E, antes da serra, está o relógio da estação... Tudo ofegante, como um coração Que está sempre chegando, e palpitando assim... E, antes dessa estação, se estende o cafezal. E, antes do cafezal, está o homem, por fim, Que derrubuou sozinha a floresta brutal, O homem sujo de terra, o lavrador, Que dorme rico, a plantação branca de flor, E acorda pobre, no outro dia (não faz mal...), Com a geada negra, que queimou o cafezal. A riqueza é a noiva (que fazer?), Que promete, e que falta, sem querer... Chega a vestir-se assim, enfeitada de flor, Na noite branca, que é o seu véu nupcial; Mas vem o sol, queima-lhe o véu, E a conduz loucamente para o céu, Arrancando-a das mãos do lavrador. Quedê o sertão daqui? Lavrador derrubou. Quedê o lavrador? Está plantando café. Quedê o café? Moça bebeu. Mas a moça onde està ? Está em Paris. Moça feliz! Cassiano Ricardo