Cirrose Hepática
Insuficiência Hepática e
Hipertensão portal
DISCIPLINA DE PROPEDÊUTICA
Insuficiência Hepática
•Síndrome clínica decorrente do comprometimento das funções
hepáticas
•Pode ser:
•Aguda (Hepatite aguda fulminante)
•Crônica (Geralmente associada à cirrose hepática)
Insuficiência Hepática
•O fígado é responsável por vários processos fisiológicos essenciais:
•Produção de albumina e diversas outras proteínas
•Fonte de glicose e lípides
•Biotransformação de amônia, hormônios esteroides, drogas e toxinas
Causas de Insuficiência
Hepática aguda
Insuficiência Hepática
•Causas mais comuns de doença hepática crônica
•Hepatite C
•Doença hepática alcoólica
•Esteato-hepatite não alcoólica
•Hepatite B crônica
•Hepatite autoimune
•Colangite esclerosante
•Cirrose biliar primária
•Hemocromatose
•Doença de Wilson
Insuficiência Hepática - Fisiopatologia
•Amônia
•Produzida principalmente nos intestinos, pelas bactérias entéricas que
degradam aminas, aminoácidos e purinas
•No fígado: Amônia -> Uréia + Glutamina
•Na insuficiência hepática há excesso de amônia -> interferência no
transporte de aminoácidos no encéfalo, redução da glutamina no tecido
cerebral e alteração no metabolismo energético cerebral
Insuficiência Hepática - Fisiopatologia
•Ação sinérgica de toxinas
•Acúmulo de outras neurotoxinas, como mercaptenos, ácidos graxos de
cadeia curta e compostos fenólicos
•Falsos neurotransmissores
•Redução da excitação neuronal por redução de neurotransmissores
(dopamina, noradrenalina e serotonina) e elevação falsos
neurotransmissores, como octopamina
Insuficiência Hepática - Fisiopatologia
•Complexo receptor GABA
•Estudos sugerem aumento do tônus do sistema neurotransmissor inibitório
GABA
•*Uso de flumazenil pode melhorar transitoriamente o nível de consciência
Insuficiência Hepática- Semiologia
•Fatores constitucionais
•Estado geral
•Queda progressiva do estado geral
•Anorexia, fraqueza, emagrecimento
•Icterícia
•Incapacidade do fígado metabolizar bilirrubinas
•Febre
•Incomum
Manifestações Cutâneas
•Spiders (“aranhas vasculares”)
•Consistem de arteríola central da qual irradiam numerosos pequenos vasos
•Localizadas principalmente em tórax e pescoço
•Eventualmente podem aparecer em outras doenças
Manifestações Cutâneas
•Eritema palmar
•Coloração vermelho-viva em eminência tenar, hipotênar e polpas digitais
•Hiperestrogenismo -> Formações de anastomoses arteriovenosas
•Leuconíquea
•Opacificação do leito ungueal
Manifestações endocrinológicas
•Feminização
•Elevação do estrógeno plasmático e maior conversão periférica
•Principalmente ginecomastia
•Hipogonadismo
•Infertilidade, atrofia testicular, perda de libido e impotência
•Menstruação irregular e atrofia uterina
Manifestações Hematológicas
•Comprometimento dos fatores de coagulação
•Fenômenos hemorrágicos -> Púrpura
•Hiperesplenismo
Neuropsiquiátrico
•Encefalopatia Hepática
•Principal manifestação da Insuficiência Hepática avançada
•Manifestações
•Distúrbios de consciência
•Sono, olhar fixo, apatia, lentificação, torpor e coma
Neuropsiquiátrico
•Personalidade
•Intelectual
•Déficit leve até confusão grosseira
•Dificuldade de escrita
Encefalopatia Hepática
•Síndrome neuropsiquiátrica reversível causada pelo acúmulo de
substâncias nitrogenadas, caracterizada por rebaixamento do nível
de consciência, convulsões, alterações musculares e coma
Insuficiência Hepática
•Flapping (“asterixis”)
•Sinal mais característico, porém não é específico
•Causado por supressão no sistema de ativação reticular, com alteração do
tônus muscular, postura e reflexo
•Bilateral e assíncrono
Insuficiência Hepática
•Flapping (“asterixis”)
Movimento involuntário grosseiro das mãos, semelhante ao “bater de asas”,
quando os braços são mantidos em extensão horizontal ou quando o
antebraço é fixo e as mãos posicionadas em hiperextensão
Outra possibilidade é pedir para o paciente apertar 2 dedos do examinador –
este sente períodos breves de relaxamento
Encefalopatia Hepática
•Fatores desencadeantes
•Excesso de proteína na dieta
•Infecção
•Hemorragia digestiva alta
•Insuficiência renal
•Constipação
•Sedativos
Insuficiência Hepática
•Hálito hepático
•Cheiro de “bolor adocicado”
•Provavelmente por produtos nitrogenados de baixo peso
HIPERTENSÃO PORTAL
Hipertensão Portal
•Não é uma doença em si, mas representa uma complicação de diversas
doenças
•A veia porta é derivada da veia esplênica e da veia mesentérica superior
e inferior. Portanto, recebe o sangue que drena da circulação
esplâncnica para o fígado. O fígado é o principal sítio de resistência ao
fluxo venoso portal e age como uma rede vascular distensível de baixa
resistência
•A pressão venosa portal é normalmente baixa (5-10 mmHg), sendo a
hipertensão portal definida como superior a 10 mmHg.
Hipertensão Portal
•Quando há obstrução ao fluxo portal, o sangue começa a se
acumular em leitos vasculares que normalmente drenam para a
veia porta
•Ascite
•Esplenomegalia e hiperesplenismo
•Sistema circulatório colateral (por exemplo, varizes), se desenvolve para
descomprimir o sistema portal
Circulação colateral
•A circulação colateral abdominal superficial é identificada na
parede abdominal anterior e caracterizada pela observação de
vasos ingurgitados irradiando da cicatriz umbilical com fluxo
sanguíneo ascendente, acima da cicatriz umbilical e descendente,
abaixo da cicatriz umbilical
•Sinal de Curveilhier-Baumgarten
Circulação colateral
•Varizes de esôfago
•Manifestação mais comum - sangramento