Lição 4

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lição 4


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Comentário da Lição da Escola Sabatina – 1º trimestre de 2017
Tema geral: O Espírito Santo e a espiritualidade
Lição 4: 21 a 28 de janeiro
A personalidade do Espírito Santo – João 14:26

Autor: Érico Tadeu Xavier
Editor: André Oliveira Santos: [email protected]
Revisora: Josiéli Nóbrega

O Evangelho de João oferece mais ensinamentos a respeito do Espírito
Santo e Sua obra do que os outros três. A principal ênfase acha-se em João 14 a
16, onde o Espírito Santo é chamado Consolador (​Parakleto ​) e Espírito da verdade.

1. A descrição de Jesus sobre o Espírito Santo

Entre as muitas descrições, destacaremos as seguintes:

“Eu rogarei ao Pai, e Ele vos dará outro Consolador, a fim de que esteja
para sempre convosco” (Jo 14.16).

A promessa de Jesus se cumpriu no Pentecostes e ao longo da história da
igreja. Quando Ele subiu, o Espírito desceu em Sua plenitude para ser o outro
Consolador.
A palavra grega para ​outro ​ ​é ​allós ​, que significa igual, da mesma espécie, da
mesma substância. Logo, o Espírito Santo é igual a Jesus em tudo. Ele é Alguém do
mesmo nível, do mesmo status, da mesma categoria, do mesmo tipo.
O Espírito Santo faz por nós tudo quanto Jesus fazia pelos Seus discípulos, e
ainda mais. Jesus era o Consolador deles. Em 1 João 2:1, a palavra grega traduzida
como “advogado” ou “intercessor” é ​parakleto, ​ a mesma palavra para ​Consolador ​.
Eles o chamavam de ​Rabi ​, ​Mestre ​. Quando não sabiam orar, Ele os ensinava.
Quando não conseguiam responder às perguntas ou às objeções dos escribas e
dos fariseus, Ele estava presente para ensiná-los. Quando precisavam compreender
o que a Bíblia dizia a respeito dEle e da Sua posição no plano de Deus, Ele abria a
mente deles e lhes aquecia o coração (Lc 24:32-45). Quando não conseguiam
acalmar a tempestade ou expulsar um demônio, Ele estava presente com poder
para ajudá-los. O Espírito Santo, o outro Consolador, é um Mestre e Ajudador do
mesmo tipo, da mesma espécie e da mesma Divindade.
Assim como Jesus veio em nome do Pai (Jo 14:26), e em nome do Pai fez
Sua obra (Jo 10:25), o Espírito Santo devia vir em nome de Jesus. “Cristo deve viver
em Seus representantes pelo Espírito da verdade”​ (​Review and Herald ​, 4 de abril de
1893).

“Não vos deixarei órfãos, voltarei para vós outros” (Jo 14:18).

A palavra grega ​parakletos ​ é derivada de ​para ​, “para o lado de”, e ​kaleo ​,
“chamar ou convocar”. É passiva na sua forma e seu antigo significado era “alguém
chamado para ajudar, socorrer, ou aconselhar alguém”.
Na verdade, um ​parakleto ​, no seu significado original, não era um advogado,
nem qualquer outro tipo de profissional, mas um amigo que comparecia em favor de
alguém ou que agia como mediador, intercessor, conselheiro ou ajudador. Esse fato
foi reconhecido pelos pais da igreja primitiva, os quais perceberam que o uso dessa
palavra requeria um significado ativo como Ajudador ou Consolador.
Quando Jesus disse: “Não vos deixarei órfãos; voltarei para vós” (Jo 14:18),
Ele quis dizer que viria mediante o Espírito Santo. Mesmo assim, ao chamar o
Espírito de outro Consolador, Jesus fez uma nítida distinção entre Ele mesmo e o
Espírito Santo, como pessoa distinta. Jesus não é o Espírito Santo. Como Senhor
ressurreto, Ele envia o Espírito (Jo 15:26; 16:7).
Os apóstolos e seus irmãos em Cristo não deviam ser deixados sozinhos
nem desamparados após a ascensão de Jesus. Um Ajudador totalmente adequado
devia estar com eles. “Pelo Espírito, disse, manifestar-Se-ia a eles” (​O Desejado de
Todas as Nações ​, p. 500).

