore. O ponto de
venda mudou-se de Barretos para Araçatuba, ponto de compra do gado matogrossense e
goiano.
Na terceira fase, de 1945 a 1965, ocorreu uma mudança na mentalidade dos
criadores, que renunciaram aos cruzamentos indiscriminados e iniciaram uma seleção de
alta pureza racial em conjunto com os primeiros testes zootécnicos. Com a última
importação de genética indiana em 1962 e o surgimento das braquiárias, consolidaram a
posição do Nelore e de seus mestiços como a raça bovina de maior população e
importância do país (PINEDA, 2001).
De 1965 a 2000 está a quarta fase, caracterizada pela introdução das leis do
melhoramento genético na seleção pecuária, tanto para corte quanto para leite.
Incentivaram-se provas de ganho de peso, iniciou o controle de desenvolvimento
ponderal em 1968, surgiram os primeiros testes de progênie, e em 1974 foi lançado o
Projeto de Melhoramento Genético da Zebuinocultura (PROZEBU), dentro do Programa
Nacional de Melhoramento Zootécnico (PRONAMEZO). Oc orreu a massificação da
inseminação artificial e popularização e aumento do uso da transferência de embriões. A
partir da década de 80, duas iniciativas se destacaram: o lançamento do primeiro sumário
nacional de touros em convênio EMBRAPA-ABCZ e a primeira avaliação genética na
raça Nelore feita pela USP em Ribeirão Preto, São Paulo (PINEDA, 2001). O processo de
modernização avançou e em 1994 o PROZEBU deu espaço ao Programa de
Melhoramento Genético do Zebu (PMGZ), já na época com mais de quatro milhões de
pesagens. Na década de 1990, os frigoríficos começam a se consolidar em Goiás e Mato
Grosso, mudando o centro de comercialização.

5


1.2 Avaliação Visual

Segundo citação de Koury Filho (2001), Buchanan et al. (1982) definem seleção
como um diferencial de propagação entre indivíduos com fenótipos diferentes, como força
primária para mudanças na freqüência gênica em uma determinada população. Como
mecanismo de escolha dos animais que permanecerão no rebanho, é necessário a
definição de critérios de seleção de acordo com as tendências de mercado e o objetivo
do criador.
Desde a década de 60 em que a seleção de animais ba seada no peso
padronizado em diferentes idades ou em ganho de peso começou a ser utilizada nas
provas zootécnicas, o rebanho brasileiro apresentou melhora expressiva e benefícios
econômicos aos criadores, porém a seleção exclusivamente para peso, ao longo do
tempo, conduz a animais de maiores pesos a idade adulta, conseqüentemente mais
exigentes quanto aos requerimentos nutricionais. Em sistemas de produção a pasto,
predominante no Brasil, animais com peso adulto elevado aumentam o período de
permanência na propriedade até atingirem o acabamento de gordura ideal exigido pelos
frigoríficos, o que representa maior custo ao produtor (Figura 4).


Figura 4: Gráfico demonstrativo da curva de crescimento dos biotipos precoce e tardio.
Fonte: Brasilcomz – Zootecnia Tropical, 2009.

Jorge Jr et al. (2001), afirmam que sendo a tendência atual a busca por animais
precoces que atendam as exigências do mercado em termos de quantidade, qualidade
de carne e de equilíbrio com o sistema de produção, são necessárias mudanças nos
critérios de seleção. Os atuais programas de melhoramento propõem a seleção de
animais utilizando tanto características ponderais, quanto características relacionadas a

6

precocidades sexual, de crescimento e de terminação, aliadas aos índices reprodutivos e
à qualidade da carcaça.
Conforme citado por Koury Filho (2005), Fries (1996) afirma que a utilização de
escores visuais no Brasil coincide com a implantação do PROMEBO (Programa de
Melhoramento de Bovinos), em 1974. Essas avaliações foram baseadas em duas
metodologias: Escores de Conformação (EC) do U.S.D.A. (Departamento de Agricultura
dos Estados Unidos), e o Sistema de Avaliação Ankony (LONG, 1973). O Sistema de
Avaliação Ankony foi utilizado primeiramente nos EUA e se baseia numa escala absoluta
de 1 a 10 para cinco características: ausência de gordura excessiva (G); musculosidade
(M); tamanho do esqueleto (T); aprumos e estrutura óssea (A) e caracterização racial e
sexual (C).
Com a necessidade de um rebanho mais precoce em terminação e, não somente
com peso elevado, posteriormente surgiram no Brasil outros sistemas como DERAS e
PHRAS adotados pela ABCZ em 1980, que descrevia o que se esperava de um zebuíno
de corte em características ligadas a caracterização racial e características funcionais e
econômicas. Além dessas existem outras metodologias como MERCOS (musculosidade,
estrutura física, aspectos raciais e sexuais, conformação e ônfalo) utilizado no Programa
de Melhoramento Genético da Raça Nelore (PMGRN) e o sistema mais utilizado
atualmente, CPMU – Conformação, Precocidade, Musculosidade e Umbigo.
Desde 2004, a ABCZ adota a metodologia denominada EPMURAS, proposta por
Koury Filho (2001) e Koury Filho & Albuquerque (2002), com base em estudos de outras
metodologias e experiências de campo. O sistema EPMURAS abrange as características
estrutura corporal, precocidade, musculosidade, umbigo, caracterização racial, aprumos e
características sexuais. Os escores atribuídos às características E, P e M permitem
“desenhar” o biotipo do animal e saber como seu peso vivo se distribui; a característica
umbigo é importante por estar relacionada com a adaptação do animal ao sistema de
criação a pasto; e os escores para R, A e S determinam o sucesso reprodutivo e a
caracterização racial do rebanho.
Em publicações científicas pode ser encontrado herdabilidades e correlações que
afirmam a utilidade das avaliações visuais na seleção de bovinos. Koury Filho (2005) e
Yokoo et al. (2009), trabalhando com a metodologia EPM, encontraram herdabilidades
para os escores visuais de animais da raça Nelore, de 0,24 para E, 0,63 para P e 0,48
para M, sendo considerado moderado para E e altos para P e M. Esses valores podem
ser explicados pela grande variabilidade de tipos morfológicos existentes na raça Nelore.
Conforme citado por outros autores que analisaram escores visuais pelo sistema
CPM (conformação, precocidade e musculosidade), foram relatadas estimativas de
herdabilidade inferiores as do sistema EPM. Melis et al. (2003) e Forni et al. (2007),

7

estimaram coeficientes de herdabilidade de 0,22 e 0,12 para C; 0,21 e 0,15 para P; e
0,22 e 0,12 para M. Faria et al. (2008), ao avaliar características de escores visuais pelo
sistema MERCOS, também relataram coeficientes de herdabilidade inferiores aos do
sistema EPM, com variação de 0,09 a 0,33, na raça Nelore.
Koury Filho (2005) encontrou estimativas de correlação genética entre E, P e M
positivas, sendo 0,49 entre E e P, 0,63 entre E e M e a mais expressiva entre P e M 0,90,
indicativo de que essas características P e M são controladas pelos mesmos genes de
ação aditiva.
Yokoo et al. (2009) estimou a correlação genética entre escores visuais (EPM) e
características de carcaça (AOL, EG, EGP8) medidos por ultrassom, em indivíduos na
raça Nelore. De maneira geral, todas as correlações foram moderadas e positivas, com
exceção de Estrutura Corporal e as características de espessura de gordura (EG e
EGP8), as quais foram baixas e negativas, como mostra a Tabela 1. Isso pode ser
exemplificado por animais com escores altos para estrutura e baixo para precocidade, ou
seja, são tardios e levam mais tempo para depositar gordura de acabamento.

Tabela 1: Estimativas de herdabilidade (h
2
), correlações genéticas (rg), fenotípicas (rf) e residuais (re) das
características área de olho de lombo (AOL), espessura de gordura subcutânea (EG), espessura de gordura
subcutânea na garupa (EGP8), estrutura (E), precocidade (P) e musculosidade (M), da raça Nelore.

Fonte: Yokoo et al., 2009.

Outra conclusão de importância econômica apresentada por Yokoo et al. (2009), é
que as correlações genéticas entre os escores visuais e AOL foram positivas e de
magnitude moderada, principalmente para M com correlação de 0,61. Isso indica que a
utilização de qualquer escore visual (E, P ou M) como critério de seleção, principalmente
para musculosidade, poderá resultar em animais com maior área de olho de lombo. As
estimativas de correlações genéticas entre EG e EGP8 e os escores visuais P e M foram
de 0,40 e 0,42; e 0,38 e 0,41 respectivamente, e demonstram que a seleção através de
avaliação visual para P, pode resultar em animais que depositam gordura mais cedo.
Escores visuais, apesar de terem natureza subjetiva, quando aplicados de
maneira criteriosa e por avaliadores qualificados, podem servir para alterar o valor
genético dos animais em caracteres relacionados com a carcaça, como grau de
desenvolvimento muscular e grau de acabamento (CARDOSO et al., 2001).

Característica
h
2
rg re rf rg re rf rg re rf
E 0,54 0,15 0,31 -0,02 0,23 0,11 -0,05 0,19 0,09 0,42
P 0,58 0,02 0,30 0,40 0,02 0,25 0,42 0,03 0,24 0,65
M 0,61 0,16 0,35 0,38 0,10 0,24 0,41 0,09 0,24 0,49
h
2
0,37 0,55 0,43
AOL (cm
2
) EG (mm) EGP8 (mm)

8

2 DESCRIÇÃO DA EMPRESA

2.1 A Empresa Brasilcomz – Zootecnia Tropical

A Brasilcomz foi fundada no ano de 2004, na cidade de Jaboticabal, estado de
São Paulo, pelos zootecnistas Dr. William Koury Filho e Ma. Naomi Cristina Meister. A
empresa surgiu após vislumbrar a necessidade de consolidar um trabalho bem sucedido
do Dr. William no desenvolvimento de metodologias de coleta de dados de escores
visuais para programas de melhoramento, além das atuações nas áreas de julgamento
em exposições, assessoria a produtores em acasalamentos e seleção, treinamentos e
capacitação técnica para profissionais das Ciências Agrárias, criadores e colaboradores.
Em 2001, o Dr. William propôs em sua dissertação de mestrado um sistema de
avaliação visual de bovinos que colocasse os programas de melhoramento em uma
mesma direção, a eficiência produtiva. A nova metodologia proposta resultaria em DEPs
reconhecidas por todos os programas, sendo melhor utilizada pelo pecuarista. Com base
na metodologia usada pela ABCZ (Associação Brasileira dos Criadores de Zebu) foi
apresentado na dissertação um novo procedimento que foi chamado de PHRAMS,
composta pelas características precocidade, harmonia, características raciais, aprumos,
musculosidade e características sexuais.
Após maiores estudos e experiências de campo com outros sistemas de avaliação
visual (PROBOV, MERCOS, PHRAS, Sistema Ankony e CPM U), o Dr. William Koury
Filho e a Prof
a
. Dr
a
. Lúcia Galvão de Albuquerque propuseram, através de trabalho
publicado em 2002, a metodologia do EPMU – Estrutur a Corporal, Precocidade,
Musculosidade e Umbigo. No início de 2004, essa nova metodologia foi adotada
oficialmente pela ABCZ, sendo que para as provas de ganho de peso foram
acrescentadas as características Raça, Aprumos e Sexualidade, resultando na avaliação
fenotípica EPMURAS.
A proposta da Brasilcomz é colaborar no desenvolvimento da zootecnia tropical no
Brasil, ou seja, buscar a máxima eficiência do gado zebu, por seleção ou base para
cruzamentos, através da produção animal adequada ao cenário brasileiro, atendendo as
dinâmicas exigências dos mercados mundiais. Através da assistência técnica aos
pecuaristas na área de melhoramento animal, a empresa visa selecionar um gado cada
vez mais produtivo e adaptado contribuindo para a melhora da produção de carne
brasileira baseada em sistemas de produção a pasto.
O nome da empresa tem por objetivo associar a pecuária brasileira à zootecnia
tropical, com suas particularidades, dentre elas o destaque para adaptação do zebu.
Assim o “z” pode ser interpretado como zootecnia e zebu, além de uma visão mais

9

globalizada de colaboração no desenvolvimento de tecnologia para as faixas tropical e
subtropical. Seguindo o mesmo raciocínio, a marca da empresa foi elaborada com a
intenção de combinar algo que representasse o Brasil, o seu ambiente tropical e o gado
zebu, por isso optou-se pelo contorno identificando a bandeira nacional e o cupim dos
zebuínos, utilizando tonalidades da cor verde para representar a interação do pasto com
natureza (Figura 5). A Brasilcomz dispõe de um web site (www.brasilcomz.com) como
meio de divulgação de seus serviços e produtos, cursos, exposições agropecuárias,
trabalhos científicos, entre outras informações.

Figura 5: Logo marca da empresa e seus significados.
Fonte: Brasilcomz – Zootecnia Tropical, 2009.

A Brasilcomz é uma empresa familiar tendo seu escritório sediado na própria
residência dos sócios proprietários. Os projetos e assessorias são coordenados pelo Dr.
William Koury Filho e a gestão administrativa é de responsabilidade da Ma. Naomi
Meister.

2.2 Serviços prestados pela empresa

Atualmente, a atividade econômica mais expressiva da empresa são os
julgamentos em exposições agropecuárias. O Dr. William Koury Filho pertence ao quadro
de jurados da ABCZ, ABCSG e ABCCAN, e participou de importantes exposições nos
estados de São Paulo, Minas Gerais, Paraná, Rio de Janeiro, Mato Grosso, Pará, Mato
Grosso do Sul e Tocantins, além de exposições internacionais no Panamá, Bolívia e
México.

