A lei de justiça, de amor e de caridade consiste em respeitarmos os direitos de cada um, em não fazermos aos outros aquilo que não gostaríamos que nos fizessem.
A lei de Deus estando gravada em nossa consciência, o sentimento de justiça é intrínseco ao homem. O progresso moral desenvolve ess...
A lei de justiça, de amor e de caridade consiste em respeitarmos os direitos de cada um, em não fazermos aos outros aquilo que não gostaríamos que nos fizessem.
A lei de Deus estando gravada em nossa consciência, o sentimento de justiça é intrínseco ao homem. O progresso moral desenvolve esse sentimento, mas não cria, pois ele já está ali no nosso íntimo.
Quando ainda próximos da animalidade acabamos confundindo esse sentimento de justiça com as nossas paixões inferiores e procuramos adequá-lo às nossas concepções e interesses. Por isso o conceito de justiça não é igual para todas as pessoas. Quanto mais moralizado é o ser, mais próximo de Deus é o senso de justiça do homem. Quanto mais imperfeito, mais próximo da animalidade é esse senso de justiça.
Amor e caridade complementam a lei de justiça porque quando nós amamos o próximo desejamos fazer todo o bem que seja possível e, consequentemente, seremos justos para com essa pessoa e a caridade vem completar esse sentimento.
A verdadeira caridade ensinada por Jesus é a benevolência para com todos, indulgência para com as imperfeições dos outros e o perdão das ofensas.
- Benevolência no sentido de ajudar, de amparar todas as pessoas;
- Indulgência no sentido de não ver, não olhar os equívocos, as imperfeições do outro, mas procurar ver o que a pessoa tem de bom, lembrar que nós também somos imperfeitos e a todo momento estamos necessitando da indulgência do pai;
- Perdão das ofensas, onde nós conseguimos nos libertar de um peso gigantesco, através do auto perdão, do perdão do outro. Pedir perdão a Deus. O perdão nos aproxima da divindade.
Benevolência, indulgência e perdão retrata a verdadeira caridade.
A justiça aliada ao amor e à caridade eleva o ser.
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Added: Jun 11, 2023
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Livro Terceiro: Leis Morais O LIVRO DOS ESPÍRITOS
Capítulo XI Lei de justiça, de amor e de caridade Questões 873 à 892
Justiça e direitos naturais
873 – O sentimento de justiça está na Natureza ou resulta de ideias adquiridas? Tanto está na Natureza, que vos revoltais ao pensamento de uma injustiça. O progresso moral desenvolve, sem dúvida, esse sentimento, mas não o dá: Deus o colocou no coração do homem. Eis porque encontrareis, frequentemente, entre os homens simples e primitivos, noções mais exatas da justiça que entre os que têm muito saber.
874 – Se a justiça é uma lei natural, como ocorre que os homens a entendam de maneiras tão diferentes, e que um ache justo aquilo que parece injusto a outro? É que, frequentemente, aí misturam paixões que alteram esse sentimento, como a maioria dos outros sentimentos naturais, e fazem ver as coisas sob um falso ponto de vista.
875 – Como se pode definir a justiça? A justiça consiste no respeito aos direitos de cada um. 875.a) O que determina esses direitos? Duas coisas os determinam: a lei humana e a lei natural. Tendo os homens feito leis apropriadas aos seus costumes e ao seu caráter, essas leis estabeleceram direitos que puderam variar com o progresso dos conhecimentos. Vede se vossas leis de hoje, sem serem perfeitas, consagram os mesmos direitos da Idade Média. Esses direitos antiquados, que vos parecem monstruosos, pareciam justos e naturais naquela época. O direito estabelecido pelos homens, portanto, não está sempre conforme a justiça. Aliás, ele não regula senão certas relações sociais, enquanto que, na vida particular, há uma imensidade de atos que são unicamente da alçada do tribunal da consciência.
876 – Fora do direito consagrado pela lei humana, qual é a base da justiça fundada sobre a lei natural? O Cristo vo-la deu: Desejai para os outros o que quereríeis para vós mesmos. Deus colocou no coração do homem a regra de toda a verdadeira justiça, pelo desejo de cada um de ver respeitar seus direitos. Na incerteza do que deve fazer em relação ao seu semelhante em uma dada circunstância, o homem se pergunta como ele desejaria que se fizesse para com ele em circunstância semelhante: Deus não poderia dar-lhe um guia mais seguro que a sua própria consciência.
Allan Kardec: O critério da verdadeira justiça é, com efeito, desejar para os outros o que se desejaria para si mesmo, e não de desejar para si o que se desejaria para os outros, o que não é a mesma coisa. Como não é natural querer o mal para si, tomando seu desejo pessoal por modelo ou ponto de partida, se está certo de não se desejar jamais senão o bem para o seu próximo. Em todos os tempos, e em todas as crenças, o homem tem sempre procurado fazer prevalecer o seu direito pessoal. O sublime da religião cristã tem sido de tomar o direito pessoal por base do direito do próximo .
