Vacuolo final

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Revisão realizada em 2014 sobre o vacúolo


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UNIVERSIDADE FEDERAL RURAL DE PERNAMBUCO
PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM AGRONOMIA – MELHORAMENTO GENÉTICO DE
PLANTAS
METABOLISMO VEGETAL E TOLERÂNCIA AO ESTRESSE
PROF
a
TEREZINHA RANGEL








REVISÃO – VACÚOLO









JOSÉ RODOLFO DE MORAES DÂMASO

O vacúolo é uma estrutura característica da célula vegetal, sendo um elemento não-
protoplasmático assim como os materiais ergásticos (cristais, gotas de óleo, grãos de amido,
celulose)(Universidade Castelo Branco, 2006). Em virtude da pressão exercida por esta organela,
a fina camada de citoplasma mostra-se disposta junto à membrana plasmática. As células
meristemáticas em geral possuem numerosos vacúolos pequenos, que se fundem para formar
um único vacúolo central na célula diferenciada. O vacúolo normalmente ocupa considerável
volume da célula, chegando a ser o seu maior compartimento; em células parenquimáticas
diferenciadas, por exemplo, representa até 90% do espaço celular (grandes vacúolos). Já as
células condutoras do floema são vivas quando funcionais, no entanto, elas não possuem núcleo
e vacúolos centrais.
























Figura 1: Célula meristemática com numerosos vacúolos. Fonte:
http://djalmasantos.wordpress.com/2012/03/29/meristemas/
Figura 2: Vacúolo com o tonoplasto próximo da parede celular. Fonte:
http://www.sobiologia.com.br/conteudos/Morfofisiologia_vegetal/mor
fovegetal16.php

ESTRUTURA E COMPOSIÇÃO DO VACÚOLO
O vacúolo é semelhante aos lisossomos (ricos em enzimas hidrolíticas (proteases,
glicosidases, etc.) que participam da degradação das macromoléculas celulares durante o
processo de senescência - – digestão intracelular) nos animais (ISAYENKOV, 2010). Em células
de plantas maduras, é o compartimento mais importante para armazenar nutrientes e solutos
potencialmente nocivos (ISAYENKOV, 2010; MARTINOIA, 2007). É delimitado por apenas uma
membrana lipoprotéica denominada tonoplasto (ou membrana vacuolar). Sua estrutura
assemelha-se à da membrana plasmática, ou seja, é trilamelar, entretanto a porção mais interna
pode ser mais espessada. O tonoplasto regula o tráfego de íons e metabólitos entre o citosol e
o vacúolo, assim como a membrana plasmática regula a entrada de substâncias na célula
(SIQUEIRA, 2008).
No tonoplasto, semelhantemente ao que ocorre na membrana plasmática, há uma
diversidade de proteínas que ajudam a manter o gradiente iônico entre o meio intra e
extracelular, entre as quais, aquaporinas (proteínas específicas que constituem canais de água)
a H
+
-ATPase e a H
+
-pirofosfatase (H
+
-PPase). A bomba de prótons ativa assemelha-se à da
membrana plasmática, e prótons são levados do citoplasrna para o interior do vacúolo, criando
uma força motora que direciona vários sistemas de transporte ativo secundário, essenciais em
muitos processos metabólicos. O carregamento de Ca
+
no vacúolo, por exemplo, é manejado
por um tipo de bomba Ca
2+
-ATPase e sistema antiporte (em direções opostas – simporte=mesma
direção) de Ca
2+
/H
+
(PEITER, 2011). A H
+
-PPase tem como principal função transportar H
+
para o
lúmem, criando uma força elétron-motriz que impulsiona o transporte secundário de íons e
compostos orgânicos, é uma bomba de próton eletrogênica que acidifica o lúmen do vacúolo
nas células de plantas. Esta enzima é diferencialmente regulada em condições de stress
conferindo uma maior tolerância das plantas aos fatores bióticos e abióticos (SIQUEIRA, 2008).
A super-expressão da H
+
PPase, gene AVP1, em Arabidopsis resultou no aumento de
divisões celulares no início da formação do organismo, hiperplasia (aumento do número celular),
elevou o transporte de auxina e resultou em elevada tolerância ao sal devido ao aumento da
absorção e acumulação de íons Na
+
em seus vacúolos e consequentemente, uma maior
capacidade osmorregulatória (GAXIOLA et al. 2007).
A H
+
-ATPase vacuolar (também chamada de V-ATPase) difere tanto estruturalmente
como funcionalmente da H
+
-ATPase da membrana plasmática. A hidrólise do ATP pela ATPase
vacuolar não envolve a formação de um intermediário fosforilado. Devido a este processo de
fosforilação da ATPase de membrana plasmática, estas enzimas são altamente inibidas pelo
ortovanadato (HVO4
2-
) um análogo do fosfato (HPO4
2-
), que compete com o fosfato para a
fosforilação do ácido aspártico no sítio catalítico da enzima, ou seja o ortovanadato se liga no
sítio do fosfato, inibindo a enzima. (SIQUEIRA, 2008).
Em células mais jovens os vacúolos são numerosos, e nas adultas, geralmente, só
encontramos um único vacúolo. Eles variam de forma e tamanho. O conjunto de vacúolos é
chamado de vacuoma (Universidade Castelo Branco, 2006). A célula meristemática recém-
dividida contém muitos vacúolos. À medida que os vacúolos aumentam de volume, estes
passam a se fundirem num só vacúolo central. O crescimento vacuolado que ocorre na zona de
elongamento é caracterizado por uma rápida expansão celular sustentada pelo aumento da
captação de água pelos vacúolos (COSGROVE, 1997). Um tipo especializado de vacúolo,
conhecido como vacúolo protéico neutro, é abundante em sementes, servindo como o local de