10

Em parceria com a Associação Nacional de Criadores e Pesquisadores (ANCP), a
Brasilcomz desenvolveu o SAM - Sistema de Avaliação Morfológica. As características
estrutura corporal, precocidade e musculosidade (EPM) são avaliadas em fazendas
participantes do Programa de Melhoramento Nelore Brasil da ANCP, gerando DEPs
morfológicas, ferramentas que ajudarão os pecuaristas na identificação de animais
funcionais e adequados a cada sistema de produção. Faz parte dessa parceria também,
a organização de treinamentos para a capacitação e credenciamento de consultores e
agentes internos para a coleta de dados, assim como o acompanhamento dos
consultores e agentes credenciados através da consistência e análise dos dados.
A empresa oferece consultoria genética em seleção de animais e acasalamento
dirigido, para criadores de zebu, com objetivo de selecionar e produzir reprodutores e
matrizes mais eficientes. A seleção consiste em apartar animais dentro de um rebanho,
 
utilizando-se critérios de avaliação genética e morfológica de acordo com os objetivos e
possibilidades de cada criador, em busca de reprodutores para teste de progênie e
matrizes de reposição. Esses animais além de servirem ao plantel de origem, podem ser
destinados para comercialização na própria fazenda ou leilões. Quando um indivíduo se
destaca, pode ingressar em centrais de inseminação, transferência de embriões e
fecundação in vitro. O acasalamento dirigido concilia o máximo de informação genética e
morfológica de cada animal, para definir os acasalamentos mais adequados a fim de
otimizar o potencial genético e funcional dos produtos que serão gerados para atingir os
objetivos do cliente.
Além dos treinamentos do SAM junto a ANCP, a Brasilcomz em parceria com
universidades públicas e privadas e empresas do agronegócio, organizam cursos e
palestras em diversas áreas como: julgamento de bovinos, avaliação visual (EPMURAS),
interpretação de sumários, seleção de animais, cadeia produtiva da carne bovina em
geral, entre outros. A empresa está envolvida também com produção científica e revisão
de trabalhos, uma maneira de estar sempre atualizada, em dinâmico processo de
desenvolvimento de tecnologias e dessa maneira contribuir para acadêmicos e
pecuaristas, conciliando base teórica e práticas exeqüíveis que podem contribuir para o
incremento do setor produtivo.
Poucas empresas no setor agropecuário oferecem publicidade técnica aos
criadores. Com suporte de empresas especializadas em informática e publicidade
(Núcleo TI, DGRAUS e Boldi Propaganda) a Brasilcomz desenvolve web sites,
propagandas e informativos, com assessoria técnica através de um profissional da área
de Ciências Agrárias, na elaboração de textos, fotos, vídeos e layout.
De acordo com a Brasilcomz, o perfil dos clientes da empresa são rebanhos
fornecedores de genética como: Nelore Jandaia, Nelore Grendene e Fazenda Serra

11

Negra; Programas de melhoramento como: Conexão Delta G Norte, Associação Nacional
de Criadores e Pesquisadores (ANCP), Progenel e PMGZ (Programa de Melhoramento
Genético de Zebuínos); além de associações de raças como: Associação Brasileira dos
Criadores de Zebu (ABCZ), Asociación Boliviana de Criadores de Cebú (ASOCEBU),
Asociación Colombiana de Criadores de Cebú (ASOCEBU) e Associação dos Criadores
de Nelore do Brasil (ACNB).

3.2.1 Boi com Bula – Um novo conceito em comercialização de genética

Trata-se de um produto em desenvolvimento que brevemente será lançado no
mercado pela Brasilcomz. Pensando na comercialização de animais, que normalmente é
realizada em leilões presenciais, leilões virtuais e mídia televisiva, o Boi com Bula propõe
um modelo inovador de comercialização de genética melhoradora via internet. De acordo
com a Brasilcomz, o objetivo é consolidar parcerias com fornecedores de animais
selecionados por avaliação reprodutiva, genética e morfológica, que disponibilizarão seus
animais na “prateleira virtual de produtos” no site www.boicombula.com.br, para
comercialização. Os clientes compradores terão confiança, através de uma etiqueta de
qualidade, de que o produto que estão adquirindo irá gerar resultados produtivos e
econômicos, conferindo maior garantia de satisfação nos resultados.
A venda de animais em leilões necessita de muito pr eparo, a chamada
“maquiagem”, para que estes se apresentem aos compradores aparentemente saudáveis
e em ótima condição corporal. Devemos admitir que fornecedores e clientes de genética
são prejudicados por essa comercialização baseada apenas na aparência. O maior
prejuízo acontece nos casos em que os animais que estavam recebendo dietas baseadas
em silagens e concentrados, encontram apenas pastagens e mineral nas propriedades
dos compradores, apresentando dificuldade de adaptação. A proposta do Boi com Bula é
diminuir gastos desnecessários, conscientizando o comprador em enxergar qualidade em
animais menos “maquiados” e mais adaptados, através de informações técnicas, para
que o bom produto ganhe valorização no mercado.
Para maior confiança do comprador, os produtos com a etiqueta Boi com Bula,
necessariamente deverão possuir atestado de fertili dade por exame
andrológico/ginecológico, estar em dia com o calendário sanitário vigente, serem
positivos em um programa de avaliação genética e/ou prova zootécnica e não possuírem
defeitos morfológicos desclassificantes. Informações fenotípicas serão coletadas na
propriedade do fornecedor de genética pelos consultores credenciados que irão: realizar
ou aprovar os exames andrológicos/ginecológicos, descrever o sistema de produção que

12

os animais a venda foram criados, coletar dados de idade, peso, perímetro escrotal e
EPMURAS descritivo do animal, também chamado de “retrato falado”.
A prateleira virtual terá um formato de fácil visualização da qualidade dos animais,
sendo disponibilizados fotos, vídeos, genealogia, avaliação genética, criador, frete, entre
outras informações de maneira interativa e de fácil acesso. Mesmo com as informações
disponíveis no site, existe o diferencial de atendimento ao cliente através de consultas
gratuitas, por telefone ou agendadas no escritório da Brasilcomz, para que o consultor
possa ouvir as necessidades do cliente e explicar, mais detalhadamente, sobre as
informações, indicando os produtos que melhor atend erão suas necessidades
particulares, de acordo com objetivos estabelecidos.

3 ATIVIDADES DESENVOLVIDAS

O estágio foi desenvolvido no período de 26 de janeiro a 07 de maio de 2009 com a
realização das seguintes atividades: internamente no escritório da Brasilcomz em
Jaboticabal - São Paulo foi realizado, o estudo da metodologia de avaliação visual
EPMURAS e das técnicas de Julgamento de Zebuínos, confecção de planilhas para
acasalamento dirigido, desenvolvimento do site Boi com Bula e gráficos de avaliação
genética e demais serviços de escritório. Externamente foi possível fazer avaliação visual
em uma fazenda cliente da Brasilcomz e participar, em pista, de um julgamento na
Exposição Agropecuária de Londrina.
No período de 01 a 20 de junho de 2009, foi realizado uma Viagem Técnica por
diversos estados brasileiros, onde foram feitas avaliações visuais, credenciamento de
criadores, palestras, curso de julgamento, entre outras. Essas atividades estão relatadas
em anexo (Anexo A), devido à viagem ter sido realizada após a entrega desse relatório.
Dessa maneira foi cumprida a carga horária de 580 horas, sob a supervisão do
Doutor William Koury Filho (Zootecnista – Coordenador de Projetos).

3.1 Avaliação Visual EPMU

Baseado em outros sistemas de avaliação visual (PROBOV, MERCOS, PHRAS,
Sistema Ankony e CPMU), o Dr. William Koury Filho e a Prof
a
. Dr
a
. Lúcia Galvão de
Albuquerque propuseram, através de trabalho publicado em 2002, a metodologia do
EPMU – Estrutura Corporal, Precocidade, Musculosidade e Umbigo. Esse sistema está
sendo utilizado oficialmente pela ABCZ (Associação Brasileira de Criadores de Zebu) no
Programa de Melhoramento Genético de Zebuínos (PMGZ – ABCZ/Embrapa) e pela

13

ANCP (Associação Nacional de Criadores e Pesquisado res) no Programa de
Melhoramento Nelore Brasil (antigo programa da USP).
Por ser um dos mais importantes serviços prestados pela Brasilcomz, no início do
estágio, ainda no escritório, a técnica de avaliação de escores visuais foi estudada
minuciosamente através de diversos trabalhos científicos, principalmente da dissertação
e da tese do Dr. William. Além do EPMU foi exigido conhecimentos sobre parâmetros
genéticos, DEPs (Diferença Esperada de Progênie) e interpretação de sumários.
Após conhecimento teórico, a prática de avaliação visual foi realizada na Fazenda
Guanabara, localizada em Andradina - São Paulo, propriedade da Agropecuária
Grendene participante do Programa de Melhoramento Nelore Brasil da ANCP. Essa
propriedade é especializada na produção de reprodut ores e matrizes para
comercialização em leilões e para julgamentos em exposições agropecuárias. O sistema
de criação do rebanho é a pasto com suplementação mineral e os animais destinados
para pista são confinados em cocheira.
Durante o estágio o item mais estudado foi o programa de melhoramento Nelore
Brasil. Segundo a ANCP, as fazendas participantes devem seguir um dos dois
cronogramas de pesagens, em que machos e fêmeas são pesados a partir do
nascimento até os 18 meses, em janeiro, abril, julho e outubro (1
o
cronograma) ou
fevereiro, maio, agosto e novembro (2
o
cronograma). Nessas mesmas datas deve ser
mensurado o perímetro escrotal dos 9 aos 18 meses de idade. As avaliações visuais são
feitas a desmama (180 a 240 dias de idade) e ao sobreano (480 a 600 dias de idade).
Esses dados são enviados para ANCP pela internet e as DEPs são disponibilizadas aos
criadores através do web site da associação.

3.1.1 Metodologia do EPMU

O objetivo das avaliações visuais é explicar de maneira mais clara a composição do
peso através de um “retrato falado” do animal, visando identificar biotipos mais eficientes
e produtivos para cada sistema de produção. O EPMU refere-se à Estrutura corporal (E),
Precocidade (P), Musculosidade (M) e Umbigo (U) e são avaliadas da seguinte maneira,
baseado na metodologia de Koury Filho (2005) e Koury Filho & Albuquerque (2002):
- Estrutura corporal (E): corresponde ao tamanho, ou área do animal visto de lado,
do dorso/lombo ao chão considerando as pernas. Trata-se basicamente do comprimento
corporal e altura do animal (Figura 6). Os escores variam de 1 a 6, sendo escore 1
pequeno e 6 grande.
- Precocidade (P): corresponde à relação entre comprimento de costelas e altura de
membros. O objetivo é identificar animais com maior profundidade de costelas, que

14

tendem a depositar gordura de acabamento mais cedo. Esse acabamento é possível de
ser observado na virilha baixa e arredondamento das massas musculares, baseado em
menos ossos salientes (ílio, ísquio, costelas e escápula), além de pontos específicos
como a inserção da cauda, maçã do peito, paleta e a coluna vertebral. Os escores variam
de 1 a 6, sendo escores menores atribuídos a indivíduos mais tardios e maiores para os
mais precoces.
A cobertura de gordura na carcaça de um animal é importante para os sistemas de
resfriamento dos frigoríficos brasileiros. É exigido uma camada mínima de espessura de
gordura de acabamento de 3 a 6 milímetros, para que não haja escurecimento da carne e
encurtamento das fibras musculares pelo resfriamento rápido (cold shortening), o que
prejudica suas características físicas e organolépticas. Além disso, animais mais
precoces permanecem menos tempo nos pastos e/ou confinamentos, encurtando o ciclo
de produção, aumentando a eficiência da atividade e, conseqüentemente, os lucros do
produtor.
- Musculosidade (M): corresponde a evidências de ma ssas musculares
principalmente observadas no posterior e na linha dorso-lombar, regiões onde estão
situados os cortes nobres. Animais mais musculosos são mais pesados e apresentam
maior rendimento de carcaça. Os escores variam de 1 a 6, sendo escore 1 para os
menos musculosos do lote e 6 para os mais musculosos.


Figura 6: Representação esquemática das diferentes proporções que devem ser avaliadas pelas
características E, P e M.
Fonte: Brasilcomz - Zootecnia Tropical, 2009.

15

- Umbigo (U): corresponde ao tamanho e posicionamento da prega umbilical,
considerando bainha e prepúcio nos machos. Importante característica para as condições
de produção brasileira – basicamente a pasto. Animais com umbigos muito pendulosos
estão mais susceptíveis a patologias, podendo comprometer a reprodução. Os escores
variam de 1 a 6, sendo escore 1 colado; 2, 3 e 4 funcionais; 5 e 6 pendulosos (Figura 7).


Figura 7: Referência de escala de escores para a característica umbigo na raça Nelore.
Fonte: Brasilcomz - Zootecnia Tropical, 2009.

