Paulo Apóstolo e o Imperio Romano no sec. I.pptx

AlfredoBelinato2 29 views 62 slides Sep 15, 2025
Slide 1
Slide 1 of 62
Slide 1
1
Slide 2
2
Slide 3
3
Slide 4
4
Slide 5
5
Slide 6
6
Slide 7
7
Slide 8
8
Slide 9
9
Slide 10
10
Slide 11
11
Slide 12
12
Slide 13
13
Slide 14
14
Slide 15
15
Slide 16
16
Slide 17
17
Slide 18
18
Slide 19
19
Slide 20
20
Slide 21
21
Slide 22
22
Slide 23
23
Slide 24
24
Slide 25
25
Slide 26
26
Slide 27
27
Slide 28
28
Slide 29
29
Slide 30
30
Slide 31
31
Slide 32
32
Slide 33
33
Slide 34
34
Slide 35
35
Slide 36
36
Slide 37
37
Slide 38
38
Slide 39
39
Slide 40
40
Slide 41
41
Slide 42
42
Slide 43
43
Slide 44
44
Slide 45
45
Slide 46
46
Slide 47
47
Slide 48
48
Slide 49
49
Slide 50
50
Slide 51
51
Slide 52
52
Slide 53
53
Slide 54
54
Slide 55
55
Slide 56
56
Slide 57
57
Slide 58
58
Slide 59
59
Slide 60
60
Slide 61
61
Slide 62
62

About This Presentation

teologia sobre o Apóstolo Paulo


Slide Content

São Paulo e seu contexto Dr. Pe. Alfredo Rafael Belinato Barreto

Paulo, que antes chamava-se Saulo, apóstolo fora do número dos Doze Apóstolos, foi da tribo de Benjamin e natural de Giscala , população da Judéia, da qual, uma vez conquistada pelos romanos, emigrou a Tarso da Cilícia com seus pais; pelos quais e para que estudasse a Lei, foi enviado a Jerusalém, onde recebeu o ensinamento de Gamaliel , varão ilustríssimo mencionado por Lucas (At 7,58; 8,1). Tendo assistido a execução do mártir Estevão, e recebido do pontífice do Templo ordens escritas para perseguir os que haviam se convertido a Cristo, quando se dirigia a Damasco, impulsionado à fé por uma revelação, êxito descrito nos Atos dos Apóstolos (13,6-12), Paulo se converteu de perseguidor em vaso de eleição. E como, por meio de sua pregação acreditou em Cristo o procônsul de Chipre, Sérgio Paulo, deste, por tê-lo conduzido à fé em Cristo, tomou o nome de Paulo (At 13,6-12). Fazendo-se acompanhar por Barnabé, depois de haver visitado muitas cidades, ao retornar a Jerusalém, foi ordenado Apóstolo dos Gentios por Pedro, Tiago e João (At 15,4-24).

E porque nos Atos dos Apóstolos está escrito extensamente sobre sua conversão, direi unicamente que, no vigésimo quinto ano depois da Paixão do Senhor, isto é, no segundo de Nero, (ano 55), no tempo em que Festo, o procurador da Judéia sucedeu a Félix, foi Paulo enviado a Roma acorrentado (At 27-28), e enquanto permaneceu ali por dois anos em custódia livre, discutiu diariamente com os judeus a respeito da vinda de Cristo. Entretanto, convém saber que no primeiro processo, por ainda não estar consolidado o poder de Nero, e nem cometer estes tantos crimes quantos dele se contam nas histórias, Paulo foi posto em liberdade por Nero, de sorte que podia também pregar o Evangelho de Cristo nas partes do Ocidente, como o mesmo escreve na Segunda Carta a Timóteo , carta ditada do cárcere no tempo em que padeceu: “Na primeira vez que apresentei a minha defesa ninguém me assistiu, todos me abandonaram. Que isto não lhes seja imputado. Mas o Senhor me assistiu e me revestiu de forças, a fim de que por mim a mensagem fosse plenamente proclamada e ouvida por todas as nações. E eu fui libertado da boca do leão” (2Tm 4,16-17). Em Rm 15,24 (carta escrita em Corinto, por volta do ano 58), São Paulo anunciou sua viagem ao Ocidente, mais precisamente à Espanha.

