trovadorismo - slides literatura portuguesa.ppt

paularibeiro531640 9 views 35 slides Oct 31, 2025
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About This Presentation

literatura


Slide Content

1
Literatura Literatura
PortuguesaPortuguesa
Prof. Augusto Sarmento-Prof. Augusto Sarmento-
PantojaPantoja
Aula 01Aula 01
TT
RR
OO
VV
AA
DD
OO
RR
II
SS
MM
OO

2
Idade MédiaIdade Média
A Queda do Império Romano tem pelo A Queda do Império Romano tem pelo
menos uma conseqüência negativa : a menos uma conseqüência negativa : a
Europa torna-se um continente Europa torna-se um continente
militarmente desprotegido, ou seja, militarmente desprotegido, ou seja,
propício às invasões bárbaras por ele propício às invasões bárbaras por ele
sofridas a partir de então ( a sofridas a partir de então ( a
arquitetura da época confirma isso). arquitetura da época confirma isso).
A difusão da filosofia cristã foi tão A difusão da filosofia cristã foi tão
intensa na Europa após a morte de Jesus intensa na Europa após a morte de Jesus
Cristo que, já no início da Idade Média, o Cristo que, já no início da Idade Média, o
Cristianismo é a religião oficial do Cristianismo é a religião oficial do
continente europeu; ao contrário do que continente europeu; ao contrário do que
aconteceu na Antigüidade, aquele que aconteceu na Antigüidade, aquele que
não é cristão é BÁRBARO e é inimigo não é cristão é BÁRBARO e é inimigo
religioso e político dos europeus. religioso e político dos europeus.

3
Assim, desde o início da Idade Assim, desde o início da Idade
Média (476-1453), os europeus Média (476-1453), os europeus
ocupam-se com a GUERRAS DE ocupam-se com a GUERRAS DE
RECONQUISTA, expulsão dos povos RECONQUISTA, expulsão dos povos
bárbaros - principalmente dos bárbaros - principalmente dos
MOUROS (muçulmanos, adoradores MOUROS (muçulmanos, adoradores
de Maomé) que instalam-se em de Maomé) que instalam-se em
grande número na PENÍNSULA grande número na PENÍNSULA
IBÉRICA. IBÉRICA.
Nessa época, a Europa é um Nessa época, a Europa é um
conjunto de REINOS. Por exemplo: conjunto de REINOS. Por exemplo:
no século XI, o território que no século XI, o território que
atualmente faz parte de Portugal, atualmente faz parte de Portugal,
do Rio Mondego para o Sul, ainda do Rio Mondego para o Sul, ainda
estava ocupado pelos sarracenos, e estava ocupado pelos sarracenos, e
desse rio para o Norte havia o reino desse rio para o Norte havia o reino
de Leão. Ainda não existia a nação de Leão. Ainda não existia a nação
portuguesa. portuguesa.

4
O FeudalismoO Feudalismo
Cada feudo possui um administrador com Cada feudo possui um administrador com
plenos poderes: o SENHOR FEUDAL. Assim, plenos poderes: o SENHOR FEUDAL. Assim,
no sistema feudal, o poder do rei é no sistema feudal, o poder do rei é
descentralizado para os feudos, para os descentralizado para os feudos, para os
senhores feudais. senhores feudais.
A atividade econômica principal na Europa A atividade econômica principal na Europa
medieval é a AGRICULTURA: o senhor medieval é a AGRICULTURA: o senhor
feudal ARRENDA as terras do feudo aos feudal ARRENDA as terras do feudo aos
agricultores - seus SERVOS ou VASSALOS - agricultores - seus SERVOS ou VASSALOS -
que pagam o arrendamento com produtos que pagam o arrendamento com produtos
nela cultivados e colhidos; quase toda a nela cultivados e colhidos; quase toda a
produção agrícola, assim, é de propriedade produção agrícola, assim, é de propriedade
do senhor feudal, ficando apenas uma do senhor feudal, ficando apenas uma
pequena parte dessa produção ao servo pequena parte dessa produção ao servo

