A educação na era da internet

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About This Presentation

"A educação na era da internet" - Livro Completo
Carlos Lucena e Hugo Fuks


Slide Content

Colegao Costumes e Protocolos
Professores e Aprendizes na Web
.
Carlos Lucena
Hugo Fuks
DEDALUS-AceNo-FE
Edigao e Organizagao
nilton santos
11111111111111111111111111111111111111111111111111111111111111111
20500023668
club@dofuturo
Rio de Janeiro
2000

-::------------ .-:.::~~ os direitos reservados para o
Clube do Futuro
Reprodugii.o proibida
Copyright 2000
Edigii.o e Organizagii.o: Nilton Santos
Transcrigao de videos: Adriana Fontes Queles
Texto: Rosane de Souza e Nilton Santos
Revisii.o: Luiza Ribeiro
Capa e Projeto Grafico: Arquirnedes Martins (Ted)
Produgao Gr8.fica: Heyder Mendez
CATALOGAQAO NA FONTE
DO
DEPARTAMENTO NACIONAL DO LIVRO
Lucena, Carlos.
Professores e aprendizes na Web: a educagao na era da
Internet I Carlos Lucena, Hugo Fuks; edigao e organizagao:
Nilton Santos.-Rio de Janeiro: Clube do Futuro, 2000.
160 p.; 14 x 21 ern.-(Costumes e Protocolos)
ISBN 85-88011-01-8
Inclui bibliografia.
l. Internet (Redes de cornputagao) na educagii.o.
2. Ensino auxiliado por cornputador. I. Fuks, Hugo.
II. Santos, Nilton, 1945- . III. Titulo. IV Serie.
CDD-371.39445
indice
Apresenta~ao 11
Informatica Educativa: uma Hist6ria de Trope<;:os 14
Por Que este Livro? 25
Comunica~ao Digital
e Trabalho de Grupos
31
Trabalhar e Conversar 32
Os Clientes como Parte da Empresa 36
Passeio pela Memoria 38
Nossa Casa como' Parte da Empresa 40
Comunica<;:ao Digital e Trabalho de Grupos 43
Servi<;:os dos mais Variados Tipos 46
Telepresen<;:a e Videoconferencia 47
Ambientes Digitais de Trabalho 50
Educa~ao a Distancia na Internet
A lnstru~ao Baseada na Web 53
A Tecnologia da Web 55
Professores na Web 58
Metodos de Ensino 61
A IBW e a Sala de Aula Tradicional 64
Aprendizado sem Compartimentos 66
Apoio de Computadores a Atividade Educativa 71
Educa<;ao como Entretenimento 73
Pensamento Criativo 75
Pensamento Critico 78

Aprendizagern Cooperativa
Motiva~ao
Ensino e Aprendizagern
0 Papel do Facilitador
Equilibria na Cornunica~ao
lrnplanta~ao da IBW
Constru~ao de Ambientes
para Aprendizagem Autodirigida
Cogni~ao e Aprendizagern
Aprendizage
rn como Processo de
Cornunica~ao
Aprendizagern Flexfvel
Projetos de Uso da Web para Aprendizagern
Criterios Basicos de Projeto
Multirnfdia lnterativa e IBW
0 Aprendiz como Usuario
0 Aprendiz como Produtor
Projeto de Cursos para a Web
Ferrarnent
as para a Web
Sete Etapas de urn
Modelo de Arnbiente IBW
Aprendizado e Trabalho Cooperativo
no Ambiente AulaNet
Educa~ao Seja La Qual For a Distancia
Os Atores do Arnbiente AulaNet
Ferrarnentas pa ra o Docente
Conteudo Didatico e Prograrna de Navega<;:ao
A Interface do Docente
Mecanisrnos de Cornunica~ao
Mecanisrnos de Coordena~ao
Mecanisrnos de Coopera<;:ao
Configura~ ao de Mecanisrnos Selecionados
0 Poder Cornparti lhado corn o Aprendiz
0 Controle Rernoto
Avalia<;:ao lnicial da Experiencia do Curso TIAE
Outras Abordagens de Ensino
Bibliografia
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95
117
153
Ded icamos este
I ivro a todos os
alunos de graduac;ao, mestrado e
doutorado que participam ou
participaram
do
Projeto AulaNet.
Dedicamos tambem a todos que,
implantando o ambiente AulaNet em
suas organizac;oes ou atuando como
professores ou aprendizes, produzem
experiencias e
contribuem para o
desenvolvimento de uma
cultura de
educac;ao apoiada na Web e, em
particular, de uma comunidade
associada a este Projeto.

Apresenta~ao
J a se foi a epoca em que se via urn intelectual comen­
tando com ar intel igente: "Nao gosto de computador. Pre­
firo a minha velha e boa maquina de escrever".
De alguns anos para ca, a informatica saiu das revistas
especializadas para frequentar as paginas dos jornais diarios,
das
revistas em geral e para a televisao. Como crescimento da
capacidade dos computadores de estocar, transmitir e proces­
sar
informac;:6es (o que permitiu a utilizac;:ao de imagens, ani­
mac;:6es e sons) e com a reduc;:ao dos prec;:os dos equipamen­
tos e servic;:os, a informatica e a Internet se tornaram mais
acessfveis, saindo da academia e das BBS (Bulletim Board
System-um especie de provedor popular anterior a dissemi­
nac;:ao da Internet) comec;:ando a chegar a uma significativa
parcel
ada
populac;:ao. Como crescimento do numero de usua­
rios, os interesses se deslocaram do campo das quest6es de
tecnologia, informatica, equipamentos, programas, etc., para
os servic;:os que a Internet poderia vir a oferecer.

A Educagao na Era da Internet
A prime ira grande discussao que ganhou a mfdia acon­
teceu quando
as empresas
come~ar am a entrar na Internet.
Durante 1997, 1998 e 1999, por toda a parte s6 se ouviu
falar de e-bank, de e-business, de e-commerce, enfim, de
neg6cios e coisas que diziam respeito aos interesses edina­
mica das empresas na Internet. Como desdobramento, des­
cobriu-se a possibilidade de emprego que essa industria cria­
va, num momento em que eles minguavam por toda parte.
Foi nesse quadro que, nesses dois ultimos anos, co­me~ou-se a falar, primeiro esporadicamente, depois inces­
santemente, de Educa~ao a Distancia usando a Internet.
No infcio, esta discussao apareceu ainda impulsionada
pelas empresas: afinal, essa dinamica poderia viabilizar a
forma~ao e treinamento dos seus trabalhadores, de ma­
neira mais veloz e mais barata. lsso seria born para
as em­
presas, que poderiam garantir e baratear a
prepara~ao de
seu pessoal. Mas, ao mesmo tempo, interessava aos pro­
fissionais, que viam
af uma nova fonte de trabalho e pres­ta~ao de servi~os.
Mais recentemente, a discussao sobre educa~ao a
distancia invadiu os espa~os da educa~ao formal, dos or­
ganismos de financiamento, das secretarias de educa~ao,
das reitorias, diretorias, coordena~oes e mesmo de uma
grande parcela de professores que come~aram a perceber
as potencialidades dessas novas tecnologias, ou, simples­
mente, acordaram para o fato de que era necessaria des­
cobrir do que se tratava ... para nao ficar para tras.
Desde entao, urn grande numero de pessoas, orga­
niza~oes e empresas tern se dedicado a atividade de cons­
truir recursos, instrumentos e experiencias praticas de edu­
ca~ao a distancia. Por urn lado, temos o esfor~o de
profissionais de informatica que procuram ampliar os re­
cursos e tornar as maquinas mais acessfveis aos profissio­
nais de educa~ao. Por outro, temos professores e organiza-
-
Apresentagao
~oes educacionais que come~am a desbravar esta fronteira
desconhecida da educa~ao, que deixava de estar sob o con­
fortavel controle de antes,
no interior das salas de aulas e
dos departamentos.
A
utiliza~ao da infonnatica no Brasil ja vinha se ge­
neralizando
na universidade e em centros de pesquisa, e
depois de muitas tentativas fracassadas,
come~ou a pene­
trar no ensino primario e secundinio (inicialmente nas e s­
colas privadas, mas agora tendendo a generalizar-se para
todo o ensino).
No ensino superior, sua
utiliza~ao ja e massiva como
meio de comunica~ao (mensagens e circula~ao de documen­
tos e textos), como instrumento de informa~ao e pesquisa
(Web) e, num grau menor, como elemento de debate nos
grupos de discussao. Em alguns casos, ainda raros, sao utili­
zados programas de chat (conversas a distancia pelo tecla­
do), de vfdeo e videoconferencia, de simula~oes , de susten­
ta~ao e de secretaria de grupos de trabalho (operando a
distancia). Em casos mais raros ainda, existem experiencias
mais sofisticadas como as de opera~ao a distancia (por exem­
plo, telemedicina) e de utiliza~ao de realidade virtual.
Ainda que nao tenha se implantado na estrutura for­
mal de educa~ao, os recursos da Internet para uma ativi­
dade educativa se tornam cada vez mais acessfveis ao gran­
de publico, impulsionados por provedores e empresas que
buscam ampliar sua gama de servi~os para atrair o publi­
co, criando areas de entretenimento, de educa~ao e de
edi~ao (de todo o tipo de "publica~ao" -texto, sons, ima­
gens e animac;oes). 0 grande problema e que 0 "ambien­
te" para utiliza~ao destes instrumentos de uma maneira
sistematica ainda nao esta disponfvel. Os seus instrumen­
tos e ferramentas nao sao ainda suficientemente faceis de
manipular; os pre~os ainda nao os tornaram suficiente­
mente acessfveis para parcelas amplas da populac;ao. Mas
-

-
A Educagao na Era da Internet
existe um problema rnaior, em particular, que e uma certa
incompatibilidade entre as culturas, as praticas educativas,
as formas de organiza<;ao e a propria concep<;ao de edu­
ca<;ao tradicionais em nossa estrutura educacional e a cha­
rnada lnstrw;ao Baseada na Web.
Informatica Educativa:
uma Hist6ria de Trope<;os
Parte das dificuldades para a utiliza<;ao de recursos
de informatica
na
educa<;ao e de uma certa resistencia dos
seus profissionais em incorporar as novas tecnologias esti
ligada a propria historia da tentativa de implanta<;ao de
informatica nas atividades das escolas em nosso pafs.
Em primeiro Iugar, porque para o educador, qual­
quer atividade que envolva computadores aparece como
herdeira e continuadora da polftica de "Tecnologia Edu­
cacional" impulsionada a partir do final da decada de 1960,
quando se procurou levar a escola a urn "funcionarnento
racional de forma<;ao de mao de obra". A epoca, era fla­
grante a crise que se manifestava na estrutura, no conteu­
do e nos metodos arcaicos de uma pratica educativa que
nao respondia as necessidades de desenvolvirnento do pafs.
0 que rnarca as iniciativas nesta area, que se articularn
com outras como os Acordos MEC-Usaid e com a polftica
de privatiza<;ao da educa<;ao (que estao na origem das gran­
des mobiliza<;6es estudantis de 1968), e a supervaloriza<;ao
da Tecnologia Educacional-o tecnicismo educacional -
como solu<;ao apresentada para os problemas da educa­
<;ao brasileira.
As Tecnologias Educativas (TVs, videocassete,
retroprojetor, etc.) erarn vistas como tendo urn carater
Apresentagao
racionalizador e propulsor de um aumento de produtivi­
dade, em uma concep<;ao da escola como tendo o funcio­
namento similar a organiza<;ao fabril, onde os instrumen­
tos
se destacam em detrimento dos sujeitos do processo
de ensino-aprendizagem. A
supervaloriza<;ao instrumen­
tal, reflexo de polfticas que nao alcan<;avam a raiz dos pro­
blemas que a educa<;ao vivia, terrninou, apenas, por tor­
nar rnais operativo o rnesmo rnodelo tradicional vigente e
criar entre rnuitos educadores urn sentirnento de descredi­
to em rela<;ao a introdu<;ao de tecnologias no processo
educativo.
Na decada de 1980, o uso das Tecnologias Educa­
cionais voltou a ser re-valorizado, agora tendo o compu­
tador como um dos seus instrurnentos centrais. Como no
final da decada de 60, essa nova experiencia nao partiu
da decisao dos educadores, mas da
iniciativa de
altos es­
caloes do governo brasileiro.
Em 1980, a Secretaria Especial de Informatica (orgao
li?ado a presidencia da Republica) criou a Comissao Espe­
Cial de Educa<;ao como objetivo de criar norrnas e diretrizes
para a area da informa<;ao.
Nos anos 1981 e 1982, foram realizados o 1 e 11 Se­
rninario Nacional de Informatica na Educa<;ao envolvendo,
pela primeira vez, pessoas ligadas diretamente ao processo
educacional.
Estes seminarios rnostrararn urna cornunidade
educativa ressabiada corn as experiencias anteriores de Tecnologia Educacional. Entre as recomenda<;6es do semi­
nario, conforme Ramon de Oliveira, se destacam:
(a) A preocupa<;ao em afirrnar que investir ern Tecnologia
Educacional nao era resposta aos problemas que vivia
a educa<;ao: "nao (se deve) considerar o uso de corn­
putadores e recursos
cornputacionais como a nova
panaceia para enfrentar
problemas de educa<;ao basi­
ca ou como substituto eficaz das carencias ern larga
-

