PRIMEIROS SOCORROS E SUPORTE BÁSICO DE VIDA ATENDIMENTOS - CONCEITOS BÁSICOS :
EMERGÊNCIA Toda condição potencialmente ameaçadora à vida ou ao funcionamento natural de estrutura / órgão do corpo humano. Exemplos: Obstrução de vias aéreas; parada cardíaca; dor torácica aguda; hemorragia grave; T.C.E.; hipóxia; parto emergencial com distócias ; amputação traumática, e outros.
URGÊNCIA Referente à condição que, embora grave, geralmente não instala ameaça imediata à vida se instaurado tratamento entre minutos e algumas horas após a ocorrência (há autores que citam tempo entre 20 minutos e 2 horas para o início do atendimento). Exemplos: Dor torácica sem associação a outros sintomas respiratórios; queimaduras; fraturas maiores; náuseas persistentes, vômito ou diarreia; estado de pânico agudo; hipertermia, e outros.
SINAIS VITAIS RESPIRAÇÃO – PULSO – PRESSÃO ARTERIAL – TEMPERATURA RESPIRAÇÃO / R ( R ): Adulto Masculino / Feminino 10 a 20 MRPM Criança 20 a 30 MRPM Lactentes 30 a 40 MRPM
PULSO / P ( Fc ): Adulto Masculino / Feminino 60 a 100 BPM Criança 100 a 120 BPM Lactentes 120 a 140 BPM PONTOS DE PULSO: São 05 (cinco), a saber: 1 – Carotídeo 2 – Braquial 3 – Radial 4 – Femural 5 – Pedial ou Distal.
PRESSÃO ARTERIAL / PA: É a pressão que o sangue exerce nas paredes das artérias. Pressão Sistólica: é a pressão máxima – 110 a 140 mmHg. Pressão Diastólica: é a pressão mínima – 60 a 90 mmHg.
TEMPERATURA / T: Temperatura bucal --- 36,2 a 37,0 C Temperatura retal --- 36,4 a 37,2 C Temperatura axilar --- 36,0 a 37,0 C Temperatura abaixo do normal: Sub Normal --- 35,0 a 36,0 C Hipotermia --- 34,0 a 35,0 C Temperatura elevada: Estado Febril --- 37,5 a 37,9 C Hipertermias: Febre --- 38 a 38,9 C Pirexia --- 39,0 C Hiperpirexia --- 39,1 a 41,0 C
AVALIAÇÃO GERAL DO PACIENTE Em uma situação de urgência / emergência a vítima não poderá receber os cuidados adequados se seus problemas não forem corretamente identificados. Com o propósito do atendimento pré-hospitalar, todo o trabalho de avaliação deve ser feito de forma ágil, segura e detalhada - “passo a passo”, o que permitirá determinar o estado de saúde do paciente, identificar agravos e implementar as correspondentes ações de socorro no Suporte Básico de Vida. NOTA – Sempre que possível esta avaliação tem que ser feita em equipe e observando os seguintes passos: Identificação da cena; posicionamento da equipe e etapas da avaliação do paciente; acionar o sistema de emergência ou orientar o acionamento.
AVALIAÇÃO DA CENA Utilizar Medidas de Precaução Universal / E.P.I´s Verificar as condições de segurança: pessoal, do paciente, de terceiros, e do próprio local – adotando medidas de gerenciamento de riscos e de segurança de cena; Reconhecer a natureza da ocorrência e o mecanismo do trauma; Dimensionar o número de vítimas e a necessidade de recursos adicionais; Relato das testemunhas; Histórico médico da vítima.
ATENÇÃO !!! Nunca chame pela vítima antes de se assegurar da imobilização da coluna cervical !
ANÁLISE DA VÍTIMA (TEMPO MÁXIMO DE EXECUÇÃO DE 90 SEGUNDOS) Referente ao exame físico mais completo do paciente – “da cabeça aos pés” (sentido céfalo -caudal) e monitoração dos Sinais Vitais. Avaliação do nível de consciência, verificando se o paciente está Alerta, se responde a estímulos Verbais, se responde a estímulos Dolorosos ou Não responde; Exame das pupilas; Verificação da saída de líquor e / ou sangue pelo nariz e / ou pelo ouvido; Verificação dos sinais característicos de Traumatismo Crânio-Encefálico (T.C.E.): sinal de guaxinim e sinal de Battle ; Apalpação da cabeça do paciente procurando por deformidades e ferimentos; Verificação do pescoço: alinhamento da traquéia e da coluna, além de possíveis ferimentos; (Após o exame da região do pescoço, deve-se colocar o colar cervical, continuando a sustentação da cabeça até o posicionamento do paciente na prancha com a fixação dos apoios laterais de cabeça). Exames do tórax, abdome e pelve do paciente, proteção da coluna cervical;
Verificação do paciente B oa ventilação; C irculação assegurada, com controle de hemorragias; D eficiência neurológica – avaliação de status mental e de comportamento; E xposição da vítima para exame físico complementar, imobilização e transporte.