5
O senhor feudal, por sua vez, O senhor feudal, por sua vez,
"presta contas" ao rei de "tudo" que "presta contas" ao rei de "tudo" que
diz respeito ao feudo que diz respeito ao feudo que
administra, além de ser seu administra, além de ser seu
cavaleiro, seu companheiro e cavaleiro, seu companheiro e
defensor nas guerras: ele é vassalo defensor nas guerras: ele é vassalo
do rei.do rei.
Além dos servos, os feudos contam Além dos servos, os feudos contam
ainda com os cavaleiros do senhor ainda com os cavaleiros do senhor
feudal e com os artesãos, aqueles feudal e com os artesãos, aqueles
que elaboram manualmente as que elaboram manualmente as
roupas, os calçados, os utensílios e roupas, os calçados, os utensílios e
todos os objetos consumidos pela todos os objetos consumidos pela
sociedade. sociedade.

6
O século XII é o de lutas mais intensas O século XII é o de lutas mais intensas
entre cristãos e mouros, que vão cedendo entre cristãos e mouros, que vão cedendo
terreno pouco a pouco ante a vigorosa terreno pouco a pouco ante a vigorosa
ofensiva dos leoneses. Afonso VI é o rei de ofensiva dos leoneses. Afonso VI é o rei de
Leão e chega para reforçar a luta contra os Leão e chega para reforçar a luta contra os
mouros, o nobre francês Henrique de mouros, o nobre francês Henrique de
Borgonha. Sua empreitada rendeu-lhe a Borgonha. Sua empreitada rendeu-lhe a
mão da filha do rei e o governo de um dos mão da filha do rei e o governo de um dos
seus melhores condados: o de Porto-Cale; seus melhores condados: o de Porto-Cale;
pouco tempo depois, o Conde Henrique pouco tempo depois, o Conde Henrique
anexa ao seu domínio o condado de anexa ao seu domínio o condado de
Coimbra e tem um herdeiro: o futuro rei Coimbra e tem um herdeiro: o futuro rei
Dom Afonso Henriques. Dom Afonso Henriques.
Em 1114, Henrique de Borgonha morre e Em 1114, Henrique de Borgonha morre e
sua viúva assume o governo como regente, sua viúva assume o governo como regente,
pois Afonso Henriques tem apenas 3 anos.pois Afonso Henriques tem apenas 3 anos.

7
Ao completar 18 anos, D. Afonso Henriques Ao completar 18 anos, D. Afonso Henriques
assume o governo e entra em guerra assume o governo e entra em guerra
contra os mouros e contra o então rei de contra os mouros e contra o então rei de
Leão - Afonso VII - sagrando-se sempre Leão - Afonso VII - sagrando-se sempre
vencedor; aos Condados de Porto Cale e vencedor; aos Condados de Porto Cale e
Coimbra é anexado todo o reino de Leão: Coimbra é anexado todo o reino de Leão:
todo esse território forma a nação todo esse território forma a nação
portuguesa, cujo fundador, D. Afonso portuguesa, cujo fundador, D. Afonso
Henriques, é reconhecido como seu rei Henriques, é reconhecido como seu rei
inclusive pelo derrotado e ex-rei de Leão - inclusive pelo derrotado e ex-rei de Leão -
Afonso VII. Afonso VII.
Como resultado de suas vitórias sobre os Como resultado de suas vitórias sobre os
mouros que ocupavam muitas cidades mouros que ocupavam muitas cidades
portuguesas, D. Afonso Henriques recebe a portuguesas, D. Afonso Henriques recebe a
alcunha de "o Conquistador". A expulsão alcunha de "o Conquistador". A expulsão
dos mouros também torna-se preocupação dos mouros também torna-se preocupação
dos reis portugueses que sucedem D. dos reis portugueses que sucedem D.
Afonso Henriques, como: D. Sancho I, D. Afonso Henriques, como: D. Sancho I, D.
Afonso II, D. Sancho II, D. Afonso III , D. Afonso II, D. Sancho II, D. Afonso III , D.
Dinis ( o REI-TROVADOR), etc. Dinis ( o REI-TROVADOR), etc.

