A autobiografia é a escrita das principais características da vida pela
própria pessoa. Assim, a pessoa narra fatos sobre sua vida pessoal. Ela é um
gênero literário narrativo.
Podemos citar alguns exemplos notórios de autobiografias como O
Diário de Anne Frank e a Mein Kampf, de Adolf Hitler.
O que significa Autobiografia?
AUTO: a si mesmo. Autobiografia significa “o registro escrito da própria
vida”, ou seja, uma biografia escrita pelo próprio autor, que seleciona e
narra acontecimentos de sua própria vida.
Como fazer, o que escrever, quais informações devem constar na
autobiografia?
No gênero autobiografia, o autor narra na primeira pessoa do singular
ou do plural (eu/nós) acontecimentos que seleciona da sua própria vida, em
geral, com o objetivo de caracterizar sua personalidade.
Comece a escrever sua autobiografia pesquisando sua própria vida.
Para facilitar, escreva a linha do tempo da sua vida, para incluir as datas e
eventos mais importantes.
Escreva tudo que lembrar, depois selecione os fatos mais importantes.
Inclua sua história familiar também. Anote informações sobre a vida dos
seus avós, seus pais, irmãos, tios, primos, vizinhos, amigos etc.
As informações sobre sua história familiar vão ajudar os leitores a
entenderem como você se tornou a pessoa que é. Anote informações sobre
sua infância. Qual a sua lembrança mais prazerosa? Como eram seus pais?
Você tem irmãos? Como eram suas brincadeiras? Você gostava de ir para a
escola? Por quê?
Escreva:
1. Seu nome completo (autor/protagonista da história);
2. Local e data de nascimento (cidade, estado, país) / idade atual;
3. Onde estudou/onde estuda;
4. Onde viveu;/onde vive;
5. Fatos mais importantes de sua vida;
6. Principais realizações;
7. O que gostava / gosta de fazer / lazer (brincadeiras);
8. O que mais gosta de fazer fora da escola;
9. Esporte preferido;
10. Sonhos para o futuro.
Observe as características mais comuns da Autobiografia:
a) O protagonista da história, ou seja, o principal personagem é,
obrigatoriamente, o próprio autor;
b) O texto mostra os principais fatos da vida do autor, de forma
cronológica, ou seja, com as datas dos acontecimentos;
c) Quanto à análise do plano discursivo, a autobiografia é um texto com
marcas de implicação, ou seja, o autor se mostra na história;
d) Quanto ao tipo de discurso, predomina o relato, uma vez que
discorre sobre fatos reais expostos ao leitor. Por isso predominam as
narrativas;
e) Uso abundante de pronomes pessoais e possessivos na primeira
pessoa, tanto do singular quanto do plural;
f) Predomínio de verbos no pretérito perfeito e pretérito imperfeito, e
algumas poucas vezes no tempo presente. A palavra pretérito significa
passado;
g) Uso de marcadores temporais: uso de palavras ou expressões com
valor temporal: “há dez anos”, “naquele tempo”, “naquela época”, “tempo em
que”, “um tempo depois”, etc;
h) Uso de marcadores espaciais / marcadores de lugar: “era uma
região/ era uma cidade/era um bairro ...”, “naquele lugar...”, “foi o lugar
onde...”, etc.;
i) Expressões que funcionam como modalizadores do discurso,
principalmente advérbios modalizadores: provavelmente, certamente, etc.
e, operadores argumentativos: um pouco, apenas, mesmo, etc;
j) Uso de palavras/vocabulário utilizado para identificar objetos da
época citada;
l) O relato dos fatos no texto autobiográfico aparece frequentemente
pontuado de lembranças, de um colorido emocional que não é visto em
outros gêneros textuais, porém com o compromisso de dizer a verdade.
Texto 01. Veja o modelo de autobiografia abaixo e identifique os
elementos aqui apontados.
Autobiografia - Minha História
Sou João Luís Santos Amorim, nascido no dia 15 de setembro de
2005, na cidade de Salvador, estado da Bahia, Brasil. Mudei-me com minha
família para a cidade de São Paulo aos seis meses de idade, em 15 de
março de 2006.