Clarissimamente o leão, por sua crueldade, é símbolo de Nero também na frase “fui libertado da boca do leão”. E continuou: “Me livrou o Senhor da boca do leão”, e em seguida: “Me livrou o Senhor de toda obra má e me salvará para seu reino celestial” (2Tm 4,18), porque era presente para ele a iminência do martírio, visto que ainda na mesma carta havia dito: “Eu, com efeito, já estou para ser imolado, se aproxima o momento de minha partida” (2Tm 4,6). Efetivamente, no ano décimo quarto de Nero (ano 67), no mesmo dia em que foi crucificado Pedro, Paulo foi decapitado por causa de Cristo e sepultado na Via Ostiense , no trigésimo sétimo ano depois da Paixão do Senhor.

Paulo escreveu nove cartas a Sete Igrejas: uma aos Romanos , duas aos Coríntios , uma aos Gálatas , uma aos Efésios , uma aos Filipenses , uma aos Colossenses , duas aos Tessalonicenses ; e ainda a seus discípulos: duas a Timóteo , uma a Tito, e uma a Filêmon . Porém, a carta que foi dirigida aos Hebreus se acredita que não é dele, pela dissonância de estilo e de linguagem, talvez de Barnabé, segundo Tertuliano ou do evangelista Lucas no entender de alguns, ou de Clemente, bispo da Igreja de Roma, que dizem ter ordenado e enriquecido com estilo próprio as idéias de Paulo. Como seguramente Paulo escrevia aos hebreus, por causa de seu ódio contra ele, devem ter suprimido no princípio da carta a menção de seu nome. Escrevendo-a como hebreu em hebraico, ou seja, elegantissimamente em seu idioma, o que havia sido escrito eloquentemente em hebraico, fora traduzido mais eloquentemente ao grego, e que esta era a causa desta carta diferenciar-se em estilo das demais cartas de Paulo. Alguns lêem também uma Carta aos Laodicenses ; todavia, esta é rejeitada por todos.

A história se faz por TEMPORALIDADES e ESPACIALIDADES 33-65 d.C. Bacia Mediterrânea (Império Romano)

Sucessão de 4 imperadores: Tibério (14-37) – citado em Lc 3,1; Calígula (37-41) – não é citado na obra lucana ; Cláudio (41-54) – citado em At 11,28; 18,2; Nero (54-69) – citado como César (At 25,8-12.21; 26,32; 27,24; 28,19) citado como Augusto ( Sebastos ) (At 25,21.25).

As províncias romanas Entre os anos 30-63 o Império Romano estava formado por 36 províncias , mais reinos vassalos e Estados aliados (protetorados). No séc . I as províncias eram de duas classes: Senatoriais 2. Imperiais

Províncias senatoriais: governadas por um procônsul da ordem senatorial designado pelo Senado Romano; Províncias imperiais: governadores pertencentes à classe senatorial nomeados pelo Imperador como Propretor delegado de Augusto ( Legatus Augusti propraetore ). São exemplos desse tipo as províncias Anatólias : Capadócia , Galácia , Bitínia - Ponto, Cilicia e Licia-Panfília ;

Províncias procuratorianas : dependentes do Imperador, com governantes provenientes da ordem eqüestre . São exemplos desse tipo as províncias da: Mauritânia , Córcega e Judéia ; Egito: era parte do patrimônio pessoal do Imperador, por isso, não dependia do Império Romano. Região distinta por sua riqueza; Cada província tinha sua assembléia ( concilium - koinon ) destinada a tratar assuntos gerais e do culto ao Imperador.

A cidadania romana   Paulo reclama por três vezes sua cidadania romana: At 16,37-39; 22,25-29; 25,10-12; Efeitos da cidadania romana: Não ser castigado sem processo prévio ; Cumprimento da Lex Porcia e da Lex Julia que proibiam o açoitamento de cidadãos romanos; 3. Provocatio ad Cesarem : Processos iniciados nas províncias deviam ser levados a Roma (p. 55).

