Escravidão e outras formas de trabalho compulsório Na nossa sociedade, as pessoas são todas iguais perante à lei – isto é, existe uma igualdade jurídica. Por outro lado, algumas pessoas controlam propriedade daquilo que é necessário para realizar a produção, e portanto aqueles que não tem (os proletários) precisam vender sua força de trabalho em troca de um salário que garanta sua sobrevivência. Trabalhar em troca de um salári o para viver, algo que nos parece a coisa mais natural do mundo, é uma característica fundamental da nossa sociedade. Contudo, nem sempre foi assim. No Mediterrâneo antigo, por exemplo, a maior parte da população era composta por camponeses que tinham, em algum nível, acesso à propriedade daquilo que era mais importante para sua produção: a terra para agricultura. Por conta disso, eles não precisavam obter um salário para sobreviver. Podiam eventualmente trabalhar em troca de um salário para obter uma renda extra, mas sua sobrevivência era garantida pelo trabalho em suas terras. Por outro lado, não existia uma igualdade jurídica entre todos. Muitos pessoas acabavam sendo submetidas a formas de trabalho compulsório (isto é, obrigatório). A mais extrema dessas formas era a escravidão, que fazia de pessoas uma mercadoria que podia ser vendida, comprada, alugada, herdade, como se fosse um objeto qualquer. O trabalho dessas pessoas era a base para a riqueza das classes dominantes das diversas regiões do Mediterrâneo antigo. Diversidade de situações dos escravos Uma das características fundamentais da escravidão é justamente a possibilidade de um senhor utilizar um de seus escravos em qualquer condição. Existiam escravos vivendo nas piores condições possíveis, trabalhando de maneira desumana em minas de prata, por exemplo. Escravos que trabalhavam na casa de seu senhor costumavam ter mais oportunidades de melhora na vida (e até mesmo de liberdade), mas estavam sempre também mais sujeitos à violência dos seus donos. Por fim, alguns poucos escravos se viam Os escravos não aceitavam passivamente sua situação. Se na maior parte do tempo não tinham condições de se rebelar, muitas vezes eles buscavam formas cotidianas de resistência, como se negar a fazer algumas ordens ou trabalhar de maneira improdutiva. Ademais, muitas vezes os escravos fugiam, se reuniam em comunidades de fugitivos ou se estabeleciam em lugares em que as pessoas não soubessem que fossem escravos e viviam assim por algum tempo – até eventualmente serem capturados ou não. Por fim, em condições específicas, raras mas muito importantes, os escravos se rebelevam , formavam exércitos de escravos e lutavam contra seus senhores. Resistência dos escravos A mais importante revolta de escravos no Mediterrâneo Antigo foi a revolta de Espártaco , que aconteceu entre 73 e 71 a.C. no sul da Itália.