877 – A necessidade para o homem de viver em sociedade ocasiona-lhe obrigações particulares? Sim, e a primeira de todas é a de respeitar o direito dos seus semelhantes. Aquele que respeitar esses direitos será sempre justo. No vosso mundo, onde tantos homens não praticam a lei de justiça, cada um usa de represálias e é isso o que faz a perturbação e a confusão de vossa sociedade. A vida social confere direitos e impõe deveres recíprocos.
878 – Podendo o homem se iludir sobre a extensão dos seus direitos, o que pode lhe fazer conhecer o limite? O limite do direito que reconhece ao seu semelhante em relação a ele, na mesma circunstância, e reciprocamente. 878.a) Mas se cada um se atribui os direitos de seu semelhante, que se torna a subordinação para com os superiores? Não é a anarquia de todos os poderes? Os direitos naturais são os mesmos para todos os homens, desde o menor até o maior. Deus não fez uns de um limo mais puro que os outros, e todos são iguais diante dele. Esses direitos são eternos; os que o homem estabeleceu perecem com suas instituições. De resto, cada um percebe bem sua força ou sua fraqueza e saberá ter sempre uma espécie de deferência para aquele que a mereça pela sua virtude e sua sabedoria. É importante destacar isso, a fim de que aqueles que se creem superiores conheçam seus deveres, para merecer essas deferências. A subordinação não estará comprometida, quando a autoridade for dada à sabedoria.
879 – Qual seria o caráter do homem que praticasse a justiça em toda a sua pureza? O verdadeiro justo, a exemplo de Jesus, porque praticaria também o amor do próximo e a caridade, sem os quais não há verdadeira justiça.
Direito de propriedade. Roubo
880 – Qual é o primeiro de todos os direitos naturais do homem? O de viver. Por isso, ninguém tem o direito de atentar contra a vida de seu semelhante, nem de fazer nada que possa comprometer a sua existência corporal.
881 – O direito de viver dá ao homem o direito de ajuntar o que necessitar para viver e repousar, quando não puder mais trabalhar? Sim, mas deve fazê-lo em família, como a abelha, por um trabalho honesto e não amontoar como um egoísta. Mesmo alguns animais lhe dão o exemplo da previdência.
882 – O homem tem o direito de defender o que ajuntou pelo trabalho? Deus não disse: não furtarás; e Jesus: é preciso dar a César o que pertence a César? Allan Kardec: O que o homem amontoa por um trabalho honesto é uma propriedade legítima que tem o direito de defender, porque a propriedade que é fruto do trabalho, é um direito natural tão sagrado como o de trabalhar e de viver.
883 – O desejo de possuir está na Natureza? Sim, mas quando o homem só deseja para si e para a sua satisfação pessoal, é egoísmo. 883.a) Não é legítimo, entretanto, o direito de possuir, visto que aquele que tem de que viver não é carga para ninguém? Há homens insaciáveis e que acumulam sem proveito para ninguém, ou para satisfazer suas paixões. Crês que isso seja bem visto por Deus? Aquele que, ao contrário, amontoa por seu trabalho para ajudar seus semelhantes, pratica a lei de amor e caridade, e seu trabalho abençoado por Deus.
884 – Qual é o caráter da propriedade legítima? Não há propriedade legítima, senão aquela que foi adquirida sem prejuízo para outrem (808). Allan Kardec: A lei de amor e de justiça, proibindo fazer a outrem o que não desejáramos que nos fizessem, condena por isso mesmo todo meio de aquisição contrário a essa lei.
885 – Será ilimitado o direito de propriedade? Sem dúvida, tudo o que é adquirido legitimamente é uma propriedade. Todavia, como o dissemos, a legislação dos homens, sendo imperfeita, consagra, frequentemente, direitos de convenção que a justiça natural reprova. Por isso, eles reformam suas leis à medida que o progresso se realiza, e que compreendem melhor a justiça. O que parece perfeito num século, parece bárbaro no século seguinte. (795).