Estamentos no seio da classe cidadã romana 1. Senatorial: superior, com funções de ordem social e política . Formava a nobreza romana: Patrícia e Aristocracia plebéia 2. Cavaleiros ( equites ) : nos tempos da Antiga Roma acudiam ao serviço militar com cavalos próprios ; 3. Decuriões : ocupantes de cargos políticos em cidades da Itália ou outras províncias . Exemplo de decurião é José de Arimatéia (Mc 15,43 par.); 4. Plebe: gozava dos direitos romanos, mas possuíam escassas possibilidades econômicas ;

5. Camponeses: cidadãos romanos dedicados à agricultura. Colonos ou arrendatários , ja ́ que no séc . I a pequena propriedade fora se tornando cada vez mais rara no Império Romano.

Duas posturas diante do Império Romano podem ser identificadas na literatura neotestamentária : Paulo – abertura João – intransigência Ap 13,18 – 666: cifra da besta. Duas interpretações exegéticas : 1. Significa César Nero e o texto alude à lenda do retorno de Nero redivivo (cf. Suetônio , Nero 57); 2. Quer dizer Kyrios Kaisar – expressão de reconhecimento da divindade do I mperador imposta aos cristãos nas primeiras perseguições (cf. Martírio de Policarpo , VIII, 2).

1. Colônias : Reproduziam o sistema organizacional de Roma. Fundadas por soldados licenciados do exército . Existiam em número reduzido. Ex. Filipos (At 13,11-12); 2. Municípios Romanos: Formados por cidadãos romanos. Não era uma réplica de Roma e estara ́ em nível secundário em relação àquela e às colônias ; 3. Municípios de direito latino: cidadãos passaram à cidadania Romana. Gozava de alta categoria concedida pelo direito latino – facilidade com que se passava à cidadania romana;

4. Cidades livres: seus habitantes desfrutavam de sua própria cidadania e não da romana. Politicamente submetidas ao governador da província . Juridicamente estavam sob as leis do Estado Romano; 5. Cidades federadas: tratado ( foedus ) estabelecido entre tais cidades e Roma. Tal tratado impunha o compromisso de respeitar as normas legais e costumes da cidade. Esta aceitava sem limitações os romanos. Ordenamento jurídico estável ;

6. Cidades estipendiárias : cidades vencidas e anexadas ao Império . O uso da cidade por seus habitantes era compensado pelo pagamento de pesados impostos; 7. Cidades-Templo: “ constituíam um pequeno Estado semi-autônomo com um critério mais ou menos amplo, regido por autoridades locais de caráter teocrático , presididas pelo Sumo Sacerdote. Ex. Jerusalém na Judéia e Olba na Cilícia .

Jerusalém No séc . I Jerusalém atingira o apogeu de sua história . Era cidade-templo submetida religiosa e civilmente ao Sumo Sacerdote, ao Grande Sinédrio (71 membros), aos escribas e aos aristocratas leigos;

Por integrar a província romana da Judéia estava sujeita também ao governador romano. A este competia: Nomear o Sumo Sacerdote; Controlar a cidade; Exigir o pagamento dos tributos à metrópole romana; Exercer o poder judicial; Velar pela ordem pública : Corte militar – manutenção da pax romana ; Guarda do Templo – ordem civil e no Templo.

Tarso Cidade de origens remotas que gozou de grande importância na vida política do Oriente Próximo . “Era, pois uma cidade grande, de muito prestígio intelectual e carregada de história ” (p. 85). Tornou-se capital da província romana da Cilicia após ter sido conquistada por Pompeu em 67 a.C.; - Notável pelo desenvolvimento industrial. No séc . I a cidade havia se convertido em um centro de construção naval, particularmente com a fabricação de velas para os navios;

É a cidade natal do apóstolo Paulo. Era um centro judaico florescente da diáspora judaica, pois Antíoco IV, no séc . II a.C. havia apoiado a migração de judeus para la ́; - Tarso era cidade livre entre as demais cidades do Império . Alí Paulo deve ter aprendido o latim, conforme pode-se inferir, ainda que hipoteticamente de sua familiaridade diante do processo romano e da intenção de ir pregar na Espanha ( Rm 15,24.28), onde praticamente so ́ se falava o latim.