“Eu vos digo a verdade: convém-vos que Eu vá, porque, se Eu não for, o
Consolador não virá para vós outros; se, porém, Eu for, Eu vo-Lo enviarei” (Jo
16:7).

Enquanto esteve na Terra, Jesus ficou geograficamente limitado ao tempo e
espaço. No período em que permaneceu com os discípulos no monte, não podia
estar com os demais ao pé do monte. Estava limitado ao espaço, como nós
estamos. Mas o outro Consolador “é o Representante de Cristo, mas despojado da
personalidade humana, e dela independente. Revestido com a humanidade, Cristo
não podia estar em toda parte em pessoa. Era, portanto, do interesse deles que
fosse para o Pai, e enviasse o Espírito como Seu sucessor na Terra” (​O Desejado
de Todas as Nações ​, p. 499).
Muitos acreditam que Jesus tivesse perdido o atributo da onipresença, ou
seja, a capacidade de estar presente em todos os lugares ao mesmo tempo, e, por
esse motivo, teria sido enviado o Espírito Santo.
Devemos ter muito cuidado com essa ideia. A citação acima já explica o
assunto, ao dizer “revestido com a humanidade”. Logo, Jesus, como homem, não
podia estar ao mesmo tempo em todos os lugares. Mas como Deus sim, pois, nEle

reside toda a plenitude da divindade (Cl 2:9). Caso Jesus tivesse perdido o atributo
da onipresença, Ele seria um Deus mutilado, fraco, defeituoso, aleijado, incompleto.

2. Aspectos pessoais do Espírito Santo

A personalidade (a qualidade ou o fato de ser uma pessoa) do Espírito Santo é um fato
descrito na Bíblia, tanto quanto a personalidade do Pai e do Filho. O Espírito Santo tem todos os
atributos de uma pessoa. Ele não é uma mera influência ou força impessoal.

Ele pensa ​– em 1 Coríntios 2:10, 11, essa verdade fica clara. Ali diz que
Deus revelou coisas a nós por seu Espírito e, então, afirma: "O Espírito a todas as
coisas perscruta, até mesmo as profundezas de Deus". O verso 11 diz: "Qual dos
homens sabe as coisas do homem, senão o seu próprio espírito, que nele está?
Assim também as coisas de Deus, ninguém as conhece, senão o Espírito de Deus."
Aqui está o primeiro elemento da personalidade: inteligência, busca de
conhecimento e capacidade de raciocínio.

Ele sente ​– O Espírito Santo pode ser entristecido. "Não entristeçais o
Espírito de Deus, no qual fostes selados para o dia da redenção" (Ef 4:30); "Eles
foram rebeldes e contristaram o Espírito Santo" (Is 63:10).
Outro ponto importante é que Ele ama. O texto de Romanos 15:30 declara: "Rogo-vos,
pois, irmãos, por nosso Senhor Jesus Cristo e também pelo amor do Espírito". É impossível
entristecer a uma pessoa que não nos ama.

Ele tem poder de escolha (volição) ​– 1 Coríntios 12:11, falando dos dons
do Espírito, diz: "Um só e o mesmo Espírito realiza todas essas coisas,
distribuindo-as, como Lhe apraz, a cada um, individualmente". Perceba: “como Lhe
apraz”. O Espírito Santo tem vontade própria ou poder de escolha.
O Espírito Santo é uma testemunha (Jo 15:26). Jesus diz: Quando, porém,
vier o Consolador, que Eu vos enviarei da parte do Pai, o Espírito da verdade, que
dEle procede, esse dará testemunho de Mim." No mesmo discurso, em João 14:26,
Jesus falou do Espírito em outra função – a de professor: "O Consolador, o Espírito
santo, a quem o Pai enviará em Meu nome, esse vos ensinará todas as coisas."
Muitas outras evidências da personalidade do Espírito Santo são
apresentadas na lição da Escola Sabatina. Porém, o texto de Hebreus 10:29 fala
sobre aqueles que têm ultrajado o Espírito Santo. Atos 5:3 menciona que pessoas
mentiram ao Espírito, e Mateus 12:31, 32 nos adverte a não falar contra Ele. Mas as

melhores informações sobre a personalidade do Espírito Santo acham-se em João
14:16, 17.