PARADA CÁRDIO-RESPIRATÓRIA
A Parada Cárdio-Respiratória (P.C.R.) é o resultado fisiológico da cessação dos movimentos respiratórios e dos batimentos cardíacos, impossibilitando – primeiramente, a oxigenação dos órgãos vitais, em seguida dos demais órgãos e tecidos do corpo. Inicialmente, ocorre uma dificuldade respiratória – dispnéia , fadiga e respiração agônica; que prossegue com o quadro de hipóxia, perda repentina da consciência – 30 a 45 segundos após a P.C.R., evoluindo ao choque e ao óbito porque, após 4 minutos de isquemia cerebral iniciam-se processo de lesões irreversíveis.
Principais causas: Obstrução respiratória Parada respiratória Arritmias cardíacas Infarto Agudo do Miocárdio Edema Agudo de Pulmão Distúrbios do metabolismo Ações de medicamentos e outras drogas Traumatismos Crânio Encefálico e Torácico Estado de choque
REANIMAÇÃO CARDIOPULMONAR EM ADULTO As manobras de Reanimação Cardio-Pulmonar (RCP) deverão ser aplicadas sempre que a vítima apresentar-se inconsciente com parada cárdio-respiratória constatada na análise primária.
1. Constatar inconsciência. 2. Deitar a vítima de costas numa superfície rígida. 3. Liberar as vias aéreas, mantendo a coluna cervical alinhada. 4. Constatar respiração ausente. 5. Efetuar 2 (duas) ventilações . 6. Constatar ausência de pulso carotídeo. 7. Efetuar 30 (trinta) compressões torácicas . 8. Após cinco ciclos de 2 ventilações/ 30 compressões, verificar o pulso na artéria carótida. 9. Constatação de pulso ainda ausente, reiniciar o ciclo com 2 (duas) ventilações. 10. Informar a Central de Operações e chamar a Unidade de Suporte Avançado (U.S.A.) ou Suporte Avançado de Vida (S.A.V.)
REANIMAÇÃO CARDIOPULMONAR EM CRIANÇA E BEBÊ 1. Constatar inconsciência. 2. Deitar o bebê de costas numa superfície rígida. 3. Liberar as vias aéreas. 4. Efetuar 2 (duas) ventilações. 5. Constatar ausência de pulso carotídeo na criança e pulso braquial no bebê. 6. Efetuar 30 compressões torácicas. 7. Efetuar 02 ventilações. 8. Efetuar 30 compressões torácicas. 9. Após 05 ciclos de 2 ventilações / 30 compressões verificar novamente o pulso. 10. Na persistência do pulso ausente, reiniciar o ciclo com 02 ventilações.
ATENÇÃO !!! Não interromper as manobras de RCP por mais de cinco segundos contínuos. Durante a troca de posições ou verificação de pulso as pessoas não podem interromper a RCP por mais de 5 segundos.
As manobras de RCP não serão aplicadas nas seguintes situações: - A vítima apresentar sinais evidentes e indiscutíveis que tornam óbvia a impossibilidade de reanimação, tais como: decapitação, calcinação, esquartejamento. - A vítima apresentar sinais tais como: rigidez cadavérica, manchas hipostáticas, decomposição e putrefação. As manobras de RCP somente poderão ser interrompidas quando: - Houver retorno do pulso carotídeo e da respiração da vítima; - Um médico assumir o caso. Se houver pulso e não houver respiração, manter a ventilação artificial como orientado anteriormente.
OBSTRUÇÃO RESPIRATÓRIA
É a diminuição ou impedimento total da passagem do ar através das Vias Aéreas Superiores (V.A.S.) da vítima pela presença de corpos estranhos produzindo engasgamento.
VÍTIMA CONSCIENTE ENGASGADA Pergunte para a vítima se ela pode falar; Se ela não puder falar, coloque-se por trás da vítima e posicione-se para efetuar as manobras de Heimlich : Utilize a mão em punho, devendo a outra mão firmar a primeira. Efetue repetidas compressões no abdome – se adulto ou criança, e compressões no osso esterno em gestantes ou obesos, até a desobstrução ou chegada do socorro adequado. Repita os passos anteriores enquanto necessário.