Nosso início naquela cidade desconhecida não foi fácil, mas com o
passar do tempo fomos nos adaptando e construindo nossa história.
Meus pais tiveram três filhos: eu, o mais velho, Paulo, o do meio, e Lili,
a caçula. Gosto muito dos meus pais, irmãos, avós, tios, primos e de toda a
minha família. Somos felizes e unidos.
Atualmente estudo na Escola D. Pedro II, na Zona Leste da capital
paulista. Gosto de me divertir brincando e jogando bola com os amigos da
escola e os vizinhos.
Gosto de aprender coisas novas, estudar, fazer os deveres de casa e
tirar boas notas. No futuro quero ser Professor de Educação Física, e
treinador de basquetebol.
Esta é a minha história. Coisas muito boas estão a caminho. Está
escrito nas estrelas!
Texto de autoria da Profa. Claudia Martins. Salvador, Ba, 20/09/2015
Texto 02. Leia a Autobiografia do escritor mineiro Rubem Alves.
Brinquedoteca - Rubem Alves
"Vocês, crianças que leem as minhas histórias, frequentemente ficam
curiosas sobre a minha vida. Eu conto. Eu nasci, faz muito tempo, no dia 15
de setembro de 1933, numa cidade do Sul de Minas Gerais, Boa Esperança
(procurem no mapa). Façam as contas para saber quantos anos tenho
agora. Meu pai foi muito rico, perdeu tudo, ficamos pobres, morei numa
fazenda velha.
Não tinha nem água, nem luz e nem privada dentro de casa. A água, a
gente tinha de pegar na mina. A luz era de lamparina a querosene. A
privada era uma casinha fora da casa. Casinha do lado de fora. Não
precisava de brinquedos. Havia os cavalos, as vacas, as galinhas, os
riachinhos, as pescarias. E eu gostava de ficar vendo o monjolo. Depois
mudei para cidades: Lambari, Três Corações, Varginha.
Divertia-me fazendo meus brinquedos. Brinquedo que a gente compra
pronto não tem graça. Enjoa logo. Quantos brinquedos há no seu armário,
esquecidos? Fazer o brinquedo é parte da brincadeira. Foi fazendo
brinquedos que aprendi a usar as ferramentas, martelo, serrote, alicate.
Gostava de andar de carrinho de rolimã.
Brincava de soltar papagaio, bolinhas de gude, pião. Fiz um
sinuquinha. Como a gente era pobre nunca tive velocípede ou bicicleta.
Ainda hoje não sei andar de bicicleta. Depois nos mudamos para o Rio de
Janeiro onde sofri muito. Os meninos cariocas caçoavam de mim por causa
do meu sotaque de mineiro da roça.
Adoro escrever. Especialmente histórias para crianças. Já escrevi mais
de trinta, todas com ilustrações. Meus dois últimos livros para crianças são:
- O gato que gostava de cenouras e A história dos três porquinhos (a
história que normalmente se conta não é a verdadeira. Eu escrevi a
verdadeira...) . Para mim cada livro é um brinquedo.
Coisas que me dão alegria: ouvir música, ler, conversar com os amigos,
andar nas matas, olhar a natureza, tomar banho de cachoeira, brincar com
as minhas netas, armar quebra-cabeças, empinar pipas, cachorros. Fazer os
próprios brinquedos e armar quebra-cabeças ajuda a desenvolver a
inteligência. Cuidado com os brinquedos comprados prontos: eles podem
emburrecer!"
Muriaé44
ATIVIDADE 1
1. Quantas autobiografias você leu aqui? Quem são os protagonistas?
2. Releia a autobiografia de Rubem Alves e copie os dados abaixo que nela encontrar:
a) Seu nome completo (autor/protagonista da história);
b) Local e data de nascimento (cidade, estado, país) / idade atual;
c) Onde estudou/onde estuda;
d) Onde viveu;/onde vive;
e) Fatos mais importantes de sua vida;
f) Principais realizações;
g) O que gostava / gosta de fazer / lazer (brincadeiras);
h) O que mais gosta de fazer fora da escola;
i) Esporte preferido;
j) Sonhos para o futuro.
