caso, os vacúolos apresentam variações de pH: 6,0, no período diurno, e 3,5, no noturno
(KRAUS,2006).
Ácidos orgânicos como o malato, passam para o interior do vacúolo através de canais.
Alumínio ativado tranportadores de malato, pertencem a uma família de quinze proteínas em
Arabidopsis (At), chamados de ALMTs (aluminium activated malate transporters). Trabalhos
recentes tem mostrado que o AtALMT9 está localizado no vacúolo, onde funciona como um
canal de malato. Um segundo transportador de malato vacuolar é o AtTDT (tonoplast
dicarboxylate transporter), onde com a perda de sua função, diminui a capitação de malato,
sugerindo um sistema simporte entre eles (ISAYENKOV,2010). O AtTDT está localizado no
tonoplasto (GOTTARDI, 2012).
Os vacúolos são organelas responsáveis pela autofagia, ou seja, digestão de outros
componentes celulares. Nesse processo, em determinados pontos, o tonoplasto sofre
invaginações, "carregando" porções do citoplasma onde podem estar presentes organelas como
mitocôndrias, plastídios, ribossomos. Cada invaginação destaca-se do tonoplasto e forma uma
vesícula, que fica suspensa no interior do vacúolo. Numa fase final ocorre a lise dos
componentes celulares trazidos para dentro deste compartimento. As hidrolases ácidas
rompem as ligações de fosfato, ésteres e glicosídicas e hidrolisam as proteínas e ácidos
nucléicos. Geralmente, a autofagia ocorre em vacúolos pequenos das células vegetais jovens; os
vacúolos das células maduras parecem não ter a função de degradar macromoléculas do
citoplasma. De modo geral, na célula madura, estão presentes somente 1 a 10% das proteínas
totais da célula jovem, e estas proteínas devem ser as restantes da atividade autofágica dos
vacúolos jovens. A presença de enzimas semelhantes às dos lisossomos nos vacúolos faz com
que muitos pesquisadores os considerem parte relevante do sistema lisossômico da célula
vegetal (KRAUS, 2006).
Os vacúolos também podem ser compartimentos de armazenagem dinâmicos, no qual
íons, proteínas e outros metabólitos são acumulados e mobilizados posteriormente. Como foi
comentado, as proteínas acumuladas como forma de reserva geralmente apresentam-se em
concentração reduzida nos vacúolos de células maduras; entretanto, em células do endosperma
de leguminosas e de gramíneas seus níveis tendem a aumentar. Em sementes de leguminosas,
as proteínas sintetizadas no retículo endoplasmático rugoso são "empacotadas" em corpos
protéicos, sendo, posteriormente, acumulados nos vacúolos. Durante a germinação, uma
protease transportada para o interior dos vacúolos degrada essas proteínas de reserva.
Nos vacúolos são depositados alguns produtos do metabolismo secundário, a exemplo
das substâncias fenólicas. As antocianinas e betalaínas, pigmentos hidrossolúveis, ocorrem em
vacúolos de pétalas de muitas flores. Os taninos são substâncias polifenólicas de sabor
adstringente, encontrados no interior dos vacúolos vegetais e tradicionalmente empregados na
medicina, devido a sua ação cicatrizante (LIMA et al., 1998). Outros produtos do metabolismo
secundário, como alcalóides, saponinas, glicosinolatos, glicosídios cianogênicos e glicosídios
cumárícos, são geralmente acumulados nos vacúolos. O alcalóide nicotina é sintetizado nas
células das raízes e transportado para as células do caule, acumulando-se nos vacúolos destas.
Várias dessas substâncias do metabolismo secundário são tóxicas para patógenos, parasitas,
herbívoros e para a própria planta (KRAUS, 2006).
Por existirem em maiores quantidades nos vacúolos, alguns pesquisadores acreditam
que as substâncias alelopáticas representam o produto final do metabolismo celular e seriam
depositados no vacúolo para evitar sua própria autotoxicidade. Porém há uma dúvida se são