A Educagao na Era da Internet
escalade docentes e recursos instrucionais' elementa­
res ou de outra natureza";
(b) a preocupa<;ao quanta ao uso indiscriminado de pro­
gramas estrangeiros que pudessem influenciar
os con­
ceitos e padr6es culturais nacionais:
"que as ativida­
des de informatica
na
educa<;ao sejam balizadas por
valores culturais, sociopolfticos e pedag6gicos da rea­
lidade brasileira";
(c) a preocupa<;ao quanta ao investimento em maquinas, ape­
nas para "satisfazer os interesses do mercado, principal­
mente
ao considerarmos que, no Brasil, o infcio do uso
dos computadores nas escolas publicas ocorreu no mo­
menta em que se investia no crescimento e no
favorecimento das industrias brasileiras de
informatica".
Apesar destas preocupa<;6es, os participantes de am­
bos seminarios
se declararam favoraveis a que o governo
viabilizasse "recursos como forma de desenvolver ativida­
des de pesquisa e experimento sabre o uso dos computa­
dores
na
educa<;ao", em particular, criando projetos pi lotos
de carater experimental. Esta proposta veio se materializar
em 1983 no Projeto Educom (Educa<;ao com Computado­
resL quando foram criados cinco projetos pilotos com o
objetivo de desenvolvimento de pesquisas e dissemina<;ao
do uso de computadores no processo de ensino.
Mesmo passando grandes dificuldades, inerentes
ao
proprio ineditismo da atividade e devido
a falta de conti­
nuidade dos recursos, eles serviram para acumular uma
certa experiencia e criar condi<;6es para duas iniciativas
importantes. 0 Projeto Formar, visando a prepara<;ao de
professores e tecnicos das redes municipais e estaduais de
ensino,
eo projeto da
cria<;ao dos Centros de Informatica
e Educa<;ao (Projeto Cied).
0 Projeto dos Cieds, em 1987, representou uma
nova etapa da Informatica Educativa onde se da uma
Apresentagao
descentraliza<;ao, do MEC para as Secretarias Municipais
e Estaduais que passam a participar da constru<;ao dos
Laborat6rios, elemento chave nesta nova etapa.
Esses La­
borat6rios, instalados no
interior da Escola, seriam uma
especie de frente
avan<;ada do processo de i nformatiza<;ao
da educa<;ao, se constituindo em equipes e espa<;os de
experimenta<;ao, que posteriormente serviriam de difu­
sao para outros professores e alunos.
As experiencias dos anos seguintes foram frustran­
tes. A descontinuidade dos recursos, a ausencia de supor­
te, a falta de prepara<;ao das equipes constitufdas, a au­
sencia de discussao e de participa<;ao mais ampla de
professores e estudantes, excetuando-se casas isolados
onde a dedica<;ao e a criatividade permitiram algumas ex­
periencias interessantes, terminaram
por paralisar e isolar
os Laborat6rios no interior da Escola. A fa ita de infra-estru­
tura, ainda que
nao exclusiva deste projeto, vista o quadro
deficitario
das escolas
publicas, teve nesta atividade con­
seqUencias mais graves, pois alem das dificuldades pr6-
prias de uma pratica
sem
tradi<;ao, a obsolescencia extre­
mamente rapida da informatica e a falta de manutenc;:ao
podem paralisar as atividades.
Acrescente-se as dificuldades o fato de professores,
alunos e funcionarios que ate aqui haviam sido marginali­
zados do processo de elaborac;:ao e decisao sabre estas po­
lfticas verem, agora,
seu papel reduzido a mero aplicadores
de decis6es preestabelecidas, cobrados por uma polftica e
iniciativas
das quais
nao tinham sido constituintes.
Os computadores que chegavam as escolas provo­
cavam rea<;6es contradit6rias: por um lado, eram vistas
como algo que poderia melhorar e facilitar o trabalho (tanto
administrativo quanta educativoL por outro, vistas como
improdutivos, como um desperdfcio do dinheiro que fal­
tava em tantas coisas "mais importantes".

A Educagao na Era da Internet
A falta de part1c1pac;ao de educado'res e edu­
candos no processo de elaborac;ao de uma polftica para
introduc;:ao do computador na escola, assim como a
descontinuidade dos investimentos e suporte, cobravam
seu prec;:o paralisando as iniciativas. Mas, na realidade,
existia um problema mais geral que era uma confusao
entre utilizar a informatica na pratica educativa e ensi­
nar informatica.
A informatica, nessa epoca, e de uma certa manei­
ra ate nossos dias, ainda era uma atividade de informaticos.
Para a comunicac;ao com a maquina ainda eram utiliza­
dos sistemas base ados em comandos, e a uti I izac;ao de
recursos graficos, baseados no uso do mouse e na repre­
sentac;ao de uma mesa de trabalho, ainda davam seus pri­
meiros passos. Os poucos aplicativos que o leigo em
informatica conseguia usar (como editor de textos e
planilhasL exigia ainda o conhecimento de si.st~mas
operacionais, de comandos e codificac;oes. A interat1v1dade
era ainda praticamente nula. Nestas condic;6es, os com­
putadores nao podiam ser acessfveis a grande m~ssa de
professores e s6 atraiam aqueles que perceb1am as
potencialidades ainda nao realizada.s pela !nformatica .. A
tOnica dos poucos programas educat1vos ex1stentes apola­
va-se no computador apenas como algo capaz de substi­
tuir atividades repetitivas desempenhadas pelo homem, de
ajuda-los na memorizac;ao ou para a transferencia de in­
formac;oes para o aluno.
Neste quadro, a "educac;ao utilizando informatica"
praticamente inexistia e o que se fazia era "ensino de
informatica". 0 programa do curso de formac;ao dos pro­
fessores (urn pouco o que era feito em todo o Brasil), reali­
zado pelo Educom/UFPE em 1988, nos mostra o quant.o .a
atividade de informatica educativa estava Ionge do cotldl­
ano dos professores:
-
Apresentagiio
1) lntrodur;:ao a microinformatica; 2) lntrodur;:ao a
linguagem algorftmica; 3) lntrodur;:ao a programac;:ao Logo;
4) Ensino
de
informatica na escola; 5) Desenvolvimento
cognitivo, cultura e ensino; 6) Informatica, educar;:ao e so­
ciedade; 7) Utilitarios I; 8) Pratica do ensino de Informatica;
9) Pratica de Laborat6rio de Informatica; 1 0) Estudo indi­
vidual assessorado e 11) Estagio nas escolas do NAE (Pro­
jeto Educom, 1988).
Um curso deste tipo era algo muito distante da vida
das escolas e necessitava um esforr;:o dos educadores que
nao se justificava, ja que os resultados eram muito limita­
dos e que eles tinham mais com que se preocupar, envol­
vidos nas dificu ldades pr6prias do precario sistema
educativo e de sua atividade do dia-a-dia. Refletia uma
iniciativa que nao partia das pessoas envolvidas no cotidi­
ano da atividade educativa, mas de pessoas ligadas ao
aparato burocratico do Estado, preocupadas em levar este
recurso para o
interior das
escolas, de formar mao-de-obra
capacitada e mercado para a industria de informatica que
estava em expansao, bern como pela necessidade de for­
mac;ao de um novo tipo de trabalhador e de prestador de
servic;os adequados as necessidades de uma economia que
cada vez mais incorporava as mudanc;as promovidas pela
informatica.
Existe uma associac;ao do conceito de tecnologia
ao moderno, ao novo e, em particular, as maquinas
eletromecanicas e agora as maquinas de informatica. Mas,
tecnologia existe em qualquer atividade humana. A es­
cola sempre utilizou uma tecnologia que aparece .na or­
ganizac;ao do espar;:o escolar, na sala de aula, nos m~tru­
mentos de trabalho (quadro-negro, giz, livros, apostllas,
cadernos, borr6es, mime6grafos, retroprojetores, etc.) e
no privilegio da palavra e da escrita como elemento cons­
tituinte de significados.
-

A Educagao na Era da Internet
Nern por isto precisamos de serninarios e cursos de
forma~ao de professores do seguinte tipo:
1) lntrodu~ao as tecnicas de impressao (a utiliza­
~ao do mime6grafo, impressao a off-set, tecnica da caneta
tinteiro, etc.);
2)
lntrodu~ao a linguagem gra.fica; 3) lntro­
du~ao a tecnica de reuniao de professores e de paise mes­
tres);
4) Ensino de giz e quadro-negro na escola; 5) Desen­
volvimento cognitivo, cultura e ensino; 6)
Processos
Graficos,
educa~ao
e sociedade; 7) Utilitarios I; 8) Pratica
de ensino de mime6grafo; 9) Pratica de Laborat6rio de
Quadro-negro; 1 0) Estudo individual assessorado e 11)
Estagio nas escolas do NAE (Projeto Edugiz, 1998).
Ainda que
estes assuntos envolvam a tecnologia
educativa, usada ainda hoje na escola e que faz parte da forma~ao dos professores aprender a utiliza-las da melhor
maneira possfvel, pensar urn curso deste tipo como for­
ma~ao para professores seria uma evidente aberra~ao, mais
ou menos a mesma coisa
do que se fazia com a tecnologia
de informatica, dando-lhe uma
imporU1ncia maior do que
a pratica pedag6gica.
A tecnologia educativa nao pode estar desligada da
teoria da educa~ao que envolve varias ciencias. A
tecnologia,
como a
pratica usada no ensino, e fruto de
uma proposta polftico-pedag6gica respaldada
por concei­
tos que
sao o Iastra dessa proposta. Ou seja, tanto faz o
quadro de giz ou a Web, a tecnologia usada ha de ser
referendada para poder fazer sentido. A tecnica,
por si s6, nao forma nem o professor nem o aluno.
Esta tecnologia e uma cristaliza~ao de praticas de­
senvolvidas nas atividades educativas. Ela e ao mesmo tem­
po a expressao de uma pratica e urn elemento que a
modi­
fica.
Normal mente, uma tecnologia surge como uma pro­je~ao de uma pratica anterior. Antes do giz e do quadro-
-
Apresentagao
negro, as pessoas escreviam ou desenhavam ern algurn
suporte ou no chao, por exemplo, para ajudar a tornar
mais visfvel ou fixar algo que estavam explicando.
Esta
pratica evoluiu criando instrumehtos particulares para
melhorar esta forma de expressao;
primeiro o quadro
ne­
gro, depois os diapositivos, o retroprojetor, etc. Para fazer
contas uti I izavam OS dedos, 0 abaco e mais tarde a regua
de ca.lculo. E ao se criarem estes instrumentos, estas prati­
cas se generalizavam e ao mesmo tempo se modificavam
em fun~ao das particularidades dos instrurnentos criados.
Quando uma tecnologia surge, ela parece substi­
tuir a pratica anterior, ela tende a ganhar mais importancia
do que o que se faz com ela. Utiliza-la nesse momenta
exige o esfor~o de intervir e conhecer todos os seus meca­
nismos, para poder corrigir
suas falhas, suprir suas
lacu­
nas, fazer as op~6es de desdobramento que ainda nao se
inscreveram em seus instrumentos. Se no primeiro momen­
ta se cria a tecnologia como intuito de fazer melhor, mais
rapido e com maior efetividade o que se fazia antes, no
processo de consolida~ao de uma tecnologia, se come~a
a produzir novas praticas e novas maneiras de se fazer as
mesmas coisas e outras. Quando a tecnologia esta
amadurecida e consolidada, ela parece desaparecer e se
tornar invisfvel, ja que se incorpora a dinamica do cotidia­
no
(o
qual ela tambem modificou), e a maneira de utiliza­
la e o resultado da sua a~ao tendem a ganhar destaque
sobre a tecnologia propriamente dita, que
passa a ser par­
te
do ambiente.
Estas
observa~6es permitem entender urn pouco o
misto de dificuldades e potencialidades que cercam o esta­
gio da Informatica Educativa, em que falamos anteriormen­
te (que de uma certa maneira ainda
se manifesta
ate hoje).
Vivfamos um momenta
em que a tecnologia informatica
procurava ainda
se constituir.
Ela se propunha facilitar a
-

