SEMIOTÉCNICA NA AFERIÇÃO DOS SINAIS VITAIS AULA 04
CONSIDERAÇÕES GERAIS São denominados Sinais Vitais devido à importância como indicadores do estado fisiológico e da resposta a estressores físicos, ambientais e psicológicos. Obtenção de parâmetros vitais do paciente/cliente: observação , tato e aparelhos, que irão registrar valores normais ou anormais. São parâmetros serem regulados por órgãos vitais, revelando o estado de funcionamento deles. Permanecem mais ou menos constantes; V ariações nos valores pode indicar problemas relacionados com insuficiência ou excesso no consumo de Oxigênio, depleção sanguínea, desequilíbrio eletrolítico, invasão bacteriana, etc.
Diretrizes para medição dos Sinais Vitais As necessidades e a condição do cliente determinam quando, onde, como e por quem os sinais vitais serão verificados; O (a) enfermeiro (a) é responsável pela mensuração dos sinais vitais e pode delegar essa mensuração; Após mensuração é preciso analisar os valores, interpretar seu significado e tomar decisões sobre as intervenções; Certificar-se de que os equipamentos estejam funcionando e sejam adequados ao tamanho e idade do cliente;
Diretrizes para medição dos Sinais Vitais Aprender a história de saúde e doença, terapias e medicamentos prescritas; Controlar o ambiente que afetam os sinais vitais; Decidir com que frequência os sinais vitais devem ser verificados (O enfermeiro é responsável por esse julgamento); Comunicar alterações e documentar os sinais vitais.
QUANDO AFERIR OS SSVV Na admissão do cliente; Na prestação de cuidados rotineiros; Durante uma consulta; Antes ou depois de procedimentos invasivos; Nos períodos pré , intra e pós-operatório; Antes e depois da administração de medicamentos cardiovasculares e/ou respiratórios e de produtos hemoterápicos ; Sempre que o enfermeiro julgar necessário.
MATERIAIS NECESSÁRIOS Relógio com ponteiros de segundos; Bandeja contendo: Termômetro, Esfigmomanômetro e estetoscópio . Almotolia com álcool a 70%; Recipiente com bolas de algodão; Saco plástico ou cuba-rim para desprezar resíduos; Caneta e bloco de anotações
PRESSÃO ARTERIAL
PRESSÃO ARTERIAL Força exercida sobre as paredes de uma artéria pelo sangue que pulsa sob pressão a partir do coração. Pressão arterial sistólica = pico de pressão máxima quando acontece a ejeção. Pressão arterial diastólica = quando os ventrículos se relaxam, o sangue que permanece nas artérias exerce uma pressão mínima contra as paredes arteriais em todos os momentos.
FATORES QUE INTERFEREM NA PA DÉBITO CARDÍACO: quando o coração bombeia mais sangue para os vasos sanguíneos, a pressão nas suas paredes aumenta. RESISTÊNCIA VASCULAR PERIFÉRICA: quando os vasos sanguíneos sofrem constrição, a pressão para impulsionar os conteúdos torna-se maior. VOLUME DE SANGUE CIRCULANTE : o aumento o conteúdo nos vasos sanguíneos = aumenta a pressão.
VISCOSIDADE : a “espessura” do sangue é determinada por seus elementos figurados: as células sanguíneas. Quando o conteúdo é mais espesso, a pressão aumenta . ELASTICIDADE DAS PAREDES DOS VASOS : quando as paredes dos vasos sanguíneos estão rígidas e duras, aumenta a pressão necessária para movimentar o conteúdo.
