PROF. ODAIR TUONO TEXTURA NO VESTUÁRIO ENTRE O IMPACTO VISUAL E O TÁTIL FACULDADE DE TECNOLOGIA SENAI “ANTOINE SKAF” OFICINA DE PROCESSOS CRIATIVOS
Forma é a representação de um conjunto de limites exteriores de um objeto ou de um cor-po que lhe conferem um feito, uma configura-ção ou uma determinada aparência ou forma-to . “Uma figura ( forma ) é sempre vista em rela-ção ao que a rodeia ( fundo ) – as letras e a página, um edifício e seu terreno, uma escul-tura e o espaço dentro e em torno dela [...] Uma forma preta num campo preto não é visí-vel , pois sem separação, a forma desapare-ce .” ( Lupton 2014, p.85). As formas fechadas pelo contorno criam um espaço interior e exterior, definindo o espaço positivo (interior) e o espaço negativo ( exte-rior ). FORMA Espaço Positivo (interior ). Espaço Negativo (exterior).
Toda forma e/ou plano apresenta um tipo de espaço, interno ou externo . Esse espaço pode ser delimitado pelas linhas de contorno ou receber um tipo de preenchimento . A identificação pode ser de forma obje-tiva ou subjetiva conforme sua repre-sentação e a capacidade de interpre-tação do observador. Contornos – linhas externas que repre-sentam uma forma. Conteúdos sólidos – preenchem com a cor todo o espaço positivo. Texturas – a forma positiva recebe um preenchimento distinto da cor sólida. REPRESENTAÇÃO VISUAL
A forma e / ou plano representam um elemento no espaço, que é delimitado por linhas de contorno ou de preenchi-mento positivo ou negativo para esta-belecer uma conexão com o observa-dor . O preenchimento positivo pode estar relacionando a uma parte ou a todo o conteúdo de uma forma. Podemos encontrar ou conferir aspec-tos de textura tátil ou visual , que des-pertam sensações emocionais e físicas. As sensações podem variar conforme o individuo e sua complexa trama viven-cial e cultural em relação a forma. TEXTURA
A textura tátil esta relacionada com a experiência cinestésica do toque e a sensação que se desencadeia em nos-so interior. Esta percepção pode ocorrer através de texturas naturais ou artificiais , con-forme exemplos: Textura Natural : tronco de árvore, pedras, folhas, pele, cascas, con-chas , entre outros. Textura Artificial : metais escovados, grades, tecidos, papéis, plásticos, a-zulejos , entre outros. I. KALF, Willem. Natureza morta com cântaro e romã. 1640. TEXTURA TÁTIL
A textura visual ou gráfica , se caracte-riza como um elemento de preenchi-mento da superfície, pode ser utilizado para imitar texturas naturais e artificiais. As texturas gráficas que não pretendem representar materiais, mas sim criar padrões , são classificados em dois tipos: Texturas Geométricas – figuras que apresentam construções feitas de linhas curvas e retas. Textura Orgânica – figuras inspira-das em padrões naturais, vegetais, minerais, vegetais, entre outros. I . PAREDES , Cecília. http:// www.artnet. com/ artists / cecilia -paredes / TEXTURA VISUAL
Para Wong (2001,p.119), as texturas visuais são estritamente bidimensionais e são percebidas pela visão, embora possam remeter a sensações táteis. Assim, ele nos apresenta três tipos de texturas visuais: Textura Decorativa – apresenta um caráter uniforme e pode ser feita a mão ou com instrumentos. Textura Espontânea – a textura cria a forma, pode ser feita à mão ou aci-dental . Textura Mecânica – a textura é subordinada ao processo mecânico, químico ou digital. I. https://www.houzz.com/ TEXTURA VISUAL
PRODUÇÃO DA TEXTURA VISUAL Henri-Edmond Cross Para produção da textura visual, temos diversos processos que podem ser utilizados, alguns exemplos apontados por Wong (2001). Desenho / Pintura – pequenas uni-dades são agrupadas para decorar a superfície. Frottage – um papel macio é coloca-do sobre uma superfície em relevo sendo friccionada com lápis ou giz ( F ricção ). Impressão – um objeto serve como carimbo para produzir a textura. Transferência – um imagem pinta-da , ainda úmida , é transferida para outra superfície ( M onotipia ).
Pulverizado – tinta liquida é salpica-da sobre uma superfície produzindo uma textura espontânea ou decora-tiva ( Salpicado ) Mancha – uma superfície com grau de absorção é mancha ou tingida com pigmentos ( Tintura ). Ranhura – a superfície pintada é arranhada com uma ferramenta para obter a textura ( Raspagem ). Queima – o calor da chama ou fumaça, produz marcas em contato com a superfície ( Defumação ). Processos Fotográficos – texturas criadas a partir de retículas . PRODUÇÃO DA TEXTURA VISUAL
PRODUÇÃO DA TEXTURA VISUAL Colagem – utiliza elementos impres-sos para compor figuras com recor-tes . Processo Digitais – programas grá-ficos têm ferramentas que podem preencher uma forma com texturas. Cada processo ou técnica pode ser desenvolvido conforme a necessidade do projeto . A tecnologia é uma grande ferramenta no processo de criação, mas na verda-de a forma de manipular os elementos envolve percepção e criatividade para que a inovação realmente possa fluir. I. Love Marilyn Monroe, Ile Machado .