estoque de proteínas. No endosperma da semente de mamona (Ricinus communis) estão
presentes microvacúolos contendo proteínas, os grãos de aleurona (KRAUS, 2006).
Há diferentes tipos de vacúolo (digestivo, contráteis-protozoários- e armazenamento,
microvacúolos, grandes vacúolos e vacúolos protéico neutro), e acredita-se que sua origem está
relacionada com as substâncias que ele armazena. Vacúolos com diferentes especializações
podem coexistir na mesma célula.


























Figura 4: Vacúolo preenchendo o centro da célula
Figura 3: Célula vegetal e seus componentes

O conteúdo vacuolar é constituído por água, substâncias inorgânicas (íons de cálcio,
potássio, cloro, sódio e fosfato etc.) e orgânicas (açúcares, ácidos orgânicos, proteínas,
pigmentos, alcalóides etc.). Muitas dessas substâncias encontram-se dissolvidas na água. Dentre
as enzimas distinguem-se as hidrolases ácidas, como: nucleases, proteases, lipases, fosfatases,
glicosidases, fosfolipases e sulfatases. O conteúdo vacuolar é ácido, com pH próximo a 5.
Estudos pormenorizados têm proposto diferentes vias para a formação e manutenção
dos vacúolos: secreção (em que participam o retículo endoplasmático, o complexo de Golgi e o
compartimento pré-vacuolar), a biossíntese (em que participam as vesículas da rede trans-Golgi,
o compartimento pré-vacuolar e o vacúolo diferenciado), a endocitose (em que participam os
endossomos, vesículas formadas a partir da membrana plasmática e que se unem ao
compartimento pré-vacuolar ou ao vacúolo diferenciado) e a micro e macrofagia.
FUNÇÃO DOS VOCÚOLOS
O vacúolo participa de vários processos metabólicos celulares, tendo diferentes funções
e propriedades, dependendo do tipo de célula em questão. Osmoticamente ativo, desempenha
papel dinâmico no crescimento e desenvolvimento da planta. A perda de água pela célula na
plasmólise leva a uma diminuição do volume do vacúolo. Durante o alongamento celular
compostos orgânicos e inorgânicos são acumulados no vacúolo, e estes solutos originam um
gradiente de potencial osmótico, responsável pela pressão de turgor; esta é essencial para o
alongamento celular. O acúmulo de solutos pode dar-se por transporte ativo contra um
gradiente de concentração (KRAUS, 2006).