A Educaqao na Era da Internet
(mesma) pratica que se tinha ate aquele momento. Mas nao
realizava esta promessa, ao contrario ela somava novas di­
ficuldades as dificuldades existentes, tanto maiores porque
exigiam uma nova linguagem e novos conhecimentos, muito
distantes da pratica do educador. Nestas condic;oes, a rejei­
c;ao era um fato quase inevitavel, em particular ao inexistir
urn trabalho de informac;ao e de discussao entre educado­
res, funcionarios e estudantes, e ao fato de se decidir sem
eles os passos que deveriam ser seguidos.
Os problemas que vivemos nesse perfodo, pode-se
dizer, sao universais.
Em urn artigo publicado no "The American Prospect
On Line", Paul Star cita as tres fases por que passou a rela­
c;ao entre informatica e educac;ao nos Estados Unidos:
(a) Na primeira metade dos anos 1950 ate avanc;ados anos
1980, os interesses maiores eram com o desenvolvi­
mento da "lnstruc;ao Assistida por Computador" e com
o ensino de programac;ao do computador (em grande
parte este esforc;o se deu atraves da organ izac;ao de
cursos de linguagens de programac;ao).
(b) Entre 1981 e 1989, com a propagac;ao de computado­
res pessoais, os software aplicativos em geral eo infcio
das interfaces graficas (que comec;am a reduzir a neces­
sidade de conhecimentos de linguagem de programa­
c;ao e comandos), os computadores ficam situados tipi­
camente em Laborat6rios especiais.
(c) A terceira fase
comec;a na decada passada, anos 1990,
como advento da multimfdia, corn o crescimento ex­
plosivo da Internet, da Web e com a integrac;ao da
informatica e do computador no trabalho e na vida
cotidiana.
-
A hist6ria da educac;ao no Seculo XX foi marcada
por previs6es e expectativas fracassadas de revoluc;oes da
educac;ao a partir da incorporac;ao de tecnologias. Em
Apresentaqao
1913, Thomas Edison previu que os livros nas escolas logo
estariam obsoletos por causa do cinema. 0 mesmo acon­
teceu quando o radio foi inventado nos anos 1920 e 30 e
com a televisao a partir dos anos 1950.
Em seu livro "Os professores e as Maquinas", Larry
Cuban aponta que estas expectativas foram decepciona­
das repetidamente, apesar do esforc;o e do investimento
"nao pelas raz6es que geralmente se afirma -execuc;ao
deficiente, dinheiro insuficiente, resistencia dos professo­
res-mas por causa de urn obst;kulo mais fundamental: a
16gica da sala de aula" (cf. Star,1996).
Segundo ele, "as ferramentas que os professores
acrescentaram a seu repert6rio no correr do tempo (por
exemplo o quadro-negro e o I ivro de textos) for am si m­
ples, duraveis, flexfveis e respondiam aos problemas en­
contrados pelo professor em suas
demandas de instru­c;ao diaria". Os filmes, o radio e a televisao requeriam
muito traba\ho e esforc;o tecnico especfficos que difi­
cultaram a sua relac;ao com a sala de aula. Esta razao
possibilitou que simplificac;oes destas tecnologias, como
o retroprojetor, os slides
eo videocassete, passfveis em
certo nfvel de se integrarem
a 16gica da sala de aula,
fossem incorporados ao ensino, mesmo
que de maneira
limitada). 0 fracasso das primeiras fases da integrac;ao do
computador a pratica educativa parece seguir, apa­
rentemente, o mesmo ciclo de entusiasmo e desapon­
tamento e fracasso das previs6es relativas a introdu­
c;ao na educac;ao destas outras tecnologias. No entanto,
ja no percorrer da segunda fase, aparecem quest6es
que se desviam do padrao das tentativas de introdu­
c;ao de outras tecnologias avanc;adas. A mais impor­
tante delas e que os computadores comec;am a atrair
o interesse nao apenas dos administradores mas, cada
-

A Educaqao na Era da Internet
vez em maior numero, dos estudantes e p~ofessores.
Ao contrario do cinema, do radio e da TV, os compu­
tadores se mostraram mais suscetfveis e uteis as ativi­
dades centrad as no estudante e defin idas pelo pro­
fessor. E
quando a
Internet explode a luz do dia, elas
comec;aram a se transformar cada vez mais naquelas
ferramentas, definidas por Cuban, como "simples,
duraveis, flexfveis e capazes de responder a necessi­
dades definidas pelo professor em func;ao das deman­
das de instruc;ao diaria".
0 perfodo que passamos hoje no Brasil poderia ser
relacionado com a transic;ao da segunda para a terceira
fase que ocorreu com a integrac;ao do computador a edu­
cac;ao nos Estados Unidos. Ocorre, a nosso ver, uma si­
multaneidade entre ambas, como resultado de uma dina­
mica que corresponde a uma trajet6ria nacional
sobredeterminada pela sua integrac;ao em um processo
mais geral de globalizac;ao.
Se, por um lado, ainda nao encontramos profissio­
nais, estruturas e recursos aplicados dentro das escolas e
do aparato educativo, capazes de introduzir o computa­
dor na dinamica da escola, este equipamento e, em parti­
cular, a Internet, entraram a tal ponto no trabalho e na vida
cotidiana de uma grande parcela da populac;ao, e ganha­
ram a tal ponto repercussao na midia que se incorporaram
a pratica educativa dos estudantes e professores por fora
da escola.
Hoje, o computador e usado como editor de tex­
to, como planilha eletronica, como instrumento de edi­
c;ao e pub I icac;ao de pequenos trabal hos, como agen­
da,
como meio de
comunicac;ao e pesquisa, como
entretenimento, por uma grande parte do que se pode­
ria
chamar a comunidade educativa, mesmo que
nao
de maneira intensiva.
Apresentaqao
Neste sentido, criaram-se as bases para uma real
incorporac;ao da informatica a pratica educativa em nos­
so pais.
Por Que este Livro?
Temos hoje um "parque informatica" significativo
no nosso pais (equipamentos e programas em instituic;oes,
empresas e residencias); temos ja uma significativa parce­
la da populac;ao alfabetizada em informatica (alguns mi­
lhoes de usuarios da Internet, de computadores pessoais,
de celulares e outros servic;os informaticos e telematicos).
Se observarmos esta realidade, nao podemos deixar de
estranhar a precariedade da utilizac;ao da informatica na
pratica educativa.
Esta debilidade nao e fruto da falta de esfor~os. Do is
caminhos, nao excludentes, tem sido empreendidos.
Por um lado, um esfor~o de equipar as escolas
(cria~ao de laborat6rios, sal as, classes e cursos pi lotos
ou mesmo escolas especiais) e informatizar servi~os (ban­
cos de dados administrativos, bib I ioteca, servi~os de edi­
~ao, etc.). Par outro lado, existem iniciativas de cria~ao
de ambientes informaticos que aproximam a maquina dos
usuarios.
lnstitui~oes de ensino e empresas tem produzido
programas e sistemas voltados para a criac;ao deste tipo de
ambiente.
Em
alguns casas sao ambientes particulares,
como os laborat6rios de que ja falamos, cursos usando
CD-ROM e a Internet, bibliotecas digitais, quadros de avi­
sos, servi~os de mensagens da institui~ao e dos cursos,
assim como comunica~ao entre alunos e professores,
home-pages e bancos de dados.
'• -

A Educagao na Era da Internet
Mas cada passo dado parece provocar u'm sem nu­
mero de reac:;:6es e dificuldades ja que entram em contra­
dic:;:ao com culturas, habitos e instrumentos arraigados e
incrustados em nossas praticas educativas,
comunicativas
e
culturais, criadas por t2cnologias e relac:;:6es sociais ante­
nares.
Muitas das experiencias que vivemos fracassam ao
ten tar reproduzi r a mesma pratica anterior uti I izando as
novas tecnologias.
A grande questao, que nao esta resolvida, e a cria­
c:;:ao de uma nova pratica comunicativa e de proces­
samento de informac:;:6es condizentes com estas novas
tecnologias. Numa sociedade de abastanc:;:a de informa­
c:;:oes, onde o problema nao e possui-la, mas acha-la e
descobrir sua relevancia, onde os homens compartem seu
poder com as maqu i nas ao comparti r com elas seu
processamento, e
onde o
controle da informac:;:ao se tor­
na inviavel, nao e mais possfvel manter a mesma pratica
educativa que antes.
Por sua vez, a criac:;:ao de uma nova cu ltura, de
novas paradigmas, novas valores, habitos e praticas nao
pode ser feita em laborat6rios. Esta nova cultura se cria
em praticas contradit6rias, em idas e vindas, onde se
alternam grandes experiencias com fracassos (que as
vezes ocorrem mesmo simultaneamente). Elas surgem
de projetos, de praticas e de experiencias onde se pro­
cura equipar o professor e dar sustentac:;:ao a sua ativi­
dade.
-
Uma experiencia particularmente importante
neste caminho e a de criac:;:ao de ambientes telematicos
para o desenvolvimento de uma pratica educativa, que
rompendo a barreira do espac:;:o fisico da escola ensaia
passos
no terreno da
comunicac:;:ao digital. Uma prati­
ca educativa que nao se baseia na continuidade do tem-
Apresentagao
po, que e independente de distancias e que nao se
referencia no espac:;:o ffsico, e que, ao "aboli-lo" (ou ao
torna-lo unico) subverte toda pratica educativa pre-exis­
tente.
Este livro procura refletir sobre este tipo de pratica
e
contribuir para a
criac:;:ao desta cultura. Ele procura apre­
sentar, para
os que desbravam este carninho, um con junto
de ideias, tecnicas,
metodologias e experiencias construfdas
por uma equipe de professores e estudantes, coordenados
pelos professores Carlos Lucena e Hugo Fuks, autores des­
te livro.
Esta experiencia se articula em torno da cria<;ao do
ambiente AulaNet, a partir de uma estrutura conceitual para
a implementac:;:ao de inova<;6es tecnol6gicas em educa­
<;ao baseada em tres argumentos:
A ado<,:ao precede a mudan<;a -Para que qualquer mu­
danc:;:a pretendida ocorra, a inovac:;:ao tem que ser adotada
em
primeiro
Iugar pelos alunos e professores;
Realiza<;ao e re-cria<;ao-0 processo de implementac:;:ao
de uma inovac:;:ao e, em essencia, um processo de re-cria­
c:;:ao no qual professores e alunos reinterpretam a inova<;ao
em seus pr6prios termos. Desta forma a real izac:;:ao de uma
inovac:;:ao frequentemente reflete um con junto de solu<;6es
de compromisso entre a forma novae a antiga de fazer as
coisas.
Aprendizado e a evolu<;ao do conhecimento-Seres huma­
nos sao ativos criadores de conhecimento, mas falfveis. 0
conhecimento criado deve ser refinado pela crftica dos seus
pares.
Os objetivos da equipe do Projeto Aulanet sao:
(a) Promover a adoc:;:ao da Web como um ambiente edu­
cacional;
(b) contribuir, sem impor, mudanc:;:as pedag6gicas dando
suporte a re-cria<;ao;
-