Leia os textos abaixo:
Texto 1:
Autobiografia-Helena Kolody
Nasci no dia 12 de outubro de 1912, no núcleo colonial de Cruz Machado, em pleno sertão paranaense.
Eram 8 horas da manhã de um dia de sol e geada.
Meus pais eram ucranianos, que se conheceram e casaram no Paraná. Eu sou a primogênita e a 1º
brasileira de minha família.
Miguel Kolody, meu pai, nasceu na parte da Ucrânia chamada Galicia Oriental, em 1881.Tendo perdido o
pai na grande epidemia de cólera que assolou a Ucrânia em 1893, Miguel, no ano seguinte, emigrou para o
Brasil com a mãe e os irmãos.
Mamãe, cujo nome de solteira era Victoria Szandrowska, também nasceu na Galicia Oriental, em 1892.
Veio para o Brasil em 1911.
Vovô radicou-se em Cruz Machado, onde papai trabalhava. "Seu" Miguel conheceu a jovem Victoria e
apaixonou-se por ela. Casaram-se em janeiro de 1912. Estava escrito o primeiro capítulo da minha história.
Cursei a Escola Normal de Curitiba (atual Instituto de Educação do Paraná), diplomando-me em 1931. Sou
uma simples professora normalista e tenho muito orgulho disso. Escolhi o Magistério levada pelo impulso
irresistível da vocação. A poesia foi um imperativo psicológico. Ao Magistério, dediquei os melhores anos de
minha vida. Lecionei com prazer e entusiasmo.
Amo meus alunos como se fossem meus irmãos, meus filhos. Muitas de minhas melhores amigas de hoje
foram minhas alunas. O Magistério e a poesia são as duas asas do meu ideal.
Texto retirado do Livro "Helena Kolody - Sinfonia da vida: Organização Tereza Hatue de Rezende Coleção
Antologia poética DEL Editora Letra viva. Polo Editorial do Paraná "A transformação que a gente lê - 1997 pág
11.
Texto 2:
Brinquedoteca - Rubem Alves
"Vocês, crianças que leem as minhas estórias, frequentemente ficam curiosas sobre a minha vida. Eu
conto. Eu nasci, faz muito tempo, no dia 15 de setembro de 1933, numa cidade do Sul de Minas Gerais, Boa
Esperança (procurem no mapa). Façam as contas para saber quantos anos tenho agora. Meu pai foi muito rico,
perdeu tudo, ficamos pobres, morei numa fazenda velha.
Não tinha nem água, nem luz e nem privada dentro de casa. A água, a gente tinha de pegar na mina. A
luz era de lamparina a querosene. A privada era uma casinha fora da casa. Casinha do lado de fora. Não
precisava de brinquedos. Havia os cavalos, as vacas, as galinhas, os riachinhos, as pescarias. E eu gostava de
ficar vendo o monjolo. Depois mudei para cidades: Lambari, Três Corações, Varginha.
Divertia-me fazendo meus brinquedos. Brinquedo que a gente compra pronto não tem graça. Enjoa logo.
Quantos brinquedos há no seu armário, esquecidos? Fazer o brinquedo é parte da brincadeira. Foi fazendo
brinquedos que aprendi a usar as ferramentas, martelo, serrote, alicate. Gostava de andar de carrinho de
rolimã.
Brincava de soltar papagaio, bolinhas de gude, pião. Fiz um sinuquinha. Como a gente era pobre
nunca tive velocípede ou bicicleta. Ainda hoje não sei andar de bicicleta. Depois nos mudamos para o Rio
de Janeiro onde sofri muito. Os meninos cariocas caçoavam de mim por causa do meu sotaque de mineiro
da roça.
Adoro escrever. Especialmente estórias para crianças. Já escrevi mais de trinta. Todas com
ilustrações. Meus dois últimos livros para crianças são: - O gato que gostava de cenouras e A história dos
três porquinhos (A estória que normalmente se conta não é a verdadeira. Eu escrevi a verdadeira...) . Para
mim cada livro é um brinquedo.
