Caminhos de Odù
11. Owórín – Fala Èxù e Yánsan
3º. Caminho (ese): Os babàláwos contam que dois homens
encontraram-se. O mais rico, dizia que só ele era capaz de
conhecer a prosperidade. O outro, dizia que se alguém tem que
prosperar, não haverá coisa que desfaça este destino na vida, e
assim, acontecerá mais cedo ou mais tarde. O mais rico, era
senhor, e o outro, escravo, de forma que o senhor resolveu comprar
o outro. O escravo com muita satisfação submeteu-se a essa
condição. E, assim lá se foram os dois, até o dia em que o escravo
conseguiu juntar algum dinheiro e comprar uma galinha que
posteriormente lhe deu muitos pintinhos. O senhor vendo que seu
servo prosperava, um dia, matou a galinha e sua ninhada. Para
surpresa e desgosto do escravo, que vinha ao final do dia da roça
do senhor, foi ver aquele infortúnio. Porém, nada disse, limitando-se
a louvar Olórun, conformando-se com a qualidade-momento
adversa. Tempo depois, comprou uma ovelha que mais tarde deu-
lhes crias. Num dado dia, o perverso senhor matou a ovelha e suas
crias. Vindo da lavoura ao final do dia, deparou-se o escravo com
aquela cena de perversidade e disse: Se alguém tem de prosperar,
não há embate que atrapalhe esse fim. Tratou então de moquear a
galinha e os pintinhos, assim como, a ovelha e suas crias. Assim,
com inabalável fé, animado no seu sonho dourado em prosperar no
futuro, repetiu: Se alguém tem de prosperar, não há embate que
atrapalhe esse fim. Logo após, o escravo procurou um olùwó de
grande renome na região, que ao consultar o oráculo Ifá, concluiu
que um determinado ebó era necessário, prescrevendo: Uma
ovelha e crias, uma galinha com pintinhos e qualquer objeto que
tenha pertencido a um defunto. Pediu que os devessem ser
moqueados e guardados no teto de sua casa, como fez com
aquelas que o seu senhor matou. Passado muito tempo, o rei da
localidade mandou anunciar que se alguém em suas terras tivesse