A Educagao na Era da Internet
(c) encorajar a evolu~ao do conhecimento (tanto para a lu­
nas quanta para professores).
Por esta propria concepc;ao de estrutura conceitual,
fica evidente que este I ivro nao propora uma receita de
pratica educativa, uma concepc;ao fechada e definitiva
do que sera a educac;ao na era da Internet, quanta mais
nao seja por entender que por um bom tempo trabalha­
remos com uma transic;ao da pratica educativa. 0 que
ele faz e apresentar ideias, reflex6es, teorias e experien­
cias,
muitas das quais servem tambem
a educac;ao
presencia!.
Um pouco tambem por isto, a edic;ao do livro
acompanhou esta ideia. Ele foi redigido e editado a par­
tir de documentos, papers, aulas, em particular dos con­
teudos do curso "Tecnologias de Informatica Aplicadas
a Educac;ao" coordenado pelos autores deste livro, de­
senvolvido no proprio ambiente AulaNet. Na sua
estruturac;ao, permitindo redundancias e desmembrando
o material em cinco partes relativamente independen­
tes, o editor procurou, deliberadamente, evitar a tenta­
c;ao da busca da coerencia. Seria empobrecedor redu­
zir um material tao rico e multiforme, cujas diferentes
partes
podem interessar a publicos
tao diferentes, a algo
continuo com infcio, meio e fim.
Tivemos a preocupac;ao de criar uma metainforma­
c;ao (uma informac;ao da informac;ao) atraves de notas para
tornar o livro acessfvel a uma grande parcela de professores,
aprendizes e
agentes de cultura
nao habituados a linguagens
da informatica. Mas permitimos a sobrevivencia
das mesmas
redundancias,
contradic;oes, pontos de vista e linguagens
diversificadas que encontramos
na
Internet e nessa experien­
cia, onde o leitor
se alimenta dos conteudos apresentados
para
os destruir, criando e construindo os seus proprios signi­
ficados.
Apresentagao
0 que se discute neste livro e uma subversao da
pratica educativa que aponta o
caminho da
comunicac;ao,
coordenac;ao e cooperac;ao como seus elementos
constitutivos.
0 que pretendemos com ele e oferecer um elemento
a mais para a criac;ao do ambiente necessaria para o de­
senvolvimento
da
educac;ao baseada na Web.
Naoum instrumento para tecnicos, ou para enten­
der o que
os tecnicos fizeram, discutindo tecnologias de informatica aplicadas a educac;ao. Esta discussao foi im­
portante para criar uma
massa crftica que viabilizasse a construc;ao dos instrumentos que temos hoje para uma
pratica de educac;ao a distancia. Mas hoje, para o proprio
desenvolvimento destes instrumentos, e necessaria expe­
rimentar, socializar e massificar a
sua
utilizac;ao.
Nilton Santos
-

Comunica~ao Digital
e Trabalho de Grupos
A proliferao;ao de computadores pessoars e a
populariza<;:ao da Internet ampliaram as possibilidades de
comunica<;:ao entre as pessoas, criando uma variedade de
servi<;:os oferecidos atraves de uma rede heterogenea de
ambientes, sistemas e plataformas. Como a utiliza<;:ao des­
ta tecnologia e muito recente, varios projetos de pesquisa
buscam encontrar
os aspectos
relevantes para o trabalho
em grupo auxiliado por computador. Estes aspectos po­
dem ser vistos nas estruturas de comunica<;:ao, coordena­
<;:ao e coopera<;:ao com as quais os grupos trabalham.
As pessoas se comunicam para trabalhar em con­
junto. E se coordenam para trabalhar melhor. A tecnologia
baseada em mfdia digital que da suporte as atividades de
pessoas organizadas em grupos -que podem variar em
tamanho, localiza<;:ao ffsica e composi<;:ao-e chamada de

A Educagao na Era da Internet
Groupware. Os conceitos basicos que norteiam os siste­
Programa de compu-mas baseados nesse tipo de tecnologia SaO, exa-
tador que oferece supor- . _ _
te para o trabalho de tamente: comun1ca<;ao, coordena<;ao e coo-
grupos.
pera<;ao.
Originalmente, a computa<;ao s6 trabalhava com
termos como
11
arquivos
11
,
11
programas
11
e
11
aplica<;6es". A
partir do desenvolvimento
das interfaces
graficas come­
Recursos graficos ou de <;ou a ser importante trabalhar com a dinamica
utilizac;:ao de textos, ima-
gens, icones e multimidia
dos sentidos humanos.
que tornaram relativa- d
· d
mente mais facil a cornu- Ao I idar com Groupware, e1xamos e
nicac;:ao com a maquina e,
dessa maneira, a lorna­
ram acessivel a urn nume­
ro maior de pessoas por
dispensarem c6digos e co­
nhecimentos de progra­
mac;:ao.
L-----------'
tratar de
11
aplica<;6es" e "arquivos", e passamos
a trabalhar
com outros conceitos tais como
11
confl itos",
11
i ntera<;6es
11
,
11
coopera<;ao" e
11
ne­
gocia<;ao" ... Come<;amos a tratar de unl mun-
do novo, um mundo menos tecnico no qual o aspecto
social e a caracterfstica mais forte.
Trabalhar e Conversar
Quando se conversa com alguem, se esta assumin­
do compromissos. E o trabalho, no fundo, se traduz pela
realiza<;ao dos compromissos assumidos. Por isso, e ne­
cessaria facilitar
esse tipo de dialogo e oferecer meios para
que
essa conversa
aconte<;a da melhor maneira possfvel.
Torna-se necessaria dar instrumentos para que
essa con­versa<;ao se realize nos mais diversos locais e nos mais
diferentes momentos.
-
Atualmente, ninguem pode se limitar a um s6 tipo
de
comunica<;ao. Estamos na era do telefone celular que
Comunicagao Digital e Trabalho de Grupos
esta se tornando uma das formas mais importantes de co­
munica<;ao, com o qual, em breve, n6s poderemos nos
comunicar entre quaisquer lugares e em qualquer momen­
ta. No entanto, continua a ser muito importante a comuni­
ca<;ao assfncrona como a que se da atraves de cartas, de
mensagens eletr6nicas, de publica<;6es impressas e de ou­
tros meios
na qual os diferentes sujeitos da
comunica<;ao
se manifestam em momentos diferentes.
As necessidades de comunica<;ao no mundo do tra­
balho geraram uma serie de tecnologias que foram se trans­
formando em diversos produtos que respondem a varias
necessidades especfficas.
Podemos pensar, por exemplo:
11
Eu que­
ro ter uma sala digital de reuni6es, o que ca­
racteriza tipicamente a comunica<;ao das dife­
rentes pessoas de um grupo, ao mesmo tempo,
mas em locais diferentes".
0 que as pessoas
fazem quando
se reunem? - Elas conversam,
criam e tomam decis6es.
Entao, quando se quer
promover uma sala de reuni6es, e preciso dar
suporte a
esse tipo de atividade. Ambientes des­
te
tipo constituem os
espa<;os de trabalho de
uma organiza<;ao digital.
A princfpio, o que caracteriza uma orga­
Esses produtos
nao res­
pondem, cada urn deles,
a
uma determinada
ne­
cessidade especifica, mas
a urn con junto, a uma mis­
tura delas. Veja o Word da
Microsoft, por exemplo, o
usuario comum deste pro­
grama nao utiliza nem
dez por cento de seus re­
cursos. Os programas ser­
vem a muitas coisas mais,
em
termos de tecnologia,
do
que bastariam servir,
mas, de
qualquer
manei­
ra, eles servem para
rna pear essas tecnologias
e, sao esses produtos que
deveremos levar em con­
siderac;:ao.
niza<;ao
digital eo uso intensivo de correio eletr6nico tanto
na comunica<;ao interna das organiza<;6es, quanta na ex­
terna. A utiliza<;ao deve ser intensiva. Nao devemos poupar
esfor<;os para que todos usem o correio eletr6nico. Esse eo
primeiro passo para se ter uma organiza<;ao digital, para se
implantar uma cultura de comunica<;ao digital.
-

. A Educagao na Era da Internet
Uma vez que se tenha uma infra-estrutura para isto,
0 segundo passo e procurar dentro da organizac;ao -da
ernpresa, universidade ou de
qualquer arnbiente de traba­
lho-urn grupo muito bern estruturado.
E dentro desse gru­
po bern estruturado e, principalrnente, rnotivado-pois sem
motivac;ao nada podera ser feito, ja que tecnologia nao
transforrna a agua ern vinho-que cornec;amos a implantar
os produtos Groupware.
Se trabalhar e comunicar-se, conversar, entao o que
podernos fazer para estirnular esse processo?-De infcio,
irnplantarnos urn groupware para facilitar a cornunicac;ao
entre os integrantes deste grupo pequeno, bern estruturado
e bern rnotivado ao qual nos referimos inicialrnente. Cada
tipo de trabalho gera urn tipo de cornunicac;ao especffica,
que nao caberia detalhar aqui. Ern seguida, a expansao do
uso dessas tecnologias deve avanc;ar na direc;ao de outros
grupos, setores ou
indivfduos que se cornunicarn com o
grupo inicialmente envolvido no processo.
Paralelarnente, devemos
explorar a lateralidade das
relac;6es de trabalho. Porque dentro da perspectiva do in-
.--------..., divfduo que esta trabalhando, as pessoas e os
Comunica~;ao do tipo
broadcasteadoradiodi-grupos corn os quais ele trabalha dentro e fora
fusao (tambem utilizado
pela televisao transmitida
da empresa
sao a organ izac;ao. Esse e o seu
atraves de antenas), que
espalha, dissemina, difun-grupo de trabal ho. Do seu ponto de vista, or­
de a informa~;ao. A infor-
ma~;ao segue apenas um ganizac;ao e ernpresa sao as pessoas corn quern
sentido, do emissor para ele se cornunica e corn quem trabalha.
o ouvinte. Neste tipo de
informa~;ao, a intera· Essas relac;6es se diferenciarn pelo for-
tividade e quase nula. 0
retorno da informa,.ao e rnato da cornunicac;ao. Ern urna organizac;ao
limitado e se da por ou·
tros canais (pesquisas, voce tern rnuita cornunicac;ao do tipo
cartas, telefonemas dos
ouvintes, etc.).
broadcast, de
disserninac;ao-a comunicac;ao
'---------'
Comunicagao Digital e Trabalho de Grupos
de um para muitos (comunicados, documentos oficiais,
regularnentos, orientac;6es, etc.). Mas tarnbern ha bastante
conversac;ao e reuni6es onde a interatividade esta coloca­
da nas relac;6es entre pessoas, nos grupos, no trabalho de
equipe, na negociac;ao corn fornecedores, corn os clien­
tes, etc.
As cornunicac;6es se diferenciarn rnuito, tarnbem,
ern relac;ao a durac;ao e ao tempo no qual se estabelecem.
As pessoas se cornunicarn e se coordenam, atraves de urn
leque diversificado de rnecanisrnos que estao presentes nas
ferrarnentas disponfveis no arnbiente de trabalho. Essa
rnesrna cooperac;ao no trabalho deve existir, seja quando.
o
indivfduo desenvolve urna atividade sozinho, seja quan­
do ele trabalha ern grupo. Por isso,
e preciso ferrarnentas
para
esses diversos grupos, desde o eu-sozinho
ate o ex­
trema oposto, quando se tem toda a lateralidade possfvel,
ern
todo o arnbiente da
Internet. E e irnportante enfatizar
que
as ferrarnentas
nao podern ser rnuito diferentes, nao
pode haver uma ruptura entre os rnornentos ern que
estarnos sozinhos, quando nos relacionarnos corn nossa
equipe ou corn toda a Internet.
Quando estabelecernos contato com varios setores
e grupos, tanto verticalrnente corno
horizontalrnente-de­
pendendo
das necessidades do trabalho-essa cornunica­
c;ao se rnodifica. Equipes se formam, reestruturarn-se e se
renovarn, continuarnente, de acordo corn o grau de coope­
rac;ao entre seus integrantes e ern func;ao de seus objetivos.
Essa renovac;ao se da a partir da resposta da equipe
corn a qual trabalharnos. Estarnos falando daquele grupo
inicial, pequeno e rnotivado, e tarnbem dos outros grupos

