Mais família e menos mídia, de Luís Artur Haddad
Em Esparta, importante pólis grega, os meninos eram exaustivamente treinados
para serem guerreiros que defenderiam sua cidade. Hoje, no Brasil, as crianças não
tem essa preocupação: crescem e no futuro, podem escolher suas profissões. Porém,
a publicidade infantil tem influenciado, não só este, mais inúmeros outros aspectos
dos jovens, e não deveria.
No Brasil, é comum que se ligue a televisão e esteja passando alguma propaganda
com teor apelativo aos jovens: publicitários usam de inúmeros meios para atrair a
atenção das crianças, e conseguem. Estas, cada vez mais conectadas a todo tipo de
mídia, acabam se influenciando pelo que é divulgado na televisão e pedem aos seus
pais que compre o que foi ofertado. O problema é que cabe aos pais escolher qual
brinquedo o filho deve ter, por exemplo, e não ao grande empresário. Este tem como
finalidade o lucro, enquanto aqueles querem o crescimento de seus jovens. Dessa
forma, é comum que os donos de empresas criem brinquedos que não têm a menor
intenção de ensinar nada às crianças. Os pais, pelo contrário, tendem a escolher, por
exemplo, os brinquedos que passem a seus filhos conhecimentos que julguem
necessários. Com a publicidade infantil, os empresários tomam para si, funções que
cabem aos pais, e por isso este tipo de publicidade deve ter fim.
Muitas pessoas, porém, pensa que esta é uma forma de censura, similar à que Vargas
implantou com o Departamento de Imprensa e Propaganda, mas não é. Crianças
ainda estão na fase de aprendizado básico e, pela falta de maturidade, não
desenvolveram censo crítico: ao verem propagandas fantasiosas, acham que o
produto é maravilhoso e desejam adquiri-lo no mesmo instante. Não sabem, porém,
que o refrigerante possui muito corante – e pode desencadear uma alergia, ou que o
brinquedo é muito frágil, e logo se quebrará. Os pais, por esses motivos, não irão
comprar os produtos, o que, em muitos casos, deixará o filh
que as crianças não têm censo crítico para selecionar o que é bom através da
publicidade infantil, observa-se que estas devem ser pouco, ou nada, divulgadas.
Vendo a questão publicitária sob esta ótica, um implemente à lei deve ser colocado
em prática. Deve partir do Governo uma adequação ao projeto pedagógico
brasileiro: aulas de filosofia e sociologia, colocadas na base da escola, ensinariam
aos jovens como a mídia de comporta. Com o tempo, e a maturidade, as crianças
verão que os pais estão, na maioria dos casos, corretos na formação que lhe deram.
Dessa forma, a sociedade irá crescer e se desenvolver de forma mais humana e
menos financeira.