VALORES DE REFERÊNCIA DE NORMALIDADE EM REPOUSO Até 03 anos 80/50 mmHg De 08 a 11 anos 100/60 mmHg De 12 a 15 anos 110/70 mmHg Adulto jovem 120/80 mmHg
FATORES QUE INTERFEREM NOS VALORES DE PA IDADE : + bx nos recém-nascidos, + alta em idosos SEXO: após a puberdade, as mulheres costumam ter a PA inferior à dos homens RITMO DIURNO : num ciclo diário, a PA aumenta no final da tarde e início da noite, em seguida, cai até o início da madrugada PESO :+ elevada em pessoas obesas EXERCÍCIOS FÍSICOS : aumento da atividade gera aumento proporcional da PA EMOÇÕES: a PA tende a elevar-se frente a sentimentos como raiva, medo e dor. ESTRESSE : tensão contínua por estilo de vida, estresse ocupacional ou problemas existenciais.
Técnica de aferição da PA
PULSO
Pulso O pulso é a delimitação palpável da circulação sanguínea percebida em vários pontos do corpo; O pulso é um indicador do estado circulatório; O número de pulsos que ocorre em 1 minuto é a frequência de pulso ; Ondulação exercida pela expansão das artérias seguindo a contração do coração. O Nº de sensações de pulsação acontecendo por minuto = Frequência Cardíaca (FC) ;
Pulso Podemos verificar o pulso: radial, braquial , femoral, carotídeo, pedioso , tibial posterior e poplíteo. A verificação da artéria radial ou carótida são mais usadas pois elas permitem uma palpação mais fácil; Quando a condição do cliente piora subitamente, o local da carótida é recomendado para encontrar um pulso mais rapidamente;
Se o pulso radial inacessível acesse o pulso apical; A pulsação apical oferece uma avaliação mais acurada da função cardíaca; O pulso braquial e apical é o melhor local para avaliar a pulsação de um bebê uma vez que os demais sítios periféricos são profundos ou difíceis de palpar corretamente.
FATORES QUE INFLUENCIAM Atividade física Febre e dor Alteração postural Hemorragias Calor
Características do pulso Frequência: Mensurar as medidas basais de frequência de pulsação com o cliente deitado, sentado e em pé; Se detectar frequência anormal enquanto palpa pulso periférico, acessar pulso apica (5º espaço intercostal esquerdo na linha hemiclavicular )l; Anormalidades: Taquicardia – FC acima de 100 bpm ; Bradicardia – FC abaixo de 60 bpm .
Pulso Variações aceitáveis da Frequência cardíaca: Lactante: 120-160 Infante: 90-140 Pré-escolar: 80-110 Criança em idade escolar: 75-100 Adolescente: 60-90 Adulto: 60-100 Características do pulso a serem observadas são (BARROS, 2016): Intensidade (cheio ou filiforme); Ritmicidade (regular ou irregular); Simetria (iguais em ambos os membros).
Pulso: técnica Determine a necessidade de acesso do pulso radial ou apical; Faça uma avaliação sobre a existência de fatores que interferem na FC e o ritmo de pulsação; Explique o procedimento ao paciente; Lave as mãos; Ajude o cliente a ficar deitado ou sentado; Posicione o antebraço do paciente ao lado do corpo; Coloque as pontas dos dois primeiros dedos de sua mão no sulco ao longo do lado radial; Determine a força do pulso; Conte a frequência, se o pulso está regular tome a frequência durante 1 minuto ou 30 segundos e multiplique por dois; Lave as mãos e anote no prontuário.
Técnica: OBSERVAÇÕES Usar a polpa do dedo indicador e médio. Não usar o polegar para verificar o pulso. Aquecer as mãos para verificar o pulso. Em caso de dúvida, repetir a contagem. Não fazer pressão forte sobre a artéria.
RESPIRAÇÃO
Respiração A pessoa que esta sendo avaliada não pode ter consciência que essa observação esta sendo realizada, para que o padrão respiratório não seja alterado. O parâmetro de normalidade da frequência respiratória varia, conforme alguns autores, em um intervalo de 12 a 20 incursões respiratórias por minuto, em pessoas adultas .