As avaliações visuais para E, P e M utilizam referência relativa, sempre
comparando animais do mesmo lote de manejo, ou seja, indivíduos agrupados pela
fazenda, criados nas mesmas condições ambientais, principalmente, nutricionais e
sanitárias. Porém para a característica Umbigo a avaliação é absoluta, ou seja, sem
comparação com outro indivíduo e sim com a referência de variabilidade dentro da raça.
Para uma correta avaliação visual algumas etapas são sugeridas:
- ser feita pelo mesmo avaliador que deve ter em mente o biotipo referência e as
definições de cada característica em questão, sabendo com precisão que região do
animal deve ser observada;
- formar lotes com indivíduos separados por sexo, com no máximo 45 dias de
diferença de idade e avaliar primeiramente os lotes com os animais mais novos;
- observar o lote antes do momento da avaliação para identificar a média do grupo
para as características E, P e M (escores relativos);
- procurar avaliar os animais sob o mesmo campo de visão, a pé ou montado a
cavalo;
- não considerar o pedigree do animal, nem dados dos seus genitores;

16

- ser realizada de forma rápida e precisa, preferencialmente após as pesagens de
controle de desenvolvimento ponderal, no sentido de facilitar o manejo da propriedade.
Além das etapas descritas acima outros recursos podem ser utilizados para garantir
uma avaliação adequada: desvio de peso de cada animal segundo a média do lote de
manejo, e avaliação dos animais agrupados em dois ou três para facilitar a avaliação
relativa. O uso do desvio de peso auxilia na distribuição mais adequada dos escores no
lote. Um desvio positivo indica que esse animal deve receber escores mais altos, pelo
menos em alguma característica, assim como um desvio negativo indica que o animal
deve receber escores mais baixos, também para pelo menos uma característica.
As avaliações visuais realizadas na Fazenda Guanabara geraram um texto
intitulado “Avaliação Morfológica – Identificação de Diferentes Biotipos” que aborda
explicações práticas da metodologia e fotos ilustrativas, que foi publicado no web site da
Brasilcomz e está em anexo neste relatório (Anexo A).

3.1.2 Metodologia do RAS

As características Raça, Aprumos e Sexualidade, que fazem parte do EPMURAS,
têm funções importantes, não são meramente estéticas, e estão relacionadas à
adaptabilidade do gado zebu no ambiente tropical brasileiro. Alguns exemplos são:
bordos dos olhos negros e com pele enrugada, protegendo dos raios solares, assim
como espelho nasal pigmentado garantindo boa pigmentação do corpo do animal;
aprumos corretos garantem longevidade do animal no rebanho e sustentação na monta,
tanto do macho quanto da fêmea; e um touro com a tábua do pescoço e o cupim escuros,
mostram a ação da testosterona, o que pode garantir um bom reprodutor.
Essas três características são avaliadas de maneira absoluta, assim como o
Umbigo, porém seus escores variam de 1 a 4 para facilitar a classificação em fraco,
regular, bom e muito bom respectivamente. Conforme escrito pelo Dr. William, as
definições para R A S são:
- Caracterização Racial (R): todos os itens previstos nos padrões raciais
determinado pela Associação Brasileira dos Criadores de Zebu (ABCZ).
- Aprumos (A): avaliados através das proporções, direções, angulações e
articulações dos membros anteriores e posteriores.
- Características Sexuais (S): busca-se masculinidade nos machos e feminilidade
nas fêmeas, sendo que estas características deverão ser tanto mais acentuadas quanto
maior a idade dos animais avaliados. Avaliam-se os genitais externos, que devem ser
funcionais, de desenvolvimento condizente com a idade cronológica.

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3.2 Julgamento de Zebuínos

De acordo com a ABCZ, o Departamento de Julgamento das Raças Zebuínas
(DJRZ), sucessor dos anteriores Colégio de Juízes fundado em 19/08/1974, é
coordenado pela própria Associação Brasileira dos Criadores de Zebu (ABCZ),
responsável por todos os julgamentos das raças zebuínas do país. Funciona junto ao
Serviço de Registro Genealógico das Raças Zebuínas (SRGRZ) e está subordinado ao
Superintendente do Departamento Técnico.
Ao longo de sete décadas de seleção, as raças zebuínas passaram por diferentes
morfologias até chegarem ao conceito atual. No período entre 1938 a 1960, os
julgamentos tiveram como objetivo identificar raçadores e matrizes com alta
superioridade em tipo racial. Até meados de década de 70 procuravam-se indivíduos com
alto potencial de ganho em peso, período em que foi estabelecido o “new type” ou
“moderno novilho de corte”. Entre 1970 e 1980, a imagem do “new type” estava
consolidada e durante esse período buscou-se identificar animais com alto potencial de
ganho em peso, de estatura elevada e peso final muito alto (tipo longilíneo) (JOSAHKIAN,
2007).
Na década de 90 inicia-se o conceito de que só o ganho de peso não era
suficiente, mas sim, indivíduos que combinassem características reprodutivas, de
crescimento, de acabamento e maturidade sexual. Atualmente, prioriza-se biotipos mais
harmoniosos nas características econômicas de interesse, visando aumentar a eficiência
dos zebuínos. A busca por biotipos mais precoces redireciona os julgamentos para, além
de características raciais, morfologias mais produtivas.
Durante o estágio os métodos e critérios de julgamento foram estudados com
auxílio da apostila técnica “Curso de Noções em Morfologia e Julgamento de Zebuínos”
utilizada pela ABCZ, onde são abordados exterior de zebuínos, métodos e critérios de
julgamento, avaliação do tipo e padrões das raças. O exercício prático de julgamento foi
realizado na Exposição Agropecuária de Londrina, Paraná, onde o Dr. William Koury
Filho julgou a raça Tabapuã (Figura 8).

18


Figura 8: Julgamento da raça Tabapuã na ExpoLondrina, 2009.

3.2.1 Metodologia de julgamento

A prática do julgamento compreende métodos e critérios adequados de avaliação
dos animais. Esses critérios variam em função da definição inicial do propósito
econômico dos mesmos. Dois grandes grupos de interesse que se destacam são
indivíduos destinados para leite ou para corte.
Basicamente, podemos considerar como métodos de julgamento a avaliação
individual e a avaliação comparativa dos indivíduos. A avaliação individual, mesmo
tratando-se de um único individuo, torna-se comparativa por usar como referência o
biotipo médio da raça e as características raciais inerentes ao grupo genético ao qual o
animal pertence. Na avaliação comparativa, cada animal é comparado com um padrão
mental de referência, assim como na individual, e posteriormente, todos eles entre si,
estabelecendo-se um ranqueamento dentro do grupo (JOSAHKIAN, 2007).
Em exposições, os animais são agrupados e julgados por idade e, posteriormente,
classificados em categorias/campeonatos. As divisões das categorias mais comuns são:
Bezerra (8 a 11 meses), Bezerro (de 8 a 11 meses), Novilha menor (13 a 16 meses),
Novilha maior (16 a 24 meses), Junior menor (13 a 15 meses), Junior maior (16 a 24
meses), Fêmea jovem (27 a 30 meses), Touro jovem (27 a 30 meses), Progênie de pai e
Progênie de mãe.
Cada categoria deve ser julgada como se fosse um lote único e desse lote serão
apartados os melhores animais. Para ranquear os animais, deve-se visualizar o primeiro
lugar e os demais irão se alinhar naturalmente numa escala decrescente dos critérios

19

adotados. Na apresentação de cada categoria os animais desfilam em círculo, no sentido
anti-horário e depois permanecem parados lado a lado. O mais usual é que os animais
desfilem por ordem de idade, para facilitar a observação e ponderação de diferenças
positivas ou negativas com relação a idade, tipo e desenvolvimento (JOSAHKIAN, 2007).
Cada indivíduo é observado de frente para avaliar caracterização racial na
cabeça, amplitude de peito e arqueamento de costelas, que está correlacionada com
capacidade respiratória e desenvolvimento muscular, e aprumos dos membros
anteriores. Observando o animal por trás avaliamos o desenvolvimento de massas
musculares, por ser a região das carnes mais nobres, acabamento de gordura
(identificação de animais precoces), integridade do aparelho reprodutivo, aprumos dos
membros posteriores, importante para sustentação e reprodução. Ao olhar lateralmente,
pode-se observar aprumos dos dois membros, identificar animais precoces e tardios,
segundo a relação entre profundidade de costelas e altura de membros, a convexidade
das massas musculares e os pontos de acúmulo de gordura.
Durante a avaliação de cada animal são observados aprumos, caracterização
racial, conformação e características reprodutivas, porém a ordem de importância e de
níveis de descarte dessas características dependem do jurado e do propósito econômico
de cada julgamento. Segundo Josahkian (2007), no contexto do melhoramento genético é
preciso considerar o valor econômico de cada característica, a herdabilidade, a
importância relativa dentro da raça e as correlações genéticas e fenotípicas existentes
entre elas. Independente da ordenação das características, o objetivo do julgamento é
permitir um bom desempenho produtivo e funcional do animal.
Para julgar um animal e classificá-lo de acordo com a definição de raça ou com a
finalidade zootécnica, é necessário conhecimento das particularidades de cada raça,
segundo os padrões estabelecidos, e um conceito amplo do exterior desse animal (Figura
9). Todas as informações a seguir foram embasadas no texto “Exterior de Zebuínos” de
Machado (2007), publicado na Apostila Técnica do Curso de Noções em Morfologia e
Julgamento de Zebuínos da ABCZ.
O estudo do exterior de zebuínos compreende a divisão e nomenclatura das
partes do corpo, sua função e o que cada uma delas representa em quantidade e
qualidade de carne dentro da carcaça, a forma típica de cada região e eventuais
deformações, distinguindo-se as viciosas ou acidentais das de ordem genética ou
hereditárias (MACHADO, 2007).

20


Figura 9: Denominação das partes do corpo de bovinos.
Fonte: Apostila Técnica do Curso de Noções em Morfologia e Julgamento de Zebuínos – ABCZ, 2007.

3.2.2 Conformação

Ao avaliar a conformação do animal observado-se o desenvolvimento de massas
musculares, o acabamento de gordura, estrutura óssea, tórax e arqueamento de
costelas. Busca-se uma carcaça com musculatura compacta e bem distribuída por todo o
corpo, sendo ressaltados os músculos da região dorso-lombar e dos posteriores, de
maior importância econômica. Quando se examina os m úsculos, dar ênfase ao
comprimento, integridade e localização. A carcaça não deve ser pouco musculada ou
com músculos mal formados, sem integridade e mal localizados, quando se está
avaliando um animal produtor de carne. A gordura deve ser na medida certa para a idade
e carência e excessos devem ser condenados, pois a cobertura de gordura subcutânea é
extremamente importante para a conservação da carcaça (KOURY FILHO, 2001).
O animal deve apresentar constituição robusta e estrutura óssea forte, que
suporte bem o peso, porém não grosseira. Ossos grossos não são sinônimos de ossos
fortes. A conformação leonina é desclassificatória por ter correlação com subfertilidade
nas fêmeas. Como mostra a Figura 10, a vaca da esquerda apresenta características
morfológicas de subfertilidade como dianteiro bastante pesado, acúmulo de tecido

21

adiposo em excesso e cabeça pesada. À direita um animal com fenótipo funcional, boa
proporção dianteiro- traseiro com feminilidade evidente.

Figura 10: Diferenças morfológicas influentes na fertilidade.
Fonte: Prof. Jan C. Bonsma, África do Sul, 1983 citado por Koury Filho, 2001.

O peito deve ser amplo e com bom desenvolvimento muscular, denotando grande
capacidade respiratória, pois tem correlação positiva com a amplitude torácica. O tórax
por sua vez, deve ser amplo, largo e profundo. As costelas devem ser compridas,
proporcionais ao comprimento dos membros e largas, bem arqueadas, afastadas e com
espaços intercostais bem revestidos de músculos e sem depressão atrás das espáduas.
Uma característica exclusiva dos zebuínos é a presença do cupim ou giba,
localizada sobre a cernelha. É mais desenvolvido nos machos, acompanhando o restante
da musculatura corporal, deve apresentar forma de rim ou castanha de caju e apoiar-se
sobre o dorso, nas fêmeas é mais delicado e arredondado, proporcionando maior
feminilidade.
A região dorso-lombar, importante por representar uma área de carnes de
primeira, deve ser larga, reta e musculosa, mais evidenciada nos animais com aptidão
para corte, sendo permissível leve inclinação tendendo para a horizontal e deve estar
harmoniosamente ligada a garupa. Como mostra a Figura 11, à esquerda o alinhamento
correto de cernelha, dorso, lombo e garupa e à direta, largura da região dorso-lombo
ideal, principalmente para bovinos de corte. Defeitos graves como lordose (selado ou
côncavo), cifose
(elevado ou convexo) e escoliose (desvios laterais por ligamentos fracos
da coluna vertebral) são desclassificatórios. Também não deve ser mensa (fortemente
inclinada) nem tão pouco encoletada (estreitamento das primeiras costelas).

22


Figura 11: Conformação ideal para bovinos de corte.
Fonte: Herd-book da raça Limousin citado por Koury Filho, 2001.

A garupa é uma região muito importante por ser constituída de cortes nobres, por
isso, nos animais com aptidão para corte é desejável que essa massa muscular seja bem
espessa. Juntamente com o lombo, o dorso e a cernelha devem apresentar ligeira
inclinação tendendo para horizontal. Nas fêmeas, essa região deve ser cuidadosamente
analisada, pois determina o grau de facilidade do parto devido ao afastamento adequado
das ancas, mostrado na Figura 12, e da inclinação da garupa, região responsável
também pelo suporte do úbere. A garupa oblíqua é a mais adequada. As ancas devem
ser niveladas e são mais salientes nas fêmeas que nos machos. O sacro não deve ser
saliente, pois em geral corresponde a garupa inclinada, o que constitui grave defeito,
devendo estar no mesmo nível das ancas. A inserção da cauda deve ser harmoniosa,
não grosseira.


Figura 12: Nivelamento e afastamento adequado entre as ancas.
Fonte: Herd-book da raça Limousin citado por Koury Filho, 2001.

23

3.2.3 Aprumos

Define-se como aprumos a direção normal dos membros em toda a sua extensão,
ou em particular das suas diferentes regiões de forma a sustentar solidamente o corpo
animal e permitir o seu deslocamento fácil. Defeitos graves de aprumos comprometem
além da longevidade dos animais, o ato de monta para os machos e a capacidade de
suportar a cobertura pela fêmea. A avaliação deve ser feita examinando a direção dos
membros ou situação das suas diversas regiões, em relação à linha de aprumo partindo
de pontos diversos do corpo.