VÍTIMA INCONSCIENTE ENGASGADA Verifique estado de inconsciência. Executar a abertura de vias aéreas, utilizando-se da tríplice manobra. Verificar respiração. Caso a vítima não respire, efetue duas insuflações. Se o tórax não se elevar, repetir a liberação das vias aéreas e as ventilações. Se a obstrução persistir, efetue as manobras de Reanimação Cárdio Pulmonar (R.C.P.). Após a manobra, tente visualizar e remover objetos estranhos. Se persistir a obstrução, repita todos os passos anteriores até a desobstrução ou chegada do socorro adequado.
HEMORRAGIAS E ESTADO DE CHOQUE HEMORRAGIA: É a perda abundante e aguda de sangue circulante, evidenciada ou não. As hemorragias podem ser internas ou externas, classificando-se em arterial, venosa e capilar. RECONHECIMENTO DE HEMORRAGIAS EXTERNAS - Observar se há presença de sangue nas roupas. - Observar se há presença de sangue no local onde está a vítima. - Observar saída de sangue pelo ferimento. - Observar sinais e sintomas de choque.
CONDUTA 1- Fazer uma compressão direta e firme sobre o ferimento, com uma compressa de gaze ou campo operatório, até parar o sangramento. 2- Fixar a compressa de gaze ou o campo operatório com uma atadura de crepom. 3- Elevar o membro nas hemorragias de extremidades, exceto nas ocorrências que apresentem fraturas abertas. 4- Caso o sangramento persista, comprimir os pontos arteriais, anteriores ao ferimento. 5- Se o sangramento não cessar, realizar compressão direta sobre com o dedo indicador e polegar, no vaso rompido. 6- Transportar a vítima na posição de choque.
ATENÇÃO !!! Nunca remover a compressa de gaze após aplicá-la sobre o ferimento, se necessário, coloque outras por cima se o sangramento não parar. Nos ferimentos na cabeça não fazer compressão forte no local.
SUSPEITA DE HEMORRAGIA INTERNA - Observar presença de grandes hematomas. - Observar saída de sangue por orifícios naturais (ouvido, nariz, boca, vagina, ânus...). - Relacionar a lesão com a natureza da ocorrência. - Verificar a queixa principal da vítima. - Observar sinais e sintomas de choque hemodinâmico.
CONDUTA: 1- Tratar a vítima como em choque hemodinâmico: 2- Deitar a vítima com as pernas elevadas, aproximadamente 30 cm. 3- Manter a permeabilidade das vias aéreas. 4- Administrar oxigênio através de máscara facial. 5- Afrouxar suas roupas. 6- Manter a vítima aquecida. 7- Não obstruir a saída de sangue através dos orifícios naturais.
ATENÇÃO !!! Nas hemorragias provenientes de orifícios naturais da cabeça e da face, suspeitar de TCE (traumatismo crânio encefálico) e transportar a vítima em decúbito horizontal sem elevação das pernas ou cabeça.
ESTADO DE CHOQUE É a reação de falência hemodinâmica do organismo a uma condição de falha na entrega do suprimento necessário de sangue para a manutenção das funções vitais, ocasionando a perfusão inadequada dos tecidos. Os estados de choque podem ser: Hipovolêmico Cardiogênico Distributivo (Séptico, anafilático, neurogênico e pirogênico ).
Choque pirogênico caracteriza-se por uma reação febril devido a presença de pirógenos (agentes que fazem aumentar a temperatura corporal) e contaminação de solução e materiais utilizados em procedimentos que tenham tido contato endovenoso (punção). Os sinais e sintomas são: * Hipotensão acentuada-sendo que ás vezes não se consegue medir a PA; * A pele em geral apresenta palidez, sudorese, podendo apresentar cianose periférica; * Hipotermia; * Pulso rápido e fino; * Alterações emocionais, podendo apresentar agitação, confusão mental ou apatia; * Taquipnéia e superficial; * Oligúria .
RECONHECIMENTO DE CHOQUE HEMODINÂMICO SINAIS E SINTOMAS QUE PODEM INDICAR CHOQUE HEMODINÂMICO: - Pele pálida, úmida e fria. - Pulso fraco e rápido (adulto maior que 100 bpm , bebês e crianças maior que 120 bpm ). - Perfusão capilar lenta ou nula. - Pressão sistólica, em adulto, menor que 90 mmHg. - Respiração rápida e superficial. - Sede excessiva e tremores. - Agitação. Vertigens, desmaio e perda da consciência. NOTA: A vítima deve ser analisada como um todo, pois nem sempre a totalidade dos sinais podem estar presentes na fase inicial. Os sinais mais precoces do choque hemodinâmico são os dois primeiros da lista.