O vacúolo participa da manutenção do pH da célula, que é efetuada por meio de bombas
H
+
ATPase. Nas plantas suculentas, que realizam fotossíntese CAM (do inglês"crassulacean acid
metabolism", ou seja, metabolismo ácido das crassuláceas), o vacúolo tem papel importante.
Nestas plantas, durante a noite ocorre a entrada de gás carbônico pela abertura dos estômatos,
resultando na formação de ácidos orgânicos (malato), que são armazenados no vacúolo
(ISAYRNKOV, 2010). Durante o dia, os ácidos orgânicos são consumidos na fotossíntese. Neste
Figura 5: Alongamento celular. Da direita para esquerda, 1- célula em plasmólise,
2- célula normal, 3- célula túrgida. Fonte:
http://blog.cca.ufscar.br/lamam/files/2010/07/AULA-N%C2%BA2-Plastos-
vac%C3%BAolos.pdf

caso, os vacúolos apresentam variações de pH: 6,0, no período diurno, e 3,5, no noturno
(KRAUS,2006).
Ácidos orgânicos como o malato, passam para o interior do vacúolo através de canais.
Alumínio ativado tranportadores de malato, pertencem a uma família de quinze proteínas em
Arabidopsis (At), chamados de ALMTs (aluminium activated malate transporters). Trabalhos
recentes tem mostrado que o AtALMT9 está localizado no vacúolo, onde funciona como um
canal de malato. Um segundo transportador de malato vacuolar é o AtTDT (tonoplast
dicarboxylate transporter), onde com a perda de sua função, diminui a capitação de malato,
sugerindo um sistema simporte entre eles (ISAYENKOV,2010). O AtTDT está localizado no
tonoplasto (GOTTARDI, 2012).
Os vacúolos são organelas responsáveis pela autofagia, ou seja, digestão de outros
componentes celulares. Nesse processo, em determinados pontos, o tonoplasto sofre
invaginações, "carregando" porções do citoplasma onde podem estar presentes organelas como
mitocôndrias, plastídios, ribossomos. Cada invaginação destaca-se do tonoplasto e forma uma
vesícula, que fica suspensa no interior do vacúolo. Numa fase final ocorre a lise dos
componentes celulares trazidos para dentro deste compartimento. As hidrolases ácidas
rompem as ligações de fosfato, ésteres e glicosídicas e hidrolisam as proteínas e ácidos
nucléicos. Geralmente, a autofagia ocorre em vacúolos pequenos das células vegetais jovens; os
vacúolos das células maduras parecem não ter a função de degradar macromoléculas do
citoplasma. De modo geral, na célula madura, estão presentes somente 1 a 10% das proteínas
totais da célula jovem, e estas proteínas devem ser as restantes da atividade autofágica dos
vacúolos jovens. A presença de enzimas semelhantes às dos lisossomos nos vacúolos faz com
que muitos pesquisadores os considerem parte relevante do sistema lisossômico da célula
vegetal (KRAUS, 2006).
Os vacúolos também podem ser compartimentos de armazenagem dinâmicos, no qual
íons, proteínas e outros metabólitos são acumulados e mobilizados posteriormente. Como foi
comentado, as proteínas acumuladas como forma de reserva geralmente apresentam-se em
concentração reduzida nos vacúolos de células maduras; entretanto, em células do endosperma
de leguminosas e de gramíneas seus níveis tendem a aumentar. Em sementes de leguminosas,
as proteínas sintetizadas no retículo endoplasmático rugoso são "empacotadas" em corpos
protéicos, sendo, posteriormente, acumulados nos vacúolos. Durante a germinação, uma
protease transportada para o interior dos vacúolos degrada essas proteínas de reserva.
Nos vacúolos são depositados alguns produtos do metabolismo secundário, a exemplo
das substâncias fenólicas. As antocianinas e betalaínas, pigmentos hidrossolúveis, ocorrem em
vacúolos de pétalas de muitas flores. Os taninos são substâncias polifenólicas de sabor
adstringente, encontrados no interior dos vacúolos vegetais e tradicionalmente empregados na
medicina, devido a sua ação cicatrizante (LIMA et al., 1998). Outros produtos do metabolismo
secundário, como alcalóides, saponinas, glicosinolatos, glicosídios cianogênicos e glicosídios
cumárícos, são geralmente acumulados nos vacúolos. O alcalóide nicotina é sintetizado nas
células das raízes e transportado para as células do caule, acumulando-se nos vacúolos destas.
Várias dessas substâncias do metabolismo secundário são tóxicas para patógenos, parasitas,
herbívoros e para a própria planta (KRAUS, 2006).
Por existirem em maiores quantidades nos vacúolos, alguns pesquisadores acreditam
que as substâncias alelopáticas representam o produto final do metabolismo celular e seriam
depositados no vacúolo para evitar sua própria autotoxicidade. Porém há uma dúvida se são