3. O Espírito da verdade

O Consolador é identificado por Jesus como o Espírito da verdade (Jo 14:17;
15:26; 16:13 e 1Jo 4:6). A verdade era o que Jesus proclamava da parte de Deus
(1:17; 8:40, 45, 46 e 18:37), e Ele próprio é a verdade (14:6). A Palavra de Deus
também é a verdade (17:17). O Espírito Santo guia a toda a verdade (16:13), e é
também a verdade (1Jo 5:6). O Consolador é identificado como o Espírito Santo
enviado pelo Pai em nome de Jesus. Como Espírito da verdade, Ele ensinaria aos
discípulos todas as coisas, e traria à memória deles tudo quanto Jesus havia dito
(Jo 14:26). Ele também testificaria ao mundo a respeito de Jesus, e capacitaria os
crentes a fazê-lo de igual modo (15:26, 27; ilustrado em At 5:32).
Como Consolador, que nos guia em toda a verdade, Ele também convenceria
o mundo sobre o pecado, mostraria os acontecimentos futuros e glorificaria Jesus,
ao receber as palavras de Cristo e transmiti-las aos Seus discípulos (16:13-15).

Conclusão

Como um dos membros da Divindade, o Espírito Santo é plenamente uma
pessoa divina e não uma simples força impessoal. O Espírito Santo sempre atuou
com o Pai e o Filho neste mundo (Gn 1:2, Hb 9:14). Assim como Jesus mostrou
(explicou, revelou, interpretou, tornou conhecida a natureza e a vontade) o Pai, o
Espírito Santo explicaria, revelaria, interpretaria, e tornaria conhecida a natureza e a
vontade de Jesus (16:12, 13).
Quando Jesus deixou este mundo, prometeu que, de uma forma nova e
vibrante, o Espírito Santo O representaria, e habitaria naqueles e com aqueles que
nEle cressem. Assim, a obra de Espírito é introduzir o poder e a presença de Cristo
em nossa vida.
Na realidade, Jesus não está mais aqui em carne, mas está aqui no Espírito,
que agora é Seu representante na Terra. O Espírito Santo mantém viva para nós a
presença de Cristo. Pelo Espírito, podemos ter uma caminhada íntima com Cristo.
Essa caminhada é chamada de santificação.

Conheça o autor dos comentários deste trimestre:​ ​Érico Tadeu Xavier possui
graduação em Teologia Pastoral (1991) e mestrado (2000) pelo Seminario
Adventista Latino-Americano de Teologia; Mestrado em Ciências da Religião pela
Universidad Evangélica de las Américas, Costa Rica, e reconhecido pela EST -

Escola Superior de Teologia (2009); e Doutorado em Ministério pela Faculdade
Teológica Sul Americana (2004); Doutorado (PhD) pelo South African Theological
Seminary (2011), reconhecido pela PUC, Rio, em 2012. Pós-doutorado (2014) na
área de teologia sistemática pela FAJE - Faculdade de Filosofia e Teologia Jesuíta,
de Belo Horizonte. Foi professor de teologia na Bolívia e na Bahia, no SALT-IAENE.
Atualmente é professor visitante no Mestrado em Teologia do SALT-UNASP, e atua
como pastor no Rio Grande do Sul. Autor de 11 livros e mais de 40 artigos, em
revistas da denominação e em revistas acadêmicas de seminários adventistas,
evangélicos e católicos. É casado com a psicopedagoga Noemi, com que tem dois
filhos, Aline e Joezer, que são casados e vivem no Paraná.
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