CONDUTA NO CHOQUE HEMODINÂMICO 1- Deitar a vítima com as pernas elevadas, aproximadamente 30 cm. 2- Manter a permeabilidade das vias aéreas. 3- Administrar oxigênio através de máscara facial. 4- Afrouxar suas roupas. 5- Manter a vítima aquecida. 6- Monitorar a freqüência cardíaca e a pressão sistólica a cada cinco minutos, inclusive durante o deslocamento.
ATENÇÃO !!! No caso de vítimas de trauma, deve-se ter especial cuidado com a coluna cervical, mantendo o paciente em decúbito dorsal horizontalizado e imobilizado na prancha longa e observar o seguinte: Nos casos de T.C.E., traumas de tórax e problemas cardíacos, elevar a parte superior da prancha cerca de 30 cm. Nos outros casos eleva-se a parte inferior da prancha cerca de 30 cm. Deve-se estar preparado para a ocorrência de vômitos: no caso de vítimas de trauma, imobilizá-la na prancha longa e virar de lado a prancha; nos casos clínicos transportar o paciente na posição de coma (decúbito lateral esquerdo com o membro inferior direito fletido e o esquerdo estendido. Não dar alimentos ou líquidos para o paciente !
FERIMENTOS E TRAUMAS
TRAUMATISMO CRÂNIO ENCEFÁLICO 1 . RECONHECIMENTO - Verificar o MECANISMO DA LESÃO. - Verificar o nível de consciência. - Perguntar à vítima consciente sobre as suas queixas ( cefaléia , vertigens, visão turva, e/ou náusea. - Observar presença de ferimento e/ou hemorragia no couro cabeludo. - Palpar toda a região crânio encefálica procurando sentir fraturas ou deformações sem exercer pressão. - Verificar presença de hematoma nas pálpebras e/ou atrás das orelhas (Sinal de guaxinim e Sinal de Battle ).
- Observar saída de sangue e / ou líquor pelo ouvido e / ou pelo nariz. - Verificar se houve confusão mental, desorientação e amnésia. - Verificar tamanho e reatividade à luz das pupilas. - Observar desigualdade das pupilas ( anisocoria ). - Verificar alterações do padrão respiratório. - Observar presença de vômitos. - Verificar deficiência de sensibilidade e / ou movimentos em algum segmento do corpo.
CONDUTA: 1- Manter as vias aéreas permeáveis, conservando o alinhamento da coluna cervical. 2- Administrar oxigênio, através de máscara facial. 3- Controlar as hemorragias, sem obstruir saída de sangue e/ou líquor dos ouvidos e nariz. 4- Cobrir e proteger ferimentos abertos, sem exercer pressão excessiva. 5- Manter o paciente em repouso, imobilizado e aquecido. 6- Monitorar a cada 5 minutos os Sinais Vitais, perfusão capilar e continuamente o nível de consciência / e sinais evolutivos do estado de choque. 7- Transportar a vítima imobilizada na prancha longa em decúbito dorsal com a cabeceira elevada cerca de 30 cm.
ATENÇÃO !!! Considerar toda vítima de traumatismo crânio encefálico também como vítima de trauma de coluna cervical associado. Durante a avaliação evitar manobras que possam agravar possível lesão cervical Não é necessária a presença de um ferimento externo para que a vítima apresente traumatismo crânio encefálico, às vezes somente o mecanismo de aceleração e desaceleração bruscas são suficientes para causar um trauma crânio encefálico. Deve-se estar preparado para a ocorrência de vômitos e para uma eventual parada respiratória ou cárdio-respiratória.
TRAUMAS DE FACE 1- Verificar a permeabilidade das vias aéreas, mantendo a coluna cervical alinhada. 2- Aplicar curativo sem exercer forte pressão. 3- Utilizar para o curativo a bandagem triangular ou atadura de crepe. 4- Não retirar objetos empalados, exceto, aqueles transfixados na bochecha que devem ser retirados quando possível. 5- Estabilizar o objeto com auxílio de gaze, atadura e bandagem. 6- Estar atento aos sinais e sintomas de traumatismo crânio encefálico. Nesse caso, transportar em decúbito elevado . Não efetuar tamponamento compressivo nos ferimentos na cabeça .
ATENÇÃO !!! Ferimentos de face associados a fraturas são graves, sendo necessárias manobras de S.A.V. para a manutenção das vias aéreas. Manter a coluna cervical imóvel durante os procedimentos, pois é grande a possibilidade de existir lesão na coluna cervical nas vítimas com ferimento de cabeça e face. Nas crianças os ferimentos extensos de cabeça podem levar rapidamente ao choque por perda sangüínea .