8
O TrovadorismoO Trovadorismo
É das palavras TROVA e TROVADOR É das palavras TROVA e TROVADOR
( poeta nobre que faz trovas) que ( poeta nobre que faz trovas) que
deriva o nome mais comum que se deriva o nome mais comum que se
dá a toda Literatura Portuguesa dá a toda Literatura Portuguesa
elaborada na Idade Média: elaborada na Idade Média:
TROVADORISMO. TROVADORISMO.
As primeiras cantigas ou trovas As primeiras cantigas ou trovas
medievais portuguesas são medievais portuguesas são
inspiradas nas cantigas que há inspiradas nas cantigas que há
muito tempo já eram feitas em muito tempo já eram feitas em
Provença, no sul da França. Provença, no sul da França.

9
Cantigas Quanto à Cantigas Quanto à
formaforma
•Cantiga de MaestriaCantiga de Maestria: sete versos : sete versos
em cada estrofe, sem refrão, mais em cada estrofe, sem refrão, mais
difíceis e sofisticadas.difíceis e sofisticadas.
•Cantiga de RefrãoCantiga de Refrão: quatro versos : quatro versos
em cada estrofe com repetição de em cada estrofe com repetição de
um deles (refrão) no final, mais um deles (refrão) no final, mais
populares.populares.
•Cantiga ParalelísticaCantiga Paralelística: há versos : há versos
encadeados que repetem a mesma encadeados que repetem a mesma
estrutura, com pequenas variações, estrutura, com pequenas variações,
em pares consecutivos, com rimas.em pares consecutivos, com rimas.

1
0
Tipos de CantigaTipos de Cantiga
•Cantiga de AmorCantiga de Amor
•Cantiga de AmigoCantiga de Amigo
•Cantiga de EscárnioCantiga de Escárnio
•Cantiga de MaldizerCantiga de Maldizer

1
1
Cantiga de AmorCantiga de Amor
““Contém a confissão amorosa do trovador, Contém a confissão amorosa do trovador,
que padece por requestar uma dama que padece por requestar uma dama
inacessível, inacessível em consequência de inacessível, inacessível em consequência de
sua condição social privilegiada ou de ele sua condição social privilegiada ou de ele
desdenhar a sua posse, impedido pelo desdenhar a sua posse, impedido pelo
sentimento espiritualizante que o domina.” sentimento espiritualizante que o domina.”
(MOISÉS, 1993, p. 16)(MOISÉS, 1993, p. 16)
•o homem revela seu amor platônico;o homem revela seu amor platônico;
•a amada é sempre idealizada, divinizada e a amada é sempre idealizada, divinizada e
cultuada;cultuada;
•a amada é tratada pelo pronome SENHORA;a amada é tratada pelo pronome SENHORA;
•o nome da amada não é revelado o nome da amada não é revelado

1
2
•no relacionamento amoroso o no relacionamento amoroso o
homem finge-se inferior a ela, homem finge-se inferior a ela,
atitude de Vassalagem.atitude de Vassalagem.
As cantigas de amor, portanto, As cantigas de amor, portanto,
apresentam um conteúdo que apresentam um conteúdo que
expressa tristeza, solidão, amor expressa tristeza, solidão, amor
platônico, desejos não realizados, platônico, desejos não realizados,
etc, ou seja, possui "tom" triste: etc, ou seja, possui "tom" triste:
pertencem ao GÊNERO LÍRICO e , pertencem ao GÊNERO LÍRICO e ,
pelo conteúdo melancólico, se pelo conteúdo melancólico, se
aproximam bastante com às aproximam bastante com às
ELEGIAS.ELEGIAS.

