analise profunda do poema "Não Sei Quantas Almas Tenho" de Eça de Queirós
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Language: pt
Added: Nov 28, 2013
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Análise ao poema: “Não sei quantas almas tenho” de Fernando Pessoa Trabalho realizado por: Daniel Pinto nº5 João Teles nº11 Renato Almeida nº15
Fernando pessoa Nasceu em 1888 em Lisboa Mudou-se para África do sul aos 6anos de idade Regressa a Lisboa em 1905 Em 1906 matricula-se no Curso Superior de Letras, curso que iria abandonar 1 ano depois Em 1914 surgem os heterónimos entre os quais Alberto Caeiro (mestre), Ricardo Reis e Álvaro de Campos. Morre a 30 de Novembro de 1935 com 47 anos de idade
Análise do Poema: Não SEI QUANTAS ALMAS TENHO Não sei quantas almas tenho. Cada momento mudei. Continuamente me estranho. Nunca me vi nem acabei. De tanto ser, só tenho alma. Quem tem alma não tem calma. Quem vê é só o que vê, Quem sente não é quem é, Atento ao que sou e vejo, Torno-me eles e não eu. Cada meu sonho ou desejo É do que nasce e não meu. Sou minha própria paisagem; Assisto à minha passagem, Diverso, móbil e só, Não sei sentir-me onde estou. Por isso, alheio, vou lendo Como páginas, meu ser. O que segue não prevendo, O que passou a esquecer. Noto à margem do que li O que julguei que senti. Releio e digo: "Fui eu ?" Deus sabe, porque o escreveu. Fernando Pessoa
estrutura do Poema: Não SEI QUANTAS ALMAS TENHO O poema é composto por três oitavas. Estas têm uma métrica regular (cada verso contém 6 sílabas). Uma rima cruzada, uma rima emparelhada e por fim dois versos solto Não sei quantas almas tenho. Cada momento mudei . Continuamente me estranho . Nunca me vi nem achei . De tanto ser, só tenho alma . Quem tem alma não tem calma. Quem vê é só o que vê, Quem sente não é quem é, A B A B C C D F Rima Cruzada Rima Emparelhada Versos Livres (6 sílabas) (6 sílabas) (6 sílabas) (6 sílabas) (6 sílabas) (6 sílabas) (6 sílabas) (6 sílabas)
Conteúdo do Poema: Não SEI QUANTAS ALMAS TENHO 1ª Estrofe Não sei quantas almas tenho. Cada momento mudei. Continuamente me estranho . Nunca me vi nem acabei. De tanto ser , só tenho alma. Quem tem alma não tem calma. Quem vê é só o que vê, Quem sente não é quem é, Referência ao facto de não se conhecer a si mesmo. Referências aos heterónimos Antítese , remete para a oposição entre viver e pensar. “Quem vê” vive pois não pensa(sente). “Quem sente” não consegue viver pois pensa. Anáfora. Assonância. Fernando pessoa expressa a sua racionalidade. Tudo o que lhe sucede na vida é pensado pela alma e não sentido pelo corpo.
Conteúdo do Poema: Não SEI QUANTAS ALMAS TENHO 2 ª Estrofe Atento ao que sou e vejo, Torno-me eles e não eu. Cada meu sonho ou desejo É do que nasce e não meu. Sou minha própria paisagem; Assisto à minha passagem, Diverso , móbil e só, Não sei sentir-me onde estou. Despersonalização de Fernando Pessoa. Esconde os seus sonhos e desejos e diz que estes pertencem aos heterónimos. Sugere a separação entre alma do corpo Referência á sua multiplicação em várias pessoas embora sempre solitário e sem conseguir identificar-se como um só. Referência aos heterónimos.
Conteúdo do Poema: Não SEI QUANTAS ALMAS TENHO 3ª Estrofe Por isso, alheio, vou lendo Como páginas, meu ser. O que segue não prevendo, O que passou a esquecer. Noto à margem do que li O que julguei que senti. Releio e digo: "Fui eu ?" Deus sabe, porque o escreveu. Metáfora. A sua vida foi racionalizada e transmitida para palavras escritas pelos heterónimos. Estes acabam por viver a sua vida ao mesmo tempo que o reduzem a uma insignificância. Compara-se a um livro, dentro do qual escreve o que pensa sentir nas suas margens. Depois ao ler duvida se foi ele que o escreveu.
Conclusão da Análise do Poema: Não SEI QUANTAS ALMAS TENHO O poema Não sei quantas almas tenho consiste numa autoanálise por parte do sujeito poético. Nela Fernando Pessoa apresenta-se com “várias almas”, o que é uma alusão aos vários heterónimos que possui, e descreve o seu interior como se fosse um labirinto onde é difícil encontrar-se a ele mesmo. A ideia geral presente neste poema é a tentativa de Fernando Pessoa de se expressar através dos heterónimos sentindo ao mesmo tempo uma grande solidão e tristeza por não conseguir identificar-se.