sintetizadas pelas plantas com funções específicas, Já que outros consideram que a produção
desses compostos é regida pelas leis da genética e que estão sendo constantemente sintetizados
e degradados pelas plantas (REZENDE E PINTO, 2003).
Aleloquímicos como o 2(3H)-benzo-oxazolinoni (BOA) e 2,4-dihidroxi-1,4-benzoxazin-
3(4H) (DIBOA) pode reduzir a capacidade regenerativa de células radiculares de Cucumis sativus.
Adicionalmente, BOA e DIBOA aumentam o tamanho dos vacúolos citoplasmáticos e reduzem o
número de ribossomos e mitocôndrias, sendo então proposto que o aumento dos vacúolos pode
ser devido à tentativa de degradação dos metabólitos tóxicos (BURGOS et al., 2004).
Em muitos casos, o vacúolo acumula inclusões na forma de cristais prismáticos, drusas ,
estilóides e ráfides, de oxalato de cálcio ou outros compostos. As folhas das plantas
ornamentais, Diffenbachia picta e D. seguine, conhecidas popularmente como comigo-ninguém-
pode, contêm numerosos idioblastos com ráfides e drusas de oxalato de cálcio (KRAUS, 2006).

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

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GAXIOLA RA, PALMGREN MG & SCHUMACHER K. Plant proton pumps. FEBS Letters. v. 581, p.
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GOTTARDI, S. Studio fisiologico e molecolare dei meccanismi di rilascio di essudati radicali e
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Università Degli Studi Di Udine. Udine. 2012
ISAYENKOV, S.; ISNER, J. C.; MAATHUIS, F. J. M. Vacuolar ion channels: Roles in plant nutrition
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KRAUS, J. E.; LOURO, R. P.; ESTELITA, M. E. M.; A. M. A célula vegetal. In: GLÓRIA, B. A. da;
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LIMA, J. C. S.; MARTINS, D. T. O.; SOUZA JÚNIOR, P.T. Experimental evaluation of stem bark
Stryphnodendron adstringens (Mart.) Coville for antinflamatory activity. Phytotherapy
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PEITER, E. The plant vacuole: Emitter and receiver of calcium signals. Cell Calcium. v. 50, p.
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REZENDE, C.P., J.C. PINTO, A.R. EVANGELISTA E I.P.A. SANTOS. Alelopatia e suas interações na
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SIQUEIRA, A. F.; CRUZ, Z. M. A.; QUEIROZ, S.; ROCHA, O. J.; SOARES, N. E. S.; RAMOS, A. C.
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