ROMANTISMO NO BRASIL
ALUNOS: ANDRÉ L. MELO
EDUARDO BARBOSA
LAURO BECHER NETO
INTRODUÇÃO:
O romantismo é todo um período cultural,
artístico e literário que se inicia na Europa no
final do século XVIII, espalhando-se pelo
mundo até o final do século XIX;
O berço do romantismo pode ser considerado
três países: Itália, Alemanha e Inglaterra;
Porém, na França, o romantismo ganha força
como em nenhum outro país e, através dos
artistas franceses, os ideais românticos
espalham-se pela Europa e pela América;
As características principais deste período são
: valorização das emoções, liberdade de
criação, amor platônico, temas religiosos,
individualismo, nacionalismo e história.
Este período foi fortemente influenciado pelos
ideais do iluminismo e pela liberdade
conquistada na Revolução Francesa;
O objetivo deste trabalho foi uma pesquisa
científica sobre o assunto abordado e suas
vertentes.
Contribuir para a grandeza da nação através
de uma literatura que fosse o espelho do novo
mundo e de sua paisagem física e humana, eis
o projeto ideológico da primeira geração
romântica;
Há um sentimento de missão: revelar todo o
Brasil, criando uma literatura autônoma que
nos expressasse.
ADAPTAÇÃO DE UM MOVIMENTO
ARTÍSTICO EUROPEU:
Os valores do Romantismo europeu
adequavam-se às exigências ideológicas dos
escritores brasileiros, O Romantismo se
opunha à arte clássica, e Classicismo aqui
significava dominação portuguesa;
O Romantismo voltava-se para a natureza,
para o exótico; e aqui havia uma natureza
exuberante, etc. Tudo se ajustando para o
desenvolvimento de uma literatura ufanista;
O nacionalismo romântico encontrará a sua
representação nos seguintes elementos:
INDIANISMO:
No "bon sauvage" francês sedimenta-se o
modelo de um herói que se deveria se tornar o
passado e a tradição de um país desprovido de
sagas exemplares;
O nativo - ignorada toda a cultura indígena -
converte-se no herói inteiriço, feito à imagem e
semelhança de um cavaleiro medieval;
Assume-se a imagem exótica que as
metrópoles européias tinham dos trópicos,
adaptando-a ao ufanismo;
Acima de tudo, o índio representa, na sua
condição de primitivo habitante, o próprio
símbolo da nacionalidade;
Além disso, a imagem positiva do indígena
fornece às elites o orgulho de uma
ascendência nobre, que ajuda na legitimação
de seu próprio poder no Brasil posterior à
Independência.
SERTANISMO:
Resultado da "consciência eufórica de um país
novo", o sertanismo romântico (também
discutivelmente chamado de regionalismo)
procura afirmar as particularidades e a
identidade das regiões e da vida rural, na ânsia
de tornar literário todo o Brasil;
Este registro do mundo não-urbano permanece
na superfície com uma moldura, já que a intriga
romanesca é citadina, ou seja, gira em torno
dos esquemas românticos do folhetim;
Além disso, os autores usam sempre a
linguagem culta e literária das cidades e não a
fala particular da região retratada.
NATUREZA:
A terra é identificada como pátria. Assim, os
fenômenos naturais tornam-se representativos
da grandeza do país;
A natureza jovem, vital, exuberante, serve de
compensação para a pobreza social ao mesmo
tempo que simboliza as potencialidades do
Brasil.
PROCURA DA LÍNGUA
BRASILEIRA:
Os escritores românticos - José de Alencar, em
especial - reivindicam uma língua brasileira;
Em Iracema, o autor tenta criar esta língua
através do estilo poético, da utilização de
vocábulos indígenas, de um novo ritmo de
frase. Mas não são os escritores que criam um
idioma;
Continuamos falando e escrevendo o
português;
Porém, graças ao esforço de Alencar e outros,
começa a se estabelecer uma forma brasileira
de escrever a língua portuguesa.
O SURGIMENTO DO
ROMANTISMO:
O passo decisivo para a deflagração do
movimento é a publicação da revista Niterói,
em Paris, 1836, que trazia como epígrafe:
"Tudo pelo Brasil e para o Brasil";
A revista, elaborada por intelectuais que
estudavam na Europa, propunha a
investigação "das letras, artes e ciências
brasilienses";
No grupo, destaca-se Gonçalves de
Magalhães, que ainda em 1836 lançaria um
livro de poemas: Suspiros poéticos e
saudades;
Esta obra introduziu o espírito romântico no
Brasil.
O projeto de autonomia dos autores românticos
não se realizou integralmente;
Todos os princípios "nacionalistas" que
defenderam estavam, em maior ou menor grau,
comprometidos com uma visão européia de
mundo;
Além disso, o nacionalismo era feito de
exterioridades, mais paisagem do que
substância humana;
Aquele "sentimento íntimo de brasilidade", de
que falou Machado de Assis, não existe nas
obras do período;
Por fim, o fato de todos os escritores da
primeira geração viverem à sombra do poder
(foram ministros, secretários, embaixadores,
burocratas do alto escalão) comprometeu-os
irremediavelmente com a classe dominante;
Fugiram da escravidão e da pobreza,
escamotearam a ferocidade das elites e a
miséria das ruas, ignoraram a violência que se
espalhava pelo cotidiano;
Em troca, celebraram o idílio e a natureza,
mitificaram as regiões, teatralizaram o índio,
criando assim uma arte conservadora.
