Movimento artístico
nascido na Alemanha, no
início do século XX, que
colocava a tónica da sua
arte na expressão das
emoções e sentimentos,
procurando retratar a
realidade invisível
(espiritual), de dentro
para fora. Foi
desenvolvido por dois
movimentos de pintores: o
do grupo Die Brucker (A
Ponte), de Dresda; e do
Der Blau Reiter (O
Cavaleiro Azul), de
Munique.
O grito, Edvard Munch, 1893
•“O doente não é mais aquele
indivíduo que sofre, mas
converte-se na própria
doença...”(Kasimir Edschmid)
•Contra a arte superficial,
epidérmica (impressionismo).
Quer ir ao centro, aprofundar-
se, pressionar a realidade. Daí
surge a deformação típica do
impressionismo alemão (com
origem em Van Gogh e Munch).
•Influenciado também pelo
niilismo de Nietzsche. E até
por Freud.
A Mãe Morta, Edvard Munch, 1893, Óleo s/
tela, 73x94,5 cm. Munch-museet, Oslo
Mãos, Edvard Munch, 1893/94, Óleo e pastel
óleo s/ prancha
A pintura expressionista é
dramática, subjetiva na
expressão dos sentimentos
humanos.
O expressionista tem uma
tendência a deformar a
realidade de maneira cruel,
caricatural, evidenciando o
que realmente é essencial /
primordial numa pessoa, coisa
ou situação, de um ponto de
vista absolutamente interior.
Natureza Morta (A Assassina), Edvard
Munch, 1906, Óleo s/ tela, 110x120 cm.
Munch-museet. Oslo
Características da Pintura:
•Utilização da cor para dar forma
plástica ao Amor, Ciúme, Medo,
Solidão, Miséria humana, a
prostutuição. Deforma-se a
figura para ressaltar o
sentimento.
•Predominância dos valores
emocionais sobre os intelectuais.
•Cores resplandescentes,
vibrantes, fundidas ou separadas.
•Técnica violenta: pincel ou
espátula vai e vem, fazendo e
refazendo, empastando ou
provocando explosões.
•Preferências pelo patético,
trágico e sombrio.
Edvard Munch
* Pintor norueguês;
* Nasceu a 12 de Dezembro de 1863;
* Morreu a 23 de Janeiro de 1944;
•Inicialmente simbolista, Munch evoluiu
para o Expressionismo sob a influência da
arte de Van Gogh, ainda antes de 1900.
•Pintou temas subjectivos, enigmáticos,
dramáticos e emocionais, usando formas
simplificadas e cores simbólicas, aplicadas
em pinceladas ondulantes. As suas obras,
mostravam os aspectos mais negros da
existência humana, foram decisivas para o
desenvolvimento do expressionismo.
Auto-retrato sob uma Máscara de
Mulher 1891/93. Óleo s/ placa de madeira,
70x44,5 cm. Munch-museet, Oslo
Vampiro, 1893; óleo sobre tela
Edvard Munch
Madonna
1894-1895; óleo sobre tela
Edvard Munch
Auto-retrato com cigarro
1895; óleo sobre tela
Edvard Munch
Mãe morta
1897-1899; óleo sobre tela
Edvard Munch
Edvard Munch
Morte no Quarto de Doente, 1893. Pastel de cera e lápis s/ tela,
91x109 cm. Munch-museet, Oslo
Edvard Munch
Puberdade
1914. Óleo s/ tela, 97x77 cm.
Munch-museet, Oslo
Die Brucke – A Ponte - 1905
Erich Heckel, Karl Schmidt-Rottluff, Otto Müller e Max
Pechstein, liderados por Ernst Lüdwig Kirchner
Pretendiam uma arte mais pura e instintiva, directamente
ligada à expressão das realidades interiores que fosse “a
ponte que leva do visível ao invisível”.
Expressavam os sentimentos e traumas da alma humana
com vigor, dramatismo, coragem, angústia e até violência,
numa atitude que a que não era estranha a intenção de
denúncia, de crítica e de contestação política e social.
A estética do movimento foi, por consequência patética e
convulsiva, revelada por uma linguagem figurativa, de
formas simplificadas, propositadamente deformadas e
aguçadas, contornadas por linhas a negro e preenchidas
por cores ora violentas e contrastadas, ora sombrias e
sujas, antinaturalistas e aplicadas em pinceladas rápidas,
por vezes, matéricas e texturalizadas.
