Apresenta hábito de crescimento indeterminado, o que leva ao
surgimento de frutos (drenos) junto às folhas velhas (fontes), com
órgãos vegetativos competindo com reprodutivos ao longo da
estação de crescimento pelos fotoassimiladosformados .
Em função dessas limitações, tanto de natureza interna (ineficiência
fotossintética) quanto externa (forte horizontalidade das folhas,
irregular distribuição de luz no dossel e crescimento indeterminado),
ocorre crise na transferência de assimilados para os frutos em
crescimento. Boa parte deles, mais de 60% dos botões florais, cai.
Juntamente com eles, cerca de 20% configura o fenômeno chamado
sheddingou queda das estruturas de reprodução do algodoeiro -
Quando se observa desequilíbrio entre a produção de assimilados e a demanda das
estruturas de reprodução em crescimento (drenos de elevada atividade), ocorre
queda acentuada de botões florais e estruturas jovens (shedding)
Outra característica importante na morfologia do algodoeiro é a distribuição de suas
flores e, consequentemente, seus frutos, que seguem uma espiral.
Abre-se a primeira flor do primeiro nó no primeiro ramo frutífero; depois a do
primeiro nó do segundo ramo frutífero. Em seguida, a do primeiro nó do terceiro
ramo frutífero, e assim sucessivamente, até o ultimo ramo frutífero emitido pela
planta. Essa característica traz dificuldades no manejo do algodoeiro, pois no
baixeiro tem-se fruto aberto, na parte mediana, maçãs em formação, e, no ponteiro,
flores e botões florais.
Portanto, a possibilidade de sheddingde estruturas reprodutivas é grande. Isso
ressalta a importância da posição da estrutura de reprodução na planta e no ramo:
os frutos das duas primeiras posições em qualquer ramo frutífero têm maior
colaboração na produção (pode chegar a 85%) da planta, comparada aos de terceira
posição, e assim por diante. Quanto aos ramos frutíferos, entre o quinto e o décimo-
primeiro ramo praticamente se concentra a produção da planta.