AS VIAGENS PELA BACIA DO MEDITERRÂNEO A facilidade do movimento e do transporte dos personagens evidente nos Atos dos Apóstolos mostra que no período havia um movimento constante de pessoas entre as cidades do Império ; “O império romano foi o grande pano de fundo homogêneo , pacífico , civilizado, que resulta imprescindível à compreensão da primeira e rápida propagação do cristianismo”;

Comércio : as três províncias constituintes das Hispaniae eram os pilares da economia romana. Da Espanha vinham os diversos minerais (ouro, prata, cobre, estanho, ferro), o azeite, vinho e conservas, particularmente do pescado. As mercadorias eram escoadas pelos principais portos de: Tarragona, Sagunto , Valência , Cartagena, Málaga e Cádiz ; Em meados do séc . I as Gálias exportavam trigo, ricos vinho e manufaturas, tanto vasilhas, entre as quais se destacava a cerâmica da Graufesenque , como objetos metálicos , alguns deles bronzes artísticos ;

A Itália era autosuficiente na produção agrícola , com intercambia entre algumas regiões , particularmente da Campania. Circulavam cereais, uva, vinho, trigo, azeitonas, azeite e manufaturas refinadas para a aristocracia; A Grécia exportava vinho, mel, manufaturas, tecidos, objetos artísticos (bronze de Corinto) e peças antigas; A Ásia e as outras províncias da Anatólia exportavam cereais, panos de la ̃ e pergaminhos para livros. A Cilícia destacava-se na indústria naval e Éfeso na fundição de metais, como ouro e prata;

A Síria e a Palestina produziam vidro, tinta e linho. No entanto, seus portos funcionavam como entreposto aos produtos provenientes do Oriente, particularmente da China (seda), Irã (tapetes e jóias ), Índia (perfumes, algodão , marfim, pérolas e especiarias) e península Arábica (incenso e mirra); A movimentada vida comercial exigia que entre as províncias imperiais existisse trânsito incessante. Essa foi a circunstância chave para a rápida difusão do cristianismo;

Do Egito provinham grandes quantidades de trigo, mas o forte de sua economia eram os produtos exóticos , ou seja, pedras preciosas, marfim, madeiras nobres e animais selvagens; Além do tráfego mercantil, a circulação monetária e a existência de bancos nas principais cidades do Império contribuíam para aquecer a circulação comercial no contexto do séc . I .

O transporte terrestre Visando assegurar o controle sobre os países conquistados, o Império se preocupou em traçar , construir e conservar bons caminhos terrestres. Num primeiro momento as vias serviram ao deslocamento cômodo das legiões romanas. Cumpre notar que a atenção à todas as províncias do Império era necessária a todo momento; A cidade de Roma era o “ponto zero” de todas as vias. Eram elas:

Os gregos pensavam ter acertado na fundação das cidades, ao procurar a beleza do sítio, uma posição forte, portos, uma região fértil; os romanos preocuparam-se mais com o que os gregos tinham negligenciado, construção de estradas, abastecimento de água, esgotos capazes de evacuar para o Tibre a imundície da cidade... ”   Estrabão ,  Geografia  V, 3, 8.

1. Via Ápia (sudoeste): mais antiga, construída em fins do séc . IV a.C. ligando Roma a Cápua (Campania). No séc . III a.C. prolongou-se até Venúsia e depois até os portos de Tarento. Dela saía como ramal a Via Annia até Régio na Calábria ; 2. Via Flaminia (noroeste): conduzia da Itália central até Rímini , de onde era possível , através da Via Aemilia chegar até Milão passando por Bolonha, Módena e Parma. Conectava-se com a Via Postumia em Piacenza em direção à Aquiléia , estratégico ponto de comunicação imperial. As vias que partiam de Aquiléia rumo ao Oriente acabavam por atravessar a Grécia em sentido leste-oeste , particularmente pela Via Egnatia ;

3. Via Aurélia (oeste): séc.III a.C. contornava o norte da costa italiana até Gênova ; entrava nas Gálias , Espanha (Barcelona e Tarragona) e bordeava o Mediterrâneo até a Mauritânia ; 4. Via Ostiensis (fundia-se às anteriores pelo sul e conduzia ao porto de Roma); Vias que partiam de Roma com destino mais provinciano: 5. Via Nomentana -Salaria; 6. Via Tiburtina ; 7. Via Tusculana ; 8. Via Latina; 9. Via Ardeatina .

