Realismo e Naturalismo Segunda metade do séc. XIX – início do séc. XX; Reação contra o Romantismo: Movimento antirromântico; Análise da realidade . Contexto histórico 2ª revolução industrial: Grandes complexos industriais; Massa operária urbana → a centuação das diferenças sociais + e feitos do capitalismo.
Influências Positivismo (Comte): FATO, razão, cientificismo, “ordem e progresso”; OBJETIVIDADE; Positivo: útil, real, certo, preciso. Evolucionismo (Darwin): Origem das espécies – seleção natural; Nega a origem divina. Socialismo científico (Marx e Engels ): Análise crítica e científica do capitalismo; Materialismo histórico: Modo de produção material condiciona processo de vida social, político e intelectual.
Literatura (Europa - França) 1857 – Madame Bovary ( Gustave Flaubert): Primeiro romance realista da literatura universal; Temática : adultério, crítica à burguesia; Características psicológicas da personagem. 1867 – Therese Raquin (Émile Zola): Inaugura o romance naturalista; Temática : adultério, vingança, assassinato. “(...) Eu quis estudar alguns temperamentos. Eis aí todo o livro. Escolhi personagens soberanamente dominados por seus nervos e sangue, desprovidos de livre-arbítrio, levados a cada ato de suas vidas pelas fatalidade da carne. (...) Começamos, espero, a compreender que meu objetivo foi científico."
Contexto - BRASIL Segundo Reinado (D. Pedro II); Decadência da monarquia + ideais republicanos; 1888 – Lei Áurea (“abolição” da escravatura); 1889 – Proclamação da República Literatura 1881 – O mulato (Aluísio Azevedo) - Naturalismo ; 1881 – Memórias Póstumas de Brás Cubas (Machado de Assis) - Realismo .
Realismo - Características Veracidade e busca da verossimilhança; Retrato da vida contemporânea: Diferente do Romantismo, não há evasão para o passado ou para o futuro; Retrato fiel das personagens: Qualidades e defeitos, descrição, caráter; Detalhismo – busca por precisão; Materialização do amor; Denúncia das injustiças sociais; Determinismo: Ser humano como produto do meio, das circunstâncias e da hereditariedade; Linguagem simples, natural, clara, correta; Crítica aos costumes da burguesia.
Naturalismo - Características Assume as características do realismo e acrescenta outras; Humano comparado ao animal: Comportamento também influenciado pelos instintos ; Humano = animal ( zoomorfismo , animalismo); Cientificismo: Análise objetiva do comportamento humano; Detalhismo: descrição > ação; Ênfase no patológico; Análise social; Preferência por ambientes pobres e por tipos marginalizados ou “degradados” pela sociedade.
Principais autores no Brasil REALISMO: Machado de Assis NATURALISMO: Aluísio Azevedo; Júlio Ribeiro. REALISTA E NATURALISTA: Raul Pompéia Apresenta, em sua obra O ateneu , características tanto realistas quanto naturalistas, enquadrando-se nas duas “vertentes” da época.
Machado de Assis 1º MOMENTO (Romântico): 1870 (Contos Fluminenses) → 1878 (Iaiá Garcia) Padrões do Romantismo; Características do Realismo: Crítica social (burguesia); Ironia; Relações de interesse; + produção de poesia.
Machado de Assis 2º MOMENTO (Realista): 1881 (Memórias póstumas de Brás Cubas) → 1906 (Relíquias da Casa Velha) Ruptura da narrativa linear; Metalinguagem narrativa / digressão: Narrador participativo; Pessimismo / Ironia; Análise psicológica; Crítica → “máscaras sociais” (burguesia); Linguagem equilibrada, correta, precisa; + produção de prosa. Poesia → características parnasianas.
Aluísio Azevedo Influência de Émile Zola (França) e Eça de Queirós (Portugal); Conotação social; Classes marginalizadas; Crítica → conservadorismo, clero e classes dominantes: Ideal republicano; Grupos humanos ; Materialista, positivista e determinista: Pressão social; Degradação das classes marginalizadas.
Exercícios PAS e Vestibular
(PAS 2 – UnB – 2011) 61 O estilo realista de Machado de Assis aproxima-se muito do naturalismo, como evidencia a peremptória defesa de teses acerca da sociedade brasileira. 65 Machado de Assis é um dos primeiros autores regionalistas brasileiros, como demonstra sua preocupação em retratar, com fina ironia e sob um prisma realista, relações sociais e paisagens das áreas não urbanizadas do Brasil do século XIX. 66 A fórmula machadiana para a representação da sociedade brasileira do século XIX envolve a escolha de protagonistas das classes populares, sobretudo naquelas obras que ficaram conhecidas como romances de segunda fase.
