Betsaida (“casa da pesca ” em hebraico ) Na época de Jesus era uma aldeia com 50 a 70 casas situadas a nordeste do mar da Galiléia e a alguns quilômetros de Cafarnaum . Terra dos apóstolos Pedro, Felipe e André. P alco de curiosa cura realizada por Jesus. RUÍNAS DA ANTIGA CIDADE DE BETSAIDA
O nome dos amigos, da mesma aldeia que conduziram o cego até Jesus, ficaram escondidos na palavra “ trouxeram ” e “ suplicaram ” a Jesus. Quantos amigos visitam a “ Betsaida de nossos corações ” para nos estimular ao bem ? Quantos amigos conduzimos até Jesus para ajudá-los a enxergar novamente ?
A frase : “E rogaram a Jesus que tocasse o cego ” O cego de Betsaida não gritou ( rogou ) por Jesus como o cego Bartimeu . Este foi conduzido por amigos . Por isso sua cura foi a única realizada em 2 estágios . Nós podemos também agir como intermediário e intercessores das forças do bem , aplicando os usuais recursos que a Doutrina Espírita nos dis ponibiliza : O passe , a prece , a conversa fraterna , o amparo material, o esclarecimento espiritual , o apoio solidário , etc...
Jesus, ao iniciar o processo de cura , o faz com carinho (“ tomando o cego pela mão ”) afastando -o do foco de dificuldades (“ levou -o para fora da aldeia ”). O gesto de pegar o doente pela mão revela : Atenção , Simpatia , Cuidado , Ação Eficiente . Por este motivo , as mãos de Jesus são sempre operantes , espalhando o amor de modo incansável . Quantas vezes chegam pessoas novas na casa espírita cegas espiritualmente e nós as pegamos pela mão , ou seja , mostramos que através do trabalho de amor elas poderão econtrar a cura de suas aflições . Ex : Chico disseram que minha vida está por um fio. Resp : Então continue trabalhando no bem de todos, pois o trabalho fortalece o fio da vida
O trabalho é sempre instrutor do aperfeiçoamento. Sirvamos em qualquer parte, de boa- vontade, como sendo ao Senhor e não às criaturas, e o Senhor nos conduzirá para os cimos da vida. 4 EMMANUEL
Sabe mos que a cegueira tem suas raízes nas ações pretéritas, em geral, de sencadeada pela inércia, indiferença, atritos inúteis e desinteresse na prática do bem. A grande maioria das doenças tem a sua causa profunda na estrutura semimaterial do corpo perispiritual . Havendo o Espírito agido er radamente, nesse ou naquele setor da experiência evolutiva, vinca o corpo espiritual com desequilíbrios ou distonias, que o predispõem à instalação de determinadas enfermidades, conforme o órgão atingido. 5
O processo de cura se estabelece quando o enfermo começa a se desligar das causas geradoras da doença . A estratégia terapêutica utilizada por Jesus estabeleceu que, de imediato, era necessário afastar o cego dos seus problemas, da influência negativa do ambiente psíquico em que se encontrava mergulhado, por este motivo “levou-o para fora da aldeia.” O Processo de Cura comporta, basicamente, três etapas: A Renovação Mental --- conduzindo-o “para fora da aldeia”, desvincula-o dos elementos perturbadores que lhe alimentava a enfermidade. Ex : policial civil que pediu demissão para ter paz. Os Recursos Terapêuticos --- fluidos ou energias magnético- espirituais, presentes na saliva de Jesus e nos seus fluidos magnéticos. As Ações Promotoras da Manutenção da Saúde --- “E mandou-o para sua casa, dizendo: Não entres na aldeia”. Significa dizer que a saúde estaria garantida se o atendido guardasse a devida vigilância da sua casa mental , mantendo-se harmonizado no bem e afastado do foco dos antigos problemas .
A saída da aldeia , propiciada por Jesus, apresenta tam bém outro significado : Coloca o doente no rumo do bem , a serviço de Deus, dando condições ao seu Espírito de acessar outro campo de vibrações , de valores substancialmente diferentes , favoráveis à neu tralização do mal.
Estivemos prisioneiros de hábitos infelizes e de viciações , antes do entendimento espírita surgir em nossa vida . Isto nos faz refletir o quanto é importante investir na aquisição de valores morais , desenvolvendo virtudes e combatendo o mal. Este processo de mudança pode ser favorecido pelas práticas espíritas e frentes de trabalho : reuniões evangélico-doutrinárias ou de estudo ; trabalho de assistência e promoção social, de atendimento aos necessitados , encarnados ou desencarnados .
Jesus utilizou dois recursos terapêuticos na cura do cego: A saliva e a imposição de mãos - Foi a única cura de Jesus em 2 estágios. Essa enfermidade exigia o uso de saliva devido a baixa fé deste deficiente visual. É uma providência de ordem bastante material. É importante ressalvar que somente ao Cristo coube a utilização da saliva como elemento curativo .