Paulo e as Vias Romanas At 9,1-8: viagem de Paulo entre Jerusalém e Damasco – Via Maris ; 1ª viagem apostólica de Paulo e Barnabe ́: Antioquia , Icônio , Listra e Derbe – Via Sebaste (Augusta); 2ª viagem apostólica de Paulo: maior parte por terra em vias secundárias . A passagem pela Macedônia se deu através da Via Egnatia ; 3ª viagem apostólica de Paulo: a rota exata é desconhecida. Não é possível dizer se sua pregação se deu na Galácia em sentido estrito ou na província romana da Galácia que abarcava também o planalto da Licaonia ; At 28,15: Viagem de Paulo a Roma – sempre por mar, com exceção do trajeto que vai de Putéoli à Urbe, no qual se encontrava a antiga Via Ápia .

Características das vias romanas: 5 metros de largura, solidamente pavimentada e cercada por carreira de pedras fincadas verticalmente; Eram perfeitamente adaptadas ao terreno e disposta de forma a superar os acidentes topográficos , inclusive rios e montanhas;

Características das vias romanas: Eram perfeitamente adaptadas ao terreno e disposta de forma a superar os acidentes topográficos , inclusive rios e montanhas;

Características das vias romanas: Possuía ao longo de seu percurso a indicação das distâncias em milhas em colunas de pedras, na qual se registrava também o nome do imperador que a construiu ou ampliou. A milha romana equivalia a 1500 metros.

"O imperador Tibério Cláudio, césar augusto, máximo pontífice germânico, cinco vezes imperador, cônsul três, e três do poder tribunício, pai da pátria. Daqui a Bracara (Braga) 42 milhas"

Características das vias romanas: Existiam hospedarias ao longo do caminho onde os viajantes podiam repousar ou mudar de tropa. A distância média entre estes estabelecimentos era em torno dos 30 km.

Características das vias romanas: Eram comuns os mapas ( Tabula Peuntingeriana ) e os guias ( itinerário de Antonio ; itinerário de barro ), nos quais estavam descritos o trajeto das vias, a indicação das distâncias e das hospedarias.

As viagens por mar Períodos de navegação no Império Romano: 11 de novembro a 10 de março : navegação impedida; 15 de setembro a 10 de novembro: período arriscado à navegação por causa dos dias curtos; 11 de março a 26 de maio: ventos contrários e risco de tormenta desaconselhavam a navegação ; 27 de maio a 14 de setembro: período razoável à navegação com rotas concorridas por navios e acréscimo do comércio portuário (cf. At 24,9-12).

Perigos à navegação no contexto mediterrâneo : Sirtes : dois golfos situados no norte da África . Eram assinaladas na literatura clássica com um dos lugares mais temíveis do mundo; Estreito de Mesina : localizado no mar Egeo, as fortes correntes e contracorrentes dos ventos podiam alterar o percurso dos navios com muita facilidade. Paulo passou por Mesina quando se dirigia a Roma (At 28,12-13); Piratas: assaltavam os navios para roubar a mercadoria e converter a tripulação em escravos. Seu principal foco era a costa da Cilicia. Na época dos Atos esta ameaça j a ́ estava superada em grande medida, pois com Pompeu em 67 a.C. e o general Agripa e a batalha naval de Actium em 31 a.C. a Pax Romana foi estabelecida também no mar;

As embarcações romanas: Naves longae (galeras): bi-remos ou tri-remos , movidas por escravos ou presos eram os típicos barcos de guerra e não o meio usual de transporte marítimo ; Naves onerariae : navios mercantes movidos a vela e resistente a toneladas de mercadoria; Não havia diferenciação entre navios mercantes e de passageiros. As passagens podiam ser adquiridas enquanto houvesse vagas na embarcação . As condições de viagem eram incômodas ;

At 27,16-40: ao narrar a tempestade no caminho para Roma, Paulo descreve pormenorizadamente o típico navio romano em que navegava; No ambiente naval do séc . I a âncora era a melhor defesa em momentos de perigo, a fim de que o navio não fosse destroçado contra as rochas em momento de tempestade. Por isso, os cristãos primitivos a tomaram como símbolo da esperança (cf. Hb 6,19); O naufrágio do navio (At 27,9-44) na costa de Malta, conservado nos Atos, é uma das descrições mais vivas e interessantes sobre um acontecimento dessa natureza em toda literatura clássica .
Tags