TRAUMAS DE COLUNA RECONHECIMENTO: - Verificar o MECANISMO DA LESÃO, associando o tipo de acidente com a suspeita de lesão. - Examinar cuidadosamente através de palpação o pescoço, traqueia e toda a extensão da coluna cervical, torácica, lombar e coccígea, procurando deformidades, desalinhamentos, edemas e / ou crepitação e avaliando os sinais de dor. - Verificar se há perda ou diminuição da sensibilidade e/ou movimentação dos membros, avaliando-os simetricamente. - Observar presença de priapismo (ereção peniana sem estimulo sexual). - Observar perda do controle dos esfíncteres vesicais (eliminação involuntária de urina e/ou fezes). - Observar o padrão respiratório. No caso de vítima consciente, pedir a mesma que faça uma inspiração profunda, caso não o consiga este é um dos sinais de lesão de coluna.
CONDUTA: 1- Manter as vias aéreas permeáveis, conservando o alinhamento da coluna cervical. 2- Verificar se há desvio de traqueia ou se os vasos do pescoço estão distendidos. 3- Administrar oxigênio, através de máscara facial. 4- Monitorar Sinais Vitais, nível de consciência, perfusão capilar e evolução para o estado de choque. 5- Em vítimas que estejam sentadas, imobilizar com a prancha curta ou o “KED” antes de movimentá-la para a prancha longa. 6- Em vítimas que estejam deitadas, imobilizar na prancha longa antes de movimentá-la. 7- Transportar com o mínimo de movimentação possível, mantendo a vítima tranqüila e aquecida.
ATENÇÃO !!! No caso de desvio de traqueia e / ou distensão dos vasos do pescoço avisar a Central de Operações e acionar Suporte Avançado de Vida. Estar preparado para a ocorrência de vômitos, fixando bem a vítima na prancha para o caso de giro lateral.
AMPUTAÇÃO E AVULSÃO Conter hemorragia empregando as técnicas apropriadas descritas anteriores. Cobrir as partes amputadas / avulsionadas com compressas limpas. 3- Prevenir o choque hemodinâmico. 4- Localizar o segmento amputado. 5- Conduzir o segmento amputado juntamente com a vítima. 6- Envolvê-lo com plástico protetor esterilizado e colocá-lo em um recipiente com gelo, se possível.
ATENÇÃO !!! Estar alerta para a rapidez da evolução para o choque hemodinâmico e o estado de coma nas grandes amputações e / ou avulsões. Não colocar o segmento amputado em contato direto com gelo, água ou outra substância. Caso haja grande perde de sangue ou sinal de choque hemodinâmico, não perder tempo em procurar o membro amputado ou em providenciar gelo.
QUEIMADURAS É toda lesão produzida nos tecidos de revestimento do organismo e mucosas, podendo comprometer pele, músculos, vasos sanguíneos, nervos e ossos. Dividem-se em Térmicas, Químicas, Elétricas, Por Luz Intensa e Radiação.
CLASSIFICAÇÃO: Por profundidade: Queimadura de 1º grau : Lesão da camada mais superficial da pele, a epiderme, caracterizada por dor e vermelhidão local, sem bolhas. Queimadura de 2º grau : Lesão de camada superficial e intermediária da pele com dor e vermelhidão mais intensas. Há formação de bolhas. Queimadura de 3º grau : Lesão de todas as camadas da pele, com destruição de tecidos e terminações nervosas. Por extensão: • Pequenos Queimados (menos de 10% da área corporal queimada). • Grandes Queimados (a partir de 10% da área corporal queimada).
ATENÇÃO !!! São consideradas graves as seguintes queimaduras: Elétricas, em períneo, com mais de 10% de área corporal queimada e com lesão de vias aéreas.
RECONHECIMENTO DA QUEIMADURA Pele vermelha na área queimada. - Dor intensa no(s) local( is ) queimado(s). - Presença de bolhas. - Necrose de tecido. - Perda da sensibilidade na área necrosada.
REGRAS GERAIS P/ ABORDAGEM VÍTIMAS QUEIMADAS Interromper o contato da vítima com o agente lesivo (térmico, químico ou elétrico). - Assegurar a vítima a manutenção básica da vida. - Proteger a vítima e suas lesões de outros agravos durante o transporte. - Avaliar as condições de segurança do local. Se necessário, remover a vítima para local seguro antes de prosseguir o atendimento. - Identificar o tipo de acidente, tipo de queimadura, através de indícios ou testemunhas. - Proceder a avaliação inicial da vítima assegurando vias aéreas permeáveis, respiração e circulação. - Qualquer vítima com lesões por queimadura pode também ter sido vítima de trauma comumente associados a este tipo de acidente. Portanto, especial atenção deve ser dada à proteção da coluna cervical, à possibilidade de choque hemodinâmico e existência de fraturas.
