Psicologia da Educação Fases do desenvolvimento URCA 12 de março de 2013 Campos Sales - Ceará
Sigmund Freud Primeiras experiências que ocorrem até o desenvolvimento /finalização do édipo (aproximadamente 5 anos) irão influenciar a vida do indivíduo em todo seu curso Relação de busca/resolução pelo prazer (libido) Cada fase possui o libido direcionado a uma parte do corpo Necessita-se da resolução de uma fase para a passagem para outra Não resolução adequada: fixação Comportamento é influenciado pela libido
Fase Oral Fase oral (do nascimento aos 12-18 meses): a criança recebe gratificação através da boca, língua e lábios. Nesta fase, sugar e morder adquirem especial importância Região Erógena: Boca Boca é a primeira fonte de satisfação : relação com o mundo Necessidade básica que precisa de outros para ser suprida: sensação de confiança e conforto Não resolução adequada : questões envolvidas com a dependência e a agressividade Problemas relacionados com a saúde: alcoolismos, transtornos alimentares, tabagismo
Faz Anal Fase anal (dos 12-18 meses aos 3 anos): ânus e áreas vizinhas são fonte de interesse e gratificação, principalmente no ato de defecar; nesta fase, é importante o treino do controlo dos esfíncteres. Região Erógena: Anus Treino ao banheiro X pais (substitutos) Sentimentos envolvidas: sensação de competência, produtividade e criatividade Não resolução adequada : questões envolvidas com a dependência e a agressividade (sadismo anal) Problemas relacionados com a saúde: obsessão
Fase Fálica Fase fálica (dos 3 aos 5-6 anos): a gratificação é obtida através da estimulação genital. Nesta fase encontra-se o complexo de Édipo. É comum a masturbação e está presente a angústia de castração (temor de perda ou dano dos órgãos genitais). Região Erógena: Genital Diferença : Meninos X Meninas Complexo de Édipo Meninas: Inveja do Pênis Meninos: Medo da Castração
Fase de Latência Fase de latência (dos 6 anos até o início da puberdade): período de relativa tranqüilidade sexual entre os anos pré-escolares e a adolescência. As pulsões sexuais são desviadas para objetivos aceitos socialmente (estudo, desporto). Formação da consciência e do senso moral e ético (conceitos sobre o certo e errado, o bem e o mal) no final do período. Desenvolvimento do Ego e do Super-Ego Tranquilidade Período Escolar (Acadêmico) Relações Sociais com Pares Fase de Exploração Intelectual e Social Auto-Confiança, Habilidades Sociais e de Comunicação
Fase Genital Fase genital (da puberdade em diante): as mudanças hormonais dão origem à sexualidade adulta e a um novo tipo de relacionamento (intimidade) com o sexo oposto. Desenvolvimento sexual Interesse pelo outro sexo Busca o equilíbrio entre as diversas áreas da vida “Maturidade”
Conceitos importantes em Freud Conflito: Forças do Id X Ego X Super Ego Saúde: Força do Ego – Habilidade do ego em lidar com as forças opositoras do id e do super ego com a realidade Estabilidade Estresse interno X externo Baixa força de ego: cisão de ego / ego disruptivo Mecanismos de Defesas Ansiedade Defesas do Ego Forma de distorcer a realidade Pode ser patológico Pode ser funcional (adaptativos)
Jean Piaget Genética Epistemológica Preocupação em compreender como o conhecimento (aprendizagem) acontecia no organismo humano Maturação biológica Adaptação: adaptação do mundo através dos processos de assimilação e acomodação Assimilação : processo de assimilar um objeto concreto mentalmente Acomodação: introdução de conteúdos subjetivos (significação)
Outros conceitos Classificação: unir objetos com propriedades similares Inclusão de Classe: maior compreensão da amplitude da classificação Conservação: percepção de imutabilidade Descentralização: capacidade de mudar o elemento do grupo classificador para outro mais adequado Operação: capacidade de realizar algo mentalmente Esquema: representação mental de percepções, idéias e ações conjuntas
Fase Sensório Motor Do nascimento aos 2 anos: O bebê modifica-se, de uma criatura que responde principalmente através de reflexos, noutra que é capaz de organizar as suas atividades relativamente ao ambiente Diferenciação de si e do objeto Inicia a agir intencionalmente (capacidade de manipular objetos) Entende a permanência do objeto
Pré-operatório (2-7 anos) Aprende a usar a linguagem e a demonstrar simbolização Egocentrismo Incapacidade de compreender a empatia Classifica os objetos em características simples A criança começa a usar símbolos, (função simbólica) tais como palavras, imita o comportamento dos outros, mas é ainda ilógica nos seus processos de pensamento, dado o seu elevado egocentrismo.