A Educagao na Era da Internet
e pessoas que interagem com ele. Entao, n6s temos um
processo continuo de comunica<;ao, que percorre domi­
nies de conhecimentos diferentes, com diferentes tecni­
cas, linguagens e jarg6es, o que torna necessaria um apren­
dizado constante. Por isso, o trabalho e o aprendizado
comec;:am a ficar muito perto um do outro. Tao perto a
ponto de se confundirem.
0 produto dessas relac;:6es e interac;:6es e a organi­
zac;:ao, por exemplo, a empresa ou a escola. E o produto
dessas relac;:oes e interac;:6es, incluindo a lateralidade exis­
tente nelas, e a sua "fatia de mercado"-o universo onde
essa empresa ou escola esta inserida.
Os Clientes como Parte da Empresa
Podemos afirmar que, c~da dia mais, a relac;:ao dos
cl ientes com as empresas -ainda mais se pensamos em
Internet-e tambem uma relac;:ao de trabalho. Afinal, e ele
que preenche o formulario quando faz um pedido de com­
pra, que digita a ficha de pagamentos e pratica outras ac;:6es.
0 cliente, hoje, esta dentro do fluxo de trabalho da em­
presa, ele e parte da empresa.
Esta tendencia do mercado, onde cada vez mais as
fronteiras das empresas se diluem (o self-service, o caixa
eletronico, etc.) e onde o cliente passa a ser parte dela, se
acelera e se aprofunda com o surgimento das redes
informaticas e, em particular, da Internet.
-
E interessante observar, quando pensamos em todo
esse processo de comunicac;:ao entre organizac;:6es, equipes
Comumcagao Digital e Trabalho de Grupos
e pessoas, que tudo isso necessita de uma rede de computa­
dores que lhe de sustentac;:ao. E um aspecto basico na no<;ao
de comunicac;:ao entre computadores e a cooperac;:ao. Os
computadores tem que cooperar entre eles. Quando ouvi­
mos o barulhinho do modem do nosso computador, perce­
bemos que uma conexao esta sendo feita, que o
nosso
modem
esta estabelecendo contato com
Equipamento de interface
que permite a conexao de
urn computador atraves
da rede telefonica com
outro computador e negociando a forma de co-outro computador, em ou-
tro local.
Ele transforma
mun
icac;:ao e cooperac;:ao entre eles. Esta queren- OS sinais usados pelo com-
do saber do modem do outro I ado, qual e a sua putador em sinais utiliza­
dos pela linha telefonica
capacidade de enviar e receber informac;:6es, en-e vice-versa.
fim, de conversar. lsso e muito natural no rnundo da
informatica, uma vez que
os
protocolos da Internet sao, ern
outras palavras, as regras de cornunicac;:ao e cooperac;:ao en­
tre
os computadores e as maquinas que se integram. Portanto, ha urna serie de servic;:os fundamentais
para que uma aplicac;:ao de Groupware possa se realizar. E
preciso suporte de agenda, co-autoria, suporte a decisao,
suporte tecnico. E necessaria, ainda, ter urn acurnulo das
rnais variadas forrnas de
tomada de decisao para concreti­
zar a
comunicac;:ao, o que se traduz no poder de controlar
vers6es. E isso tudo s6 para se ter uma aplicac;:ao, por exem­
plo, do tipo distribuic;:ao de software dentro da Internet.
Ou seja, para o ser hurnano assumir o controle, ele prcci­
sa entrar em contato com os sistemas e produtos que cJ3u
suportes a esses servic;:os.
lnfelizmente, toda e qualquer interface e urn entra­
ve ao trabalho. Nao existe escapat6ria para isto. Para iden­
tificarrnos como isto ocorre, basta refletirmos sobre os sis­
temas
operacionais com todas as suas idiossincrasias.
-

A Educagao na Era da Internet
Estamos bastante acostumados ao Windows da
Microsoft e sabemos que, quando vamos realizar uma
tarefa neste programa de computador, precisamos pen­
sar em uma serie de coisas que nao tern nada aver com a
Para escrever urn texto, tarefa em si, mas, sim, com 0 Windows-e ja
por exemplo, precisamos d N-
abrir urn processador de estamos raciocinando de forma in ireta. ao
texto, abrir e nomear um
arquivo, grava-lo em urn
diret6rio, produzir uma
c6pia de seguran~a, nos
preocuparmos com a pos­
sibilidade de confusao de
podemos mais pensar
so nos problemas liga­
dos a nosso trabalho, mas em outras coisas
alheias a ele. Somos forc;ados a raciocinar de
versoes. uma maneira indireta, que e extremamente cus-
tosa, desagradavel e cansativa.
Para melhor entender a que nos referimos, poderfa­
mos fazer uma comparac;ao entre os computadores e os
eletrodomesticos. 0 computador se aproxima muito do
videocassete e, infelizmente, nao do liquidificador, que e
extremamente facil de usar. 0 sonho e que o computador
fique muito mais parecido como liquidificador, onde voce
coloca o gelo e aperta o botao-"gelo picado" e pronto!
Passeio pela Memoria
Quando toda essa comunicac;ao entre as pessoas
e equipes e armazenada, de forma a permitir a recupera­
c;ao da informac;ao, comec;amos a ter uma representac;ao
da memoria organizacional. Essa memoria servira futura­
mente para,
se for o caso, rever decis6es que foram to­
madas com
relac;ao a determinados comportamentos ou
produtos.
Se pensarmos em engenharia de
produc;ao, por
exemplo, a empresa tera a memoria dos motivos que de-
-
Comunicagao Digital e Trabalho de Grupos
terminaram uma opc;ao, em determinado caso em que
foi usada ceramica ao inves de alumfnio em um produto.
Talvez a opc;ao tenha sido motivada pelo fato de que, em
determinada epoca OU circunstancia, as tecnologias e OS
materiais nao estavam suficientemente desenvolvidos para
a prodw;:ao de uma turbina, por exemplo. Essa seria, cer­
tamente, uma infonnac;ao muito C1til em outro momento,
quando se revisaria a decisao anterior com o objetivo de
modificar alguma coisa (quem sabe, nesse momento, ja
existiriam materiais e tecnologias melhores, que
viabilizassem ideias e alternativas que antes nao pude­
ram ser implantadas).
A decisao em si deixa de ser tao fundamental. Muito
mais importante e conhecer 0 processo que levou a tomada
da decisao. No trabalho intelectualizado, o processo vai se
confundir com o proprio produto. 0 fluxo de entrada de in­
formac;6es sobre o processo passa a ser constante, assim como
passa a ser constante a necessidade de treinamento.
Esta
memoria
e muito util tambem para a
capacitac;ao de pessoas que ingressam na empresa, em
urn
determinado projeto. Se temos uma
memoria, te­
mos a possibilidade de passear nesta memoria, de
percorre-la, de incorpora-la e, obviamente, isso gera a
possibilidade de treinamento e aprendizado de novos
funcionarios.
Com isso, grande parte do trabalho que as equi­
pes real izam comec;a a ocorrer de forma assfncrona, o
que gera a necessidade de novas formas de
gerenciamento: torna-se necessaria um gerente que en­
tenda
do assunto e agregue
valor. Grande parte do tra-
-

A Educaqao na Era da Internet
balho comec,:a a acontecer Ionge dos olhos do gerente.
E, portanto, aquela gerencia tradicional do olho em cima,
do homem-hora, do estou-vendo-o-que-voce-esta-fazen­
do passa a ser completamente desnecessaria. E, se isso
nao e mais necessaria, 0 que passa a interessar agora e
se o trabalho de uma pessoa agrega valor ao que o gru­
po, o conjunto de pessoas da organizac,:ao ou a equipe
esta fazendo.
0 simples papel de intermediario nao tem sentido
numa organizac,:ao digital. A caracterfstica da organiza­
c,:ao digital e a de ser holfstica-trabztlhZtr com o todo, e
nao mais taylorista onde se divide e fragmenta todo o
trabalho.
Se esse tipo de gerente tradicional -homem7hora,
olho-vivo-persistir, a organizac,:ao tera muita dificuldade
de lidar como trabalho realizado fisicamente Ionge de seus
olhos. Principal mente porque grande parte do trabalho vai
ser feita em casa, a qual tambem sera o Iugar onde varnos
aprender. Novamente, trabalho e aprendizado vao andar
juntos.
Nossa Casa como
Parte da Empresa
Cada vez mais, a casa, atraves de um micro co­
nectado a Internet, vai ser parte da organizac,:ao, parte da
empresa ou da escola. Ela tende a sera propria escola e a
propria empresa, isto e, a microempresa. Cada microem­
presa vai se constituir em uma empresa, e o cfrculo se
completa. Deixamos de ser simplesmente consumidores
Comunicaqao Digital e Trabalho de Grupos
e passamos a ser tambem provedores. 0 Napster ja anun-
cia essa era. 0 programa Napster cria
urn ambiente onde um
Quem tem alguma atividade na Internet, usuario associado pode
· f 1 · d 1 acessar o computador de
ja OUVIU a ar mUltO nestas UaS pa avras: protOCO-qualquer outro usuario
lo e padronizac,:ao. A Internet e baseada em dais para procurar musicas
guardadas em diret6rios
fatores: de um I ado, a ligac,:ao ffsica (seja por tele-preestabelecidos pelo
proprietario.
fane, cabo 6tico, satelites, ondas de radio, etc.) e .___ ______ ......;
de outro, um protocolo, uma padronizac,:ao, ou seja, uma serie
de normas, uma mesma "linguagem" que permite pessoas e
maquinas se comunicarem entre si.
E muito importante entender que o protocolo de
servic,:os da Internet esta baseado na relac,:ao cliente-servi­
dor. Entao, voce tem um "servidor"-chamado de prove­
dar-que atende aos requisitos e as demandas de varios
computadores e
usuarios-que
sao chamados "clientes".
56 para exemplificar: quando voce usa seu "clien­
te" de correio eletronico, voce se conecta com a maquina
de seu provedor (o servidor) -local onde esta Cliente de correio elctro­
nico e urn aplicativo no
instalada a sua caixa de correio-e busca as seucomputador,capazde
d
· · · d A E' I , b , enviar e receber mensa-
mensagens mg1 as a voce. para a, tam ern, gens.
que se dirigem as mensagens que voce deseja eL-n-v--;-ia_r_p_a_r_a ___ _
outras pessoas. 0 provedor se encarrega de ehviar e rece-
ber as mensagens
(e-mails) de outros provedores, que por
sua vez
enviam e recebem as de seus clientes.
Essa e a relac,:ao e a estrutura basica de servic,:os da
Internet, porque hoje ainda existe uma distinc,:ao muito forte
entre o papel do cliente e do servidor. Essa distinc,:ao, no entan­
to, tende a cair mais a frente. Num futuro proximo, voce tam­
bem vai virar um provedor de informac,:oes, assim como o
processamento que
vai ser
realizado no seu micro sera parte

