Panorama do Antigo Testamento - da Criação até Abraão
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Added: Oct 18, 2025
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Panorama do Antigo Testamento Parte 1 - da Criação a Abraão
Introdução O Antigo Testamento (AT) é o conjunto de 39 livros que foram escritos progressivamente durante um período de mais de 2000 anos, e relatam um período começando com a a criação do mundo, e terminando no período após o retorno do povo judeu do cativeiro babilônico. Mas mais do que narrar um período, o AT narra a interação entre Deus e a humanidade, desde antes do seu início até o final do período profético que antecedeu a chegada do Ungido de Deus, prometido e anunciado desde o princípio e por todo esse período.
Introdução (cont.) Foram vários os escritores do AT, com diferentes experiências de vida: de um príncipe da maior potência do mundo que se tornou pastor de ovelhas (Moisés), a um pastor de ovelhas que se tornou o rei mais famoso de Israel (Davi); de um filho de uma mulher estéril que se tornou sacerdote (Samuel) a um escravo de um rei estrangeiro que se tornou governador sob esse rei (Neemias); e vários profetas, escribas, cantores, reis, e até um rei estrangeiro. Uma coletânea de pessoas completamente diferentes, vivendo em tempos e circunstâncias diferentes, escrevendo com estilos diferentes uns dos outros; e ainda assim os livros que elas escreveram se harmonizam.
A Criação O AT descreve a criação como um processo que durou 6 dias, começando com o Espírito de Deus pairando sobre a face das águas e terminando com a criação do primeiro casal, sendo que após esses 6 dias Deus descansou. A Luz Os Céus A Terra seca, árvores e vegetação Sol, lua e estrelas Aves e animais aquáticos Animais terrestres, selvagens e domésticos, e o ser humano
No Éden Quando Adão e Eva foram criados, foi dada a eles a autoridade e o direito de uso sobre a terra, toda a vegetação e todos os animais ( Gn 1.28-30). Adão foi encarregado de cuidar do jardim do Éden, e ele e Eva viviam ali, com a permissão de comer de todas a plantas exceto da árvore do conhecimento do bem e do mal ( Gn 2.16-17).
A expulsão Quando a serpente falou com Eva, ela foi 'seduzida'; então tomou do fruto da árvore do conhecimento do bem e do mal e comeu; como Eva não morreu imediatamente, ela deu do fruto a Adão, que também comeu. Quando os dois haviam comido é que os efeitos apareceram ( Gn 3.1-7a). Deus os confronta sobre comerem o fruto, eles admitem mas transferem a responsabilidade ( Gn 3.11-13). Deus faz roupas de pele para eles e os expulsa do Éden ( Gn 3.21-23). Fora do Éden, Adão e Eva tem filhos, que começam a popular a terra.
Fora do Éden A descendência de Adão e Eva é semelhante a eles, no sentido que eles tem consciência de Deus mas não mais intimidade, ao invés disso eles tem uma tendência maligna - Caim matou Abel ( Gn 4.8), Lameque matou dois homens por agredi-lo ( Gn 4.23), até que a maldade se tornou algo generalizado ( Gn 6.5).
Lidando com a maldade humana Nessa situação, Deus escolhe castigar o mal através de um dilúvio, mas Noé e sua família foram considerados justos e portanto Deus os orientou a construir um barco para conseguirem escapar da tragédia, bem como levar um casal de cada espécie para garantir a sua preservação ( Gn 6.11-21). Após o dilúvio, as famílias dos filhos de Noé continuaram a crescer e popular a terra, porém a natureza maligna continuou influenciando a humanidade, a ponto que Deus decidiu finalmente separar a humanidade em diferentes comunidades através da confusão das línguas; isso foi a origem dos diferente povos e nações.
O chamado de Abraão Abrão estava morando em Harã quando Deus o chama para peregrinar e promete fazer dele uma grande nação. Abrão sai com Sarai e tudo o que possuía, mas leva também seu sobrinho Ló ( Gn 12.1-4). Abrão peregrina até a terra de Canaã, aonde Deus confirma que Ele daria aquela terra à sua descendência, mas por causa de fome na terra Abrão segue até o Egito ( Gn 12.5-10).
A peregrinação de Abraão
Passagem pelo Egito Aos 65 anos Sarai ainda era muito bela (e Abrão sabia), por isso ele pediu que Sarai dissesse a quem perguntasse que eles eram irmãos, para que ninguém tentasse matá-lo por causa dela. Os servos de Faraó a elogiaram tanto diante dele que o próprio Faraó decidiu se casar com ela. Deus enviou pragas sobre Faraó e sua família, o que fez com que Faraó percebesse que havia algo errado. De alguma forma ele descobre que Sarai é mulher de Abrão e os expulsa do Egito ( Gn 12.11-20).
De volta a Canaã Voltando para Canaã, os pastores de Abrão e Ló discutem, e a briga foi tão severa que Abrão e Ló decidem se separar; Abrão oferece a Ló a escolha de onde ele quiser ir, e Abrão irá para outra direção. Ló olha a Campina do Jordão, onde ficavam as cidades de Sodoma e Gomorra, que eram bem regadas, e decide ir para lá ( Gn 13.1-12). Após Abrão e Ló se separarem, Deus renova a promessa de que daria aquela terra à descendência de Abrão ( Gn 13.14-17)
Promessa, pacto e aliança Passado mais alguns anos, Deus fala a Abrão novamente, e Abrão pergunta o que Deus daria a ele, já que ele não tinha filhos para herdarem seus bens; Deus responde que ele teria um filho como seu herdeiro, e que a sua descendência seria como as estrelas do céu, e Deus faz um pacto e uma aliança com Abrão ( Gn 15.1-18). Como Abrão e Sarai não tinham filhos, Sarai oferece sua criada a Abrão para que ela engravide em seu lugar. Abrão aceitou e Hagar engravidou, mas quando viu que estava grávida, desprezou e desrespeitou a Sarai; Sarai castiga a Hagar, que foge mas é convencida por um anjo a voltar e se sujeitar a Sarai. Hagar volta e Ismael nasce ( Gn 16.1-16).