DIVISÕES DE GERAÇÕES:
Na lírica romântica brasileira, podem ser
delimitados, com algum rigor, três momentos
que se caracterizam por apresentar temas e
visões de mundo diferenciadas;
Estes momentos coincidem com a formação de
três gerações;
Cada geração assume uma perspectiva
própria, embora todas sejam marcada pelo
caráter romântico;
Contudo, os elementos que definem cada uma
delas não são exclusivos. Interpenetrando-se
de forma bastante acentuada.
A PRIMEIRA GERAÇÃO
(GERAÇÃO NACIONALISTA):
A contribuição dos teóricos europeus, o
nacionalismo ufanista pós-1822 e as viagens
para o exterior de uma jovem intelectualidade -
nascendo daí o famoso sentimento do exílio -
fornecem o quadro histórico onde aponta a
primeira geração romântica;
O apogeu da mesma ocorre entre 1836 e 1851,
quando Gonçalves Dias publica Últimos cantos,
encerrando o período mais fértil e criativo de
sua carreira.
GONÇALVES DE MAGALHÃES
(1811-1887) :
Obras: Suspiros poéticos e saudades (1836);
A confederação dos tamoios (1857);
A Gonçalves de Magalhães coube a
precedência cronológica na elaboração de
versos românticos;
Suspiros poéticos e saudades é a
materialização lírica de algumas idéias do autor
sobre o Romantismo, encarado como
possibilidade de afirmação de uma literatura
nacional, na medida em que destruía os
artifícios neoclássicos e propunha a
valorização da natureza, do índio e de uma
religiosidade panteísta.
GONÇALVES DIAS (1823-1864):
Obras: Primeiros cantos (1846); Segundos
cantos (1848); Sextilhas de frei Antão (1848);
Últimos cantos (1851); Os timbiras (1857);
Gonçalves Dias consolidou o Romantismo no
Brasil com uma produção poética de boa
qualidade;
. Entre os autores do período é o que melhor
consegue equilibrar os temas sentimentais,
patrióticos e saudosistas com uma linguagem
harmoniosa e de relativa simplicidade, fugindo
tanto da ênfase declamatória como da
vulgaridade;
Pode-se dizer que o seu estilo romântico é
temperado por uma certa formação clássica, o
que evita os excessos verbais tão comuns aos
poetas que lhe foram contemporâneos.
A SEGUNDA GERAÇÃO
INDIVIDUALISTA, ULTRA-
ROMÂNTICA OU GERAÇÃO DO
MAL DO SÉCULO
Esta geração surgiu na década de 1850,
quando o nacionalismo e o indianismo
deixavam de fascinar a juventude e iniciava-se
o longo processo de estabilidade do II Império;
Por outro lado, o desenvolvimento urbano, o
nascimento de uma vida acadêmica em São
Paulo, Rio de Janeiro, Salvador e Recife e, até
mesmo, uma relativa sofisticação dos estratos
médios e superiores da estrutura social
brasileira;
Possibilitaram a criação de uma lírica voltada
quase que exclusivamente para a confissão e o
extravasamento íntimo;
A nova geração foi influenciada pelo inglês
Byron e pelo francês Musset, autores ultra-
românticos que haviam se tornado os modelos
universais de rebeldia moral, de recusa à
insipidez da vida cotidiana e de busca de novas
formas de sensualidade e de afeto;
De sua imitação, resultou, quase sempre, o
pastiche. Até sociedades satânicas, a exemplo
das existentes na Europa, foram fundadas;
Os adolescentes que as compunham viviam
pretensas orgias e dissipações fantasiosas,
que resultavam da leitura e das imaginações
pervertidas;
Na verdade, a pobreza do meio e a rigidez
patriarcal impediam que este satanismo tivesse
qualquer importância no contexto estético e
ideológico brasileiro;
Outro fato sempre lembrado desta geração é a
dramática coincidência de quase todos os seus
integrantes morrerem na faixa dos vinte e
poucos anos;
Versos soltos e alguns poemas parecem
alimentar a suspeita de que esses jovens
cultivavam idéias suicidas;
No entanto, todos eles - à parte o caso mais
complexo de Álvares de Azevedo - foram
vitimados por doenças então incuráveis e
manifestaram grande horror perante a morte;
Não se sustenta, portanto, a idéia de um
suicídio coletivo geracional.