3.2.3.1 Membros anteriores e posteriores vistos de perfil

Os membros anteriores são considerados normais quando uma linha vertical
baixada da ponta da espádua atinge o solo a uma distância de 5 a 10 centímetros adiante
da unha. Para os membros posteriores, a vertical deve ser baixada da ponta da nádega
(tuberosidade isquiática) passando pela ponta do jarrete, alcançando o solo a distância
de 5 a 8 centímetros atrás das unhas.
Defeitos Totais
- Acampado de diante ou estacado: quando as unhas alcançam ou ultrapassam a
linha de aprumo (Figura 13).
- Sobre si de diante ou debruçado: quando o eixo do membro se inclina para trás,
obtendo uma distância muito maior que 10 centímetros da ponta da unha à vertical da
ponta da espádua.

Figura 13: Posicionamento de membros anteriores, da esquerda para direita: acampado, sobre si e aprumos
corretos.
Fonte: Herd-book da raça Limousin citado por Koury Filho, 2001.

24

- Sobre si de trás ou acurvilhado: o membro se afasta da linha de aprumo e o seu
eixo se projeta para trás, distanciando mais de 8 centímetros da linha de aprumo, assim o
membro fica sob o corpo do animal (Figura 14).
- Acampado de trás: o membro se aproxima, toca ou ultrapassa a linha de aprumo
que é a vertical da ponta da nádega. Como conseqüência a garupa apresenta-se
inclinada, o ângulo do jarrete muito fechado e o boleto baixo.


Figura 14: Posicionamento de membros posteriores, da esquerda para direita: pés retos, angulação
exagerada, aprumos corretos.
Fonte: Herd-book da raça Limousin citado por Koury Filho, 2001.

Defeitos Parciais
Para o exame dos desvios de joelho (membro anterior), usa-se a linha de aprumo
que parte do centro do cotovelo e atinge o solo atrás das unhas, dividindo o antebraço, o
joelho e a canela em duas partes aproximadamente iguais.
- Ajoelhado: quando o joelho se projeta frente à linha de aprumo.
- Transcurvo: quando o desvio é para trás da linha de aprumo.
As quartelas devem ter um ângulo de 45 graus com a horizontal, caso contrário
torna-se um defeito grave.
- Baixo de quartela: quando a quartela é muito comprida e o seu eixo com a
horizontal forma um ângulo menor que 45 graus. Esta angulação não permite o desgaste
normal da parte anterior das unhas, tornando-as muito longas, chamado de “achinelado”.
- Fincado de quartela: quando a quartela é muito curta com angulação superior a
50 graus. Este defeito faz com que ocorra o desgaste excessivo da parte anterior das
unhas, chamado “pé de burro”.
Para os membros posteriores o ângulo interno ideal dos jarretes é de 160 graus e
as quartelas devem formar um ângulo de 45 graus com a horizontal, assim como nos
membros anteriores.

25

- Jarretes fechados: ângulo menor que 160 graus e normalmente o animal é sobre
si de trás.
- Jarretes abertos: ângulo maior que 160 graus e normalmente o animal é
acampado de trás.
- Baixo de quartela: forma com o horizontal ângulo menor que 45 graus.
- Fincado de quartela: forma com o horizontal ângulo maior que 50 graus.

3.2.3.2 Membros anteriores vistos de frente e posteriores vistos de trás

A linha de aprumo para os membros anteriores visto de frente é uma vertical
baixada da ponta da espádua que divide a antebraço e a canela em duas partes
praticamente iguais. Os joelhos se encontram até dois terços para dentro desta linha, o
que é característica dos bovinos, especialmente dos zebuínos. Para os membros
posteriores são considerados normais, quando a vertical baixada da ponta da nádega
divide o jarrete, a canela, a quartela e o pé em duas partes praticamente iguais.
Defeitos totais
- Aberto de frente e Aberto de trás: quando os membros estão desviados para
fora, afastados da linha de aprumo (Figura 15).
- Fechado de frente e Fechado de trás: quando os membros estão convergentes
de cima para baixo para dentro da linha de aprumo.


Figura 15: Posicionamento de membros anteriores, da esquerda para direita: fechado de frente, cambaio
(fecha os joelhos e abre as mãos) e aprumos corretos.
Fonte: Herd-book da raça Limousin citado por Koury Filho, 2001.

26

Desvios parciais:
- Joelhos arqueados, Pés arqueados e Jarretes arqueados: estão projetados
muito para fora da linha de aprumo.
- Joelhos cambaios, Pés cambaios e Jarretes ganchudos: estão projetados muito
para dentro da linha de aprumo (Figura 16).


Figura 16: Posicionamento de membros posteriores, da esquerda para direita: fecha os jarretes e abre os pés
e aprumos corretos.

Fonte: Herd-book da raça Limousin citado por Koury Filho, 2001.

3.2.4 Características reprodutivas

O dimorfismo sexual deve ser bem evidente, ou seja, macho deve ter o aspecto
masculino e a fêmea aspecto feminino, de forma que o sexo do animal fique explícito sem
que seja necessário olhar o aparelho reprodutivo.
A bolsa escrotal deve ser constituída de pele fina, flexível e bem pigmentada,
contendo dois testículos de bom tamanho e simétricos, não devendo possuir anomalias
como o criptorquidismo, monorquidismo, hipoplasia ou hiperplasia. A bainha deve ser de
tamanho médio e bem direcionada, proporcional ao desenvolvimento do animal e o
prepúcio recolhido, sendo desclassificatório prepúcio relaxado.
A vulva deve apresentar conformação e desenvolvimento normais, em posição
oblíqua, facilitando a cobrição e a drenagem das secreções e fezes. O úbere deve ser
funcional, coberto por pele fina e sedosa, com tetas médias, bem distribuídas e
simétricas, não devendo ser penduloso ou subdesenvolvido, as tetas não devem ser
longas, grossas ou atrofiadas.

27

3.2.5 Caracterização Racial

As características raciais são observadas, basicamente na cabeça do animal,
onde estão as principais diferenças nos padrões de cada grupo racial, que determina a
conformação, posição, tamanho e particularidades de cada região.
Durante o estágio, a prática de julgamento foi realizada com a raça Tabapuã, por
isso será tomada como base para descrever a caracterização racial nesse relatório. É
importante lembrar que a expressão racial varia muito, mesmo dentre as raças zebuínas,
portanto segue em anexo (Anexo B) as principais diferenças na morfologia da cabeça de
cada raça (Figura 17).

Figura 17: Caracterização racial das raças zebuínas: Brahman (1), Cangaian (2), Gir (3), Indubrasil (4),
Nelore (5), Sindi (6), Guzerá (7), Tabapuã (8).
Fonte: Apostila Técnica do Curso de Noções em Morfologia e Julgamento de Zebuínos da ABCZ, 2007.

A cabeça deve ser de largura e comprimento médios, em forma de ogiva. Nos
machos deve ser mais curta e larga enquanto que nas fêmeas, mais comprida e estreita.
Assim como em outras raças, cabeças pesadas ou assimétricas são desclassificatórias.

28

O Tabapuã se caracteriza por ser uma raça mocha e a existência de batoque, calo ou
botão são desclassificatórios.
O perfil do Tabapuã deve ser sub-convexo ou retilíneo, formando nos machos,
suave convexidade entre os olhos e a marrafa. A fronte, moderadamente larga nos
machos e estreita nas fêmeas, sendo permissível a presença de nimbure. O chanfro,
reto, curto e largo nos machos e mais longo e estreito nas fêmeas. Desvios, depressão e
acarneiramento de chanfro são penalizados.
O focinho deve ser preto e largo, com narinas dilatadas e bem afastadas. É
permissível marmorização parcial e lambida, porém a predominância de coloração clara e
lábio leporino são desclassificatórios. A boca, de abertura média e com lábios firmes,
condenando prognatismo e inhatismo.
Os olhos pretos, elípticos, vivos, com órbitas ligeiramente salientes, nos machos
bem protegidos por rugas da pele, e cílios pretos. São permissíveis cílios mesclados e
cegueira unilateral adquirida, porém não devem ser exoftálmicos, gateados, cílios
totalmente brancos e cegueira bilateral.
As orelhas do Tabapuã devem ser simétricas e médias, relativamente largas.
Vistas de frente mostram-se voltadas para a face. Apresenta ligeira reentrância na
extremidade da borda inferior, sendo permissível a falta dela. Não é permitido orelhas
excessivamente longas ou curtas, assimétricas, encartuchadas ou em forma de lança. O
tamanho, formato e posição das orelhas são elementos que variam muito, por isso são
importantes na caracterização das raças e estão definidas no padrão-racial específico.

3.2.6 Pigmentação

A pigmentação é importante para os zebuínos, devido à adaptação aos climas
tropical e subtropical. Independente da coloração da pelagem, a pele deve ser preta ou
escura, solta, fina e flexível, macia e oleosa, não devendo possuir regiões com
despigmentação excessiva, principalmente nas partes não sombreadas. Áreas de
despigmentação fáceis de serem observadas são cílios, espelho nasal, barbela,
vulva/saco escrotal, úbere e vassoura da calda.
Na raça Tabapuã a pelagem deve ser de cor branca ou cinza e suas nuances.
Algumas manchas são permitidas, porém não muito carregadas e nem muito definidas na
cor. Os pelos devem ser finos, curtos e sedosos, e a pele preta ou escura.

29

3.3 Acasalamento dirigido

O acasalamento dirigido concilia o máximo de informação genética e morfológica
de cada animal, para definir os acasalamentos mais adequados a fim de otimizar o
potencial genético e funcional dos produtos que serão gerados para atingir os objetivos
do cliente.
Para o desenvolvimento dessa atividade durante o estágio na Brasilcomz, foi
necessário aprimorar conhecimentos de avaliação genética (DEP, DEP para efeito direto,
DEP para efeito materno, base genética, acurácia), características e índices dos
diferentes programas de melhoramento (Nelore Brasil, Aliança), interpretação de
sumários, e a genealogia e a régua de DEPs dos touros disponíveis em centrais de
inseminação.
Durante o estágio, a prática de acasalamento dirigido foi desenvolvida com o uso
dos dados de rebanho da Fazenda Kuluene, localizada no Estado do Mato Grosso,
propriedade da Agropecuária Nelore Jandaia, participante do Programa de Melhoramento
Nelore Brasil da ANCP. Essa propriedade direciona o processo de melhoramento
genético de seu plantel com foco principal na precocidade e na conformação de carcaça,
obtidas em sistema de criação a pasto, com preservação das características raciais. Tem
o objetivo de produzir reprodutores e matrizes com excelente avaliação genética para
comercialização em leilões.
As fazendas participantes do Programa de Melhoramento Nelore Brasil têm
acesso as informações de seu rebanho online no web site da ANCP. Através desse site
foram baixadas, em formato Excel, as avaliações genéticas de todas as matrizes
disponíveis para a próxima estação de monta. A planilha proveniente da ANCP utilizada
para direcionar os acasalamentos, contém as seguintes informações sobre cada animal:
RGN (Registro Genealógico de Nascimento), data de nascimento, safra, sexo, nome do
animal, nome do pai, nome da mãe, nome do avô materno, índice da ANCP (MGT) e
DEPs para todas as características avaliadas.
O Mérito Genético Total (MGT) corresponde ao índice que fornece ao criador a
oportunidade de escolher animais geneticamente superiores, porém harmonicamente
balanceados para reprodução, habilidade maternal, fertilidade, precocidade sexual e
crescimento pós-desmame. Esse índice foi desenvolvido pela ANCP e considera as
seguintes características e suas ponderações como mostra a Tabela 2.

30

Tabela 2: Características e ponderações contempladas no índice MGT da ANCP.

Fonte: Sumário 2009 da ANCP, 2009.

À planilha disponibilizada pela ANCP são adicionadas outras informações que
auxiliam nos acasalamentos, corresponde à descrição dos escores morfológicos de
EPMURAS descritivo (baseado em referência absoluta, ou seja, a população da raça em
questão) e comentários. Essas informações são coletadas em visita a fazenda antes da
estação de monta. Os comentários são observações de defeitos externos como,
pigmentação, chifre, cupim, entre outros, que podem ser minimizados nas progênies com
o acasalamento correto.
Os escores morfológicos de Estrutura Corporal, Precocidade, Musculosidade e
Umbigo, foram explicados anteriormente neste relatório, no entanto para a planilha de
acasalamento é necessário a inclusão de outras três características, Caracterização
Racial, Aprumos e Sexualidade. No caso do Nelore Jandaia, é importante preservar as
características raciais do rebanho, ao mesmo tempo em que seleciona-se animais
precoces e produtivos. Defeitos de aprumos devem ser eliminados, pois podem
comprometer a longevidade (permanência dos animais no rebanho), dificultando a busca
por alimento nos sistemas de produção a pasto, que pode prejudicar a condição corporal
dos animais, resultando indiretamente em descarte por falha na reprodução. Vale
ressaltar que touros com aprumos traseiros deficientes podem sentir dor ao efetuar o
salto, e as fêmeas ao suportar o peso do macho, diminuindo, mais uma vez, a eficiência
reprodutiva. Características sexuais do exterior do animal (masculinidade, feminilidade,
genitais) parecem estar diretamente ligadas à eficiência reprodutiva, e esta é a
característica de maior impacto financeiro na atividade.
A Brasilcomz opta por trabalhar as avaliações genéticas representadas em
percentil e classificadas em TOP%, artifício criado pela ANCP para auxiliar o criador a
situar o material genético de cada animal dentro de uma população. Por exemplo, um
animal TOP 1% significa que entre 1000 animais ele está entre os 10 melhores em
avaliação genética. Adota-se também, um sistema de coloração das DEPs na planilha,
para facilitar a visualização do TOP de cada característica no momento de definir os
Características Ponderações
Habilidade Maternal (MP120) 20%
Peso aos 365 dias (DP365) 20%
Peso aos 450 dias (DP450) 20%
Perímetro Escrotal aos 365 dias (DPE365) 10%
Perímetro Escrotal aos 450 dias (DPE450) 10%
Idade ao Primeiro Parto (DIPP) 15%
Período de Gestação (DPG) 5%

31

acasalamentos: azul (até 0,9%), verde (1 a 9%), branco (10 a 25%), amarelo (30 – 50%)
e vermelho (60 – 100%) (Figura 18).
Após a montagem da planilha com todos os dados descritos anteriormente, é
necessário conhecer o estoque de sêmen da fazenda, quantidade e reprodutor. Os
acasalamentos são direcionados utilizando, da melhor maneira, sêmen disponível na
propriedade e introduzindo sêmen de novos reprodutores, que aumente o progresso
genético do rebanho. Os novos reprodutores são escolhidos de acordo com as
características a serem corrigidas em cada rebanho e do objetivo do criador. Na planilha,
com auxilio das cores e dos comentários, identificam-se as maiores necessidades de
cada individuo e escolhe-se um reprodutor que possa minimizar defeitos e complementar
o material genético da futura progênie.

