especialmente quando ele está andando pelo vale da sombra da morte. Quando estiver
sendo afligido e pressionado com os perigos e males que a sua peregrinação lhe
apresenta, ele então confessará com confiança: “Não temerei mal nenhum”; ele dirá com
toda segurança: “Em me vindo o temor, hei de confiar em ti. Em Deus, cuja palavra eu
exalto, neste Deus ponho a minha confiança e nada temerei” (Salmo 56.3,4). O crente
não confia em si mesmo para prosseguir em sua peregrinação, mas baseia sua confiança
no SENHOR que é o seu Pastor que o guia e está semp re presente na sua vida. Porque tu
(SENHOR) estás comigo.
O crente não confia num Deus distante, mas num Deus que está sempre presente em sua
vida. “Porque Tu (SENHOR) estás comigo”. A palavra que Davi usa aqui e que foi
traduzida pelo termo “comigo” transmite a idéia básica de comunhão e companheirismo;
aponta para alguém que está sempre junto de outra pessoa mantendo a comunhão com
ela. Pense na figura do pastor. Assim como o pastor não abandona suas ovelhas, mas
está sempre junto delas, assim também o SENHOR Deus jamais nos abandona, mas está
sempre perto de nós e presente em nossas vidas, guiando -nos em nossa peregrinação.
Ele é o Nosso Pastor e jamais nada nos faltará, pois ele não se esquece nem desampara a
nós, suas ovelhas.
Não somente no Salmo 23, mas também em muitos outros lugares do Antigo Testamento
encontramos a comparação do relacionamento de Deus com o seu povo como o
relacionamento de um pastor com suas ovelhas (Sl. 28.9; Is. 40.11). Tal relacionamento
é evidenciado pela comunhão. Deus está sempre presente no meio do seu povo. Ele é o
Deus Emanuel (Deus Conosco). Como o Senhor esteve presente no meio do seu povo na
época do Antigo testamento? Pensemos na peregrinação de Israel no deserto. Deus
conduziu o seu povo e jamais o abandonou durante quarenta anos em meio ao calor e a
escuridão do deserto. Durante o dia o SENHOR era com o seu povo por meio de uma
nuvem que os guiava. À noite, o Senhor se apresentava numa coluna de fogo para
iluminar o caminho do seu povo e guiá-lo pelo deserto. Além disso, a arca da aliança que
se encontrava no tabernáculo, simbolizava presença de Deus no meio do seu povo. Israel
podia caminhar seguro e confiante, pois o SENHOR, Seu Pastor, era com ele por onde
quer que andasse. O SENHOR sempre cuidou do seu povo, provi denciando-lhe alimento e
dando-lhe proteção dos inimigos.
Nós somos o novo Israel de Deus, as ovelhas que pertencem ao rebanho do seu
pastoreio. Nosso pastor também está presente no meio de nós. Como Deus está presente
em nosso meio? Através do SENHOR Jes us Cristo. Cristo é o nosso pastor que está em
nosso meio. Ele é o nosso Emanuel, o Deus conosco. Ele próprio se identificou como o
nosso bom pastor. Ele conhece suas ovelhas e deu sua vida por elas. Ele viveu na terra
entre os homens, esteve presente no meio dos seus discípulos. Deu sua vida por suas
ovelhas, ressuscitou, foi para junto de seu Pai, mas não se esqueceu nem abandonou a
sua igreja. Ele prometeu aos seus discípulos e também a nós: “Eis que estou convosco
todos os dias, até a consumação dos séculos” (Mt. 28.20).
A nuvem, a coluna de fogo, a arca da aliança apontavam para Cristo que viria habitar
com seu povo. Hoje ele está conosco guiando-nos em nossa peregrinação, não mais por
meio da nuvem, da coluna de fogo, da arca da aliança, mas através do Seu Espírito e da
Sua Palavra. Seu Espírito é o nosso Consolador que habita em nós e está sempre do
nosso lado encorajando-nos diante das tribulações que passamos. Sua Palavra que está
conosco nos revela os seus mandamentos para que os guardemos, e também nos
conforta com as suas maravilhosas promessas. Em meio à nossa peregrinação,
especialmente no vale da sombra da morte, podemos confessar com toda confiança que
Cristo, o nosso Bom Pastor, está sempre conosco. Sua vara e o seu cajado nos dão
consolo. A vara e o cajado são instrumentos importantes no trabalho de um pastor de
ovelhas. A vara é uma peça de madeira bem dura que serve como instrumento de defesa.
Com esta vara o pastor defendia as ovelhas de animais ferozes. O cajado, por sua vez, é