testemunho, não defraudarás ninguém, honra a teu pai e tua mãe” (Mc 10.
17-19). Isso mostra que o conhecimento racional estava lá. Ele estava
correto. Mas ele não foi suficiente. Judas é outro exemplo disso. Ele esteve
entre as pessoas que, possivelmente, tiveram mais informações a respeito de
Jesus. Mas isso não foi suficiente para que ele deixasse de receber o título
de filho da perdição (Jo 17.12).
Talvez, poucas coisas sejam tão eloquentes como argumento em favor
deste tópico do que a nossa própria experiência pessoal. Se formos
honestos, concordaremos que há muitas coisas que sabemos que
deveríamos fazer, mas não fazemos; ler mais a Bíblia, orar com maior
frequência, usar palavras brandas, contribuir, perdoar. E, semelhantemente,
tantas que sabemos que não deveríamos fazer, mas ainda assim fazemos,
como: mentir, maldizer, vingar, cobiçar, roubar. A nossa experiência pessoal
ensina que o conhecimento não é suficiente.
Aprofundando este ponto, é preciso dizer que, além de não ser
suficiente, o conhecimento pode se tornar um empecilho para o nosso
crescimento espiritual. Quando aprendemos sobre a dinâmica da idolatria,
vimos que ela tem uma natureza pervertedora, e que quanto maior é a
dádiva, maior é o risco de substituirmos, por ela, o doador. Isso é verdade
para o conhecimento. Ele é uma grande dádiva, e, consequentemente, pode
se tornar um grande ídolo. Quando isso acontece, ele deixa de ser um
instrumento para o nosso crescimento espiritual, e se torna um empecilho
para esse crescimento, dentre outras razões, porque fecha nossos ouvidos
para a vontade de Deus e nos coloca em rota de colisão com o próximo. O
saber ensoberbece, mas o amor edifica (1Co 8.1).
Finalmente, devemos saber que, para que o conhecimento contribua com
o nosso crescimento espiritual, ele precisa ser conhecimento sujeito ao
Senhor. Dois aspectos são importantes nesta última verdade. O primeiro é
que o conhecimento que implica o nosso crescimento espiritual não é
qualquer conhecimento, mas aquele que procede de Jesus. Por isso, se ao ler
este livro, você ouviu apenas a minha voz, você pode ter tido algum
benefício, mas não terá tido crescimento espiritual. Mas, se enquanto lia,
você conseguiu, de alguma forma, ouvir a voz de Jesus, então, você poderá
ter se tornado espiritualmente mais maduro. A questão não é apenas o que
aprendemos, mas, principalmente, de quem aprendemos. O segundo tem a
ver com a sujeição. É possível que ao ler sobre a necessidade de conhecer