Coisas que me dão alegria: ouvir música, ler, conversar com os amigos, andar nas matas, olhar a
natureza, tomar banho de cachoeira, brincar com as minhas netas, armar quebra-cabeças, empinar pipas,
cachorros. Fazer os próprios brinquedos e armar quebra-cabeças ajuda a desenvolver a inteligência.
Cuidado com os brinquedos comprados prontos: eles podem emburrecer!"
Texto 3:
Autobiografia – Um pouco de minha vida
Meu nome é Felipe Simões Quartero, nasci em 30 de julho de 1981, na cidade de São Bernardo do
Campo, estado de São Paulo.
Aos 5 anos de idade comecei a apresentar algumas dificuldades físicas relacionadas à força
muscular. Um ano depois, após inúmeros exames, fui diagnosticado como sendo portador da Distrofia
Muscular de Duchenne, deficiência neuromuscular progressiva, na qual as células musculares sofrem um
processo degenerativo contínuo.
Apesar das limitações, que foram crescendo com o passar dos anos, continuei vivendo normalmente,
sempre estudando, fazendo amigos e curtindo a vida. A deficiência nunca foi motivo para eu desistir de
meus objetivos, e penso ser essa atitude a mais importante e decisiva em minha vida.
Aos 11 anos passei a me locomover "sobre rodas" (com o auxílio de cadeira de rodas), uma condição
nova para mim, a qual logo me adaptei. Em 1999, aos 17 anos, iniciei o curso superior de Ciências da
Computação, me formando quatro anos mais tarde. Atualmente atuo como professor de informática,
palestrante e escritor. Minha biografia não acaba aqui, continua sendo escrita, mas já me rendeu (e
segue rendendo) muitas experiências e histórias para contar. Agora é hora de compartilhá-las com as
pessoas.
Felipe Simões Quartero
Fonte: http://fesq.sites.uol.com.br/bio.htm
1. Depois de ler os textos, o que você percebeu que há em comum entre eles?
2. Qual é o suporte de circulação, ou seja, onde encontramos cada um desses textos?
a) Texto 01:
b) Texto 02:
c) Texto 03:
3. Qual o papel social (profissão) de:
a) Helena Kolody:
b) Rubem Alves:
c) Felipe Simões Quartero:
4. Como poderia ser resumida a vida de:
a) Helena Kolody:
b) Rubem Alves:
c) Felipe Simões Quartero:
5. Qual a autobiografia que mais lhe chamou a atenção? Por quê?
6. Qual é o objetivo de se escrever uma autobiografia? Quem as lê?
7. Você conhece outras autobiografias, além dessas de Rubem Alves, Helena Kolody e Felipe Simões
Quartero? Quais?
8. Localize nos textos:
9. Depois de ler as três autobiografias, que traços você considerou mais importante na personalidade de
cada um dos autobiografados?
Atividades de Análise Linguística
1. Volte ao texto 3 e, com a ajuda do dicionário, encontre o significado das seguintes expressões:
a) Locomover:
b) Limitações:
c) Auxílio:
d) Diagnosticado:
e) Portador:
f) Degenerativo:
2. Observe essas mesmas palavras no texto. Você julga possível substituí-las pelo significado atribuído
pelo dicionário, sem alterar o sentido do texto? A que conclusão você chega?
3. Volte aos textos e observe: a que tempo os autores se reportam para falar de sua vida?
( ) Presente
( ) Pretérito / Passado
( ) Futuro
Por que será que os autores optam por esse tempo verbal?
4. Observe o seguinte trecho do texto 02, quando Rubem Alves escreve:
a) As palavras destacadas são verbos, pois revelam AÇÕES. Analisando-as, podemos dizer que elas:
( ) revelam ações totalmente concluídas
( ) eram ações rotineiras que, portanto, repetiram-se por muitas vezes.
( ) não se realizaram ainda, mas poderão realizar-se.
b) Os verbos destacados são classificados, gramaticalmente, como:
( ) pretérito perfeito.
( ) pretérito imperfeito.
( ) presente.
( ) pretérito mais que perfeito.