As Três Peneiras de Sócrates 1 Necessidade Bondade Verdade
As Três Peneiras de Sócrates E por que reparas tu no argueiro que está no olho do teu irmão, e não vês a trave que está no teu olho? (Mateus 7:3). No Evangelho de São Mateus, Jesus nos lembra que todos nós, e naturalmente me incluo, somos inclinados a perceber coisas em nossos colegas que achamos que poderiam ser melhores, em nossa percepção dos fatos, e aí tendemos a nos comparar. Entre essas manifestações das comparações que, por nossa natureza humana, costumamos fazer, estão os comentários, que algumas vezes tomam a forma da chamada “fofoca”. Sobre a “fofoca”, há um inspirador texto que corre a web como sendo atribuído ao filósofo ateniense Sócrates. Teria Augustus procurado Sócrates e lhe disse: “- Sócrates, preciso lhe contar algo sobre “Fulano”! Você não imagina o que me contaram a respeito de... “ Nem chegou a terminar a frase, quando Sócrates ergueu os olhos do livro que lia e perguntou: 2
As Três Peneiras de Sócrates “- Espere um pouco, Augustus. O que vai me contar já passou pelo crivo das três peneiras?“ “- Peneiras? Que peneiras?” “- Sim. A primeira, Augustus, é a da VERDADE . Você tem certeza de que o que vai me contar é absolutamente verdadeiro?“ “- Não. Como posso saber? O que sei foi o que me contaram!” “- Então suas palavras já vazaram a primeira peneira. Vamos então para a segunda peneira: a BONDADE . O que vai me contar, gostaria que os outros também dissessem a seu respeito?” “- Não, Sócrates! Absolutamente, não!” “- Então suas palavras vazaram, também, a segunda peneira. Vamos agora para a terceira peneira: a NECESSIDADE . Você acha mesmo necessário contar-me esse fato, ou mesmo passá-lo adiante? Resolve alguma coisa? Ajuda alguém? Melhora alguma coisa?” “- Não, Sócrates... Passando pelo crivo das três peneiras, compreendi que nada me resta do que iria contar.” E Sócrates, sorrindo, concluiu: 3
As Três Peneiras de Sócrates “- Se o que queres me contar: Não e verdadeiro. Não é bom. E não tem utilidade. Se passar pelas três peneiras, conte! Tanto eu, quanto você e os outros iremos nos beneficiar. Caso contrário, esqueça e enterre tudo. Será uma fofoca a menos para envenenar o ambiente e fomentar a discórdia entre irmãos. Devemos ser sempre a estação terminal de qualquer comentário infeliz!”. Costuma-se dizer: da próxima vez que ouvires algo, antes de cederes ao impulso de passá-lo adiante, submete-o ao crivo das três peneiras porque: Pessoas medíocres falam sobre pessoas; Pessoas comuns falam sobre coisas; Pessoas sábias falam sobre idéias . Assim procedendo, você impedirá que o vento da maledicência espalhe a calúnia e traga maiores sofrimentos para você e seus amigos. * * * 4
As Três Peneiras de Sócrates Antes de tecermos qualquer comentário desabonador a respeito de quem quer que seja, reflitamos: será mesmo verdade o que nos disseram? Gostaríamos que dissessem de nós o que pretendemos contar aos outros? Será verdadeiramente útil para alguém passar adiante o que ouvimos? Se depois de passar pelas três peneiras, concluirmos que pode não ser verdadeira a informação, ou que, em se referindo à nossa pessoa, não gostaríamos de tal comentário, ou, finalmente, se o que sabemos nada trará de construtivo, de útil a outrem, calemos. O mal não merece comentário em tempo algum. O mal cresce na Terra porque os bons se encarregam de alardeá-lo aos quatro ventos, à conta de escândalo. A frase: Você já sabe?, repetida tantas vezes por nossa boca, deve começar a morrer dentro de nós, quando se trate de comentar a vida alheia. Divulguemos o mau proceder somente quando, comprovado verdadeiro, a sua divulgação possa trazer benefício a terceiros, a título de prudência ou cuidados. Caso contrário, sejamos sempre os promotores da boa palavra, que constrói, edifica, espalha luzes onde se expresse. 5
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7 VERDADE: É verdade? Verifique se o que precisa ser dito é verdadeiro e se há provas para sustentar a argumentação. É fato ou opinião? Essa é a primeira peneira. BONDADE: É bom? Reflita sobre a bondade das palavras a serem proferidas. Você gostaria que a mensagem fosse direcionada para você da mesma forma como você pensa em dirigi-la ao outro? Ainda assim, continue a refletir. Essa é a segunda peneira. NECESSIDADE: É necessário? Identifique a real necessidade de emitir tal informação. Pense sobre o bem ou o mal que esse assunto poderá causar a uma pessoa ou a um grupo. Essa é a terceira peneira.
8 Fim!!! Obrigado… Formatação: Antonino Costa da Silva Que a paz doce e serena transborde em nossos corações REFÊRÊNCIAS MANFRENOTTI, Irma Ugarelli . Quais são os limites da emissão da palavra para um bom comunicador? Disponível em: <http://www.manm.com.br/artigo_limites_da_emissao_da_palavra_para_um_bom_comunicador.html>. MEIRA, Paulo. As Três Peneiras de Sócrates. Disponível em: < https://www.linkedin.com/pulse/20140602171810-524468-as-tr%C3%AAs-peneiras-de-s%C3%B3crates>. MOMENTO ESPÍRITA. Peneira. Disponível em: <http://www.momento.com.br/pt/ler_texto.php?id=2087&let=P&stat=0>.