Não estava em meus planos entrar para o exército. O que eu
realmente desejava era ir para o mar, era engajar-me na marinha
mercante, o que, na minha opinião, era o melhor modo de entrar
em ação na Segunda Grande Guerra.
Para ingressar na marinha teria que conseguir re-
classificação junto às Forças Armadas passando à classe 1-A. Eu
havia conseguido um adiamento do serviço militar, para cursar a
faculdade. Antes, porém, que pudesse chegar à marinha, vi-me
recrutado pelo exército. Disseram-me que poderia apresentar-me
como voluntário para a Marinha de Guerra, e aceitei. Um estranho
incidente, porém, acabou por me afastar dela: fui reprovado no
exame de vista porque li a linha errada. Assim, apesar de todos os
meus esforços em contrário, acabei sendo enviado para o campo de
treinamento do exército, em Fort McClellan, no Alabama.
Senti-me entediado. O treinamento era enfadonho, e,
querendo mais aventura, apresentei-me como voluntário para o
curso de pára-quedismo, em Fort Benning, na Geórgia.
Tendo um gênio rebelde, enfrentei muitos problemas de
adaptação, no relacionamento com os oficiais superiores. Assim
sendo, logo fui notado por eles apesar de esforçar-me para passar
despercebido. Certa vez, durante um período de exercícios físicos
sobre uma camada de serragem, cuspi no chão sem pensar. O
sargento viu-me e correu para mim com um olhar carrancudo.
"Pegue aquilo com a boca e carregue daqui", gritou. "Deve estar
brincando!" pensei. Mas pela expressão de seu rosto, vermelho e
furioso, percebi que não estava. Assim, humilhado e revoltado,
mas procurando esconder meu ressentimento, peguei a coisa e
mais um tanto de serragem — e "carreguei dali"!
Porém, quando chegou a ocasião de saltar de um avião em
vôo, senti-me compensado por tudo. Aquilo é que era vida. Era o
tipo de aventura que eu estivera procurando. Sobrepondo-se ao
ronco do motor do avião ouvimos a ordem: "Preparar!... Levantar!...
Alinhar-se! SALTAR!"
A força do ar, a princípio, dá a impressão de que se é uma
folha solta no meio de um redemoinho. Depois, quando a corda do
paraquedas se estica completamente, sente-se um puxão de
romper os ossos. A impressão é de ter sido atingido por um
caminhão de dez toneladas.