(PAS 2 – UnB – 2011) 61 O estilo realista de Machado de Assis aproxima-se muito do naturalismo, como evidencia a peremptória defesa de teses acerca da sociedade brasileira. E 65 Machado de Assis é um dos primeiros autores regionalistas brasileiros, como demonstra sua preocupação em retratar, com fina ironia e sob um prisma realista, relações sociais e paisagens das áreas não urbanizadas do Brasil do século XIX. E 66 A fórmula machadiana para a representação da sociedade brasileira do século XIX envolve a escolha de protagonistas das classes populares, sobretudo naquelas obras que ficaram conhecidas como romances de segunda fase. E Que é determinante ; definitiva ou decisiva .
(PAS 2 – UnB – 2014) Proprietário e estabelecido por sua conta, o rapaz atirou-se à labutação ainda com mais ardor, possuindo-se de tal delírio de enriquecer, que afrontava resignado as mais duras privações. Dormia sobre o balcão da própria venda, em cima de uma esteira, fazendo travesseiro de um saco de estopa cheio de palha. A comida arranjava-lha , mediante quatrocentos réis por dia, uma quitandeira sua vizinha, a Bertoleza, crioula trintona, escrava de um velho cego residente em Juiz de Fora e amigada com um português que tinha uma carroça de mão e fazia fretes na cidade. Bertoleza também trabalhava forte; a sua quitanda era a mais bem afreguesada do bairro. De manhã vendia angu, e à noite peixe frito e iscas de fígado; pagava de jornal a seu dono vinte mil réis por mês e, apesar disso, tinha de parte quase que o necessário para a alforria. Um dia, porém, o seu homem, depois de correr meia légua puxando uma carga superior às suas forças, caiu morto na rua, ao lado da carroça, estrompado como uma besta.
(PAS 2 – UnB – 2014) 32 No romance O Cortiço , o autor, ao apresentar a diversidade de tipos humanos em convivência em um espaço social burguês, propicia a reflexão sobre o processo de periferização das grandes cidades brasileiras. 34 Na obra O Cortiço , Aluísio Azevedo expressa sua contestação dos princípios do Naturalismo, ao criar, com visão romântica, a personagem Bertoleza.
(PAS 2 – UnB – 2014) 32 No romance O Cortiço , o autor, ao apresentar a diversidade de tipos humanos em convivência em um espaço social burguês, propicia a reflexão sobre o processo de periferização das grandes cidades brasileiras. E 34 Na obra O Cortiço , Aluísio Azevedo expressa sua contestação dos princípios do Naturalismo, ao criar, com visão romântica, a personagem Bertoleza. E
(PAS 2 – UnB – 2013) 35 Em Dom Casmurro, há evidente influência do Romantismo, em especial da obra de José de Alencar, como demonstra a trajetória da heroína Capitu, que passa por diversas provações e, ao final, encontra a redenção pelo amor, tal como ocorre com a protagonista do romance Senhora. 38 Uma comprovação formal da afirmação de que o ciúme é o tema principal de Dom Casmurro e o ensimesmamento narrativo, condição básica para que o ciúme seja expresso como determinante das ações do protagonista em narrativa em primeira pessoa. 39 Depreende-se do fragmento apresentado que, para o autor do texto, a força da narrativa machadiana reside, em grande medida, na capacidade de Machado de Assis de fazer persistir nos leitores a sensação de dúvida. 40 A comparação da literatura com uma “ máquina de produzir perguntas inovadoras ” aplica-se, em especial, ao modelo ficcional naturalista, em voga na época de Machado de Assis.
(PAS 2 – UnB – 2013) 35 Em Dom Casmurro, há evidente influência do Romantismo, em especial da obra de José de Alencar, como demonstra a trajetória da heroína Capitu, que passa por diversas provações e, ao final, encontra a redenção pelo amor, tal como ocorre com a protagonista do romance Senhora. E 38 Uma comprovação formal da afirmação de que o ciúme é o tema principal de Dom Casmurro e o ensimesmamento narrativo, condição básica para que o ciúme seja expresso como determinante das ações do protagonista em narrativa em primeira pessoa. C 39 Depreende-se do fragmento apresentado que, para o autor do texto, a força da narrativa machadiana reside, em grande medida, na capacidade de Machado de Assis de fazer persistir nos leitores a sensação de dúvida. C 40 A comparação da literatura com uma “ máquina de produzir perguntas inovadoras ” aplica-se, em especial, ao modelo ficcional naturalista, em voga na época de Machado de Assis. E
(PAS 2 – UnB – 2016) Abatidos pelo fadinho harmonioso e nostálgico dos desterrados, iam todos, até mesmo os brasileiros, se concentrando e caindo em tristeza; mas, de repente, o cavaquinho de Porfiro , acompanhado pelo violão do Firmo, romperam vibrantemente com um chorado baiano. (...) E à viva crepitação da música baiana calaram-se as melancólicas toadas dos de além-mar. Assim à refulgente luz dos trópicos amortece a fresca e doce claridade dos céus da Europa, como se o próprio sol americano, vermelho e esbraseado, viesse, na sua luxúria de sultão, beber a lágrima medrosa da decaída rainha dos mares velhos. Jerônimo alheou-se de sua guitarra e ficou com as mãos esquecidas sobre as cordas, todo atento para aquela música estranha, que vinha dentro dele continuar uma revolução começada desde a primeira vez em que lhe bateu em cheio no rosto, como uma bofetada de desafio, a luz deste sol orgulhoso e selvagem (...)
