VIREI COORDENADOR, E AGORA?
A indústria do Telemarketing é nova e os que estão neste segmento tem o privilégio de
escrever sua história, a despeito dos erros que possam cometer. Os exageros dos
recursos tecnológicos colocados à disposição fizeram com que houvesse uma natural
depuração entre o supérfluo, o necessário e o descartável. Gastou-se dinheiro
desnecessariamente, e só. Já quanto à gestão de pessoas, e em decorrência disto, a
estruturação de cargos e funções sofre os mesmos riscos, porém diferentemente dos
equipamentos e softwares que não têm sentimento, temos componentes imponderáveis,
graves e delicados, qual seja o ser humano, com suas emoções, expectativas e
percepções...
Nesta área, erros podem, devem e serão cometidos, porém alguns com conseqüências
sérias quanto à vida das empresas, pois numa atividade cujo produto final é a
competência humana que, de fato e definitivamente, é o verdadeiro capital das empresas
de Call Center. Por ser uma atividade de uso intensivo de mão de obra, a gestão deste
recurso tem procurado soluções e, diferentemente de alguns setores que enxugam sua
estrutura, nos médios e grandes Call Center vemos surgir a necessidade de escalões
intermediários para melhorar tal gestão. Falamos dos Coordenadores Operacionais e
Coordenadores de Relacionamento. Em poucas palavras, o Coordenador Operacional,
cuida de várias operações, estando sob sua responsabilidade os resultados, os meios e a
forma de obtê-los. Reporta-se ao Gerente Operacional. Já o Coordenador de
Relacionamento surgiu da necessidade de interagir com os representantes dos clientes,
que mantém profissionais acompanhando as operações nos Call Center onde terceirizam
suas operações. Cuida de várias "contas de clientes", podendo atuar em campanhas de
diferentes gerentes operacionais. Geralmente reporta-se ao Gerente Comercial.
Agora, o que é ser Coordenador? Seria um Supervisor Visionário, ou um Supervisor
Siliconado?
A escolha é difícil, pois se sua conduta está mais para Supervisor Visionário, apanha
porque não tem as operações "em suas mãos", (de ferro, como gostam muitos); se está
mais para supervisor siliconado, apanha porque falta-lhe maturidade, visão do negócio,
não assumiu, dizem. Chego a pensar que a função foi criada mais para satisfazer o lado
negro da personalidade que habita cada um de nós. Qual postura é a mais adequada?
Muitos são os Call Centers que por formação de seus dirigentes ou por exigências dos
clientes, são fissurados por resultados, por métricas. Só olham para as vendas, metas,
tempo médio, fila de espera, congestionamento...
O processo seletivo, em qualquer nível, é previsível, pois a escolha recairá sempre sobre
aqueles que batem metas, pois o tempo todo estarão correndo atrás da solução de
problemas, desviando seu olhar das oportunidades, pois isto é coisa de sonhador, que
não entende a cultura da empresa, que sempre foi assim.
Já pensei sugerir que o melhor traje que identificasse tais "gestores do caos", devesse ser
o belo uniforme de bombeiros, com machadinhas, máscaras, algemas, come il fault.
Neste caso, prefira adotar a postura do Supervisor Siliconado, e como tudo que é falso,
um dia todos desabarão, conforme alerta o profeta Peter Drucker, "Resultados são
obtidos mediante a exploração de oportunidades, não pela solução de problemas". E a
postura de Supervisor Visionário terá vez? Existem alguns Call Center que já perceberam
as mudanças no setor de Telemarketing. O incentivo à formação escolar é questão
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Elaborada por Alessandra Corbal – Consultora Empresarial
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