32



Figura 18: Exemplo de planilha utilizada para acasa lamento dirigido.
Fonte: Brasilcomz – Zootecnia Tropical, 2009.
Série
RGN Nasc Safra Sexo Nome Pai Mãe Avô Mat
AIA A6291 19/11/2006 2006 Femea A6291 DA JANDAIA OITAVO DA JANDAIA UKLA DA JANDAIA F1292
AIA A6294 19/11/2006 2006 Femea A6294 DA JANDAIA RAMBO DA MUNDO NOVO PELICA DA JANDAIA ORG, MATA VELHA
AIA A6299 19/11/2006 2006 Femea A6299 DA JANDAIA MEANDRO JANDAIA MOEDA DA JANDAIA RAMAPUI JANDAIA
AIA A6309 20/11/2006 2006 Femea A6309 DA JANDAIA RAMBO DA MUNDO NOVO PISTOLA DA JANDAIA SUECO DA JANDAIA
AIA A6313 20/11/2006 2006 Femea A6313 DA JANDAIA CINICO DA JANDAIA PERTENCA DA JANDAIA QUEPE DA SALETTE
AIA A6314 20/11/2006 2006 Femea A6314 DA JANDAIA POPI / 35 / 35 CHATA DA JANDAIA GALANTE POTY VR
AIA A6320 20/11/2006 2006 Femea A6320 DA JANDAIA RAMBO DA MUNDO NOVO PEUBA DA JANDAIA GALANTE POTY VR
AIA A6339 21/11/2006 2006 Femea A6339 DA JANDAIA TOROXO DA JANDAIA CORVETA DA JANDAIA DEDAL R,K
AIA A6342 21/11/2006 2006 Femea A6342 DA JANDAIA RAMBO DA MUNDO NOVO CORAMINA DA JANDAIA GALANTE POTY VR
AIA A6348 22/11/2006 2006 Femea A6348 DA JANDAIA BACKUP PIORRA DA JANDAIA ACARA DA JANDAIA
AIA A6349 22/11/2006 2006 Femea 6349 DA JANDAIA BACKUP REVVI DA JANDAIA LANDARIO
MGT MP120 DP365 DP450 DPE365 DPE450 DAOL DIPP DPG DED DPD DMD DES DPS DMS E P M U R A S Comentário
15 25 10 15 50 60 70 60 70 2 2 2 2 50 305 4 5 2 4 4 4
10 4 15 10 30 40 60 5 100 20 3 25 20 2 35 6 6 2 3 4 4
40 20 40 25 80 70 70 100 50 30 60 20 20 30 106 4 5 2 3 4 4 afundamento dir 1
10 1 25 15 10 15 60 15 100 25 20 50 30 15 606 5 4 2 3 3 4 pigmentação 2
40 4 90 80 4 15 70 20 20 40 60 30 30 40 504 5 4 2 3 3 4
25 50 25 20 80 70 40 50 40 10 4 20 40 10 405 5 4 2 4 3 4
10 0,5 20 15 25 40 30 15 100 10 4 4 0,5 30 106 4 5 2 3 4 4 temperamento 2
25 10 50 40 50 40 60 25 70 4 3 5 10 15 156 5 5 4 3 3 4
30 10 50 40 60 70 40 20 100 90 25 60 80 90 804 5 4 2 4 4 4 pigmentação 3, garupa 1
10 50 10 3 25 25 15 60 50 15 15 10 25 15 206 4 4 1 2 3 4
15 40 20 10 15 15 15 60 40 10 2 4 30 0,5 15 5 5 3 2 3 4 chifre 3

33

3.4 Desenvolvimento de web site

Com o desenvolvimento do produto Boi com Bula pela Brasilcomz foi necessário
alguns trabalhos no layout e de material para inclusão no web site. Juntamente com o
nucleoTI, empresa de desenvolvimento de web site, localizada em Uberaba, Minas
Gerais, foi desenvolvido um projeto onde se descrimina todos os itens que serão inclusos
no site. Esse projeto foi revisado diversas vezes e está em constante mudança, em busca
de um site interativo, de fácil navegação e compra pelo criador, disponibilizando grande
quantidade de informações sobre cada produto (genealogia, fotos, vídeos, proprietário,
EPMURAS descritivo, entre outras) e com garantia de qualidade e segurança da
Brasilcomz.
Durante o estágio foi necessário aprimorar o uso do Excel para estruturação de
gráficos demonstrativos da avaliação genética de cada animal, que estará disponível no
site do Boi com Bula. Para facilitar a estruturação dos gráficos dos novos animais a
serem inclusos, o gráfico base deve conter fórmulas (SE e PROCV), de maneira que as
alterações nos valores do TOP alterem automaticamente os outros componentes.
Considera-se difícil a compreensão das DEPs em valores absolutos, por isso os
gráficos de avaliação genética mostrarão em TOP ou DECA, (divisão de percentil, ou
seja, DECA 1 variando de 0,1 a 10% até DECA 10 de 90,1 a 100%), dependendo de
cada programa de melhoramento (ABCZ, Aliança e ANCP), assim como a denominação
adotada para as características em cada programa (Tabela 3).
O tipo de gráfico escolhido (barras horizontais), demonstrado na Figura 19, tem o
objetivo de facilitar a identificação dos animais positivos e negativos para cada DEP. O
centro do gráfico representa o TOP 50%, sendo que quanto mais para direita estiver a
barra, mais próximo de 0,1% estará o animal para de terminada característica,
representada pela cor azul. Da mesma maneira, quanto mais para a esquerda estiver a
barra, mais próximo de TOP 100% estará o animal, representada pela cor vermelha, ou
seja, mais negativo para determinada característica.

34


Figura 19: Layout das avaliações genéticas de um animal que estarão disponíveis no web site Boi com Bula.

Tabela 3: Legenda das DEPs utilizada pelo programa de melhoramento da ANCP.

Fonte: Sumário 2009 da ANCP, 2009.
DEP AC TOP%
MP120 -0,44 20 90
MP210 0,31 20 60
DP120 7,42 60 0,5
DP210 12,02 59 0,1
DP365 18,76 63 0,5
DP450 20,26 62 0,5
DPE365 0,31 40 10
DPE450 0,41 47 10
DAOL 0,27 29 15
DEG -0,01 34 30
DEGP8 -0,15 40 90
DIPP -0,99 21 2
DPG 4,28 59 100
DPA 32,26 21 100
DPAC 6,84 21 2
DSTAY 63,3 18 0,1
D3P 53,45 16 3
DPN 1,97 48 100
DED 20
DPD 1
DMD 1
DES 20
DPS 1
DMS 1
MGT 12,73 44 2
Sumário ANCP
MP120
MP210
DP120
DP210
DP365
DP450
DPE365
DPE450
DAOL
DEG
DEGP8
DIPP
DPG
DPA
DPAC
DSTAY
D3P
DPN
DED
DPD
DMD
DES
DPS
DMS
MGT
D3P
DIPP
DPE365
DPE450
DPG
DPAC
DSTAY
DPN
MP120
DP120
DP365
DP450
DPA
DAOL
DACAB
DREAT
DED
DPD
DMD
DES
DPS
DMS
DEP Direta para Peso aos 365 dias de Idade
DEP Direta para Peso aos 450 dias de Idade
DEP Direta para Peso Adulto da Vaca
DEP Direta para Área de Olho de Lombo
Reprodução
Crescimento
Medidas por Ultrassonografia
DEP para Produtividade Acumulada
DEP para Stayability
DEP Direta para Peso ao Nascer
DEP Materna para Peso aos 120 dias de Idade
DEP Direta para Peso aos 120 dias de Idade
DEP Direta para Probabilidade de Parto Precoce
DEP Direta para Idade ao Primeiro Parto
DEP Direta para Perímetro Escrotal aos 365 dias de Idade
DEP Direta para Perímetro Escrotal aos 450 dias de Idade
DEP Direta para Período Gestação
DEP Direta para Estrutura Corporal ao Sobreano
DEP Direta para Precocidade ao Sobreano
DEP Direta para Musculosidade ao Sobreano
DEP Direta para Acabamento de Carcaça
DEP Direta para Reatividade Animal
DEP Direta para Estrutura Corporal ao Desmame
DEP Direta para Precocidade ao Desmame
DEP Direta para Musculatura ao Desmame
Temperamento/Reatividade
Morfológicas

35

Devido ao fato da Brasilcomz ser uma das empresas pioneiras no uso de
avaliações morfológicas e acreditar que essas características possam auxiliar na busca
por um animal mais eficiente/produtivo e caracterizado, estará disponível no web site
gráficos de EPMURAS descritivo (Figura 20) mostrando os escores reais, a nota
equivalente segundo metodologia criada pelo Dr. William Koury Filho, e um índice
morfológico, que corresponde a soma das notas equiv alentes para as sete
características. Por exemplo, um animal com escores de EPMURAS 5, 4, 4, 3, 3, 4 e 4,
segundo a Tabela 4, somaria 32 pontos e se classificaria como excelente (Tabela 5).


Figura 20: Layout do EPMURAS descritivo que será disponibilizado no web site Boi com Bula

Tabela 4: Escores e notas equivalentes para as características de avaliação visual.




Tabela 5: Classificação dos Índices Morfológicos.
Índice Morfológico
Classificação
0 a 19 FRACO
20 a 24 REGULAR
25 a 28 BOM
29 a 31 MUITO BOM
32 a 34 EXCELENTE


CARAC. E. REAL NOTA ESCALA %
E 5 5 1-6 83,33
P 6 6 1-6 100,00
M 5 5 1-6 83,33
U 3 4 1-6 66,67
R 3 3 1-4 75,00
A 4 4 1-4 100,00
S 4 4 1-4 100,00
31 MUITO BOMÍNDICE MORFOLÓGICO
ÍNDICE MORFOLÓGICO
E
P
M
U
R
A
S
CaracterísticaEscores Reais Notas Equivalentes
E 1 a 6 mesmo escore dado pelo avaliador
P 1 a 6 mesmo escore dado pelo avaliador
M 1 a 6 mesmo escore dado pelo avaliador
U 1 a 6
escore 2, 3 e 4 --> 4 pontos;
escore 1 e 6 --> 1 ponto;
escore 5 --> 2 pontos
R 1 a 4mesmo escore dado pelo avaliador
A 1 a 4mesmo escore dado pelo avaliador
S 1 a 4mesmo escore dado pelo avaliador

36

4 CRÍTICAS E SUGESTÕES

Durante o estágio foi possível aplicar conceitos de melhoramento genético e de
ezoognósia aprendidos em sala de aula, na seleção de animais e em julgamentos
agropecuários. Sem dúvida essa base teórica é essencial para o bom desempenho
prático das atividades e foi muito bem ensinada pelos professores da FZEA, porém
acredito que essas disciplinas deveriam ter também um enfoque prático, de maneira que
o aluno ficasse esclarecido de como é possível aplicar e como vem sendo aplicado esses
conceitos no mercado de trabalho. A sugestão seria trazer profissionais das áreas para
ministrar palestras, mostrando a aplicação e a utilidade dos conceitos que nos são
transmitidos durante as disciplinas.
O estágio na Brasilcomz foi essencial para formar uma profissional com
experiência de campo em melhoramento animal, conhecimento de gado, envolvida no
real mercado do agronegócio e com muitos contatos de profissionais competentes. A
Brasilcomz é uma empresa pequena que carrega o nome do conceituado Dr. William
Koury Filho e muitos clientes importantes no meio, e com certeza tem muito a ensinar a
estudantes da área de ciências agrárias interessados em melhoramento animal e gado
de corte. A única sugestão seria a melhor organização do plano de atividades, para poder
distribuir da melhor maneira as atividades internas e externas que o estagiário realizará
para a empresa.

