Perpectivas sobre doença e o adoecer.pptx

asantana00anacarolin 0 views 20 slides Oct 22, 2025
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About This Presentation

Psicologia Médica


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Perpectivas sobre doença e o adoecer

As duas faces Maria apresenta um quadro de dor lombar crônica há aproximadamente 8 meses. Já foi submetida a exames de imagem (raio-X, ressonância magnética), os quais evidenciaram apenas discreta degeneração discal compatível com a idade. Não há sinais de hérnia significativa ou compressão nervosa. Foi encaminhada para reabilitação fisioterápica e já utilizou anti-inflamatórios não esteroidais, com pouca melhora. Não há déficits neurológicos ao exame físico. A hipótese diagnóstica atual é lombalgia mecânica inespecífica.

As duas faces Maria conta que desde que começou a sentir dor na região lombar, sua vida mudou completamente. Ela relata dificuldade para dormir, medo constante de que a dor piore, e sensação de impotência por não conseguir mais realizar tarefas simples como varrer a casa ou carregar sacolas do supermercado. Sente-se incompreendida pela família, que questiona se a dor “não é exagero”. Diz que os médicos “só olham os exames” e que já se sente desesperançosa quanto a qualquer tratamento. Refere tristeza crescente, sensação de inutilidade e perda de identidade como mulher ativa e independente. Sua dor representa, para ela, uma ruptura na sua forma de ser no mundo.

No que os dois relatos diferem?

Disease x Illness Disease : alteração biológica objetiva (modelo biomédico) Illness : experiência subjetiva do adoecimento

Disease Maria apresenta um quadro de dor lombar crônica há aproximadamente 8 meses. Já foi submetida a exames de imagem (raio-X, ressonância magnética), os quais evidenciaram apenas discreta degeneração discal compatível com a idade. Não há sinais de hérnia significativa ou compressão nervosa. Foi encaminhada para reabilitação fisioterápica e já utilizou anti-inflamatórios não esteroidais, com pouca melhora. Não há déficits neurológicos ao exame físico. A hipótese diagnóstica atual é lombalgia mecânica inespecífica .

Illness Maria conta que desde que começou a sentir dor na região lombar, sua vida mudou completamente. Ela relata dificuldade para dormir, medo constante de que a dor piore, e sensação de impotência por não conseguir mais realizar tarefas simples como varrer a casa ou carregar sacolas do supermercado. Sente-se incompreendida pela família, que questiona se a dor “não é exagero”. Diz que os médicos “só olham os exames” e que já se sente desesperançosa quanto a qualquer tratamento. Refere tristeza crescente, sensação de inutilidade e perda de identidade como mulher ativa e independente. Sua dor representa, para ela, uma ruptura na sua forma de ser no mundo.

VAMOS CONSTRUIR JUNTOS...

" Eight Questions " ou " Explanatory Model Questions " 1. O que você acha que está causando o seu problema? → Investiga etiologia cultural e pessoal : fatores emocionais, espirituais, sociais. 2. Por que você acha que isso aconteceu agora? → Traz nexo causal e temporal , muitas vezes associado a eventos de vida significativos.

" Eight Questions " ou " Explanatory Model Questions " 3. O que o seu problema faz com você? Como ele funciona? → Revela a compreensão do paciente sobre fisiologia e impactos funcionais . 4. O que mais te preocupa com esse problema? → Expõe medos existenciais , como incapacidade, morte, abandono, rejeição, estigma.

" Eight Questions " ou " Explanatory Model Questions " 5. O que esse problema faz com o seu corpo? → Aproxima-se de uma descrição fenomenológica do sofrimento . 6. Qual o curso que você espera que esse problema siga? → Permite explorar prognóstico subjetivo e expectativas de cura ou cronicidade.

" Eight Questions " ou " Explanatory Model Questions " 7. O que você acha que deve ser feito? → Investiga as crenças sobre tratamento , uso de práticas complementares, fé ou medicina tradicional. 8. Que tipo de tratamento você espera receber? → Ajuda a ajustar expectativas terapêuticas , evitando frustrações ou medicalizações inadequadas.

Pra que servem? As perguntas funcionam como uma ponte narrativa entre o saber do profissional e o saber do paciente. Elas: Promovem vínculo e empatia Reduzem resistência ao tratamento Aumentam a adesão terapêutica Favorecem decisões compartilhadas Evitam medicalização de sofrimentos sociais ou existenciais

Vinheta clínica Paciente com dor crônica lombar, sem alterações em exames.

Vinheta clínica Paciente com dor crônica lombar, sem alterações em exames. Médico tradicional (focado no Disease ): “Não tem nada nos seus exames. Já passou por ortopedia, neuro, reumato ... Está com depressão?”

Vinheta clínica A partir da leitura do “ Illness ” “Gostaria de entender um pouco mais sobre como você enxerga essa dor. – O que você acha que está causando? – Por que você acha que isso apareceu nesse momento da sua vida? – Como ela interfere no seu dia a dia? – O que mais te preocupa nisso tudo?” Com essas perguntas, pode emergir, por exemplo, uma narrativa de luto, sobrecarga no trabalho, culpa ou memórias traumáticas, dando espaço para intervenções psicossociais mais adequadas.

Ainda tem o “ sickness ”... Sickness refere-se à dimensão social e cultural do adoecer . É o modo como a sociedade reconhece, interpreta e regula a condição de alguém que está doente. Inclui o papel social atribuído ao doente e os efeitos simbólicos e institucionais do adoecimento. “ Sickness é a encarnação social do adoecer : o modo como uma comunidade reconhece, trata e responde à condição de um indivíduo adoecido.” — Kleinman , 1988

Sickness Características centrais do sickness É institucional : define direitos (licença médica) e deveres (buscar tratamento). É culturalmente regulado : nem todo sofrimento é reconhecido como doença em todas as sociedades. Pode envolver estigma, exclusão ou valorização do doente. É mediado por políticas públicas, normas legais e crenças coletivas .

Situação Sickness (interpretação social) Depressão Pode ser vista como fraqueza moral ou doença, dependendo do contexto cultural COVID-19 Inicialmente acompanhada de estigmas (evitar contato, isolamento forçado) Transtornos funcionais Muitas vezes não são reconhecidos como “doença de verdade” Gravidez Em certas culturas, pode ser tratada como “doença” e limitar atividades

Agora, para casa... Valendo 4 pts ! Em duplas Entrevistar um amigo, ou familiar, ou o próprio colega. Trazer relato da perspectiva da “ Disease ” Usar as 8 perguntas de Kleinman Construir relato sobre a “ Illness ”
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