A Educagao na Era da Internet
integrante do processamento da empresa para a qual trabalha
e do processamento que esta ocorrendo em toda a Internet.
Por exemplo, mantendo o seu computador conectado a rede,
voce podera aluga-lo para que outros o utilizem para proces­
sar dados, aproveitando as horas ociosas.
Para alcan<;armos essa nova realidade, devemos pri­
meiro investigar porque tantas tentativas de implanta<;ao
de Groupware falharam. Acontece que ele gera mudan<;as
na maneira de trabalhar, e uma dessas mudan<;as consiste
no fato de que o esfor<;o do aprendizado passa a ser cons­
tante.
Temos que aprender constantemente para poder con­
versar com outras
pessoas (utilizando outros jargoes) e para
acompanhar a
reestrutura<;ao de equipes durante o tempo
to do.
A maior
dificuldade
e que nao ha uma percep<;ao
muito clara dos beneficios obtidos. Assim, ao mesmo tem­
po
em que perturbamos uma dinamica pre-existente,
nao
podemos ver claramente os beneficios da nova dinamica.
Do lado da computa<;ao, nao ha um acumulo su­
ficiente de conhecimento de sistemas multiusuarios. Tra­
dicionalmente, quando existe muita gente na rede, a sen­
sa<;ao que temos e a da lentidao do processo. Essa e a
unica percep<;ao que temos da existencia de outras pes­
soas na rede. Entao, ainda nao existe uma cultura de sis­
temas multiusuarios. 0 que estamos tentando fazer com
o AulaNet e exatamente aumentar essa cultura.
Do ponto de vista dos resultados, ainda nao exis­
tem metricas que permitam medir OS ganhos COm
implementa<;ao de Groupware. Por exemplo, o famoso in­
dice ROI (Retorno de lnvestimentos), ja foi aplicado por
Comunicagao Digital e Trabalho de Grupos
varias empresas que implantaram esse tipo de tecnologia
e nao foi constatado um aumento de produtividade. Por
que? -Novamente, parece que esses indicadores nao le­
vam em conta
as metricas que espelham a
valoriza<;ao do
individuo dentro da empresa e da organiza<;ao. Torna-se
necessaria uma metodologia que comprove que o
Groupware valoriza o indivfduo e, em conse-Osefeitosdaimplantas<'iodo
Groupware nao se tradu-
ql.iencia, 0 seu trabalho. zemdeimediato,jaqueeles
d
se dao por processos curnu-
Entao, usando in icadores que nao lativosconfonneconstroern
1 urna cultura e urn acurnulo
olham para esses aspectos, rea mente nao con-de memoria de experienci-
seguimos perceber os seus resultados. asedepraticas.
Ap6s a implanta<;ao do sistema Groupware, o traba­
lho
passa a se basear no aprendizado, pelo simples fato de
que,
ao lidar com grupos diferentes,
e preciso aprender a
identificar o que
essas pessoas querem,
alem de identificar
uma nova forma de conversar com elas.
lsso
sera em grande
parte possfvel quando
os conteudos da empresa estiverem
digitalizados.
Ou seja, quando forem criadas uma memoria
organizacional e equipes de trabalho que conhe<;am de tal
forma o assunto que
se reunam apenas para tamar decis6es. 0 habito de fazer reuniao para conversar a respeito
de trabalho vai acabar.
As pessoas
vao se reunir para traba­
lhar e tamar decis6es. lsto tambem leva a necessidade de um
tipo de gerencia completamente diferente da tradicional.
Comunica~ao Digital e Trabalho de Crupos
Na televisao, n6s vemos e ouvimos o que todos veem
e ouvem. No telefone convencional, falamos com pessoas

A Educagao na Era da Internet
com as quais desejamos interagir, ou quase isso, e ligamos
para
os lugares onde supomos encontrar essas pessoas.
Ja
quando usamos o telefone celular (ou pessoal) na verdade
nao ligamos mais para lugares e, sim, para pessoas-ainda
que
essas pessoas estejam sempre em lugares.
No fundo,
nao desejamos ver e ouvir o que todos
veem e ouvem e, sim, o que cada um de n6s quer ver e
ouvir. "Gosto disso", "aquila me entedia", etc. .. 0 formato
generico
da televisao aberta
nao leva esta opiniao em con­
siderar;ao enos invade com isso e aquilo. Mas, e se s6 quere­
mos "isso" ("ja disse que aquilo nao me interessa")?-Com a
TV por assinatura podemos procurar um canal especializado
"nisso" e zapear sempre que aparecer "aquila" de que nao
gostamos. As vezes, gostarfamos de perguntar algo a mais
sobre "isso",
mas a televisao
nao nos ouve; s6 fala!
Tambem nao nos interessamos por tudo que o
jornal impressa nos oferece. Se gostamos de futebol,
queremos notfcias do nosso time e da Seler;ao Brasi­
leira. De determinado ponto de vista individual, bas­
quete pode nos entediar, mas eles insistem em falar
sobre o Michael Jordan. Quanto ao hor6scopo, cada
um tem o seu, embora milhares compartilhem o mes­
mo signo!
Queremos nos
comunicar com determinadas pes­
soas, saber del as, trabalhar com elas. Dependendo do con­
texto e da circunstancia, pode
ser necessaria deixar um
recado para entrar em contato com elas
e, quem sabe,
aproveitar a oportunidade para anexar uma carta-convite
para o
lanpmento de um livro, por exemplo. Pode ate
haver um site dedicado ao livro, seu autor e seus leitores.
Comun10agao Digital e Trabalho de Grupos
Talvez agora nao queiramos mais ser n6s mesmos,
mas sim um dos nossos muitos "avatares" para passear-
mos num ambiente virtual OU participar de Um Bonecos e imagens que
nos representam em am-
jogo na rede. Podemos, momentos depois, sem bientes virtuais.
mesmo mudar de posir;ao, fechar a janela do jogo e voltar
correndo
ao "mundo do trabalho" para falar, urgentemen-
te,
com alguem atraves da rede.
Se o descobrirmos
conectado a Internet, podemos chama-lo, visitarmos jun-
tos sua pagina, trocarmos mensagens-poderemos ate ve-
lo e ouvi-lo. lnteragir!
Nunca escrever esteve tao valorizado, tanto na
lfngua portuguesa
quanto em ingles-lfngua franca na Internet. Usando o correio eletr6nico, fica mais facil nos
comunicarmos e trabalhar. Nem e preciso estar
conectado para que alguem envie uma mensagem e para
a pegarmos na hora em
que quisermos em nosso prove­
dar.
Alem do mais, voce pode estar em qualquer Iugar,
tanto faz estar no Rio ou em Londres, que a mensagem
eletr6nica ira ate voce. Podemos enviar em anexo um
artigo, pedindo avaliar;ao e garantindo a rapidez: "Por
favor, preencha o formu lario para a val iadores no site da
conferencia, pois esse processo nao pode parar".
A qualquer hora respondemos a mensagens que,
em qualquer hora, alguem nos escreveu (talvez o "corre­
to" fosse envia-las ao nosso advogado, que decidiria pelo
seu envio ou nao, ja que elas acabam criando compro­
missos). Tempos modernos! Podemos, as vezes, mandar
determinada mensagem
primeiro para n6s mesmos (para
sentir o impacto
como
leitorL corrigi-la e s6 depois envia­
la ao destinatario.
-

A Educagao na Era da Internet
Podemos tambem fazer um diagrama e envia-lo
como em um envelope, em anexo. Ou enviar uma outra
mensagem para todos os membros do comite do progra­
ma de uma determinada conferencia que nos interessa.
Guardamos
as diversas mensagens em diferentes
pastas de correio. Precisamos guardar, pois ninguem o
fara
por n6s. Devemos sempre prestar atenc;ao aos cabec;alhos
das mensagens, pois eles sao ricos em metainformac;ao,
por conter informac;ao sobre a informac;ao contida na
mensagem do tipo quem, onde e quando.
Com isso, filtramos mensagens de pessoas e assun­
tos indesejados. Mensagens que nao contem o Assunto
(subject) resumido no seu cabec;alho, jogamos no lixo!
Servi~os dos mais Variados Tipos
Encontramos em sites informac;oes e servic;os dos
mais variados tipos, por exemplo, sobre uma determinada
conferencia da qual vamos participar: formularios de ins­
cric;ao e aceitac;ao das regras, informac;oes para autores e
muito mais. Ate a camiseta comemorativa do evento pode
ser comprada, usando cartao de credito. Ha conferencias
que
s6 aceitam artigos enviados por correio eletronico.
A conferencia pode
sera oportunidade de visitar o
Iugar para onde viajaremos. Quanto a hospedagem, com
o cartao de credito ja reservamos o quarto do hotel dese­
jado. Pode ser aquele que, na foto, parecia ser estilo art­
dec6, caso seja esse ode nossa preferencia. Ao consultar
o mapa da cidade, no
site da prefeitura
local, podemos
Comunicagao Digital e Trabalho de Grupos -
obter mais informac;oes sobre a regiao da cidade em que o
evento sera real izado e se sera possfvel chegar ao hotel de
metro, direto do aeroporto.
Os sites de conferencias sao sofisticados e, constan­
temente, atualizados. Preenchendo o formulario, podemos
pedir para que nos mantenham informados sobre
os even­
tos do congresso
ou de possfveis cancelamentos. No site da
prefeitura pode-se, ainda, ver e ouvir alguns
clips com in­
formac;oes sobre a hist6ria e a cultura da cidade.
Muito investimento e talentos diversos sao neces­
sarios para fazer e manter estes sites multimfdias:
conteudistas, programadores visuais e de computadores,
al em de OUti"OS ti pos de p rofi 55 i 0 n a j 5. para Pessoas que sao res pons;\-
. . . veis
pela
prodw;ao de
VI Sitar esses Sites, tendo OS enderec,:os, bas-conteudos para o site.
ta clicar. Uma ressalva: as vezes, em sites de confer :-n-
cias existe uma area com acesso reservado para os
membros do comite organizador. Ali, s6 se entra com
a senha!
A novidade que a Internet esta trazendo e a possibi­
lidade de nos comunicarmos de diversas maneiras, via
computador, devido a convergencia das varias mfdias para
o formato digital. Uma destas novidades e a telepresenc;a,
onde se pode ver o interlocutor, ao contrario do telefone
nos moldes atuais.
Telepresen~a e Videoconferencia
Em algumas situac;oes de trabalho, certamente nos
primeiros contatos quando tentamos estabelecer confian-

A Educagao na Era da Internet
c;a mutua, "olhos nos olhos" pode ser fundamental. Nas
interac;oes pessoais, como na apresentac;ao da nova neti­
nha para a
vov6 que nunca saiu de
Portugal, isso e urn
sucesso total.
A telepresenc;a nao e a (re-)interpretac;ao de ne­
nhuma forma de comunicac;ao ja conhecida e experimen­
tada.
Ela
e algo novo. 0 tempo e real. Podemos nos co­
municar agora com alguem apenas ou com um grupo de
pessoas. lnfelizmente, precisamos saber o enderec;o ele­
tr6nico da pessoa ou desse grupo como no telefone tra­
dicional.
Em 1994, um_grupo de cientistas da Universidade
de Cornell comec;ou a desenvolver um groupware chama­
do CU-SeeMe de suporte para videoconferencia em gru­
c u sao as iniciais de pos. 0 desafio era prover alta tecnologia para
Cornell University. 0
nomeetambemumtroca-o usuario de um simples PC. A ideia era muito
dilho. Ler-se-ia Si-iu-si-mi,
onomatopeia de See you arrojada, pois este tipo de USO nao estava pre-
see me, o que quer dizer
Vejo voce, voce me vi!.
visto para nenhum computador de prateleira,
com excec;ao das placas de captura de vfdeo.
Tampouco a Internet estava preparada, pois sua comuni­
cac;ao e baseada na segmentac;ao de dados, ao contrario
do vfdeo que e de natureza continua.
A solw;:ao foi investir em um formato que se ap6ia
Banda Passante e chama­
do o canal de comunica­
r;ao. Urn video digitalizado
ocupa urn grande volume
de informar;ao o que cria
problemas com as veloci­
dades atuais. Economia,
assim, e fundamental.
na similaridade entre o quadro anterior eo se­
guinte, o que propiciou o recurso de enviar
somente a diferenc;a entre os quadros, permi­
tindo dessa forma uma grande economia de
banda passante. Nascia ali o
Groupware de
videoconferencia ponto-a-ponto, isto
e, entre dois compu­
tadores pessoais
na
Internet.
-
·,
Cornunicagao Digital e Trabalho de Grupos
Em 1996, surge a QuickCam, ancestral da Web
Cam, uma pequena camera de menos de 1 0 centfmetros,
que dispensa o uso de placa de captura de vfdeo no PC e
que com um ima pode ser fixada sobre o monitor. Tudo
desenvolvido e adaptado para uma base instalada de re­
des e computadores que nao forarn projetados para serern
vefculos deste
tipo de
comunicac;ao.
0 passo seguinte foi rna is ousado, e deu origem ao
Refletor-o servidor CU-SeeMe, urn groupware que cria a
possibilidade de varias pessoas se comunica-Uma experiencia de apli­
car;ao dessas novas tecno­
logias pode ser encontrada
no nlicleo de pesquisas de­
nominado Projeto Rio
Internet TV, do Departa­
mento de Informatica da
PUC-Rio, cujo objetivo eo
de estudar e fomentar o uso
da videoconferencia como
ferramenta de comunica­
r;ao no ambiente de traba­
lho. 0 refletor Rio Internet
rem por videoconferencia -conexao
rnultiponto. Ate o momenta em que produzi­
mos este livro, no entanto, a gravac;ao de uma
sessao de videoconferencia nesta tecnologia,
mesmo no formato
broadcast-um falando para
muitos-
e urn desafio ainda nao resolvido.
Varios software de videoconferencia fo-TV recebe atualmente nas
ram criados para o formato especffico de
broadcast, que permitiam a gravac;ao de uma
sessao e seu posterior consurno sob demanda.
suas salas de reuniao digi­
tal, tanto pliblicas quanto
privadas, centenas de visi­
tantes por dia.
Todos esses softwares esbarravam no seguinte problema: para
se exibir um vfdeo de um minuto era necessaria esperar ate o
fim
da transferencia do arquivo que, por vezes, demorava
mais de uma hora. A
soluc;ao encontrada foi a de comec;ar a
exibir o vfdeo
assim que uma quantidade suficiente de qua­
dros chegasse
ao destino.
Nao era mais necessaria esperar
por toda a transferencia para que o vfdeo cornec;asse a apare­
cer
na telinha do
PC. Este recurso introduz urn atraso entre o
comec;o da ac;ao na sua origem e sua exibic;ao no destino.
Mais urn contratempo
ao mftico conceito de "tempo real".