ÁLVARES DE AZEVEDO (1831-
1852):
Obras: Lira dos vinte anos (poemas - 1853),
Noite na taverna (contos - 1855), O conde Lopo
(poema - 1886), Macário (poema dramático –
1855);
A obra de Álvares de Azevedo, fortemente
autobiográfica, traz a marca da adolescência,
mas de uma adolescência tão dilacerada e
conflituosa que acaba por representar a
experiência mais pungente do Romantismo
brasileiro, tanto do ponto de vista pessoal
quanto do ponto de vista poético.
CASIMIRO DE ABREU (1839-
1860):
Obra: Primaveras (1850);
Subjetivista como Álvares de Azevedo,
Casimiro de Abreu substitui as conotações
dolorosas que aquele confere à adolescência;
Se, para o autor de Lira dos vinte anos, a
mocidade é um processo noturno de vigílias e
tensões, se, para ele, "tristes são os destinos
deste século", para Casimiro de Abreu a
mesma mocidade é "a primavera da vida",
processo diurno, sempre associado a
namoricos, jardins com bananeiras, borboletas
e salões de baile onde se flerta ao som de
valsas langorosas.
FAGUNDES VARELA (1841-1875):
Obras principais: Noturnas (1861); Vozes da
América (1864); Cantos e fantasias (1865);
Cantos meridionais (1869); Anchieta ou o
Evangelho nas selvas (1875);
O crítico Alfredo Bosi afirma que Fagundes
Varela é o epígono* por excelência da poesia
romântica;
Isto é, um poeta que segue outros, sem
alcançar uma temática e uma expressão
próprias.
JUNQUEIRA FREIRE (1832-1855) :
Obra: Inspirações do claustro (1855);
A poesia de Junqueira Freire é totalmente
autobiográfica e talvez seja isso o que
mantenha o interesse pela mesma;
Procurando num mosteiro a saída para os seus
problemas pessoais (sobretudo uma espécie
de atração pela morte que o angustiava), o
poeta viu malograrem as suas ilusões.
A TERCEIRA GERAÇÃO:
O fim da década de 60 assinalou o início de
uma crise que atingiu a classe dominante,
composta por senhores rurais e grupos de
exportadores;
As primeiras indústrias, o encarecimento do
escravo como mão-de-obra e a utilização de
imigrantes nas fazendas de café de São Paulo
indicavam mudanças na ordem econômica;
Por esta época, começaram a se manifestar as
primeiras fraturas na até então sólida visão das
elites dirigentes;
O nacionalismo ufanista começou a ser
questionado. Estudantes de Direito, intelectuais
da classe média urbana, escritores, jornalistas
e militares se davam conta da existência de
uma considerável distância entre os interesses
escravocratas e monarquistas dos proprietários
de terras e os interesses do resto da
população;
Foi então que a literatura assumiu uma função
crítica.
Antônio de Castro Alves superou o extremado
individualismo dos poetas anteriores, dando ao
Romantismo um sentido social e revolucionário
que o aproxima do Realismo;
O padrão poético já não é Chateaubriand ou
Byron, mas sim o francês Vitor Hugo, burguês
progressista, cantor da liberdade e do futuro.
CASTRO ALVES (1847-1871):
Obras: Espumas Flutuantes (1870); A
cachoeira de Paulo Afonso (1876); Os
escravos (1883); Gonzaga ou A Revolução de
Minas (drama - 1875);
Sua obra se abre em duas direções:
Poesia social - causas liberais e humanitárias;
Poesia lírica - natureza e amor sensual.
SOUSÂNDRADE (1833-1902):
Obras: Obras poéticas e O Guesa
Considerado em sua época um escritor
extravagante, Sousândrade acaba reabilitado
pela vanguarda paulistana (os concretistas)
como um caso de "antecipação genial" da livre
expressão modernista;
Criador de uma linguagem dominada pela
elipse, por orações reduzidas e fusões
vocabulares, foge do discurso derramado dos
românticos.
CONCLUSÃO:
Concluímos após a realização deste trabalho
que, o romantismo significa a diferenciação da
nossa com a literatura portuguesa, mediante a
diferenciação temática e de linguagem;
O romantismo quebrou a estreita de pendência
lingüística que nos prendia à tradição literária
portuguesa, pela incorporação de
peculiaridades vocabulares e sintáticas e por
procurar um ponto de vista nacional brasileiro;
Ao mesmo tempo, pelas contradições inerentes
ao nosso país e pelas profundas diferenças
entre o império brasileiro e a Europa burguesa,
o romantismo impregnou-se de contradições
que bem expressam a situação global de
adaptação de uma profunda corrente cultural e
artística, nascida no exterior, às condições do
Brasil, país atrasado, dependente e preso à
órbita da Europa.
REFERÊNCIAS:
Romantismo no Brasil. Disponível em:
<http:/educacao.uol.com.br/portuguesult1706
u7.jhtm> Acesso em: 17 de mai de 2008.
Romantismo. Disponível em:
<www.alunosonline.com.br/literatura/romantis
mo-no-brasil/ > Acesso em: 17 de mai de
2008.
Literatura. Disponível em:
<www.moderna.com.br/moderna/didaticos/em/li
teratura/litbrasil/obra/lp_13_1.pdf> Acesso em:
17 de mai de 2008.