37

5 CONCLUSÕES

O uso de avaliações visuais consiste em um sistema simples e sem custo, com
alta correlação com precocidade de deposição de gordura e desenvolvimento de massas
musculares, que pode ser utilizada para selecionar animais com biotipos mais adequados
a cada sistema de produção, selecionando um gado mais eficiente que aumentará a
lucratividade do criador. Essa metodologia tem auxiliado também nos julgamentos em
exposições agropecuárias. Durante um longo período, os julgamentos tiveram por
objetivo selecionar apenas animais com a melhor caracterização racial, deixando de lado
características produtivas/econômicas. Atualmente busca-se identificar também
indivíduos que passem para suas progênies além de beleza racial e aprumos corretos,
precocidade e uma carcaça com bom desenvolvimento m uscular e revestimento de
gordura.
O Brasil tem participação expressiva no mercado mundial em produção e
exportação de carne bovina, tendo o segundo maior rebanho bovino composto por cerca
de 80% de zebuínos. Devido a necessidade de aumentar a produtividade brasileira nesse
setor, os programas de melhoramento genético têm contribuído para aumentar a
qualidade da carne exportada, o rendimento das carcaças no frigorífico, reduzir o tempo
para terminação dos animais, gerando assim benefícios econômicos para toda cadeia
produtiva da carne.

38

6 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

ANUALPEC 2008: Anuário da pecuária brasileira. São Paulo: Instituto FNP, Prol Editora
Gráfica, 2008.

ABCZ. História e Colégio de Jurados, 2008. Disponív el em
<http://www.abcz.org.br/conteudo/jurados>. Acesso em 04 de maio de 2009.

ANCP. Cronogramas. Disponível em <http://www.ancp.org.br/cronogramas.php?id=1>.
Acesso em 03 de maio de 2009.

BEZERRA, L.A.F.; LOBO, R.B. Análise genética de escores de avaliação visual de
bovinos com modelos bayesianos de limiar e linear. Pesquisa Agropecuária Brasileira,
v.43, p.835-841, 2008.

BRASILCOMZ – Zootecnia Tropical. Disponível em: <www.brasilcomz.com>. Acesso em
29 de abril de 2009.

FARIA, C.U. de; MAGNABOSCO, C.U.; ALBUQUERQUE, L.G. de; REYES, A. de los;
CARDOSO, F. F.; CARDELLINO, R. A.; CAMPOS, L. T. Componentes de (Co)Variância
e Parâmetros Genéticos para Caracteres Produtivos à Desmama de Bezerros Angus
Criados no Estado do Rio Grande do Sul. Revista Brasileira de Zootecnia, v. 30, n.1, p.
41-48, 2001.

FORNI, S.; FEDERICI, J. de F.; ALBUQUERQUE, L.G. de. Tendências genéticas para
escores visuais de conformação, precocidade e musculatura à desmama de bovinos
Nelore. Revista Brasileira de Zootecnia, v.36, p.572-577, 2007.

JORGE JÚNIOR, J.; PITA, F. V. C.; FRIES, L. A.; ALBUQUERQUE, L. G. Influência de
alguns fatores de ambiente sobre os escores de conf ormação, precocidade e
musculatura à desmama em um rebanho da raça Nelore. Revista Brasileira de
Zootecnia, v. 30, n. 6, p.1697-1703, 2001.

JOSAHKIAN, L. A. Métodos e critérios de julgamento. In: Apostila Técnica do Curso de
Noções em Morfologia e Julgamento de Zebuínos. Uberaba, MG: ABCZ, 2007.

KOURY FILHO, W.; ALBUQUERQUE, L. G. Proposta de met odologia para a coleta de
dados de escores visuais para programas de melhoram ento. In: CONGRESSO
BRASILEIRO DAS RAÇAS ZEBUÍNAS, 5., Uberaba, 2002 . Anais... Uberaba, 2002, p.
264-266.

KOURY FILHO, W. Análise genética de escores de avaliações visuais e suas
respectivas relações com desempenho ponderal na raç a Nelore. Pirassununga,
2001. Dissertação (Mestrado). Faculdade de Zootecnia e Engenharia de Alimentos, USP.

39

KOURY FILHO, W. Escores visuais e suas relações com características de
crescimento em bovinos de corte. 2005. Tese (Doutorado) - Universidade Estadual
Paulista, Jaboticabal.

LOBO, R.B..; BEZERRA, L.A.F; VOZZI, P.A.; MAGNABOSC O, C de U.;
ALBUQUERQUE, L.G.; SAINZ, R.D.; BERGMANN, J.A.G.; O LIVEIRA, H.N.
Avaliação genética de Touros e matrizes da raça nelore: Sumário 2009.
Ribeirão Preto, ANCP, 2009.

MACHADO, C. H. C. Exterior de Zebuínos. In: Apostila Técnica do Curso de Noções em
Morfologia e Julgamento de Zebuínos. Uberaba, MG: ABCZ, 2007.

MELIS, M.H. van; ELER, J.P.; SILVA, J.A. de V.; FERRAZ, J.B.S. Estimação de
parâmetros genéticos em bovinos de corte utilizando os métodos de máxima
verossimilhança restrita e Â. Revista Brasileira de Zootecnia, v.32, p.1624-1632, 2003.

PINEDA, N. R. Influência do zebu na produção de carne no Brasil. In: III SIMPÓSIO
NACIONAL DE MELHORAMENTO ANIMAL, 2000, Belo Horizon te. Disponível em:
<http://www.sbmaonline.org.br/anais/iii/palestras/iiip17.pdf>. Acesso em: 20 de abril de
2009.

SANTOS, R. O Zebu. Edição comemorativa dos 60 anos do Registro Genealógico da
ABCZ. Uberaba, MG: Editora Agropecuária Tropical, 1998.

YOKOO, M. J. I.; WERNEK, J. N.; PEREIRA, M. C.; ALBUQUERQUE, L. G.; KOURY
FILHO, W.; SAINZ, R. D.; LOBO, R. B.; ARAÚJO, F. R. C. Correlações genéticas entre
escores visuais e características de carcaça medidas por ultrassom em bovinos de corte.
Pesquisa Agropecuária Brasileira, Brasília, v.44, n.2, p.197-202, fev. 2009.

40

ANEXO A – Descrição da Viagem Prática realizada com a Brasilcomz.

No período de 01 a 20 de junho de 2009, foi realizado uma viagem prática com o
Dr. William Koury Filho, com a finalidade de atender diversos clientes e parceiros da
Brasilcomz em vários Estados brasileiros. Nessa viagem foram feitas avaliações visuais,
credenciamento de criadores, palestras, curso de julgamento, entre outras atividades que
foram de extrema importância para aplicação de todo conhecimento adquirido durante os
primeiros meses de estágio na empresa. Essas atividades foram descritas em anexo, por
terem sido realizadas após a primeira entrega desse relatório.
A seguir serão descritas as atividades realizadas durante a viagem.

1 Associação Brasileira dos Criadores de Zebu - ABCZ

No primeiro dia de viagem passamos pela cidade de Uberaba – Minas Gerais e
visitamos a ABCZ, que está localizada desde 1941, no Parque Fernando Costa. Trata-se
de uma entidade nacional que coordena e centraliza todas as atividades relacionadas ao
zebu nas áreas técnica, política e econômica. Com a atual presidência nas mãos de José
Olavo Borges Mendes, essa associação conta com cerca de 18 mil criadores, no Brasil e
no exterior.
Hoje a ABCZ é considerada a maior associação classista do setor pecuário
mundial e é responsável por grandes ações como a ExpoZebu, ExpoGenética, Registros
Genealógicos, Colégio de Jurados das Raças Zebuínas, Programa de Melhoramento
Genético de Zebuínos (PMGZ), Provas Zootécnicas (Desenvolvimento Ponderal, Ganho
de Peso e Controle Leiteiro), Sumário de Touros, entre outras ações que auxiliam o
desenvolvimento do zebu no Brasil.

2 Nelore Jandaia

O Nelore Jandaia está localizado, há 14 anos, na fazenda Kuluene no município
de Gaúcha do Norte - Mato Grosso. Há 44 anos, a seleção Nelore Jandaia direciona o
processo de melhoramento genético de seu plantel com foco principal na precocidade e
na conformação de carcaça obtidas em sistema de criação a pasto, com preservação das
características raciais.
Durante o período de oito dias na fazenda Kuluene, realizamos diversas
atividades como:

41

- Avaliações visuais (EPMU) de aproximadamente 1.000 animais, das categorias
desmama, sobreano, machos e fêmeas;
- EPMURAS descritivo de touros, entre 30 a 33 meses, que serão comercializados
em leilão, com a finalidade de identificar possíveis problemas de aprumos ou de
caracterização racial e auxiliar na separação das baterias do leilão usando determinadas
características;
- Seleção de touros através de avaliações genéticas, descartando do leilão
animais com MGT negativo;
- Acompanhamento do manejo diário da fazenda, localizada no Estado com o
maior número de zebuínos do Brasil, como o manejo de pastagens, ações no período
sem chuvas, manejo racional dos animais, ações para organização de leilões, entre
outras.
Além das atividades citadas acima, foi muito interessante conhecer pessoas
competentes e com muita experiência em agropecuária como o Sr. William Koury,
proprietário do Nelore Jandaia e o Prof. Dr. Raysildo B. Lôbo, presidente da ANCP.


Figura 1: Fazenda Kuluene (foto esquerda); Augusto (Alta Genetics), Juliana, Prof. Raysildo (ANCP), William
Koury Filho (brasilcomz), William Koury (Nelore Jandaia), foto da direita.

3 Credenciamento de Criadores em Avaliações Visuais

A empresa Rebanho – Assistência Veterinária, localizada na cidade de Campo
Grande – Mato Grosso do Sul, responsável pelo antigo Progenel, teve a iniciativa de
reunir um grupo de criadores de zebuínos interessados em participar de um programa de
melhoramento, para conhecer o SAM - Sistema de Avaliação Morfológica, uma parceria
da ANCP e da Brasilcomz.
Durante dois dias foi feito um credenciamento dos proprietários e/ou funcionários
das fazendas, para conhecerem os conceitos e realizarem avaliações visuais através da
metodologia do EPMU. Esse credenciamento é composto de aulas teóricas e práticas e

42

prova teórica e prática. A pessoa só estará credenciada se obtiver 70% de
aproveitamento em ambas as provas. A consistência d os dados desses novos
avaliadores deve ser conferida pelo programa de melhoramento que cada fazenda está
inserida.
Como estagiária da Brasilcomz tive a oportunidade de tirar dúvidas dos
participantes aplicando meus conhecimentos e participar desse credenciamento, estando
habilitada para fazer avaliações visuais.

4 Julgamento em Leilão – Três Lagoas – MS

No leilão organizado pela empresa Central Leilões, o Dr. William Koury Filho,
jurado efetivo da ABCZ, julgou lotes de bezerros da raça Nelore, machos e fêmeas, de
acordo com a homogeneidade do lote, caracterização racial, biotipo, condição corporal,
entre outras características. Foram premiados os cinco melhores lotes de machos e de
fêmeas, com o objetivo de identificar os melhores lotes para os compradores e aquecer
os lances do leilão.

5 Palestra sobre Avaliações Visuais – Três Lagoas – MS

Durante a exposição agropecuária de Três Lagoas (Expotrês), o Dr. William
ministrou uma palestra sobre EPMURAS, para criadores associados ao Sindicato Rural
da cidade. A palestra terminou com uma apresentação prática das principais
características e diferenças observadas em reprodutores e matrizes.


Figura 2: Palestra e atividade prática sobre EPMURAS na Expotrês.

43

6 Curso de Julgamento das Raças Zebuínas

Durante a 15
a
Feira Internacional da Cadeia Produtiva de Carne (Feicorte) em São
Paulo, a empresa Progênie Genética e Consultoria em parceria com a ABCZ e com a
Agrocentro, organizaram a terceira edição do curso oficial de julgamento de zebuínos. O
curso teve duração de três dias, com objetivo de formar não apenas juízes, mas também
conhecedores das raças zebuínas e seus biotipos. A programação engloba conhecimento
da história dos zebuínos no Brasil, a estrutura da ABCZ, avaliações visuais, aula teórica e
prática sobre aprumos e padrão racial de todas as raças zebuínas.
Como estagiária da Brasilcomz tive a oportunidade de sanar dúvidas dos
participantes com relação à empresa e seus serviços, e participar do curso como aluna,
estando habilitada a dar assistência em pistas de julgamento.


Figura 3: III Curso de Julgamento das Raças Zebuínas, Feicorte.

44

ANEXO B – Texto sobre avaliação morfológica, escrito após exercício prático na
Fazenda Guanabara, publicado no site da empresa Brasilcomz.

Avaliação Morfológica – Identificação de Diferentes Biotipos

“Um exercício prático da metodologia EPMU”
Juliana Ferragute Leite
1
& William Koury Filho
2
1
Estagiária da Brasilcomz
2
Coordenador de Projetos da Brasilcomz

Atualmente a busca por animais mais pesados como critério de seleção tem
aberto espaço para o uso de ferramentas que auxiliem na identificação de indivíduos com
a composição do peso mais adequada. A proporção dos diferentes tecidos, ossos,
músculo e gordura, além de vísceras e couro, podem variar, bastante, em indivíduos de
pesos próximos. Ao longo do tempo, a seleção apenas para peso inevitavelmente conduz
a animais de maior peso adulto, porém não necessariamente identifica biotipos mais
adaptados a nossos sistemas de produção.
Os escores visuais para Estrutura corporal, Precocidade e Musculatura, (EPM)
têm sido coletados em programas de melhoramento como ferramenta para visualizar o
biotipo do animal (fenótipo), e a capacidade do mesmo transmitir um biótipo a seus
descendentes (DEPs). Esse biotipo pode variar desde ultraprecoce a extremamente
tardio. As DEPs morfológicas de E, P e M são consideradas ferramentas simples e
econômicas, eficientes para o criador direcionar a seleção de seu rebanho para tamanho
e proporções, e poderão ser utilizadas de acordo com objetivos particulares.