1
3
““Cantiga da Cantiga da
Ribeirinha”Ribeirinha”
No mundo non me sei parelha,No mundo non me sei parelha,
mentre me for como me vai,mentre me for como me vai,
ca já moiro por vós – e ai!ca já moiro por vós – e ai!
mia senhor branca e vermelha,mia senhor branca e vermelha,
queredes que vos retráiaqueredes que vos retráia
quando eu vos vi em saia!quando eu vos vi em saia!
Mau dia me levantei,Mau dia me levantei,
que vos enton non vi fea!que vos enton non vi fea!

1
4
E, mia senhor, dês aquel di’, ai!E, mia senhor, dês aquel di’, ai!
me foi a mi mui mal,me foi a mi mui mal,
e vós, filha de don Paaie vós, filha de don Paai
Moniz, e bem vos semelhaMoniz, e bem vos semelha
d’haver eu por vós guarvaia,d’haver eu por vós guarvaia,
pois eu, minha senhor, d’alfaiapois eu, minha senhor, d’alfaia
nunca de vós houve nen heinunca de vós houve nen hei
valia d’ua correa.valia d’ua correa.
(MOISÉS, 1993, p. 16-17)(MOISÉS, 1993, p. 16-17)

1
5
Cantigas de AmigoCantigas de Amigo
““Contém a confissão amorosa da Contém a confissão amorosa da
mulher, geralmente do povo (...). Sua mulher, geralmente do povo (...). Sua
coitacoita nasce de entreter amores com um nasce de entreter amores com um
trovador que a abandonou, demora para trovador que a abandonou, demora para
chegar, ou está no serviço militar (...). A chegar, ou está no serviço militar (...). A
moça dirigi-se à mãe, às amigas, aos moça dirigi-se à mãe, às amigas, aos
pássaros (...), mas quem compõe ainda é pássaros (...), mas quem compõe ainda é
o trovador. Ao invés do idealismo das o trovador. Ao invés do idealismo das
cantigas de amor, a de amigo respira cantigas de amor, a de amigo respira
realismo em toda a sua extensão; daí o realismo em toda a sua extensão; daí o
vocábulo vocábulo amigo amigo significar significar namoradonamorado e e
amanteamante.” (MOISÉS, 1993, p. 21).” (MOISÉS, 1993, p. 21)

1
6
Tipos de Cantiga de Tipos de Cantiga de
AmigoAmigo
•RomariaRomaria
•SerranilhaSerranilha
•PastorelaPastorela
•Marinha ou Marinha ou
BarcarolaBarcarola
•Bailada ou Bailada ou
BailiaBailia
•Alba ou Alba ou
AlvoradaAlvorada

1
7
RomariaRomaria
Pois nossas madres van a San SimonPois nossas madres van a San Simon
de Val de Prados candeas queimar,de Val de Prados candeas queimar,
nós, as meninas, punhemos de andarnós, as meninas, punhemos de andar
con nossas madres, e eles entoncon nossas madres, e eles enton
queimen candeas por nós e por siqueimen candeas por nós e por si
e nós, meninas, bailaremos i.e nós, meninas, bailaremos i.
Nossos amigos todos iranNossos amigos todos iran
por nos veer, e andaremos nóspor nos veer, e andaremos nós
bailand' ant' eles, fremosas em cósbailand' ant' eles, fremosas em cós

1
8
e nossas madres pois que alá vane nossas madres pois que alá van
queimen candeas por nós e por siqueimen candeas por nós e por si
e nós, meninas, bailaremos i.e nós, meninas, bailaremos i.
Nossos amigos iran por cousirNossos amigos iran por cousir
como bailamos, e podem veercomo bailamos, e podem veer
bailar moças de bon parecerbailar moças de bon parecer
e nossas madres, pois lá queren ir,e nossas madres, pois lá queren ir,
queimen candeas por nós e por siqueimen candeas por nós e por si
e nós, meninas, bailaremos i. e nós, meninas, bailaremos i.
"Pois nossas madres vam a San Simion" "Pois nossas madres vam a San Simion"
Pero Viviaez (CV 336/CBN 735)Pero Viviaez (CV 336/CBN 735)

1
9
SerranilhaSerranilha
En Arouca a casa faria; En Arouca a casa faria;
atant’ ei gran sabor de a fazer, atant’ ei gran sabor de a fazer,
que já mais custa non recearia que já mais custa non recearia
nen ar daria ren por meu aver, nen ar daria ren por meu aver,
ca ei pedreiros e pedra e cal; ca ei pedreiros e pedra e cal;
e desta casa non mi míngua al e desta casa non mi míngua al
se non madeira nova, que queria. se non madeira nova, que queria.