Self-portrait as soldier –
Kirchner, 1915, Óleo sobre tela,
Allen Memorial Art Museum,
Oberlin College, Ohio
A execução foi
espontânea e
temperamental, muitas
vezes desenfreada e
irreflectida, fazendo
com que as obras
parecessem esboços
toscos e inacabados,
com espaços da tela por
pintar. Isto deve-se à
procura de uma
linguagem plástica
arcaizante, primitiva e
infantil que permitisse a
tradução mais imediata
e fidedigna das
profundas realidades
interiores que estes
artistas procuravam pôr
a nu.
Ernst Ludwig Kirchner
The Visit - Couple and Newcomer - 1922
óleo sobre tela, National Gallery of Art, Washington D.C.
As temáticas
praticadas por este
grupo de artistas
priveligiaram a vida
íntima, a sexualidade, o
erotismo, cenas de rua
ou de cafés e cabarés,
o mundo da prostituição
e da miséria urbana, os
retratos e auto-
retratos. Estes temas
figurativos eram
expostos como fontes
de conhecimento e de
inspiração, reveladores
das realidades
espirituais que se
pretendiam retratar.
Ernst Ludwig Kirchner
* Pintor alemão;
* Nasceu em 1880;
* Morreu em 1938;
•Tratou sobretudo temas da paisagem urbana,
dando especial atenção aos seus aspectos menos
convencionais, com uma intenção de crítica
social;
•Formas decompostas, agudas. Cores “ácidas” e
por vezes brilhantes. Estética expressiva, “dura”
e agressiva. Redescobriu a xilogravura e a
gravura sobre metal, que acentua as linhas
simplificadas das figuras.
Seated Girl (Fränzi Fehrmann) - 1910, altered 1920
Oil on canvas The Minneapolis Institute of Arts
Artillerymen – 1915, Oil on canvas
Solomon R. Guggenheim Museum, New York
Ernst Ludwig Kirchner
Rua
1908; óleo sobre tela
Ernst Ludwig Kirchner
Paisagem de Inverno
1919; óleo sobre tela
Ernst Ludwig Kirchner
Davos, 1925; óleo sobre tela
Ernst Ludwig Kirchner
View of Dresden: Schlossplatz – 1926, Oil on canvas. The
Minneapolis Institute of Arts
Ernst Ludwig Kirchner
Ernst Ludwig Kirchner
Erich Heckel
(1883-1970)
Depois de estudar arquitectura em
Dresden, Heckel fundou, em 1905,
juntamente com outros
expressionistas, o grupo Die Brücke,
ao qual pertenceu até 1913.
Assumindo o estilo do grupo mais que
qualquer outro dos seus integrantes,
as paisagens, nus e motivos religiosos
da sua autoria revelaram-no como um
romântico entre os mestres do
expressionismo. Cultivou a xilogravura
no intuito de salientar a simplificação
das linhas e das formas. Proscrito
pelos nazis, que o consideraram
degenerado, a sua obra foi retirada
dos museus em 1937. Depois da
guerra, entre 1949 e 1955, foi
professor na Universidade de
Karlsruhe.
Karl Schmidt-Rottluff
(1884-1976)
Karl Schmidt-Rottluff foi um dos
fundadores do grupo
A Ponte/Die Brücke,, que receberia
esse nome por sugestão sua.
Começou os seus estudos de
arquitectura no verão de 1905, em
Dresden. Ali reatou amizade com um
amigo de colégio, Erich Heckel, e
através dele conheceu Kirchner.
Formou-se, nesse mesmo ano, o
núcleo dos fundadores do A Ponte/Die
Brücke. Nesse momento, Schmidt
resolveu acrescentar ao seu nome o
da sua cidade natal. Em 1912, o
artista mudou a sua pintura devido ao
contacto com o Cubismo, que
influenciaria a sua obra, através de
uma exposição em Colónia.
Emil Nolde
Emil Nolde
(1867-1976), procurou
a influência da arte
primitiva com vista a
captar melhor o
instinto e a essência da
alma humana. Também
se interessou pelo
exótico e viajou para
lugares estranhos.
Porém a sua forma de
conceber o primitivo
envolverá a crença no
estado de pureza da
vida, no início de tudo,
na génesis primordial...
Pinta a natureza com
um sentimento trágico.
Céu e mar fundem-se...