Procedimentos para avaliação morfológica
As avaliações visuais para os programas de melhoramento são realizadas na
desmama, em torno de 205 dias, e ao sobreano, em torno de 550 dias. As avaliações
visuais utilizam referência relativa, sempre comparando animais do mesmo lote de
manejo, ou seja, indivíduos agrupados pela fazenda, criados nas mesmas condições
ambientais, principalmente, nutricionais e sanitárias.
Antes de iniciar as avaliações deve-se olhar o perfil geral dos animais do lote de
manejo que será avaliado (diferenças de biotipo para as características morfológicas de
EPM). Isso permitirá que os escores sejam melhor distribuídos em cabeceira, meio e
fundo, consequentemente gerando dados com maior var iabilidade, portanto mais
adequados para os programas de melhoramento genético. É importante que os animais
de um mesmo lote não tenham grandes diferenças de idade, sendo o ideal até 30 dias de
diferença entre o mais novo e o mais velho, porém são aceitáveis diferenças de até 60
dias.

45

As características morfológicas contempladas nos programas de melhoramento
são:
- Estrutura Corporal (E): corresponde ao tamanho, ou área, do animal visto de
lado, do dorso/lombo ao chão considerando as pernas. Basicamente comprimento
corporal e altura do animal. Os escores variam de 1 a 6, sendo escore 1 pequeno e 6
grande.
- Precocidade (P): corresponde a relação entre comprimento de costelas e altura
de membros. O objetivo é identificar animais com maior profundidade de costelas, que
tendem a depositar gordura de acabamento mais cedo. Os escores variam de 1 a 6,
sendo escores menores atribuídos a indivíduos mais tardios e maiores para os mais
precoces.
- Musculosidade (M): corresponde a evidencias de massas musculares. Animais
mais musculosos são mais pesados e apresentam maior rendimento de carcaça. Os
escores variam de 1 a 6, sendo escore 1 para os menos musculosos do lote e 6 para os
mais musculosos.
- Umbigo (U): corresponde ao tamanho e posicionamento da prega umbilical,
considerando bainha e prepúcio nos machos. Ao contrário das características anteriores
a avaliação é absoluta, ou seja, sem comparação com outro indivíduo e sim com a
referência de variabilidade dentro da raça. Importante característica para as condições de
produção brasileira – basicamente à pasto. Animais com umbigos muito pendulosos
podem se ferir nas pastagens, comprometendo a reprodução. Os escores variam de 1 a
6, sendo escore 1 colado; 2, 3 e 4 funcionais; 5 e 6 pendulosos.

Aplicação dos escores visuais no rebanho
O lote de manejo que deverá ser usado na avaliação, não é constituído
necessariamente pelos mesmos animais trazidos para o curral de avaliação. Por
exemplo, se na fazenda um lote de manejo é constituído por machos e fêmeas a serem
desmamados, e estes apresentam 90 dias de diferença entre o mais novo e o mais velho,
o adequado é separá-los em 4 lotes: fêmeas mais novas, fêmeas mais velhas, machos
mais novos e machos mais velhos, assim cada lote terá, no máximo, 45 dias de diferença
de idade.
Deve-se lembrar, mais uma vez, que antes de iniciar as avaliações, deve-se
observar o lote e identificar os piores e os melhores para cada uma das características de
E, P e M, dessa forma podendo melhor atribuir os escores relativos e, com isso, garantir
variabilidade, pois por pior ou melhor que seja um lote, pode ser separado em cabeceira,
meio e fundo.

46

Outro recurso que podemos utilizar para melhor adequar os escores é o desvio de
peso de cada animal segundo a média do lote de manejo. Um desvio positivo nos indica
que esse animal deve receber escores mais altos, pelo menos em alguma característica,
assim como um desvio negativo nos indica que o animal deve receber escores mais
baixos, também para pelo menos uma característica.
Os animais devem se apresentar ao avaliador agrupados em dois ou três, para
facilitar a avaliação relativa. O avaliador deve olhar os animais da mesma perspectiva, ou
seja, no chão, sobre o cavalo, etc. Avaliar primeiramente os lotes mais novos e depois os
lotes com os animais mais velhos.

Figura 1: Setas indicativas de Estrutura e Precocidade em machos ao sobreano
Relacionando três animais de um mesmo lote, devemos comparar a estrutura
segundo altura e comprimento corporal, como mostra a seta vermelha na Figura 1. A
precocidade, ilustrada pelas setas amarelas, deve ser avaliada pela relação entre
profundidade de costelas e altura de membros.
Observando as setas, podemos perceber que o animal 3 é o mais alto, porém tem
a menor profundidade de costelas, 5 para Estrutura e 1 para Precocidade, ou seja, um
biotipo extremamente tardio, que levará mais tempo e necessitará de maior peso para
acumular o mínimo necessário de gordura de acabamento – ciclo de produção mais
longo.

47

Já o animal 2 é um indivíduo de altura média, escore 4 para Estrutura, e o mais
representativo na profundidade de costelas, escore 6 para Precocidade. Esse biotipo
caracteriza um individuo precoce, que acumulará gordura de acabamento mais cedo, ou
seja, estará pronto para o frigorífico em menos tempo, economizando no consumo de
alimento – ciclo de produção mais curto.
Na figura 2 comparamos dois biotipos bem diferentes. Um animal precoce, e um
animal tardio, considerado menos eficiente para sistemas de produção a pasto.

Figura 2: Comparação de biotipos diferentes de machos ao sobreano
Podemos observar que embora os dois tenham escore 5 para Estrutura, o animal
1 se destaca na relação profundidade de costelas e altura de membros, recebendo
escore 5, enquanto que o animal 2 recebe escore 1 para a mesma característica,
Precocidade.
Para avaliar a característica Musculosidade o indicado é olhar o animal de lado e
por trás, dando ênfase ao posterior e à linha dorso-lombar, regiões onde estão situados
os cortes nobres. Quanto mais volumosas as massas musculares, maiores escores,
resultando também em melhores rendimentos de carcaça.

Na Figura 2 a Musculosidade é melhor representada no animal 1 que recebe
escore máximo 6, enquanto que o 2 recebe escore 1. Observando o desvio de peso em
relação ao lote, observa-se que embora tenham o mesmo es
corporal) o indivíduo 1 é 14,3 kg positivo e o 2 é 71,7 kg negativo. Isso se deve ao fato de
que o animal 1 contem muita massa muscular, pesando mais na balança.
Na Figura 3 os dois animais apresentam biotipos interessantes, com
para EPM e desvios positivos em relação ao lote, representando animais produtivos e
equilibrados.
Figura

Destaque para o Umbigo (U), característica que considera o tamanho e
posicionamento, o escore para U independe da comparação com outro ind ivíduo
(avaliação absoluta). Na Figura 3 os animais apresentam escores para Umbigo 2 e 3,
classificados como funcionais, ou seja, adequados para criação à pasto, pois minimiza
possibilidade de ocorrência
Ao avaliar fêmeas deve
aos machos contemporâneos, justificado pelo menor desenvolvimento e quantidade de
Na Figura 2 a Musculosidade é melhor representada no animal 1 que recebe
escore máximo 6, enquanto que o 2 recebe escore 1. Observando o desvio de peso em
se que embora tenham o mesmo escore de tamanho (estrutura
corporal) o indivíduo 1 é 14,3 kg positivo e o 2 é 71,7 kg negativo. Isso se deve ao fato de
que o animal 1 contem muita massa muscular, pesando mais na balança.
Na Figura 3 os dois animais apresentam biotipos interessantes, com
para EPM e desvios positivos em relação ao lote, representando animais produtivos e
Figura 3: Biotipos equilibrados de animais ao sobreano
Destaque para o Umbigo (U), característica que considera o tamanho e
escore para U independe da comparação com outro ind ivíduo
(avaliação absoluta). Na Figura 3 os animais apresentam escores para Umbigo 2 e 3,
classificados como funcionais, ou seja, adequados para criação à pasto, pois minimiza
possibilidade de ocorrência de injúrias e patologias.
Ao avaliar fêmeas deve-se considerar que são mais leves, quando comparadas
aos machos contemporâneos, justificado pelo menor desenvolvimento e quantidade de
48
Na Figura 2 a Musculosidade é melhor representada no animal 1 que recebe
escore máximo 6, enquanto que o 2 recebe escore 1. Observando o desvio de peso em
core de tamanho (estrutura
corporal) o indivíduo 1 é 14,3 kg positivo e o 2 é 71,7 kg negativo. Isso se deve ao fato de
que o animal 1 contem muita massa muscular, pesando mais na balança.
Na Figura 3 os dois animais apresentam biotipos interessantes, com escores altos
para EPM e desvios positivos em relação ao lote, representando animais produtivos e

Destaque para o Umbigo (U), característica que considera o tamanho e
escore para U independe da comparação com outro ind ivíduo
(avaliação absoluta). Na Figura 3 os animais apresentam escores para Umbigo 2 e 3,
classificados como funcionais, ou seja, adequados para criação à pasto, pois minimiza
se considerar que são mais leves, quando comparadas
aos machos contemporâneos, justificado pelo menor desenvolvimento e quantidade de

49

massas musculares, porém, estas apresentam maior acúmulo de gordura (Precocidade).
Na Figura 4 o animal 1 é inferior em tamanho (escore 2 para E), superior em
profundidade de costelas (escore 6 para P) e mediano em musculosidade (escore 4 para
M). Embora seja uma fêmea acima da média para P e M, seu desvio de peso em relação
ao lote é 22,5 kg negativo, explicado pelo escore 2 de Estrutura corporal.


Figura 4: Setas representando estrutura (E) e precocidade (P) em fêmeas ao sobreano
A fêmea 3 é mais tardia do que a 2 avaliado pela menor proporção entre
profundidade de costelas e altura de membros. A 2 é um animal mais equilibrado, mesmo
não apresentando escores máximos. É interessante observar que os animais 2 e 3
também apresentam desvio negativos, porém mais próximos da média, explicados pelos
escores de P e M, que possuem variação entre 3 e 4.
Ainda na Figura 4 temos amostra dos três escores de Umbigos considerados
funcionais.
Para observação e comparação foram agrupados na Figura 5, quatro machos com
biotipos diferentes e frequentemente encontrados. Conforme explicações acima
descritas, considera-se os dois animais de cima da figura, equilibrados e adequados, já
os animais de baixo são considerados tardios pela grande diferença entre os escores de
estrutura (altos) e de precocidade e musculosidade (baixos).

50


Figura 5: Biotipos diferentes de machos ao sobreano
Na Figura 6, ao recolocar os animais avaliados no grupo, seus escores devem
desenhar o biotipo do animal em relação ao lote de manejo em que está inserido.

Figura 6: Lote de manejo de machos ao sobreano

51


Considerações Finais
A metodologia de EPMU é simples, e tem o objetivo de tornar qualquer pessoa,
que trabalhe com bovinos, apta para coletar dados de avaliação visual. Para isso é
importante entender os conceitos de avaliação relativa, ter claramente a definição de
cada uma das características e conhecer as etapas a serem seguidas para realização de
uma avaliação conceitualmente correta. Além disso, é imprescindível que passe por
treinamento, credenciamento e pratique com avaliadores mais experientes para “calibrar”
os olhos.
A avaliação de EPMU tem acrescentado pontos positivos aos trabalhos de
seleção, identificando animais mais adaptados/adequados aos sistemas de produção em
que estão sendo criados, conseqüentemente mais férteis, e que apresentam não
somente pesos elevados, mas também biotipos produtores de carne, que no frigorífico
apresentarão maiores rendimentos, e melhor qualidade de carcaça retornando em maior
lucratividade ao criador.

52

ANEXO C - Principais diferenças nos padrões das raças zebuínas, segundo ABCZ.

Tabela 1: Principais diferenças no padrão racial da raça Brahman.
Característica
IDEAIS
PERMISSÍVEIS
QUE DESCLASSIFICAM
BRAHMAN
1 Cor da pelagem

Branca ou cinza, vermelho uniforme.
Terço anterior e posterior
geralmente mais escuros, nos
machos. Nas fêmeas, a cor é mais
clara.
Uma ou outra mancha não muito
definida ou gargantilha, nas
pelagens: branca, cinza e
vermelha. Cinza avermelhada e
suas nuances.
Preta. Pintada de preto.
Sarapintado
2 Perfil da
cabeça Reto ou sub-convexo Convexo ou côncavo
3 Fronte
Larga, com ligeira convexidade ou
plana Nimbure pouco acentuado
Convexa. Nimbure muito
acentuado.
4 Chanfro
Reto. De comprimento médio. Largo
e proporcional nos machos. Mais
estreito e delicado nas fêmeas.
Depressão (afundamento) uni e
bilateral
Com desvio ou torcido.
Acarneirado.
5 Orelhas
Médias, relativamente largas e com
pontas arredondadas. Com ligeira
reentrância na extremidade da borda
inferior.
Pesadas e compridas.
Excessivamente longas.
Apêndices suplementares
(dupla orelha).
6 Chifres De cor escura. Simétricos.
Pequenas manchas brancas na
ponta, ou rajados. Descornados
ou mocho natural.
Brancos.
Fonte: Adaptado da Apostila Técnica do Curso de Noções em Morfologia e Julgamento de Zebuínos, 2007.

53

Tabela 2: Principais diferenças no padrão racial da raça Cangaian.
Característica
IDEAIS
PERMISSÍVEIS
QUE DESCLASSIFICAM
CANGAIAN
1 Cor da pelagem

De cinza clara a cinza escuro, com
extremidades quase negras, nos
machos. Mais claro, nas fêmeas.
Manchas brancas, nas fêmeas;
mesmo na cara
Branca, nos machos. Outra
cor que não seja a cinza
2 Perfil da
cabeça Ligeiramente convexo Retilíneo Concavilíneo
3 Fronte
Larga, comdepressão entre os olhos
e a marrafa, principalmente nos
touros.
Nimbure pouco acentuado Nimbure. 4 Chanfro Reto. Longo ou largo.
Desvio, depressão ou
acarneirado.
5 Orelhas Pequenas, terminadas em pontas. Médias. Grandes e pendulares. 6 Chifres
Simétricos. Fortes e grossos nos
machos. Nascem bem próximos
encurvando-se para fora, para trás e
para frente, formando um meio
circulo e aproximando as
extremidades. Mais fino e mais
longo, nas fêmeas.
Com regiões claras.
Extremidades um pouco
afastadas. Ligeira assimetria.
Curtos. Dirigidos para os
lados ou para trás.
Fonte: Adaptado da Apostila Técnica do Curso de Noções em Morfologia e Julgamento de Zebuínos, 2007.