CONDUTA PARA ATENDIMENTO DE VÍTIMAS DE QUEIMADURAS TÉRMICAS Se a vítima estiver com fogo nas vestes role-a no chão ou envolva um cobertor em seu corpo a partir do pescoço em direção aos pés. 2. Interromper a reação de calor, resfriando a vítima com soro fisiológico ou água limpa a temperatura ambiente. 3. Retirar as vestes, sem arrancá-las, cortando-as com tesoura. Não arrancar o tecido se estiver aderido à queimadura, apenas resfriá-lo com soro fisiológico ou água limpa a temperatura ambiente, deixando-o no local. 4. Retirar das extremidades anéis, pulseiras, relógios e outros adereços antes que o a parte afetada edemacie. 5. Avaliar as regiões do corpo acometidas, a profundidade da lesão (1º, 2º ou 3º grau), e a sua extensão. 6. Caso haja acometimento da face (queimadura de pele, cabelos ou pêlos do nariz e das pálpebras) ou possibilidade de que a vítima tenha inalado fumaça ou gases, dar especial atenção às vias aéreas e respiração, fornecendo oxigênio por máscara facial. Cobrir os olhos da vítima com gaze umedecida em soro ou água limpa. 7. Proteger as áreas queimadas com gaze e bandagens limpas e umedecidas com água limpa ou soro fisiológico. 8. Se a área afetada envolver mãos ou pés, separar os dedos com pequenos rolos de gaze umedecida em soro fisiológico antes de cobri-los. 9. Cobrir a vítima com lençol descartável. Vítimas com queimaduras podem apresentar choque hemodinâmico. Estar atento para reconhecer esta condição. Neste caso, transportar a vítima na posição de choque.
CONDUTA PARA ATENDIMENTO DE VÍTIMAS DE QUEIMADURAS QUÍMICAS 1. Antes de manipular qualquer vítima que ainda esteja em contato com o agente agressor (no ambiente, nas vestes, ou na pele), proteger-se de sua exposição (luvas, óculos e vestimenta de proteção). Se possível, identificar o agente agressor. 2. Retirar as vestes da vítima que estiverem impregnadas pelo produto e lavar a pele com água corrente, abundantemente. No mínimo 5 minutos para ácidos e 15 minutos para álcali. 3. Se o produto for seco (na forma granulado ou pó), retirá-lo manualmente sem friccionar (com pano seco ou escova). Em seguida lavar o local com água corrente no mínimo 5 minutos para ácidos e 15 minutos para álcali. 4. Na suspeita de liberação de gases, administrar oxigênio por máscara facial à vítima.
ATENÇÃO !!! No caso de produtos secos, não utilizar água ou líquidos antes de retirá-los pois poderão dissolver aumentando a área de contato com o agente e assim produzir uma queimadura mais extensa. Nunca furar as bolhas e não aplicar qualquer produto nas áreas afetadas. Se a lesão for nos olhos, lavá-los bem com água corrente ou soro fisiológico em abundância no mínimo durante 15 minutos, cobrindo-os depois com curativo úmido, estéril, mantidos a cada cinco minutos. Fazer a irrigação sempre do centro para o canto externo do olho.
CHOQUE ELÉTRICO Acidente causado pelo contato com corrente de alta ou baixa tensão elétrica contínua ou alternada. A gravidade das lesões dependerá da resistência da pele e das estruturas internas do corpo; do tipo de polaridade da corrente; da frequência, intensidade e duração da corrente.
VIAS DE ENTRADA E SAÍDA DA CORRENTE: Mão – mão; Mão – pé; Pé – pé. NOTA: O quadro clínico por choque elétrico provoca agravos secundários de queimaduras, alterações cardiopulmonares, complicações neurológicas, lesões musculares e alterações vasculares sistêmicas.