SUPERFÍCIE E TEXTURA D eriva do latim superficĭes , n a sua acepção mais usual , superfície refere-se a uma extensão de terra ou ao limi-te de um corpo. Por outro lado, a superfície é o aspecto exterior de alguma coisa, p ara a geo-metria ela é uma extensão em que são consideradas duas dimensões: altura e largura , formando assim a representa-ção bidimensional (2D). O tecido e outros elementos podem conter em seu relevo processos e técnicas criativas que chamamos de design de superfície . I . TexWorld New York, USA.
DESIGN DE SUPERFÍCIE Design de Superfície pode ser entendi-do como a “ ocupação da superfície de objetos da vida cotidiana como suporte para expressões com significados , além de seu desempenho funcional ”. Ruthschilling , Evelise Anicet . Se qualquer superfície pode receber um projeto de design , para a sua rea-lização é necessária a compreensão das etapas desse projeto. Compor uma padronagem a partir da repetição de uma imagem é um proces-so baseado nos conceitos: Módulo , Grid e Rapport , I . Aeriform , (2017). Iris van Herpen .
MÓDULO Módulo - É a menor área que contém todos os elementos visuais que fazem parte da imagem, ele é a unidade da padronagem . A padronagem é formada a partir da composição dos elementos presentes no módulo em si, e do rapport desse módulo (maneira como os módulos convergem ou divergem entre si quando repetidos ). B ons designers de superfície afirmam que a representação gráfica mais reco-mendada é a formada por 9 módulos , dessa forma, o módulo inicial fica no centro, cercado no comprimento e na largura por outros 8 módulos.
GRID – GRADE Ao criar um sistema de repetição para o módulo , o designer utiliza um recurso conhecido como grid . Um dos parâmetros para o sucesso de uma estampa corrida (criada para su-perfícies como tecidos e papéis de pa-rede ) é a compreensão da imagem co-mo sendo contínua e o consequente desaparecimento do seu módulo. A harmonia nos encaixes dos módulos de maneira sequencial e sem interrup-ção ou quebras, propaga o ritmo e dá o efeito de uma superfície contínua. F. Bruna Bonifácio . www.revistacliche. com.br/2013/01/ estamparia-rapport-mo dulo -e-grid / DEX2 . www.pavao revestimentos.com.br
MÓDULO + GRID = RAPPORT Sistemas de Repetição por Evelise Anicet Ruthschilling .
RAPPORT – REPETIÇÃO Rapport – É um termo francês ( inglês / repeat , português / repetição) usado para denominar um desenho em repeti-ção , uma representação formada a par-tir de módulos . Os elementos visuais e/ou táteis do Design de Superfície compõem uma representação visual visando garantir: Unidade Continuidade Preenchimento Ritmo Esses elementos propagam o módulo sobre a superfície do objeto . I. https :// www.equilter.com
DIGITAL TEXTILE DESIGN A escolha do designer pelo sistema de repetição imprime o seu conhecimento sobre a superfície e sua intenção Ao variar a escolha da repetição, o efei-to ótico, sensorial e simbólico do pa-drão se altera por inteiro. Para saber mais veja o livro: Digital Textile Design , de Melanie Bowles e Ceri Isaac. Nele encontram-se informações sobre estamparia digital, materiais e proces-sos de produção de estamparia, além de tutoriais de criação de padrões sim-ples , a partir dos softwares : Illustrator e Photoshop .
REFLEXÃO “ Vivemos em plena cultura da aparência: o contrato de casamento importa mais que o amor , o funeral mais que o morto , as roupas mais do que o corpo e a missa mais do que Deus .” Eduardo Galeano ( 1940-2015, escritor).
REFERÊNCIAS DE PESQUISA ARNHEIM, R. Arte e percepção visual : uma psicologia da visão criadora. São Paulo: Cengage Learning, 1991. DONDIS, D. A. Sintaxe da linguagem visual. São Paulo: Martins Fontes, 2000. FISHER, Ernest. A Necessidade da Arte . Rio de Janeiro: LTC. 9ª ed. (2014). GOMES FILHO, J. Gestalt do objeto : sistema de leitura visual da forma. São Paulo: Escrituras, 2012. GUIMARÃES, L. A cor como informação. São Paulo: Annablume , 2000. LUPTON, E. Novos fundamentos do design. São Paulo: Cosac Naify , 2014. MUNARI , B. Design e comunicação visual. São Paulo: Martins Fontes, 2001. OSTROWER, F. Universos da arte. Rio de Janeiro: Campus, 2004. VAZ. A. Fundamentos da linguagem visual. Curitiba: Intersaberes , 2016. WONG, W. Princípios de forma e desenho. São Paulo: Martins Fontes, 2001.