A VERDADEIRA PROPRIEDADE O homem só possui em plena propriedade aquilo que lhe é dado levar deste mundo. Do que encontra ao chegar e deixa ao partir goza ele enquanto aqui permanece. Forçado, porém, que é a abandonar tudo isso, não tem das suas riquezas a posse real, mas, simplesmente, o usufruto. Que é então o que ele possui? Nada do que é de uso do corpo; tudo o que é de uso da alma: a inteligência, os conhecimentos, as qualidades morais . Isso o que ele traz e leva consigo, o que ninguém lhe pode arrebatar, o que lhe será de muito mais utilidade no outro mundo do que neste. Depende dele ser mais rico ao partir do que ao chegar, visto como, do que tiver adquirido em bem, resultará a sua posição futura. Quando alguém vai a um país distante, constitui a sua bagagem de objetos utilizáveis nesse país; não se preocupa com os que ali lhe seriam inúteis. Procedei do mesmo modo com relação à vida futura; aprovisionai-vos de tudo o de que lá vos possais servir. (Evangelho Segundo o Espiritismo, Cap. XVI, item 9)
Caridade e amor ao próximo
886 – Qual é o verdadeiro sentido da palavra caridade, como a entendia Jesus? Benevolência para com todos, indulgência para com as imperfeições alheias, perdão das ofensas.
Allan Kardec: O amor e a caridade são o complemento da lei de justiça, porque amar ao próximo é fazer-lhe todo o bem que está ao nosso alcance e que gostaríamos nos fosse feito a nós mesmos. Tal é o sentido das palavras de Jesus: Amai-vos uns aos outros, como irmãos . A caridade, segundo Jesus, não está restrita à esmola. Ela abrange todas as relações que temos com nossos semelhantes, quer sejam nossos inferiores, nossos iguais ou nossos superiores. Ela nos ordena a indulgência porque nós mesmos temos necessidade dela. Proíbe-nos de humilhar o infortúnio, contrariamente ao que se pratica muito frequentemente. Se uma pessoa rica se apresenta, tem-se por ela mil atenções, mil amabilidades; se é pobre, parece não haver mais necessidade de se incomodar com ela. Quanto mais sua posição seja lastimável, mais se deve respeitar antes de aumentar seu sofrimento pela humilhação. O homem verdadeiramente bom procura realçar o inferior aos seus próprios olhos, diminuindo a distância entre ambos.
887 – Disse Jesus também: Amai mesmo vossos inimigos. Ora, o amor por nossos inimigos não é contrário às nossas tendências naturais e a inimizade não provém da ausência de simpatia entre os Espíritos? Sem dúvida, não se pode ter pelos inimigos um amor terno e apaixonado; não foi isso que ele quis dizer. Amar os inimigos é perdoar-lhes e restituir bem por mal. Por este meio nos tornamos superiores a eles; pela vingança, colocamo-nos abaixo deles.
888 – Que pensar da esmola? O homem reduzido a pedir esmola se degrada moral e fisicamente: ele se embrutece. Numa sociedade baseada sobre a lei de Deus e a justiça, deve-se prover a vida do fraco sem humilhação para ele. Ela deve assegurar a existência daqueles que não podem trabalhar, sem deixar sua vida à mercê do acaso e da boa vontade. 888.a) Reprovais a esmola? Não, não é a esmola que é reprovável, frequentemente, é a maneira pela qual é feita. O homem de bem, que compreende a caridade segundo Jesus, se antecipa ao infeliz sem esperar que ele lhe estenda a mão. A verdadeira caridade é sempre boa e benevolente; ela está mais no gesto que no fato.
Um serviço feito com delicadeza duplica de valor; se é feito com ostentação, a necessidade pode fazê-lo aceitar, mas o coração não é tocado por ele. Lembrai-vos também que a ostentação, aos olhos de Deus, tira o mérito do favor. Disse Jesus: Que a vossa mão esquerda ignore o que dá vossa mão direita; ele vos ensina com isso a não deslustrar a caridade pelo orgulho. É preciso distinguir a esmola propriamente dita da beneficência. O mais necessitado não é sempre aquele que pede; o receio de uma humilhação retém o verdadeiro pobre e, frequentemente, ele sofre sem se lamentar. É a este que o homem, verdadeiramente humano, sabe ir procurar sem ostentação. Amai-vos uns aos outros é toda a lei, a lei divina pela qual Deus governa os mundos. O amor é a lei de atração para os seres vivos e organizados; a atração é a lei de amor para a matéria inorgânica.
Não olvideis jamais que o Espírito, qualquer que seja seu grau de adiantamento, sua situação como reencarnação ou erraticidade, está sempre colocado entre um superior que o guia e o aperfeiçoa, e um inferior diante do qual tem os mesmos deveres a cumprir. Portanto, sede caridosos, não somente dessa caridade que vos leva a tirar de vossa bolsa o óbolo que dais friamente àquele que ousa vo-lo pedir, mas ide ao encontro das misérias ocultas. Sede indulgentes para com os defeitos dos vossos semelhantes; em lugar de menosprezar a ignorância e o vício, instruí-os e moralizai -os. Sede dóceis e benevolentes para com todos os que vos são inferiores, assim como em relação aos seres mais ínfimos da criação, e tereis obedecido à lei de Deus. (São Vicente de Paulo)
889 – Não há homens reduzidos à mendicância por suas faltas? Sem dúvida, mas se uma boa educação moral os houvesse ensinado a praticar a lei de Deus, eles não cairiam nos excessos que causam sua perda; é disso sobretudo que depende o melhoramento do vosso globo. (707).