A Educagao na Era da Internet
Ambientes Oigitais de Trabalho ·
Correia eletronico, Web-sites WWW- e video-
.--w-eb-v-em_d_e W- or-:-ld-:-W--::-:id
1
e c 0 n fer en c i a sa 0 6 t i Ill 0 s eX e Ill p I 0 s d as
Web (WWW) - teia de d
amplitude mundial-que tecnologias disponfveis para o Design e Co-
come~,:ouasepopularizar munl·cara-o Digital. Todo design obJ'etiva algo!
em 1990 atraves do Na- -,
vegador Mosaic. Visando a criac;:ao de ambientes digitais
de trabalho, a comunicac;:ao do grupo deve ser facilitada
ao maximo. Como ja mencionamos ern outro rnomento,
trabalhar e conversar, assumir compromissos e realiza-los.
0 formato da comunicac;:ao pode variar, mas e preciso co­
municar-se! As vezes, precisamos nos ver, outras vezes
basta enviarmos urna mensagern.
0 uso intensivo de correio eletronico e fundamental
na organizac;:ao digital, mas a cornunicac;:ao nao para por ai. 0
trabalho digital e forternente baseado na absorc;:ao de dados,
sua conversao em inforrnac;:ao e na disseminac;:ao de conheci­
mento. Nunca
se conversou tanto com tanta gente.
E natural
que uma nova etica, uma ''netiqueta" esteja surgindo.
A etica da Rede. Existem Todas as pessoas estao tendo os seus
mesmo muitas regras for- d f" . d 1 t · t · -d a
malizadas e aceitas por viveres re e 1n1 OS pea COnS I UJ<;aO
urn gra~d_e numero de Internet Ern breve bern antes de terrnos nos-
seus usuanos. · '
sos clones geneticos, terernos nossos clones virtuais var-
rendo a
redeem busca de
informac;:ao personalizada para
os nossos gostos-adeus Michael Jordan!
Atualrnente, a Internet ainda vive o delfrio infantil
da gratuidade causado pela falta de tarifac;:ao. Corn o arna­
durecimento da rede, a impessoalidade das trocas sera
potencializada pelo firn do dinheiro como conhecemos
atualrnente. Sera o plasma da rede servido nurn conta-
-
Comunicagao Digital e Trabalho de Grupos
gotas de valores infinitesirnais, como o prec;:o do cornbus­
tfvel cobrado pelos carros-tanque que abastecem os pos­
tos de gasolina. Se por uma materia sobre o time do
Flamengo se cobrasse urn decimo de centavo e esta fosse
consurnida pelos seus 35.000.000 torcedores, o
faturamento seria de 350.000 reais. Urn prato cheio para
qualquer comunidade forrnada por pessoas como rnesmo
interesse e urn serio obstaculo para os ladroes da era digi­
tal-os ladroes de bits!
A digitalizac;:ao da comunicac;:ao forja hoje uma nova
cultura de comunicac;:ao onde "quem nao se comunica se
trumbica", como dizia Chacrinha-o Velho Guerreiro. Uma
cultura que transforma o rnundo em uma "aldeia global",
como imaginou outro genio da comunicac;:ao, o te6rico
canadense Marshall Macluhan, que cunhou a expressao
sem
nunca ter conhecido a
Internet, onde o meio e que
esta revolucionando a mensagem!
-

Educa~ao a Distancia na Internet
A lnstru~ao Baseada na Web
Educayao a distiincia consiste no ensino por meio de
mfdia impressa ou eletronica para pessoas engajadas em
um processo de aprendizado em tempo e local diferentes
do(s) instrutor(es) e dos outros aprendizes. Desde
os seus
prim6rdios, quando se usava
papel e tinta para estudos
por correspondencia na Russia e
na
lnglaterra, a educa­
c;:ao a distancia incorporou diversas tecnologias para aten­
der requisitos de diferentes mfdias tais como radio, televi-
sao e computadores. Os computadores foram ,..------------,
Usamos esse nome, IBW,
usados de diferentes maneiras: grupos de dis- em homenagem ao pri­
meiro livro publicado so­
CUSSaO, correio eletronico, etc., e mais recen- bre o assunto: Web­
Based Instruction de B.H.
temente a Web. Khan. Editor: Educational
Technology Publications,
A lnstruc;ao Baseada na Web (IBW) pode
1997
.
L...,-______ ___,
ser definida como o uso da Web como um meio para a
publicac;:ao do material de um curso, apresentac;:ao de
-

A Educagao na Era da Internet
tutoriais, aplicar;ao de testes e comunicar;ao com os estu­
dantes. A enfase em comunicac;:ao sera muito grande, e
ela tambem compreende o uso da Web para a apresenta­
r;ao de conferencias multimfdia de forma sfncrona ou
assfncrona.
A educar;ao baseada na Web e algo recente e, no inf­
cio
deste novo
milenio, ninguem pode ainda se intitular um
profunda conhecedor ou grande especialista no assunto. Os
autores deste livro fazem parte de um grupo que acredita que
o futuro da educar;ao passa pela IBW e que as transforma­
r;oes que ela provocara estao apenas comer;ando.
Quando pensamos nos recursos que caracterizam
a lnstrur;ao Baseada na Web, vemos tres tipos de ele­
mentos: conteudo multimfdia, assincronismo e
obrigatoriedade de leitura, a qual se torna mais comple­
xa pelo fato de se tratar de multimfdia.
Essas tres caracterfsticas estao sempre presentes
quando um curso da Web esta sendo conduzido. 0
acesso a conteudo multimfdia expande substancialmen­
te a variedade de recursos que o aprendiz pode usar
para
participar do processo de aprendizado. A nature­
za assfncrona
da suporte ao aprendizado autoplanejado
atraves de agendas flexfveis; e, tanto o aluno quanto o
instrutor decidem quando e onde buscar materiais do
curso ou outros recursos. Embora algumas atividades
possam ocorrer de forma sfncrona, o acesso, em geral,
segue o modelo de estudar "quando for conveniente
para voce".
..
A "obrigatoriedade de leitura" se da pela informa­
r;ao escrita apresentada na tela, seja ela criada pelo aluno
Educagao a Distancia na Internet -A Instrugao Baseada na Web
ou pelo instrutor. As mensagens que vao sendo dinamica­
mente criadas podem tomar varias formas: do texto ao
audio ou arquivos de vfdeo para animar;ao. A
"obrigatoriedade de leitura" junto com a interpretac;:ao das
diferentes mfdias pode
serum desafio
substancial.
A Tecnologia da Web
0 uso apropriado da Web em educar;ao deve ob­
servar aspectos pedag6gicos, tecnol6gicos, organizacionais
e institucionais, entre outros.
Aspectos
Pedag6gicos-Os aspectos pedag6gicos se refe­
rem
ao ensino e ao aprendizado. Um aspecto fundamen­tal esta relacionado a import<3ncia que o meio tern em
ambientes para educar;ao a distancia. 0 meio
frequentemente impoe a metodologia e cria restrir;oes para
a instruc;:ao. A incorporar;ao de metodologias e estrategias
pedag6gicas no ambiente de educar;ao a distancia, permi­
te reduzir
essas
restric;:oes.
Deve ser observado o impacto da educar;ao a dis­
tancia sobre o estudante. Uma queixa frequente sobre am­
bientes de educar;ao a distancia e que OS aprendizes se sen­
tern isolados. A distancia e a falta de contato pode gerar a
sensar;ao de isolamento e de perdido no mundo, caso o
i nstrutor, o faci I itador do ensi no e, as vezes, o provocador,
nao o envolverem no curso. 0 desenvolvimento de estrate­
gias para dar "poder" ao aprendiz, encorajando tanto o tra­
balho em grupo como o trabalho independente e tambem a
interar;ao, e um caminho para superar esta limitar;ao.
..

A Educagao na Era da Internet
Um aspecto tfpico da utilizac;ao da Web e a sobre­
carga de informac;ao. 0 site do curso comec;a leve, mas
logo e preenchido com grande quantidade de informac;ao
o que pode provocar, ainda mais, no aluno, a sensac;ao de
perdido no hiperespac;o.
Varios aspectos peculiares surgem relacionados a
pedagogia e a Web. A sobrecarga de informac;ao e apenas
um deles. Trabalhar em um ambiente povoado por multi­
plas mfdias pode levar a sensac;ao de saturac;ao e fadiga
causadas pelo fluxo continuo de informac;ao. Soluc;oes para
dar apoio ao aprendiz contra o fenomeno de "perdido no
hiperespac;o" devem ser incorporadas ao curso.
"Timing" e outro aspecto importante. Ambientes na
Web, alem de envolverem multiplos nfveis, envolvem tam­
bern "multiplas velocidades". Os aprendizes podem ter
acesso a conteudos e se engajar em atividades ao Iongo
do tempo. Os alunos com velocidades diferentes-as ve­
zes atrasados e em outras adiantados com relac;ao a outros
alunos-podem ter a sensac;ao de certa falta de coerencia
geral que requer muita habilidade na formulac;ao de te­
mas para interac;ao e discussao.
Aspectos Tecnol6gicos-Os aspectos tecnol6gicos ligados
aos computadores e a seus programas sao extremamente
importantes.
Esses aspectos devem levar em conta o
feno­
meno exponencial crescente da velocidade dos computa­
dores e da reduc;ao de seu custo. Questoes como largura de
banda, velocidades das linhas de comunicac;ao, aplicac;oes
mais faceis de usar e custo caem nesta categoria.
Segundo a lei de Moore, os processadores (chips)
dobram de capacidade a cada dezoito meses, em me-
Educagao a D1stancia na Internet-A lnstrugao Baseada na Web
dia, enquanto o custo cai pela metade. Se esta veloci­
dade se mantiver, podemos imaginar o mundo daqui a
dez anos: o
computador que estara na sua mesa
sera
uma maquina com velocidade de transmissao de uma
Enciclopedia Britanica por
segundo e cujo valor atual
seria
de mil
hoes de d61ares. E razoavel pensar que esse
processo provocara um impacto muito grande na edu­
cac;ao.
A velocidade da rede ainda sera por mais alguns anos
um obstaculo, por exemplo, para transmissao de imagens
ou simulac;oes pesadas. Ha ainda o problema dos alunos
tecn6fobos-que reagem
mal a qualquer tipo de tecnologia
nova-e da potencial
frustrac;ao que acompanha suas difi­
culdades. 0 medo e a intimidac;ao diante dos equipamen­
tos sao pontos a serem considerados. 0 choque inicial pode
ser fatale ele
vai demorar muito a voltar a usar computado­
res se
nao tiver controle sabre a sua tecnologia.
0 maior desafio associ ado como I ado tecnol6gico
da Web talvez sejam
as
frustrac;oes que acompanham as
dificuldades com novas tecnologias.
Aspectos Organizacionais-Os aspectos organizacionais
tambem devem ser parte das preocupac;oes para o uso
apropriado desse tipo de educac;ao. A preparac;ao eo pla­
nejamento de
um curso para ser ministrado na Web re­
querem
urn perfodo de tempo muito maior do que a pre­
parac;ao de um curso convencional. Os desafios tfpicos
dos ambientes de aprendizado convencionais sao ampli­
ficados quando o facilitador precisa pensar com varias se­
manas ou meses de antecedencia para produzir o ambiente
Web
eo material associado. -