Um visitante especial Quando Abrão estava com 99 anos, Deus aparece a ele novamente e renova suas promessas, estabelece a aliança da circuncisão e muda o nome de Abrão para Abraão e o nome de Sarai para Sara, avisando que em um ano Sara teria um filho ( Gn 17.1-27). Algum tempo depois Deus visita Abraão novamente e confirma a promessa de Isaque, e ao final da visita Deus avisa Abraão que Sodoma e Gomorra chegaram a um ponto no seu pecado que Ele vai pessoalmente olhar e, se confirmado, ele vai destruir as cidades. Abraão intercede progressivamente com Deus em favor das cidades, pedindo que sejam poupadas se houver ao menos 10 justos, com o que Deus concorda ( Gn 18.1-33).
Uma família complicada Infelizmente para as cidades, apenas Ló foi considerado justo, portanto apenas ele e sua família foram preservados do castigo de Deus e conduzidos para fora da cidade; porém a mulher de Ló desobedeceu a instrução de Deus e morreu por causa disso. Como eles fugiram sem levar nada, Ló e sua família perderam toda a sua riqueza ( Gn 19.1-26). As filhas de Ló, já adultas mas sem marido, decidem preservar a linhagem do seu pai viúvo através de incesto; o resultado foram dois meninos que se tornariam o patriarca dos Amonitas e o patriarca dos Moabitas ( Gn 19.30-38).
A promessa realizada Após um ano da visita que Deus fez, Sara deu a luz a Isaque ( Gn 21.1-7). Ismael zombou quando Isaque foi desmamado, o que motivou Sara a exigir a expulsão de Hagar e Ismael para que ele não competisse com Isaque pela herança de Abraão ( Gn 21.8-10). Abraão fez como Sara havia dito, e Hagar e Ismael vagaram até se estabelecerem no deserto de Parã ( Gn 21.14-21).
A prova de fé Quando Isaque já estava maior (não há certeza sobre a sua idade na ocasião), Deus pede que Abraão o sacrifique no Monte Moriá (Gn22.1-2). Abraão e Isaque levam lenha, um cutelo e fogo, mas não um sacrifício ( Gn 22.3-8). Chegando ao lugar, Abraão amarra Isaque e o coloca sobre a lenha para o sacrificar, mas um anjo de Deus pára Abraão e reconhece sua obediência ( Gn 22.9-18).
Arranjos finais Após a morte de Sara, Abraão ordena a seu servo mais antigo que vá até a casa dos seus familiares na Mesopotâmia e traga de lá uma esposa para Isaque. O servo traz Rebeca, sobrinha-neta de Abraão, que aceitou ser esposa de Isaque ( Gn 24.1-61). Após ter ficado viúvo, Abraão tomou Quetura e teve filhos com ela; mas para que não houvesse problemas com a herança, Abraão deu presentes aos filhos que teve com ela e os despediu e enviou ao oriente, dando todos os seus bens a Isaque ( Gn 25.1-6).
Curiosidades
Mudando de nome Quando Deus muda o nome de Abrão e Sarai, ele faz algo peculiar: ele acrescenta uma letra do seu próprio Nome ao nome deles. O nome de Deus é יהוה que nós ‘escrevemos’ como YHWH Abrão era אַבְרָם e passou a ser Abraão אַבְרָ ה ָ ם Sarai era שָׂרָי e passou a ser Sara שָׂרָ ה
Fazendo um juramento No capítulo 15 Abrão pergunta Deus como ele pode ter certeza que herdará a terra que Deus falou, então Deus manda que Abrão tome uma bezerra de 3 anos, uma cabra de 3 anos e um carneiro de 3 anos, uma rola e um pombinho; Abrão parte a bezerra, a cabra e o carneiro na metade e coloca uma parte em frente à outra. Quando o sol se pôs, houve escuridão e uma chama de fogo passou pelo meio das metades. Isso referencia um ritual que era feito quando havia um juramento: o que jurava se colocava sob a maldição de ser cortado ao meio se quebrasse o juramento que havia feito. Deus se interpôs na sua promessa e deu a sí mesmo como garantia.
Pedindo o sacrifício Quando Deus pede que Isaque seja sacrificado, ele especifica o monte Moriá como o lugar do sacrifício, mas no momento em que Abraão vai sacrificar Isaque Deus interrompe o sacrifício. Quando Salomão vai constuir o Templo, ele escolhe (não por acaso) o monte Moriá como o local Deus interrompeu o sacrifício de Isaque, mas cerca de 2000 anos depois Ele permite que o sacrifício se complete, e Cristo é morto em outro monte alí perto. Aquilo que Abraão e Isaque não precisaram completar, Deus Pai e Jesus fizeram até o fim.
Sobre os livros...
Gênesis Genesis é o livro dos princípios O princípio da humanidade, do pecado e das nações O princípio do povo que Deus escolheu para sí O período coberto pelo Gênesis se estende desde o princípio da criação até o estabelecimento das bases do povo hebreu, cobrindo um período de pelo menos 2400 anos A autoria é tradicionalmente atribuída a Moisés, pois o Gênesis está na raiz da crença do povo de Israel. Estima-se que foi escrito em cerca de 1450 A.C.