2
0
E quen mi a desse, sempr’ o E quen mi a desse, sempr’ o
serviria, serviria,
ca mi faria i mui gran prazer ca mi faria i mui gran prazer
de mi fazer madeira nova aver, de mi fazer madeira nova aver,
en que lavrass’ a peça do dia, en que lavrass’ a peça do dia,
e pois ir logo a casa madeirar e pois ir logo a casa madeirar
e telhá-la; e, pois que a telhar, e telhá-la; e, pois que a telhar,
dormir en ela de noit’ e de dia. dormir en ela de noit’ e de dia.

2
1
E, meus amigos, par Santa Maria, E, meus amigos, par Santa Maria,
se madeira nova podess’ aver, se madeira nova podess’ aver,
logu’ esta casa iria fazer logu’ esta casa iria fazer
e cobri-la; e descobri-la-ia e cobri-la; e descobri-la-ia
e revolvê-la, se fosse mester; e revolvê-la, se fosse mester;
e se mi a mi a abadessa der e se mi a mi a abadessa der
madeira nova, esto lhi faria. madeira nova, esto lhi faria.

2
2
PastorelaPastorela
Ai flores, ai flores do verde pino,Ai flores, ai flores do verde pino,
e sabedes novas do meu amigo!e sabedes novas do meu amigo!
i Deus, e u é?i Deus, e u é?
Ai flores, ai flores do verde ramo,Ai flores, ai flores do verde ramo,
Se sabedes novas do meu amado!Se sabedes novas do meu amado!
Ai Deus, e u é?Ai Deus, e u é?
Se sabedes novas do meu amigo,Se sabedes novas do meu amigo,
Aquel que mentiu do que pôs comigo!Aquel que mentiu do que pôs comigo!
Ai Deus, e u é?Ai Deus, e u é?

2
3
Se sabedes novas do meu amado,Se sabedes novas do meu amado,
Aquel que mentiu do que mi á jurado!Aquel que mentiu do que mi á jurado!
Ai Deus, e u é?Ai Deus, e u é?
- Vós me perguntades polo voss' amigo,- Vós me perguntades polo voss' amigo,
E eu ben vos digo que é san e vivo.E eu ben vos digo que é san e vivo.
Ai Deus, e u é?Ai Deus, e u é?
- Vós me perguntades polo voss' - Vós me perguntades polo voss'
amado,amado,
E eu ben vos digo que é viv' e sano.E eu ben vos digo que é viv' e sano.
Ai Deus, e u é?Ai Deus, e u é?

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4
E eu ben vos digo que é san' e vivoE eu ben vos digo que é san' e vivo
E seerá vosc' ant' o prazo saído.E seerá vosc' ant' o prazo saído.
Ai Deus, e u é?Ai Deus, e u é?
E eu ben vos digo que é viv' e sanoE eu ben vos digo que é viv' e sano
E seerá voac' ant' o prazo passado.E seerá voac' ant' o prazo passado.
Ai Deus, e u é? Ai Deus, e u é?
"Ai flores, ai flores do verde pino," "Ai flores, ai flores do verde pino,"
D. Dinis (CV 171/CBN 568) D. Dinis (CV 171/CBN 568)