RECONHECIMENTO DE VÍTIMA DE CHOQUE ELÉTRICO a) O choque elétrico pode provocar: - Parada cárdio-respiratória devido às descargas elétricas de alta tensão. - Duas queimaduras, indicando ponto de entrada e saída da corrente elétrica. - Traumas associados, como fraturas, luxações, contusões.
b) Sinais e sintomas: - Distúrbios da visão. - Zumbido no ouvido. - Paralisia dos músculos da respiração. - Lesões musculares. - Lesões nos ossos e nas articulações decorrentes da violenta contração muscular. - Lesão da medula com ou sem fratura das vértebras. - Queda brusca da pressão arterial. - Ritmo irregular do coração. - Convulsões.
c) Fatores que determinam a gravidade do acidente: - Voltagem. - Amperagem - Umidade da vítima e do ambiente. - Isolamento. - Área atravessada -.Tempo de contato com a fonte causadora
CONDUTA COM A VÍTIMA DE CHOQUE ELÉTRICO 1. Afastar a fonte elétrica da vítima. 2. Verificar se a energia foi cortada e escoada antes de abordar a vítima. 3. Usar sempre EPI específico. 4. Realizar análise primária da vítima. 5. Manter a permeabilidade das vias aéreas e estabilizar a coluna cervical da vítima. 6. Iniciar RCPC se necessário, conforme procedimento próprio (capítulo 06). 7. Tratar as queimaduras conforme procedimento próprio. 8. Tratar os ferimentos conforme procedimento próprio, relativos a trauma em geral. 9. Transportar imediatamente a vítima, prevenindo o choque hemodinâmico. 10. Dar suporte emocional à vítima durante o atendimento.
ATENÇÃO!!! CUIDADOS COM O LOCAL DO ACIDENTE Providenciar o isolamento do local e avisar imediatamente a Companhia Elétrica (Cemig, etc...) para desligar a energia, caso o acidente tenha ocorrido em via pública. No caso de recintos fechados, isolar o local e desligar imediatamente a fonte de alimentação da corrente elétrica. Utilizar sempre EPI específico. Considerar fios caídos sempre como energizados. Se os fios estiverem em contato com veículos, orientar as vítimas a permanecerem no seu interior até que a companhia de eletricidade possa desenergizá-los , a não ser que haja risco iminente de incêndio ou explosões; nestas situações, orientar a vítima a pular do veículo sem fechar o circuito com o solo. Não esquecer de desligar a fonte de energia e certificar-se de que não há mais corrente elétrica antes de acessar a vítima. Considerar a vítima de choque elétrico sempre como grave, mesmo que não haja sinais externos que indiquem isto.
FRATURAS, LESÕES MÚSCULO ESQUELÉTICAS E TÉCNICAS DE IMOBILIZAÇÃO - Fraturas: perda da continuidade óssea. - Luxações: perda da congruência articular. - Entorses: lesão de ligamentos e tendões. - Contusões: contusões de partes moles (pele, músculo, vaso sanguíneo).
RECONHECIMENTO Verificar o MECANISMO DA LESÃO. - Presença de dor aguda. - Observar deformidade, movimentos anormais ou incapacidade funcional. - Observar encurtamento. - Presença de edema, equimose ou hematoma. - Observar alteração da cor da pele. - Presença de crepitação. - Observar exposição óssea. - Verificar se há complicação examinando a porção distal à lesão, palmando o pulso e pesquisando a sensibilidade, motricidade e perfusão capilar.
CONDUTA 1- Tratar, primeiramente, as lesões que ameaçam a vida, detectadas na análise primária e início da secundária. 2- Cortar a roupa na região da lesão e retirar objetos como relógio, pulseiras, anéis. 3- Cobrir ferimentos com gaze seca, atadura ou bandagem. 4- Não tentar introduzir um osso exposto. 5- Avaliar o pulso distal, perfusão capilar, sensibilidade e mobilidade. 6- Alinhar fraturas conforme necessidade e possibilidade. 7- Imobilizar com o mínimo de movimentação possível do membro, conforme procedimentos específicos. 8- Avaliar pulso distal, perfusão capilar após a imobilização. 9- Ao imobilizar, abranger uma articulação imediatamente acima e outra imediatamente abaixo do ponto lesionado. 10- Ao imobilizar lesões em articulações abranger o osso acima e o osso que está abaixo da articulação.
ATENÇÃO !!! Objetivos da imobilização: reduzir a dor, prevenir lesões adicionais, diminuir sangramento. Na dúvida, se há ou não fratura, sempre imobilizar. Os procedimentos adotados neste manual aplicam-se a suspeita de fratura ou fratura indistintamente, uma vez que diagnóstico de fratura requer confirmação radiológica. Lesões músculo-esqueléticas só são manipuladas durante a análise, exceto quando ameaçam a vida. Suspeitar de fratura mesmo com a presença de apenas um sinal e/ou sintoma. Não se distrair das prioridades por causa de uma fratura que cause uma deformidade impressionante. - Tentar alinhar o membro de forma suave, exercendo uma leve tração. - Tentar o alinhamento somente em ossos longos (úmero, rádio, ulna, fêmur, tíbia e fíbula).