MECÂNICA DA RESPIRAÇÃO Órgãos abdominais Diafragma Pressão negativa Processo ativo = inspiração Processo passivo = expiração
FATORES QUE INTERFEREM NA RESPIRAÇÃO Atividade física : aumenta a frequência e a profundidade; Febre : devido à necessidade de perda de calor corpóreo; Dor : altera a frequência e o ritmo; Ansiedade : estimulação simpática = aumenta a frequência e profundidade
Hemorragias: Postura: Tabagismo: Medicamentos : analgésicos, narcóticos, anestésicos gerais e hipnóticos sedativos diminuem a frequência e a profundidade Lesão neurológica : tronco cerebral Função da Hemoglobina : altitude elevada, função anormal do eritrócito DPOC: FATORES QUE INTERFEREM NA RESPIRAÇÃO
Respiração As mensurações objetivas do estado respiratório incluem a frequência e a profundidade da respiração e o ritmo dos movimentos de ventilação: Frequência : Observe o movimento completo de inspiração e expiração; Profundidade : Avalie a profundidade das respirações observando o grau de desvio ou movimento da parede torácica. Descreva os movimentos como profundos ou normais. Ritmo : Defina como irregular ou regular.
Respiração: Técnica Determine a necessidade de avaliar a respiração do paciente; Lave as mãos; Certifique-se que o cliente esteja em posições confortável; Posicione a mão sobre o abdome do cliente para checar a respiração; Se o ritmo estiver regular conte o numero de respirações em 30 segundos e multiplique por dois, se o ritmo for irregular conte 1 minuto; Observe a profundidade da respiração; Reponha os lençóis do cliente; Lave as mãos; Registre no prontuário.
VALORES DE REFERÊNCIA IDADE FREQUÊNCIA Neonato 30 a 60 mpm Lactente (06 meses) 30 a 50 mpm Pré-escolar (02 anos) 25 a 32 mpm Criança 20 a 30 mpm Adolescente 16 a 19 mpm Adulto 12 a 20 mpm
Alterações no padrão respiratório Alteração Característica Bradipneia <12 rpm = PIC aumentada, doença neurológica e sedação; Taquipneia : > 20 rpm (rápida e persistente) = febre, exercício físico, anemia ou ansiedade Apneia: A respiração cessa por mais de 10 segundos. Dispneia É a respiração difícil, trabalhosa ou curta. É sintoma comum de várias doenças pulmonares e cardíacas; pode ser súbita ou lenta e gradativa. Ortopneia : É a incapacidade de respirar facilmente, exceto na posição ereta.
Alterações no padrão respiratório Alteração Característica Ortopneia : É a incapacidade de respirar facilmente, exceto na posição ereta. Hiperpneia : > 20rpm, respiração rápida e profunda (fisiológica apos exercício intenso ou por ansiedade, acidose metabólica ou lesões neurológicas) Hiperventilação Respiração rápida e profunda = Resultado de hipóxia, ansiedade, exercício físico ou acidose metabólica Hipoventilação Respiração superficial e lenta = PIC aumentada Angústia respiratória U so de musculatura acessória
Alterações no padrão respiratório Alteração Característica Respiração de Kussmaul Respiração profunda, que pode ser lenta, normal ou rápida. Respiração de Cheyne ‑Stokes (ou dispneia periódica) Períodos de respiração lenta e superficial, que gradualmente torna‑se rápida e profunda, alternando‑se com períodos de apneia ( RN prematuros, ICC, AVC...) Respiração de Biot A principal característica e a irregularidade causada por depressão respiratória ou lesão cerebral em nível bulbar
TEMPERATURA
Temperatura A temperatura corporal e um parâmetro fisiológico controlado rigorosamente pelo organismo humano. V aria dependendo da circulação sanguínea na pele e da quantidade de calor perdida para o meio ambiente; Devido a essa perda a temperatura aceitável para os seres humanos é de 35,8 à 37,3 ºC ; A medida da temperatura deve ser a mais fidedigna possível. Existem diversos locais para verificação da temperatura corporal, entretanto, a aferição timpânica e a mais próxima a temperatura central Calor produzido – Calor Perdido Temperatura corpórea
Temperatura: Locais para aferição Locais que refletem temperatura central : Reto; Membrana timpânica; Artéria temporal; Esôfago; Artéria pulmonar; bexiga urinária. Locais que refletem temperatura superficial : Pele, oral e Axilas.