Amor maternal e filial
890 – O amor maternal é uma virtude ou um sentimento instintivo comum aos homens e aos animais? É uma e outra coisa. A Natureza deu à mãe o amor pelos filhos no interesse de sua conservação. Mas entre os animais esse amor é limitado às necessidades materiais e cessa quando os cuidados tornam-se inúteis. Entre os homens ele persiste por toda a vida, e comporta um devotamento e uma abnegação que são da virtude. Sobrevive mesmo à morte e segue o filho além do túmulo. Bem vedes que há nele outra coisa mais do que no animal. (205-385).
891 – Visto que o amor maternal está na Natureza, por que há mães que odeiam os filhos, e isso desde o seu nascimento? Algumas vezes, é uma prova escolhida pelo Espírito do filho, ou uma expiação se ele mesmo foi mau pai ou mãe má ou mau filho, numa outra existência (392). Em todos os casos, a mãe má não pode ser animada senão por um mau Espírito que se esforça por dificultar a existência do filho, a fim de que ele sucumba sob as provas que aceitou; mas esta violação das leis da Natureza não ficará impune, e o Espírito do filho será recompensado pelos obstáculos que haja superado.
892 – Quando os pais têm filhos que lhes causam desgostos não são escusáveis por não terem para com eles a ternura que o teriam em caso contrário? Não, porque é um fardo que lhes é confiado, e sua missão é a de fazer todos os esforços para os reconduzir ao bem (582-583). Mas esses desgostos são, frequentemente, o resultado dos maus costumes que os deixaram tomar desde o berço: colhem, então, o que semearam.
IMAGENS Capa – https://pt.pixiz.com/frame/coracao-na-mao-2163125 Segunda tela – Dia Mundial da Justiça Social e o papel da Justiça do Trabalho – TST , (1500) Pinterest , 10 ensinamentos de Madre Teresa de Calcutá – Diocese de Santo André (diocesesa.org.br) Justiça e direitos naturais – https://www.gestaoeducacional.com.br/conceito-de-justica-social-o-que-e/ Questão 873 – https://transformamp.com/a-crise-do-sistema-de-justica-tres-questoes-fundamentais/ Questão 874 – https://formacao.cancaonova.com/atualidade/sociedade/justica-liberdade-e-verdade/ Questão 877 – Arquivo pessoal Questão 879 – (1514) Pinterest Direito de propriedade. Roubo – https://br.pinterest.com/pin/466544842655676660/ Questão 880 – Arquivo pessoal Questão 881 – https://saudavelefeliz.com/trabalho-em-familia-010/ Questão 885 – Procesos Judiciales relacionados con Bien Inmueble – MMC Legal Solutions Caridade e amor ao próximo – A importância da Caridade: quando nós evoluímos ao ajudar o próximo – Instituto Toca do Coelho Questão 886 – https://br.pinterest.com/pin/1477812371012363/ Questão 887 – (20+) *Love your enemies* Jesus said to his... - Parrocca Senglea | Facebook Questão 889 – Por que todo católico deve dar esmolas? (padrepauloricardo.org) Amor maternal e filial – imagens de estoque da Microsoft Questão 892 – Como enlouquecer os seus filhos | Mulheres de Quarenta Créditos – Amor - Conceito, Definição e O que é Amor (meusdicionarios.com.br) Última tela – https://br.pinterest.com/pin/1618549860494486/
CRÉDITOS: Formatação: Marta Gomes P. Miranda Referências: KARDEC, Allan. O Livro dos Espíritos. Tradução de Salvador Gentile. 182ª Ed. Araras – SP: IDE, 2009. Pág. 272 à 277. KARDEC, Allan. O Evangelho Segundo o Espiritismo . Tradução De Salvador Gentile. 365ª Ed. Araras – SP: Ide, 2009. KARDEC, Allan. A Gênese: Os Milagres e as Predições Segundo o Espiritismo. Tradução de Salvador Gentile. 52ª Ed. Araras – SP: IDE, 2008. KARDEC, Allan. O Livro dos Médiuns . Tradução De Salvador Gentile. 85ª Ed. Araras – SP: Ide, 2008. KARDEC, Allan. O Céu e o Inferno . Tradução de Salvador Gentile. Araras – SP: IDE, 2008. XAVIER, Chico. Nosso Lar . 64ª ed. Brasília: FEB, 2021. Pelo Espírito André Luiz.
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