Emil Nolde
Emil Nolde
Emil Nolde
Emil
Nolde
Emil
Nolde
Emil Nolde
Otto Dix
Inválidos da Guerra a jogar às cartas
1920; óleo e colagem sobre tela
O Expressionismo de Die Brücke
não se restringiu à pintura e à
gravura, tendo tido expressão,
igualmente na literatura, na música
e arquitectura. Após a Primeira
Grande Guerra, o movimento
renasceu revelando o desespero, o
delírio e a desordem sentidos pelo
povo alemão durante a Guerra,
denominando-se então de Nova
Objectividade ou Realismo Mágico,
que teve em Otto Dix, George
Grosz, Max Beckmann e Rudolph
Schilchter os seus representantes.
O seu estilo marcava-se pela
tendência caricatural, sob influência
dadaísta, pelo interesse nos mass
media, pelos divertimentos
populares e pela vida nas grandes
cidades.
Otto Dix
* Pintor alemão;
* Nasceu em 1891;
* Morreu em 1969;
* Depois de os nazis subirem ao poder na
Alemanha, apenas os membros da Câmara
Imperial de Belas Artes podiam trabalhar
como artistas, comprar materiais e expor os
seus trabalhos. Esta associação, controlada
pelo governo nazi, apenas permitiu que Dix
se tornasse membro em troca de este
concordar em pintar paisagens ao invés de
assuntos políticos.
Otto Dix
Sinal Luminoso
1917; guache sobre papel
Otto Dix
Rua de Praga
1920; óleo e colagem sobre tela
Otto Dix
Tríptico Metrópole
1927-1928; painel
O grupo de artistas de
inspiração expressionista
Der Blaue Reiter ("O
cavaleiro azul") formou-se
a partir de 1910, em
Munique, e manteve-se
até o início da Primeira
Guerra Mundial. Os
principais motores deste
movimento foram artistas
da Nova Associação de
Artistas de Munique:
Wassily Kandinsky, Franz
Marc, August Macke, Paul
Klee e Marianne von
Werefkin.
É pouco posterior a Die Brücke
("A ponte"). Opunha-se ao
cubismo, do qual reconhece a
acção renovadora mas contesta
o fundamento racionalista e
implicitamente realista.
Pretendia ver a Natureza e o
Homem a partir das
experiências, sensações e
sentimentos individuais, mas
com um sentido universal, para
a construção de uma arte
pessoal, fundada na meditação
que, tal como disse Kandinsky,
nascesse da necessidade
interior.
Sem um programa preciso, mas
com uma orientação
decididamente espiritualista, Der
Blaue Reiter editou uma revista,
Almanach der Blaue Reiter, e
organizou diversas exposições. O
seu grande objectivo era reunir
nestas exposições a vanguarda
da arte europeia - artistas
alemães, russos, franceses,
italianos e outros, superando
fronteiras e barreiras nacionais. O
elemento artístico que deveria
preponderar. De qualquer modo
estes artistas sofreram influências
dos pintores franceses Cézanne e
Matisse.
Concebiam a arte como produto de
unidade existencial entre o
Homem e a Natureza,
pretendendo construir as obras de
arte a partir das experiências
pessoais, dos sentimentos
subjectivos e das sensações de
cada um, mas atribuindo-lhes
simultaneamente, um sentido
global, válido para todos os
homens, como se elas fossem
“uma alegoria de construção
místico-intimista do mundo”
(Franz Marc). Visavam a criação
de uma arte livre, não dirigida a
nenhum público em especial, que
nascesse da meditação e da
“necessidade interior” (Kandinsky)
de cada artista, na procura
pessoal da harmonia espiritual,
anseio de toda a Humanidade.
Como pontos comuns aos
Principais elementos do grupo, destacam-se:
•Valorização da mancha cromática. A
dimensão lírica da cor, a claridade e
luminosidade, pura e límpida, podendo ser
dura/macia, quente/fria, doce/amarga.
Cores antinaturalistas, arbitrárias, mas com
sentido de complementaridade;
•Preferência por temáticas naturalistas, de
sentido algo irreal;
•Execução reflectida e pensada (processo de
criação-execução menos intuitivo e menos
imediato que o grupo Die Brücke), aliada a
uma depuração/simplificação dos meios
utilizados;
•O dinamismo da forma, sobretudo a sua
capacidade de fascinar, a sua magia
interna, a sua emoção;
•A reconquista da pureza da natureza, com
tendência emotiva e abstracta da superfície;
•Simplificação e/ou geometrização das
formas, com tendência para uma crescente
abstractização dos motivos;
•Composições equilibradas, orientadas
maioritariamente por linhas circulares e
sinuosas, segundo ritmos musicais.
