A morte de “Fofa” “Fofa” era o nome da cachorrinha de raça pequinês pela qual Chico sempre teve grande estima. Ela era a sua companhia, principalmente à noite, quando o médium ficava mais sozinho, escrevendo. Ao seu lado, horas e horas, permanecia, ouvindo música clássica, enquanto ele trabalhava nas mensagens dos espíritos ou cuidando de sua vasta correspondência. Para onde Chico fosse, dentro de casa, “Fofa”, com os seus lustrosos pelos marrons, o seguia, costumando mesmo dormir rente à sua cama, quando, altas horas da madrugada, ele finalmente ia repousar. Uma noite Chico chorando disse: “Fofa” desencarnou... Há dias com um problema de pneumonia, devido à sua avançada idade e já completamente cega, a pequinês não resistiu. Fizemos de tudo, mas não adiantou... Os antibióticos não surtiram efeito. - Eu enrolei o corpo dela numa mantilha que uma senhora me havia dado e a enterramos aqui. - Ah!, a gente sofre muito... É como perder um parente! Às vezes, conforme o parente, é bem mais... Soubemos depois que uma senhora, com o intuito de lhe amenizar as saudades de “Fofa”, levara de presente para ele um filhote de pequinês muito parecido com ela: uma femeazinha linda! Ao tomá-la, porém, nas mãos e acariciá-la por algum tempo, Chico o devolveu a amiga, dizendo pesaroso: - Eu agradeço muito, mas o meu coração não aguenta mais... Fique com ela para nós!...