2
5
Marinha ou BarcarolaMarinha ou Barcarola
Ondas do mar de Ondas do mar de
vigo,vigo,
se vistes meu amigo!se vistes meu amigo!
E ai Deus, se verrá E ai Deus, se verrá
cedo!cedo!
Ondas do mar Ondas do mar
levado,levado,
se vistes meu amado!se vistes meu amado!
E ai Deus, se verrá E ai Deus, se verrá
cedo!cedo!
Se vistes meu amigo!Se vistes meu amigo!
e por que eu sospiro!e por que eu sospiro!
E ai Deus, se verrá E ai Deus, se verrá
cedo!cedo!
Se vistes meu Se vistes meu
amado!amado!
e por que el gran e por que el gran
cuidado!cuidado!
e ai Deus, se verrá e ai Deus, se verrá
cedo!cedo!
"Ondas do mar de vigo" "Ondas do mar de vigo"
Martin Codax (CV 884/CBN Martin Codax (CV 884/CBN
1278) 1278)

2
6
Bailia ou BailadaBailia ou Bailada
Bailemos nós já todas tres, ai amigas,Bailemos nós já todas tres, ai amigas,
so aquestas avelaneiras frolidasso aquestas avelaneiras frolidas
e quem for velida como nós, velidas,e quem for velida como nós, velidas,
se amigo amar,se amigo amar,
so aquestas avelaneiras frolidasso aquestas avelaneiras frolidas
verrá bailar.verrá bailar.
Bailemos nós já todas tres, ai Bailemos nós já todas tres, ai
irmanas,irmanas,
so aqueste rarno destas avelanas,so aqueste rarno destas avelanas,
e quem for louçana como nós, e quem for louçana como nós,
louçanas,louçanas,

2
7
se amigo arnar,se amigo arnar,
so aqueste rarno destas avelanasso aqueste rarno destas avelanas
verrá bailar.verrá bailar.
Por Deus, ai amigas, mentr' al non Por Deus, ai amigas, mentr' al non
fazemos,fazemos,
so aquesto rarno frolido bailemos,so aquesto rarno frolido bailemos,
e quen ben parecer, corno nós e quen ben parecer, corno nós
parecemos,parecemos,
se amigo amar,se amigo amar,
so aqueste ramo so' l que nós bailemosso aqueste ramo so' l que nós bailemos
verrá bailar. verrá bailar.
"Bailemos nós já todas três…" "Bailemos nós já todas três…"
Airas Nunes (CV 462/CBN 879) Airas Nunes (CV 462/CBN 879)

2
8
Alba ou AlvoradaAlba ou Alvorada
Levad’, amigo, que dormides as Levad’, amigo, que dormides as
manhãas frias;manhãas frias;
todalas aves do mundo d’amor dizian:todalas aves do mundo d’amor dizian:
leda m’and’eu!leda m’and’eu!
Levad’, amigo, que dormide’-las frias Levad’, amigo, que dormide’-las frias
manhãas;manhãas;
todalas aves do mundo d’amor todalas aves do mundo d’amor
cantavan:cantavan:
leda m’and’eu!leda m’and’eu!

2
9
Todalas aves do mundo d’amor dizian:Todalas aves do mundo d’amor dizian:
do meu amor e do voss’em ment’avian:do meu amor e do voss’em ment’avian:
leda m’and’eu!leda m’and’eu!
Todalas aves do mundo d’amor Todalas aves do mundo d’amor
cantavan:cantavan:
do meu amor e do voss’i enmentavan:do meu amor e do voss’i enmentavan:
leda m’and’eu!leda m’and’eu!
Do meu amor e do voss’em ment’avian:Do meu amor e do voss’em ment’avian:
vós lhi tolhestes os ramos que siian:vós lhi tolhestes os ramos que siian:
leda m’and’eu!leda m’and’eu!