Locais para avaliação C avidade oral : colocar o termômetro embaixo da lingua, orientar a pessoa a fechar os lábios e aguardar de três a cinco minutos ; Cavidade retal : introduzir termômetro especifico para essa região, com a devida lubrificação, de 3 a 4 cm do anus. A pessoa deve estar em decúbito lateral. Permanência do termômetro por três minutos ;
Locais para avaliação Região axilar : para colocação do termômetro, a região deve estar livre de umidade para não interferir na medida. Período de permanência do termômetro: de cinco a sete minutos; Pavilhão auricular : recurso tecnológico especial – mais utilizado em unidade de terapia intensiva
Tipos de termômetros Termômetro de vidro ou de mercúrio; Digital, termômetro de tira descartável, retal e timpânico
Temperatura Fatores que afetam a temperatura: Idade; Exercício; Nível hormonal; Ritmo Circadiano; Estresse; Ambiente;
Temperatura Fatores fisiológicos : depende do local onde é verificado/ do horário (+ baixa pela manhã, mas alta à noite) BUCAL: 36,2° a 37°C RETAL: 36,4° a 37,2°C AXILAR: 36° a 36,8°C Fatores patológicos: Aumentam : processos inflamatórios, infecções, doenças neurológicas, doenças cardíacas, etc. Diminuem: drogas deprimentes da SNC, choque, depressão mental, etc. A febre é um importante mecanismo de defesa;
TERMOS E VALORES UTILIZADOS Hipotermia: abaixo de 36ºC. Normotermia: entre 36ºC e 36,8ºC. Febrícula: entre 36,9ºC e 37,4ºC. Estado febril: entre 37,5º C e 38ºC. Febre: entre 38ºC e 39ºC. Pirexia ou hipertermia: entre 39,1ºC e 40ºC. Hiperpirexia : acima de 40ºC.
DOR
AVALIAÇÃO DA DOR É considerado o quinto sinal vital; A avaliação, a mensuração e o registro sistemático do fenômeno doloroso, evitam sofrimento físico e mental dos pacientes e seus familiares; São fundamentais para propiciar a recuperação rápida de pacientes hospitalizados; Possibilita examinar a natureza, as origens e os correlatos clínicos da dor, conforme as características emocionais, motivacionais, cognitivas e de personalidade do cliente
AVALIAÇÃO DA DOR A dor pode ser classificada em três tipos : Dor aguda Dor crônica Dor recorrente
TIPOS DE DOR I – DOR AGUDA: S e manifesta transitoriamente durante um período relativamente curto; Podem ser ocasionadas por inflamação, infecção, traumatismo ou outras causas. Normalmente desaparece quando é diagnosticada corretamente e o tratamento é seguido corretamente pelo paciente.
TIPOS DE DOR II – DOR CRÔNICA Tem duração prolongada e que esta quase sempre associada a um processo de doença crônica. P ode ser consequência de uma lesão já previamente tratada.
TIPOS DE DOR III – DOR RECORRENTE Apresenta períodos de curta duração, que, no entanto, se repetem com frequência; Pode ocorrer durante toda a vida do individuo, mesmo sem estar associada a um processo especifico; Um exemplo clássico deste tipo é a enxaqueca.
AVALIAÇÃO DA DOR Data de Localização Intensidade Duração inicio Periodicidade Fatores que Iniciaram Causas que aumentam ou diminuem a intensidade COLETA DE DADOS DE ENFERMAGEM
INTENSIDADE DA DOR Observar a intensidade da dor utilizando ferramentas de mensuração.