Outro detalhe importante nesta reação é que não se observa a formação de um
intermediário iônico. Como consequência, nos casos onde, via SN1, o haleto de alquila formasse
um carbocátion primário - altamente instável - as reações parecem optar pelo mecanismo SN2.
Em solventes menos polares, também, onde o carbocátion do SN1 é pouco estável, a reação
ocorre preferencialmente via SN2.
Efeitos que influenciam o mecanismos SN2
Os solventes próticos
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, com grupos N-H ou O-H, não são favoráveis ao mecanismo SN2,
pois estabilizam o nucleófilo. Para satisfazer este mecanismo, o ideal é o uso de solventes
polares apróticos, que, embora não estabilizem tanto o nucleófilo, podem estabilizar o grupo de
saída, deslocando o equilíbrio para a direita.
Nucleofilicidade não é sinônimo de basicidade, mas sim é a velocidade de ataque de um
nucleófilo sobre um carbono eletrófilo. Por exemplo: o t-butóxido é uma base forte, mas um
péssimo nucleófilo, devido a impedimentos estéricos ao ataque.
Amideto, uma base forte, transforma o álcool em alcóxido através de uma reação ácido-
base.
Para favorecer o mecanismo SN2, o nucleófilo deve ser forte ou moderado.
Nucleófilos bons: MetO-, HO-, I-, CN-
Nucleófilos ruins: MetOH, H2O, F-, HCN.
O grupo de saída é extremamente importante neste mecanismo. Um bom grupo de saída
deve possuir um ânion estável após deixar o carbono.
Os haletos são excelentes grupos de saída, por que eles atendem aos principais requisitos:
1. Capacidade de sacar elétrons do carbono;
2. Não ser uma base forte ao deixar o C;
3. Ser polarizável (para estabilizar o estado de transição).
Os haletos atendem a estes critérios, mas um dos melhores grupos de saída é o tosilato (um
tioéster).
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Solvente prótico: Tem um H ligado a um átomo muito eletronegativo (F,O ou N); forma ligação de hidrogênio. Exemplos:
água, álcoois, aminas.
Solvente aprótico: Ao contrário do prótico, não tem o H ligado a um átomo muito eletronegativo. Exemplos: benzeno, hexano,
acetona...
Lembre-se que ainda podem se classificados como polar ou apolar, e que a escolha do solvente é fundamental para a ocorrência de
SN1 ou SN2.