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Chicó é um personagem covarde, que gosta de contar mentiras, geralmente que
“aconteceram para” e que acaba suas histórias por “não sei, eu sei só que era assim”. As
mentiras deles foram inspiradas ao Autor pelos cordéis e as fabulas populares que eles contam,
e também das histórias provindo da tradição oral Nordestina. Esses dois personagens são a
origem de quase todos os acontecimentos, principalmente João Grilo que cria mentiras para sair
de situação provocadas por outras mentiras.
Os outros personagens são também estereótipos, com o padeiro que é a figura do
marido corno na cultura popular, a mulher do padeiro, estereotipo da mulher pobre que ficou
casada com um homem rico. O padre, o sacristão e o bispo são estereótipos também que tem
uma função de denunciação também. A denunciação de uma instituição religiosa poderosa na
sociedade Nordestina da época, esses personagens não hesitem transgredir regras religiosas
(benzer um cachorro ou um motor de carro) para dinheiro, ou também falsificar citações
bíblicas para o seu próprio interesse (aproveitando da credulidade dos outros), a única figura
religiosa não corrupta é o frade. Como outras personagens caricaturais há também o Coronel,
persona autoritária e burra. Todos esses personagens estão na mesma categoria pois eles
representam todos códigos sociais do lugar e da região, e também porque todos foram
enganados por João Grilo em algum momento da peça.
Outras personagens típicas da cultura Nordestina, os cangaceiros, que no meio da peça.
Eles são bandidos emblemáticos dessa região Norte, e na peça podemos observar que eles têm
um papel especial. Eles roubam a cidade e vão matar cada personagem levando-lhes face a cada
um dos seus maus lados e pecados. Podemos quase afirmar que eles representem um primeiro
julgamento para os outros personagens, cada um vai tentar corromper o capitão na esperança
que ele deixe-lhes vivendo, mas isso vai só aumentar a sua raiva.
Com a chegada da parte do processo vemos aparecer outros personagens, primeiro o
Encourado (o equivalente do demônio) representado seguinte as indicações da encenação, é
vestido de vaqueiro. Ele tem o papel da parte da acusação durante o julgamento. Depois vem
Manuel, uma encarnação de Jesus, aparecido de forma de um negro, o que vai revelar a
personalidade racista de alguns personagens (através dessa encena encontramos de novo um
retrato critico a sociedade assim como as instituições religiosas). Ele tem um papel de arbitro
omnisciente, ouvindo as acusações e julgando da capacidade de cada um de ir para o céu. Vem
o ultimo personagem chave, a mãe do senhor, chamada aqui a Compadecida. Ela é a compaixão
mesma, que levar em consideração as causas e cada um que explicam os atos maus feitos por
cada personagem, que seja a violência dos cangaceiros causada pelo assassinato dos seus pais