3
0
Do meu amor e do voss’i enmentavan:Do meu amor e do voss’i enmentavan:
vós lhi secastes os ramos en que bevian:vós lhi secastes os ramos en que bevian:
leda m’and’eu!leda m’and’eu!
vós lhi tolhestes os ramos que siian:vós lhi tolhestes os ramos que siian:
e lhi secastes as fontes em que bevian:e lhi secastes as fontes em que bevian:
leda m’and’eu!leda m’and’eu!
vós lhi secastes os ramos en que bevian:vós lhi secastes os ramos en que bevian:
e lhi secastes as fontes u se banhavan:e lhi secastes as fontes u se banhavan:
leda m’and’eu!leda m’and’eu!
Levad’, amigo, que dormides as manhãas friasLevad’, amigo, que dormides as manhãas frias
Nuno Fernandes Torneol (CBN 641 — CV 242)Nuno Fernandes Torneol (CBN 641 — CV 242)

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1
Cantiga de EscárnioCantiga de Escárnio
““Cantiga de escárnio Cantiga de escárnio
conteria sátira indireta, realizada conteria sátira indireta, realizada
por intermédio do sarcasmo, a por intermédio do sarcasmo, a
zombaria e uma linguagem de zombaria e uma linguagem de
sentido ambíguo” (MOISÉS, 1993, sentido ambíguo” (MOISÉS, 1993,
p. 27)p. 27)

3
2
Cantiga de EscárnioCantiga de Escárnio
Mort’ é Don Martins Marcos, ai Deus, se é Mort’ é Don Martins Marcos, ai Deus, se é
verdade?verdade?
Sei ca se el é morto, morta é torpidade,Sei ca se el é morto, morta é torpidade,
morta é baviequia e morta neiciidade,morta é baviequia e morta neiciidade,
morta é covardia e morta é maldade.morta é covardia e morta é maldade.
Se Don Martinh’ é morto, sen prez e sen Se Don Martinh’ é morto, sen prez e sen
bondade,bondade,
ôi mais, maos costumes, outro senhor ôi mais, maos costumes, outro senhor
catade;catade;
mais nono achardes de Roma atá cidade;mais nono achardes de Roma atá cidade;
se tal senhor queiredes, alhu-lo demandade;se tal senhor queiredes, alhu-lo demandade;

3
3
pero um cavaleiro sei eu, par caridade,pero um cavaleiro sei eu, par caridade,
que vos ajudaria a tolher d’el soidade;que vos ajudaria a tolher d’el soidade;
mais (queredes) que vos diga ende ben mais (queredes) que vos diga ende ben
verdade?:verdade?:
non é rei nen conde, mais é-x’outra non é rei nen conde, mais é-x’outra
podestade,podestade,
que non direi, que direi, que non direi...que non direi, que direi, que non direi...
Mort’ é Don Martins Marcos, ai Deus, se é verdade?Mort’ é Don Martins Marcos, ai Deus, se é verdade?
Pero da Ponte, (C.V. 1189 - C.B.N. 1655)Pero da Ponte, (C.V. 1189 - C.B.N. 1655)

3
4
Cantiga de MaldizerCantiga de Maldizer
““A cantiga de Maldizer encerraria A cantiga de Maldizer encerraria
sátira direta, agressiva sátira direta, agressiva
contundente, e lançaria mão duma contundente, e lançaria mão duma
linguagem objetiva e sem disfarce linguagem objetiva e sem disfarce
algum.” (MOISÉS, 1993, p 27)algum.” (MOISÉS, 1993, p 27)
A maior parte das cantigas A maior parte das cantigas
satíricas eram de maldizer, no satíricas eram de maldizer, no
entanto costumeiramente entanto costumeiramente
tendemos a confundi-las por sua tendemos a confundi-las por sua
proximidade temática.proximidade temática.

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5
Cantiga de MaldizerCantiga de Maldizer
Traj’ agora Marinha SabugalTraj’ agora Marinha Sabugal
a velha que adusse de sa terra,a velha que adusse de sa terra,
a que quer ben, e ela lhi quer mal;a que quer ben, e ela lhi quer mal;
e faz-lh’ algo, pero que muito lh’ e faz-lh’ algo, pero que muito lh’
erra;erra;
mais ora quer ir moiros guerreiar mais ora quer ir moiros guerreiar
e quer consigo a velha levar,e quer consigo a velha levar,
mais a velha non é doita da guerra. mais a velha non é doita da guerra.
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