Operatório Concreta Dos 7 aos 11 anos: a criança começa a entender e a usar conceitos que a ajudam a interagir com o ambiente imediato. Início do pensamento lógico Inicia e estabelece a compreensão da conservação de quantidade, massa e peso Classifica objetos de acordo com características múltiplas , tendo capacidade de ordenação unidimensional
Operatório Formal Dos 12 a 15 anos até a idade adulta: o indivíduo pode pensar em termos abstratos e a lidar com situações hipotéticas. Capacidade de pensamento lógico com propriedade de abstração, hipóteses
Henry Wallon Wallon é autor da teoria psicogenética e interacionista do desenvolvimento , ou seja “a integração organismo-meio e a integração dos conjuntos funcionais; emoções, sentimentos e paixão; o papel da afetividade nos diferentes estágios”
A psicologia genética é um estudo focado nas origens, na gênese dos processos psíquicos. Wallon propõe o estudo integrado do desenvolvimento – afetividade, motricidade, inteligência -, como campos funcionais entre os quais se distribui a atividade infantil. O homem é um ser “geneticamente social”.
Integração Meio - Organismo Estudar a criança contextualizada nas relações com o meio, avaliando a dinâmica de determinações recíprocas. Wallon ressalta que é necessário recorrer a outros campos do conhecimento, como a neurologia, a psicopatologia, a antropologia e a psicologia infantil para compreender o desenvolvimento infantil à luz da psicogenética. Para Wallon o meio é um complemento indispensável ao ser vivo, que supre suas necessidades e as suas aptidões sensório-motoras e, depois, psicomotoras.
É um processo dinâmico de mutação constante pela presença de novos meios, novas necessidades e novos recursos que aumentam possibilidades de evolução do indivíduo, que interage com novos desafios e aprendizados.
Wallon e os domínios funcionais Identifica como domínios funcionais as etapas percorridas pela criança: Afetividade, Ato motor, Conhecimento (ou Cognição) e da Pessoa. O conjunto afetivo são funções responsáveis pelas emoções, sentimentos e paixão. O conjunto ato motor refere-se à possibilidade de deslocamento do corpo no tempo e no espaço, as reações posturais e equilíbrio corporal. O conjunto cognitivo são funções voltadas para a conquista e manutenção do conhecimento, por meio de imagens, noções, idéias e representações. É o que permite registrar e rever o passado, avaliar e situar o presente e projetar o futuro. O conjunto pessoa representa a integração de todas funções e possibilidades.
Estudo da Afetividade, Emoção, Sentimento e Paixão “A afetividade refere-se à capacidade, à disposição do ser humano de ser afetado pelo mundo externo/interno por sensações ligadas a tonalidades agradáveis e desagradáveis.” A teoria da afetividade aponta para três momentos: emoção, sentimento e paixão. Na emoção predomina a ativação fisiológica, no sentimento a ativação representativa e na paixão a ativação do autocontrole. A expressão corporal das emoções é o destaque da análise walloniana , ao sugerir que todas as emoções podem ter uma vinculação recíproca entre o tônus, o movimento e a função postural: a cólera vincula-se ao estado de hipertonia, no qual há excesso de excitação sobre as possibilidades de escoamento.
A alegria é um estado de equilíbrio e de ação recíproca entre o tônus e o movimento, é uma emoção eutônica . Na timidez, há hesitação dos movimentos e incerteza de postura, um estado de hipotonia, como em estados depressivos. Um tipo de emoção hipertônica, geradora de tônus, é a ansiedade. As situações afetivas são prazerosas porque o fluxo tônico se eleva e se escoa imediatamente com movimentos expressivos. Um estado de desequilíbrio ou crise emocional tem impacto direto sobre as ações. Sob o efeito de emoções descontroladas também se perde o comando das ações.
Para Wallon as emoções tem um poder de contágio nas interações sociais, evidenciando o seu caráter coletivo, facilmente identificado nos jogos, danças, rituais, onde há simetria de gestos e atitudes, movimentos rítmicos, comunhão de sensibilidade, uma sintonia afetiva que mergulha todos na mesma emoção. A afetividade origina-se das sensibilidades internas de interocepção (ligada às vísceras) e de propriocepção (ligadas aos músculos) responsáveis pela atividade motora. Essas sensibilidades são reativas às influências externas, chamadas de exterocepção , e que se transformam em sinalizações afetivas caracterizadas como medo, alegria, tranqüilidade, raiva, ira, fúria...
Estágios ou fases em Wallon Wallon identifica, então o processo de alternância na predominância dos conjuntos, em cada estágio de desenvolvimento, por ele classificado em: impulsivo-emocional (0 a 1 ano) sensório-motor e projetivo (1 a 3 anos), personalismo (3 a 6 anos) categorial (6 a 11 anos) puberdade e adolescência (11 anos em diante).