•O nome Der Blaue Reiter teve origem na
paixão de Marc pelos cavalos e no amor
de Kandinsky pela cor azul. Para
Kandinsky, o azul é a cor da
espiritualidade e quanto mais escuro,
mais desperta o desejo humano pelo
eterno, conforme escreve no seu livro On
the Spiritual in Art, (1911). Além disso
Kandinsky havia criado uma obra com o
mesmo nome (Der Blaue Reiter), em
1903.
•O grupo dissolveu-se com o início da
Primeira Guerra Mundial, em 1914. Franz
Marc e August Macke morreram em
combate. Kandinsky e Marianne von
Werefkin foram obrigados a voltar para a
Rússia, pela sua nacionalidade. Também
Alexej von Jawlensky teve que fugir e,
como alguns outros artistas alemães,
refugiou-se em Ascona, Suíça até fim da
guerra , quando retornou a Munique.
Franz Marc, Cavalo Azul, e
Cavalo azul e vermelho, óleo
sobre tela
Wassily Kandinsky (1866-1914)
Kandinsky foi o líder e teórico do Grupo. Esteve
profundamente empenhado na renovação da
linguagem plástica da arte ocidental, procurando-lhe
uma nova expressão que pudesse ser representativa
dos novos tempos, da modernidade. Nessa renovação,
“não é a questão da forma que interessa, mas o
conteúdo, o espírito, o tom interior”. Essa revelação só
poderia ser conseguida por duas vias:
“1º o artístico reduzido ao mínimo deve ser identificado
como abstracto levado ao máximo. Qualquer objecto
tem um som interior que é independente da sua
significação exterior. Este som interior ganha em
intensidade quando se afasta do significado exterior
que o oprime.
2º o concreto reduzido ao mínimo deve ser identificado,
na abstracção, com o real mais intensificadamente
activo. Quando, no quadro, uma linha se liberta do
objectivo de exprimir uma coisa objectiva, real, e actua
por si só como coisa assume a sua plena força íntima.
Fuga, Kandinsky, 1914,
óleo sobre tela
Moscovo I, Kandinky,
1916, óleo sobre tela
Amarelo, Vermelho e azul, Kandinky, óleo sobre tela
Franz Marc, óleo sobre tela
Franz Marc
(1880-1916)
Pintou principalmente
cenas naturalistas
com a presença
animal, em
composições rítmicas
e abstractas, na
procura de uma arte
espiritual liberta de
toda a ligação com a
“fachada estilizada da
Natureza”.
Franz Marc, óleo sobre tela
Der Blau Reiter, Franz Marc, óleo sobre tela
Raposas e Tigre, Franz Marc,
óleo sobre tela
Cavalos Azuis, Franz Marc, óleo sobre tela
Animais, Franz Marc, óleo sobre tela
Porcos, Franz Marc, óleo sobre tela
Vermelho, verde e amarelo, Franz Marc, óleo sobre tela
August Macke, óleo sobre tela
August Macke
(1879-1914)
Utilizou uma linguagem
figurativa (paisagens
animadas por cenas
sociais), dando-lhes
uma conotação
espiritual e lírica pela
harmonia do colorido.
August Macke, óleo sobre tela
August Macke, óleo sobre tela
August Macke, óleo sobre tela
August Macke, óleo sobre tela
Paul Klee
(1879-1940)
Executou uma arte alegórica, onde
os conteúdos artísticos análogos
aos elementos da Natureza, mas
tratados com significações
mágicas, lendárias e poéticas.
Segundo ele, “a obra de arte é,
antes de mais nada, génese,
nunca é sentida como produto” e
os artistas deviam “seguir pelo
caminho da criação” para que um
dia pudessem ser como a
Natureza e criar como ela.
Balão Vermelho, Paul Klee, óleo sobre tela
Ancient, Paul Klee, óleo sobre tela
Highway, Paul Klee, óleo sobre tela
Domes, Paul Klee, óleo sobre tela
Kleetunisian Gardens, Paul Klee, óleo sobre tela
Cityscape with yellow windows, Paul Klee, óleo sobre tela