(PAS 2 – UnB – 2016) 16 No trecho apresentado, estabelece-se uma relação entre a música e o temperamento dos povos que ela representa: a melancolia “dos de além-mar”, os portugueses, e a alegria representada pela “viva crepitação” dos brasileiros. 17 Ao indicar, em O Cortiço , a transformação de Jerônimo desde sua chegada ao Brasil, Aluísio Azevedo abre mão do recurso literário que consiste em determinar o perfil psicológico das personagens a partir de seu ambiente físico de origem, comumente utilizado pelos escritores do Naturalismo. 1 8 Por meio da comparação entre o fadinho e o chorado, os dois primeiros parágrafos do texto constroem uma atmosfera em que se opõem aspectos da cultura portuguesa e aspectos da cultura brasileira, exaltando-se, ao final, a superioridade desta cultura em relação àquela.
(PAS 2 – UnB – 2016) 16 No trecho apresentado, estabelece-se uma relação entre a música e o temperamento dos povos que ela representa: a melancolia “dos de além-mar”, os portugueses, e a alegria representada pela “viva crepitação” dos brasileiros. C 17 Ao indicar, em O Cortiço , a transformação de Jerônimo desde sua chegada ao Brasil, Aluísio Azevedo abre mão do recurso literário que consiste em determinar o perfil psicológico das personagens a partir de seu ambiente físico de origem, comumente utilizado pelos escritores do Naturalismo. E 1 8 Por meio da comparação entre o fadinho e o chorado, os dois primeiros parágrafos do texto constroem uma atmosfera em que se opõem aspectos da cultura portuguesa e aspectos da cultura brasileira, exaltando-se, ao final, a superioridade desta cultura em relação àquela. E
(1º Vestibular – UnB – 2011) Na verdade, o mestre fitava-nos. Como era mais severo para o filho, buscava-o muitas vezes com os olhos, para trazê-lo aperreado. Mas nós também éramos finos, metemos o nariz no livro, e continuamos a ler. Não esqueçam que estávamos então no fim da regência, e que era grande a agitação pública. Policarpo tinha, decerto, algum partido, mas nunca pude averiguar esse ponto. O pior que ele podia ter, para nós, era a palmatória. E essa lá estava, pendurada no portal da janela, à direita, com os seus cinco olhos do diabo. Era só levantar a mão, despendurá-la e brandi-la, com a força do costume, que não era pouca. E daí, pode ser que, alguma vez, as paixões políticas dominassem nele a ponto de poupar-nos uma ou outra correção. [...] Machado de Assis. Conto de Escola. São Paulo: Cosac & Naify , 2002, p. 13 e 24.
(1º Vestibular – UnB – 2011) 109 No trecho “Não esqueçam que estávamos, então no fim da Regência”, o narrador dirige-se aos leitores, utilizando a linguagem em sua função conativa, como evidencia o emprego do modo imperativo no início do período. 112 O trecho reproduzido acima é representativo da estética realista de Machado de Assis, caracterizada pela observação crítica da sociedade e pelo tratamento não idealista das personagens. 113 Os contos machadianos são conhecidos pela habilidade ficcional narrativa que frequentemente se une à alusão a fatos históricos do século XIX, como acontece nos Contos de Escola. 114 A exemplo de Dom Casmurro, romance da segunda fase machadiana, a obra Contos de Escola extrai sua força ficcional do recurso narrativo do fluxo de consciência. 115 A relação entre a política e o castigo empregado pelo “mestre” é sublinhada com fina ironia pelo narrador, como se pode perceber no último período do primeiro parágrafo.
(1º Vestibular – UnB – 2011) 109 No trecho “Não esqueçam que estávamos, então no fim da Regência”, o narrador dirige-se aos leitores, utilizando a linguagem em sua função conativa, como evidencia o emprego do modo imperativo no início do período. C 112 O trecho reproduzido acima é representativo da estética realista de Machado de Assis, caracterizada pela observação crítica da sociedade e pelo tratamento não idealista das personagens. C 113 Os contos machadianos são conhecidos pela habilidade ficcional narrativa que frequentemente se une à alusão a fatos históricos do século XIX, como acontece nos Contos de Escola. C 114 A exemplo de Dom Casmurro, romance da segunda fase machadiana, a obra Contos de Escola extrai sua força ficcional do recurso narrativo do fluxo de consciência. E 115 A relação entre a política e o castigo empregado pelo “mestre” é sublinhada com fina ironia pelo narrador, como se pode perceber no último período do primeiro parágrafo. C