- Tentar apenas uma única vez, se houver resistência não forçar. - Imobilizar na posição encontrada se houver resistência. - Avaliar o pulso distal, perfusão capilar, sensibilidade e mobilidade antes e após a tentativa de alinhamento. Não alinhar fraturas expostas, fraturas envolvendo articulações e nem luxações. Estar alerta para a possibilidade de choque hemodinâmico nas vítimas com fratura de pelve e / ou fêmur. Examinar detalhadamente a região pélvica em busca de sinais de grande hemorragia interna por rompimento da artéria femural (sangramento pelos orifícios genito -urinários, e edema da bolsa escrotal por acúmulo e retenção de sangue). Pacientes com estes sinais requerem assistência médico cirúrgica imediata!
DESMAIOS E CONVULSÕES
Desmaio É a diminuição da circulação e oxigenação cerebral Causas: Ambientes com muitas pessoas, sem uma adequada ventilação. Emoções fortes Fome Insolação Inadequado recebimento de circulação e oxigênio no cérebro Dor intensa Outras causas Sinais e Sintomas: Palidez (pele descorada) Pulso rápido e fraco Sudorese (suor) Perda dos sentidos
Atendimento: Arejar o ambiente, ou transportar a vítima para um local com melhor ventilação. Elevar os membros inferiores, com uma mochila, roupas, etc. com isso, o sangue circula em maior quantidade no cérebro e nos órgãos nobres. Lateralizar a cabeça, evitando que a vítima venha a se asfixiar em caso de vômito. Afrouxar a roupa, para uma melhor circulação. Faça-a sentar e respirar fundo, após auxilie-a a dar uma volta, respirando fundo e devagar. Com isso, o organismo se readapta a posição vertical e evita que ela possa desmaiar novamente, o que pode ocorrer se ela levantar bruscamente.
Se ainda não houve o desmaio: Quando a vítima está prestes a desmaiar, faça outro procedimento: Sentar a vítima numa cadeira, fazer com que ela coloque a cabeça entre as coxas e o socorrista faça pressão na nuca para baixo (com a palma da mão), enquanto ela força a cabeça para cima por alguns segundos. Esse movimento fará com que aumente a quantidade de sangue e oxigênio no cérebro. Realize esse procedimento 3 a 4 vezes.
CONVULSÕES Conceito: Distúrbio que ocorre no cérebro, podendo ocasionar contrações involuntárias da musculatura, provocando movimentos desordenados e em geral, perda da consciência. Causas: Acidentes com traumatismo crânio encefálico Febre alta Epilepsia Alcoolismo Drogas Determinados medicamentos Tumores cerebrais Lesões neurológicas Choque elétrico Origem desconhecida Outras causas
Sinais e Sintomas: Agitação psicomotora Espasmos musculares (contrações) ou não Salivação intensa ("baba") Perda dos sentidos Relaxamento dos esfíncteres, podendo urinar e evacuar, durante a convulsão.
Atendimento: Afastar objetos do chão que possam causar lesões ou fraturas Afastar os curiosos, dar espaço para a vítima. Proteger a cabeça da vítima com a mão, roupa, travesseiro, etc. Lateralizar a cabeça, evitando que a vítima se asfixie com a secreção. Não imobilizar membros (braços e pernas), deixá-los livres, apenas segure-os. Afrouxar as roupas Observar se a respiração está adequada, se não há obstrução das vias aéreas. Não tracionar a língua ou colocar objetos na boca para segurar a língua (tipo colher, caneta, madeira, dedos, etc.).
Limpar as secreções salivares, com um pano ou papel, para facilitar a respiração. Após passar a convulsão, se a vítima quiser dormir, deixe-a descansar enquanto aguarda o socorro. Não medique a vítima, mesmo que ela tenha os medicamentos. Os reflexos não estão totalmente recuperados, e ela pode se afogar ao engolir o comprimido e a água. Se a convulsão for provocada por febre alta (geralmente em crianças), além dos procedimentos descritos no atendimento, dê-lhe um banho com água morna de chuveiro, vista-a com roupas leves e providencie a atendimento médico. Se a convulsão for provocada por acidente ou atropelamento, não retire a vítima do local, atenda-a e aguarde a chegada do socorro médico É uma situação grave e oferece risco à vida, se for transportada inadequadamente, pode morrer.
Estado Pós-Convulsivo Sono Dificuldade para falar Palavras sem nexo A vítima sai caminhando sem direção, etc. Não deixe a vítima sozinha nesta fase, pois ela pode ser atropelada, sofrer uma queda e estar sujeita a situações que podem trazer maiores complicações.