Cairbar Schutel nos lembra o seguinte: Colhemos [...] uma lição de inestimável proveito em tudo isso, e refere-se à passagem do Espírito, da materialidade para a espiritualidade, da ignorância para a sabedoria, das trevas para a luz. Passamos por um estado de confusão, assim como o cego — vendo, mas vendo homens como árvores, até que possa distinguir claramente a realidade. 3 ######### ######### #########
À semelhança do cego que deseja enxergar com nitidez , deve mos dilatar a nossa visão espiritual , buscando de forma incessante o melhor que a vida oferece em termos de conquistas morais e intelec tuais . Adotar ação no bem com amor é angariar conhecimentos pelas vias naturais do progresso espiritual , fugindo do impositivo milenar do aprender pelo sofrimento .
A expressão verbal “ficou restabelecido” pode ser interpretada como: O retorno do equilíbrio “e já via ao longe e distintamente a todos.” Ver ao “longe” e “distintamente” tem o significado de ver além das aparências, enxergando o próximo como irmão, enxergando a vida sob a ótica imortal, universal .
» A frase : “ mandou -o para sua casa ” nos conduz a du pla interpretação : A primeira é literal e está relacionada ao ambiente doméstico , onde convivemos com os familiares e amigos próximos . Trata -se do local apropriado para a execução das responsabilidades e dos deveres definidos pela reencarnação . A segunda diz respeito à casa íntima , à mente do Espírito , plano onde se opera as aquisições necessárias ao progresso espiritual . Ex : o cérebro físico é semelhante a caixa preta de um avião. Guarda as informações, mas quem pensa é o espírito.
Recomenda também Jesus: “ não entres na aldeia .” Para se manter permanen temente livre da cegueira , não deve retornar à posição anterior, antes de ser curado . Deve se esforçar para manter a mente renovada vibrando em sintonia com o Alto.
A propósito esclarece Emmanuel: Quase todos os doentes exigem que a dádiva desça, sem qualquer esforço pela elevação de si mesmos. Raros procuram o Cristo e lhe seguem os passos no mundo. Para ver e glorificar o Senhor é indispensável marchar nas pegadas do Cristo, escalando, com Ele, a montanha do trabalho e do testemunho. 10
A interpretação espírita da cura do cego de Betsaida nos faz recordar Saulo de Tarso que, ao encontrar o Cristo na estrada de Damasco , precisou perder temporariamente a visão física para que pudesse enxergar as claridades espirituais . Ex: PAI ANDRÉ LUIZ Foram 3 dias em Damasco sob rigorosa disciplina espiritual . Sua personalidade dinâmica havia estabelecido uma trégua às ativida des mundanas , para examinar os erros do passado , as dificuldades do presente e as realizações do futuro . Abismalmente concentrado na cegueira que o envolvia , orou com fervor e pediu a Jesus lhe clareasse a mente atormentada pelas idéias de angústias e desamparo . 7
PEIXOTINHO, UM DOS MAIORES MÉDIUNS DE CURA DE TODOS OS TEMPOS, CUROU MILHARES DE PESSOAS, MAS ELE MESMO DESENCARNOU DE ASMA, DIZENDO SER ELA UMA GRANDE COMPANHEIRA QUE O FAZIA SALDAR DÉBITOS DO PASSADO.
KARDEC. Allan. O evangelho segundo o espiritismo . Tradução de Guillon Ribeiro. 124. ed. Rio de janeiro: FEB, 2005. Cap. 8, item 19, p. 156-157. . A gênese . Tradução de Guillon Ribeiro. 48. ed. Rio de janeiro: FEB, 2005. Cap. 15, item 13, p. 317. SCHUTEL, Cairbar . O esp í rito do cristianismo . 8. ed. Matão: O Clarim, 2001. Cap. 62 (O cego de Betsaida ), p. 319. XAVIER. Francisco Cândido. Fonte viva . Pelo Espírito Emmanuel. 33. ed. Rio de Janeiro: FEB, 2006. Cap. 29 (Sirvamos), p. 76. . Leis de amor . Pelo Espírito Emmanuel. 4. ed. São Paulo: LAKE, 1972, pergunta 2, p. 13-14. . Pão nosso . Pelo Espírito Emmanuel. 27. ed. Rio de Janeiro: FEB, 2006. Cap. 169 (Olhos), p. 353-354. . Paulo e Estevão . Pelo Espírito Emmanuel. 42. ed. Rio de Janeiro: FEB, 2006. Segunda parte, cap. 1 (Rumo ao deserto), p. 257-258. 8. . p. 261. . Vinha de luz . Pelo Espírito Emmanuel. 24. ed. Rio de Janeiro: FEB, 2006. Cap. 27 (Indicação de Pedro), p. 73-74. . Cap. 34 (Não basta ver), p. 87-88.