Minha mãe é negra

Apresentação de slides do livro "Minha mãe é negra, sim"

1. Patricia Santana

NEGKA SIM!

las irazies

2. Patricia Santana

MINHA MAE E NEGRA SIM!

3. Desde o dia em que a professora de Artes disse a
cle que pintasse sua mae de amarelo, que ficava

mais bonito, Eno ficou entristecido, Uma tristeza
fininha que doía e doia, e ele sem saber falar por
que.

Nao havia entendido direito o porqué de a
professora fazer aquela sugestäo, quase exigéncia,
pelo tom e pela dureza de sua lala,

4. Naquele dia náo quis desenhar mais nada nem
color i A prolessora esperou por seu desenho,
que nao velo, Nao velo também aquele SOTTISO
largo de todo dia, que ele langava pra Dona Lia,
que ficava no portäo vendo as criangas da escola
indo embora.

Mic 74,

5. Chegou em casa mudo, Nao correu para os
bragos do pai, que sempre o esperava na hora do
almoço.

Correu para o seu cantinho lá no terrelto,
ixus de
banana que ele pegava no sacoláo da sun rua.

Cantinho feito com um monte de

6. [ira um esconderijo de menino. Menina náo
entrava, adulto também náo, Somente os bons
amigos e, de vez em quando, seu cachorro vira-
lata Simba,

Ner do Simba quería saber naquele día,

Nato comer o quiabo com angu que sou pal pis
no prato nemaceitor o bocado de pagoca deixado
por tia Nini na última visita

7. O pai achou tudo esquisito, ia esperar pela
mulher para ver se descobriam o motivo do banzo
de Eno

Os dias foram passando, e cada dia pai e mie

estranhavam mais a tristeza do menino. Ele nem
queria ir à aula, Um día inventou dor de cabega.
Outro dia perdeu a hora. No outro aparecen com

o uniforme todo molhado de leite,

8. Amuado pelos cantos, Eno pensava no sentido
de tudo. E náo encontrava respostas. Ele era
preto, seu pai e sua mae também. Por que náo
podia pintar sua mae de preto? Já ficava chateado
com os apelidos que alguns meninos Ihe davam,
tudo coisa où bicho. Mas a prolessora dizer a cle
que pintasse a mie de amarelo? Era demais!

9. Depois de uns dias de silencio, Eno pediu para
ir à biblioteca do bairro, Seu pai, satisleito pela
pequenina mudanga, deixou,

Lino loi direto procurar no dicionário o significado
da palavra preto. Lá náo viu: muita coisa boa,
achou de novo tudo muito esquisito.

Voltou para casa triste demais. Quería melhorar,
mas nao conseguía, ainda mais na quinta-leira,
que era dia de seu avd fazer a visita de sempre.

10. Vovó Damiäo já estava sentado no banquinho,
na frente da casa, COM seu e hapéu no colo c
ua

chuva do lado, O vó logo viu a tristeza do
menino-neto, "Que banzo € esse, menino?” Eno
já sabia que banzo era uma tristeza de preto,
vinha do tempo da eseravidäo, a saudade da

terra, o medo da solidäo em outros mares...

Lino náo suportava mais tanto silencio e resolveu
contar 40 avó o motivo da agonia.

11. 0 avd ouviu tudo, pensou, mastigou vento,
cogou a cabega. E comegou, Falava de uma
forma que só avd sabe, dando uma aula mansa,
contando do tempo antigo, falando das coisas de
hoje em dia, Falou de racismo, das dificuldades
que as pessoas negras enfrentaram e enfrentam
para serem aceitas neste mundo,

12. O sorriso voltou ao rosto para presentear Dona Lia

\ profesora, no corredor, recebeu o desenho
eito com orgulho e dignidade: “Profesora, meu
desenho de mie, náo pintel de amarelo, pinter
de preto em negro como € a minha mae, como (
a jabuticaba, o ébano, a heleza da noite escura

intej com a cor de mim mesmo

\ professora olhou espantada, mas percebeu

a seriedade da situagáo. E Eno completou:

Qualquer dia de

|
s meu vO vem aquí dar aula

ara todos aprenderem sobre a nossa historia

13. Na cabega de Eno, tocava uma música que seu
ju sou negro sim,
como Deus criou, Sei lutar pela vida, cantar

avd havia cantado para e

liberdade, gostar dessa cor. Eu sou negro sim...”

14. A LA MES 0.0.0.0 6.8 2.

Diretora da E:

cola Municipal Florestan Fernandes,
em Belo Horizonte, e mae de Víctor e Matra dos
Palmares.

Autora dos livros Professor@s negr@s:
trajetórias e Iravessias (ensaio) e Eintremeio sem
babado (lite
Mazza Edic

wura infantil), publicados pela
es.

HYVANILDO LEITE
Mineiro de Teófilo Otoni, artista plástico formado
pela Escola de Belas Artes da UEMG. Must
quadrinista e professor, encontra nos filhos, Davi

dor,

e Danilo, a inspiragäo para suas ilustragdes e
obras plásticas. Sob forte influéncia dos quadri
nhos, suas ilus

açoes mostram uma linguagem
dinámica que permite ao leitor a rápida ©

compreensäo do conteúdo

Mi Mi Mi Mi Mii" Fa Va?

AAAAAMARARSASAASaS