54

Tabela 3: Principais diferenças no padrão racial da raça Gir e Gir Mocha.

Característica IDEAISPERMISSÍVEIS QUE DESCLASSIFICAM
1 Cor da pelagem
Vermelha em todas as suas tonalidades: vermelha
gargantilha, vermelha chitada e chitada de vermelho .
Amarela em tonalidades típicas da raça: amarela
gargantilha, amarela chitada e chitada de amarelo.
Chita clara e rosilha clara ou moura de vermelho
(predominancia da cor branca, com orelhas e cabeça
total ou parcialmente avermelhada). Moura clara
(predominancia da cor branca com orelhas e cabeça
total ou parcialmente preta). Moura escura
(predominancia da cor escura, com cabeça e orelhas
pretas).
Preta. Amarelo-cobre ou
barrosa. Totalmente branca.
2 Perfil da cabeça Ultra-convexo
3 Fronte
Larga, lisa e proeminente, com a marrafa jogada para
trás.
Nimbure.
4 ChanfroReto. Largo e proporcional nos machos. Mais estreit o
e delicado nas fêmeas.
Levemente acarneirado.
Desvio, depressão ou acarneirado. Excessivamente
comprido e estreito.
5 Orelhas
Médias. Típicas, pendente, começando em forma de
tubo, com sua porção superior enrolada sobre si
mesma, abrindo-se em seguida gradualmente para
fora, curvando-se para dentro e, de novo, estreitan do-
se na ponta, com a extremidade curvada e voltada
para a face (gavião).
Muito curtas ou longas.
Movimentação viva. Ausência
de gavião.
6 Chifres
De cor escura, médios e simétricos. De seção elípti ca, achatados, grossos na base, saindo para baixo e para
trás. Preferidos os que se dirigem um pouco para
cima, encurvando-se para dentro, com as pontas
convergentes. Na mocha, ausência completa de
chifres.
Na mocha, presença de calo ou
batoque.
Móveis, grossos e redondos.
Predominancia da cor branca.
Na mocha, presença de chifres
ou de qualquer sinal de cirurgia.
GIR E GIR MOCHA
Fonte: Adaptado da Apostila Técnica do Curso de Noções em Morfologia e Julgamento de Zebuínos, 2007.

55

Tabela 4: Principais diferenças no padrão racial da raça Guzerá.
Característica
IDEAIS
PERMISSÍVEIS
QUE DESCLASSIFICAM
GUZERÁ
1 Cor da pelagem

De cinza clara a cinza escuro. Terços anteriores e
posteriores, geralmente mais escuros, atingindo, as
vezes, o negro. Nas fêmeas, a cor é mais clara.
Branca. Tonalidade avermelhada.
Pequenas pintas ou manchas
isoladas de cor branca, cinza,
avermelhada ou amarela.
Totalmente preta. Vermelha.
Amarela. Amarela-cobre ou
barrosa.
2 Perfil da
cabeça
Sub-concavo a retilíneo
Com ligeira convexidade ao nível
da arcada orbitária
Convexo
3 Fronte
Moderadamente larga, com ligeira concavidade
(semelhante a um prato) entre os olhos e a marrafa.
Menos larga, nas fêmeas.
Ligeiramente plana. Nimbure. 4 Chanfro
Reto. Largo e proporcional nos machos. Mais
estreito e delicado nas fêmeas.
Depressão (afundamento) uni e
bilateral
Desvio, acarneirado.
Excessivamente comprido e
estreito.
5 Orelhas
Pendentes, médias, relativamente largas e de
pontas arredondadas. Vistas de frente, mostram-se
medianamente voltadas para a face. Borda inferior
com ligeira reentrancia. Face interna de cor
alaranjada; com ou sem manchas pretas.
Apêndices suplementares (dupla
orelha). Falta de reentrância na
borda inferior.
Excessivamente curtas ou
longas.
6 Chifres
Desenvolvidos. Simétricos. De seção circular ou
elíptica na base, dirigindo-se horizontalmente para
fora ao sair do crânio, curvando-se para cima, em
forma de lira ou torquês, com as pontas voltadas
para dentro e para trás.
Anéis claros. Depressão circular
na base, coberta de couro
cabeludo. Descornados.
Curtos. Claros. Não em forma
de lira ou torquês. Dirigidos
para frente.
Fonte: Adaptado da Apostila Técnica do Curso de Noções em Morfologia e Julgamento de Zebuínos, 2007.

56

Tabela 5: Principais diferenças no padrão racial da raça Indubrasil.
Característica
IDEAIS
PERMISSÍVEIS
QUE DESCLASSIFICAM
INDUBRASIL
1 Cor da pelagem

Branca, cinza e vermelha uniforme, podendo as
extremidades ser escuras.
Amarela uniforme. Cinza
avermelhada e suas nuances.
Uma ou outra mancha não muito
definida ou carregada na cor, nas
pelagens: branca, cinza e
amarela.
Preta. Pintada de preto.
Manchas, no vermelho e no
amarelo. Sarapintado
2 Perfil da
cabeça De sub-convexo a convexo Retilíneo ou ultraconvexo
3 Fronte De largura média, lisa e ligeiramente saliente Nimbure pouco acentuado
Sulco ou depressão
pronunciados. Nimbure muito
acentuado.
4 Chanfro
Reto. Largo e proporcional nos machos. Mais
estreito e delicado nas fêmeas.

Desvio, acarneirado.
Excessivamente comprido e
estreito.
5 Orelhas
Pendentes. Longas a médias com a face interna no
pavilhão tendendo para frente e com as
extremidades curvando-se para dentro.
Extremidades com pequena
curvatura.
Curtas ou excessivamente
longas. Sem curvatura, nas
extremidades.
6 Chifres
Médios. De cor escura e simétricos, saindo para
fora, para trás e para cima, dirigindo-se em seguid a
para dentro, com as pontas rombudas e
convergentes; ou a ausência completa de chifres.
Pontas não convergentes. Rajas
brancas. Pequeno desvio; desde
que não prejudique a
conformação do crânio. Presença
de calo ou batoque.
Móveis. Com predominância
de cor clara. Excessivamente
assimétricos. Sinal de
cirurgia.
Fonte: Adaptado da Apostila Técnica do Curso de Noções em Morfologia e Julgamento de Zebuínos, 2007.

57

Tabela 6: Principais diferenças no padrão racial da raça Nelore.

Característica IDEAISPERMISSÍVEIS QUE DESCLASSIFICAM
1 Cor da pelagem Branca, cinza e manchada de cinza
Uma ou outra mancha não muito definida e
nem muito carregada na cor, diferente das
pelagens ideais. Nas fêmeas, tonalidade
avermelhada na região dorso-lombar e marrafa. Vermelha, amarela, preta e nuances destas:
vermelha malhada ou pintada de vermelho;
amarela malhada ou pintada de amarelo; preta
ou pintado de preto.
Pombo. Amarelo-cobre ou barrosa.
2 Perfil da cabeça Sub-convexo Retilíneo, nas fêmeas.Côncavo. Retilíneo nos machos.
3 Fronte
Seca e descarnada, apresentando na linha média do crânio, no sentido longitudinal, uma
depressão alongada (goteira).
Nimbure pouco acentuado
Larga junto à base dos chifres.
Nimbure muito acentuado.
4 Chanfro
Reto. Largo e proporcional nos machos. Mais
estreito e delicado nas fêmeas.
Depressão (afundamento) uni e bilateral
Desvio, acarneirado. Excessivamente comprido e
estreito.
5 Orelhas
Curtas, com simetria entre as bordas
superiores e inferiores, terminando em ponta
de lança. Com a face interna do pavilhão
voltada para frente. Movimentação ativa.
Médias. Bordas inferiores e superiores
assimétricas.
Excessivamente pesados. Face
interna do pavilhão voltada para a
cara. Pontas arredondadas ou
voltadas para trás.
6 Chifres
De cor escura. Firmes. Curtos, de forma cônica, mais grossos na base, achatados e de
seção oval, de superfície rugosa e estrias
longitudinais. Nascem para cima,
acompanhando o perfil, bem implantados na
linha da marrafa, assemelhando-se a dois
paus fincados simetricamente no crânio. Com
o crescimento, podem dirigir-se para fora, para
trás e para cima, ou curvando-se, as vezes,
para trás e para baixo; ou ausência completa
de chifres.
Móveis. Rajados de branco. Assimétricos. Com
pontas ligeiramente curvadas para frente,
desde que sejam curtos, de seção oval,
cônicos e achatados. Nas fêmeas, podem se
apresentar em forma de lira estreita e
alongada, não convergente nas pontas; ou
presença de calo ou batoque.
Redondos. Lisos e pontiagudos. Em forma de lira. Excessivamente
longos, nos machos; ou com sinal
de cirurgia.
NELORE
Fonte: Adaptado da Apostila Técnica do Curso de Noções em Morfologia e Julgamento de Zebuínos, 2007.

58

Tabela 7: Principais diferenças no padrão racial da raça Sindi.
Característica
IDEAIS
PERMISSÍVEIS
QUE DESCLASSIFICAM
SINDI
1 Cor da pelagem

Vermelha e suas tonalidades. Os machos
são mais escuros, principalmente nas
espáduas, cupim e coxas, chegando quase
ao preto. Tonalidade mais clara ao redor do
focinho e das quartelas e nas áreas
sombreadas.
Tonalidade mais clara ao redor dos olhos.
Manchas brancas em extensão reduzida no
ventre para as fêmeas.
Branca. Excessivamente
malhada, amarela clara,
acinzentada ou barrosa.
2 Perfil da
cabeça Sub-convexo Retilíneo ou côncavo.
3 Fronte De largura média, com goteira nos machos. Nimbure acentuado. 4 Chanfro
Reto. Curto e largo nos machos e mais
estreito e mais longo nas fêmeas.
Levemente acarneirado.
Desvio, depressão, acarneirado.
Excessivamente comprido e
estreito.
5 Orelhas
Médias, largas, um pouco pendentes, bem
delineadas com leve reentrância na borda
inferior.
Excessivamente curtas, longas,
largas ou estreitas. Começando
em forma de tubo e com pontas
arredondadas.
6 Chifres
Nos machos, curtos, curvos ou retos, firmes
e de grossura média; podendo ser
direcionados para os lados, para trás e para
cima. De tamanho médio e mais finos nas
fêmeas e curvados para dentro. Ausência
completa de chifres.
Um pouco grossos, rajados de branco ou de
amarelo. Com pontas ligeiramente curvadas
para frente, desde que sejam curtos.
Assimetria ou não convergentes nas pontas.
Presença de calo ou batoque.
Longos. Redondos. Lisos e
pontiagudos. Móveis. Brancos.
Em forma de lira ou retorcidos.
Sinal de cirurgia.
Fonte: Adaptado da Apostila Técnica do Curso de Noções em Morfologia e Julgamento de Zebuínos, 2007.

59

Tabela 8: Principais diferenças no padrão racial da raça Tabapuã.
Característica
IDEAIS
PERMISSÍVEIS
QUE DESCLASSIFICAM
TABAPUÃ
1 Cor da pelagem

Branca ou cinza e suas nuances.
Uma ou outra mancha, não muito carregada
e nem muito definida na cor, diferente das
pelagens ideais.
Vermelha, amarela e preta;
malhada ou pintada de vermelho,
amarelo e preto. Amarelo-cobre
ou barroso.
2 Perfil da
cabeça
Sub-convexo ou retilíneo, formando, nos
machos, ligeira convexidade entre os olhos
e a marrafa.
Convexo ou côncavo
3 Fronte
Moderadamente larga nos machos e estreita
nas fêmeas.
Nimbure. 4 Chanfro
Reto. Largo e proporcional nos machos.
Mais estreito e delicado nas fêmeas.

Desvio, depressão, acarneirado.
Excessivamente comprido e
estreito.
5 Orelhas
Médias e relativamente largas. Vistas de
frente mostram-se voltadas para a face.
Simétricas. Com ligeira reentrância na
extremidade da borda inferior.
Pesadas. Falta de reentrância na borda
inferior.
Excessivamente longas ou curtas.
Encartuchadas ou em forma de
lança. Assimétricas.
6 Chifres Inexistentes

Existência de batoque, calo ou
botão. Linha da marrafa
horizontal.
Fonte: Adaptado da Apostila Técnica do Curso de Noções em Morfologia e Julgamento de Zebuínos, 2007.

UUNNIIVVEERRSSIIDDAADDEE DDEE SSÃÃOO PPAAUULLOO
Faculdade de Zootecnia e Engenharia de Alimentos






Método de avaliação visual EPMURAS na seleção e no acasalamento
dirigido de zebuínos


Relatório das atividades desenvolvidas durante o Estágio Supervisionado do Curso
de Graduação em Zootecnia


Data da Defesa:
26 de junho de 2009.

Banca Examinadora:
Prof. Dr Joanir Pereira Eler
Prof. Dr José Bento Sterman Ferraz
Doutorando Victor Breno Pedrosa


_______________________________
Juliana Ferragute Leite
Acadêmica


_______________________________
Prof. Dr. Joanir Pereira Eler
Orientador