A Educagao na Era da Internet
Outra questao associada ao aspecto organizacional
eo suporte permanente ao curso. Uma coisa a ser lembra­
da e a natureza da Internet: e pouco atrativo e interessante
o
site de urn curso que
nao e animado e atualizado cons­
tantemente e o suporte no momenta do curso, tanto
tecnol6gico quanta humano, e um desafio permanente e
vital para garantir
seu consequente sucesso.
Aspectos
lnstitucionais-Algumas praticas institucionais
sao entraves para o desenvolvimento da IBW. E necessa­
ria que o corpo docente dedique tempo para preparar
seus cursos e muito esfon;:o para se manter atualizado
com as novas tecnologias. Por isso, do ponto de vista das
institui<;:oes de ensino, em algum momenta sera necessa­
ria o reconhecimento desse trabalho realizado pelos pro­
fessores, caso contrario nenhum deles vai querer faze-lo.
56 quando 0 professor tiver a seguran<;:a de que sera pro­
movido na carreira docente pela produ<;:ao de seu curso
na Web, e que ele vai dispor-se a elaborar esse tipo de
curso. Se isso nao ocorrer, ele vai preferir continuar es­
crevendo os artigos cientfficos que o promovem no meio
academico.
Professores na Web
Segundo nossa experiencia, sao os seguintes os re­
quisites que devem
ser preenchidos pelo professor de cur­
sos na Web: E preciso ver o curso de uma rnaneira nova. A ten-
tativa de usar o curso de sernpre, apenas reformando-o
Educagao a D1stan01a na Internet -A Instrugao Baseada na Web
para sua utiliza<;:ao na Web, pode ser urn esfor<;:o simples­
mente jogado fora. 0 professor deve mudar o seu papel
atual de provedor de conteudo para
ode facilitador-de
solista para maestro.
E necessaria alguma familiaridade com
o uso de tecnologia
como forma de
liga<;:ao primaria entre
professor e aluno, porque a
principal
comunica<;:ao sera
atraves do uso de tecnologia da informa<;:ao.
E necessaria ensinar efetivamente sem levar em con­
sidera<;:ao habitos que desenvolvemos no ensino tradicio­
nal, por exemplo, sem o controle visual tfpico do cantata
olho a olho-quando, ao ver um aluno quase dormindo,
dirigimos-lhe uma pergunta para acorda-lo.
Ao mesmo tempo, precisamos desenvolver uma
compreensao pelo estilo de
vida dos alunos distantes.
Quando recebemos uma mensagem de urn aluno de um
outro estado ou pais,
e preciso perceber que tipo de con­
texto esta levando-o a fazer aquela reflexao ou pergunta. E
isso nao e facil.
Na realidade, surgern novas formas de interativi­
dade entre professores e alunos e alunos entre si, propor­
cionadas pela Web:
horario de atendimento virtual (ho­rario pre-determinado de atendimento pela Internet),
horario de atendimento arbitrario (qualquer horario),
intera<;:ao aluno-aluno, teste e avalia<;:ao de desempenho
baseados na Web, possibilidade de retorno constante
do
aluno, assim como do
aperfei<;:oamento do relacionarnen­
to
interinstitucional entre professores e alunos e da adrni­nistra<;:ao e marketing do programa (divulga<;:ao de am­
pia material sabre o curso, para ajudar na tomada de
decisao
do aluno de faze-lo).
-

A Educagao na Era da Internet
0 fato de um curso estar publicado na Web permi­
te ao aluno percorn2-lo e saber se e o que esta querendo
realmente fazer.
Na
educac;:ao formal, ele espera algumas
semanas para descobrir se determinado curso e aquele que
quer fazer ou se deve cancelar a matricula.
Os cursos existentes hoje na Web sao essencialmen-
te de tres tipos:
• Os cursos basicamente centrados na sala de aula, que
usam a Web como quadro de avisos e meio de infor­
mac;:ao complementar. No caso, a Web funciona como
a copiadora do professor, que substitui a antiga maqui­
na de c6pias por uma documentac;:ao mais estruturada,
mais bem apresentada. 0 controle continua na sala de
aula;
• cursos onde o aprendizado e dirigido pela sala de aula
e suplementado por atividades na Web;
• cursos que usam os recursos da Web como um siste­
ma completo de apresentac;:ao e discussao do conteu-
do.
Quanta aos criterios gerais de construc;:ao de cur­
sos
na Web, pode-se separar os conceitos de objetivismo
e de construtivismo de uma maneira bem mais clara.
Esses
conceitos diferem na forma como o conhecimento
e re­
presentado e como o significado e criado e, portanto, como
se da o aprendizado. Ha uma diferenc;:a fundamental entre
os dais enfoques.
A filosofia do objetivismo e a de que a informac;,:ao
no mundo exterior e independente da mente e pode ser
caracterizada em termos objetivos, para ser transmitida e
comunicada do professor para o aluno.
No construtivismo,
Educagao a D1stanCla na Internet-A Instruc;ao Baseada na Web
cada aluno constr6i individualmente uma representac;:ao
de conhecimento propria, intern a e pessoal, que e indexada
por sua experiencia particular.
Esses dais conceitos levam
a organizac;:ao de cur­
sos com estilos bem diferentes:
• no curso objetivista, o conteudo e eminentemente or­
ganizado pelo professor para ser apresentado ao alu­
no;
• na versao construtivista e necessaria projetar-se varias
maneiras de o aluno sintetizar, organizar e reestruturar
a informac;:ao.
0 controle das atividades de aprendizagem pode ser
centrado
no estudante ou centrado no conteudo. Quando
ele
e centrado no estudante, os pr6prios aprendizes selecio­
nam e dao sequencia as atividades educacionais, criando suas
pr6prias oportunidades de educac;:ao. Veremos como se pode
fazer
isso um pouco mais adiante. Na aprendizagem centrada
no conteudo, os cursos
sao estruturados e organizados pelos
chamados
designers instrucionais e, supostamente,
sao se­
guidos pelos alunos.
Metodos de Ensino
Existem diversos metodos aplicaveis ao ensino ba­
seado na Web.
0 primeiro metoda e 0 de disseminac;:ao com 0 pro­
p6sito de distribuir a informac;:ao. Temos a apresentac;:ao
da informac;:ao sabre o curso, organizac;:ao de home pages
com enderec;:os (/inks) de outras home pages recomenda-
-

A Educagao na Era da Internet
das, transcri~ao de comunica~ao entre alunos, etc. Este
metodo repete 0 ensino tradicional.
0 segundo metodo e 0 de facilita~ao com prop6si­
to de dar apoio e assistencia ao estudante. Nesse caso, os
ambientes MUD,
os grupos e listas de discussao, os chats
(salas de bate-papos pela
Internet) desempenham um pa­
pel fundamental, e recaem sobre o professor as fun<;:6es,
entre outras, de fornecimento de diretrizes, de condu<;:ao
de discuss6es, de sugestao de recursos e de formula~ao de
perguntas estimulantes.
0 terceiro metodo e 0 de colabora~ao interna no
grupo, que e basicamente 0 trabalho cooperativo entre alu­
nos atraves dos mecanismos de comunica<;:ao disponiveis.
0 quarto metodo e 0 da colabora<;:ao externa, da
intera<;:ao com agentes e com comunidades do conheci­
mento, externos ao curso, como um todo. Nesse caso,
podemos
ter, por exemplo, um professor "visitante" de
um outro pais.
Podemos usar professores visitantes ao
Iongo do curso inteiro com uma facilidade que nao seria
possivel de implementar da maneira tradicional. Uma
extensao deste conceito e o de estagio, onde um profes­
sor externo orienta
um aluno que
esta trabalhando num
tema determinado. Neste caso, ele faz
um estagio fora do
ambiente do curso.
Um outro
metodo eo desenvolvimento gerativo­
elabora~ao de conteudo. Este metodo envolve assimila­
~ao e sintese das informa<;:6es adquiridas e organiza~ao
de conteudo; e 0 desenvolvimento, pelos alunos, de home
pages originais sobre determinados pontos que passam a
ser incorporadas ao conteudo do curso.
-
r
Educagao a D1stancia na Internet -A Instrugao Baseada na Web
Urn metodo importante, em particular nas ciencias
sociais, e 0 desempenho de papeis: sao atribufdas respon­
sabilidades simuladas a
um grupo de pessoas-um
e mo­
derador, o outro, advogado do diabo, e
um terceiro
e, en­
fim, o relator, e assim por diante. A partir desses papeis,
simula-se uma situa~ao, onde eles sao desempenhados.
Ate aqui, apresentamos metodos gerais Atualmente isso ja pode
ser implementado atraves
utilizados em cursos na Web e sua formQ. de de ambientes MUD e e
I
perfeitamenle compatfvel
imp ementa~ao. A segu i r, apresentaremos ati- com instrur;:ao baseada na
vidades bem especificas e que sao possibilita-Lw_e_b_. _____ _.~
das pela IBW.
Uma delas e a publica~ao de informa~6es com o
objetivo de fornecer informa~ao sobre o curso: programa,
textos associados as aulas, como matricular-se no site, in­
forma<;:6es gerenciais, entre outras.
Outra atividade especifica e o fornecimento de re­
ferencias sob forma de endere~os de home pages. Sao in­
forma<;:6es sobre leituras suplementares as quais OS alunos
podem ter acesso.
Esta atividade pode ser implementada
na forma de urn pequeno banco de dados de
enderec;os
de determinadas home pages, que serao submetidas a ava­
liac;ao pelo con junto de alunos, durante o curso, e criticadas
por eles.
Os endere~os da Web, apresentados pelos alunos
e submetidos e aprovados pelos seus colegas, poderao ser
incorporados as referencias do curso.
Outros recursos preciosos para a comunica~ao do
grupo sao o servidor de listas, a conferencia e a
discussao entre alunos a qual
se torna mais di­namica quando implementada como News. Se
Os Newsgroups organi­
zam a discussao visual­
mente por meio de t6pi-
cos.
L------- ~
-

A Educagao na Era da Internet
abrirmos uma sala de news para cada uma das aulas, um
assunto antigo pode ser discutido, ao Iongo do curso, sem
interfen§ncia com outros que dinamicamente vao surgindo
no servidor de listas e nas salas de bate-papo tambem.
Podemos fazer atividades especfficas como captu­
rar dialogos, por exemplo, gravando um chat para repro­
du<;ao e discussao posteriores. Podemos fornecer texto
digital, artigos em
HTML ou para download como parte
dos recursos disponibilizados no curso, ou promover o
desenvolvimento de paginas
na Web, por parte dos alu­
nos, como forma de
complementa<;ao de conteudo.
E, finalmente, temos a publica<;ao de projetos que
e outra maneira de compartilhar experiencias, viabilizando
a modelagem, discussao e revisao dos projetos que sao
publicados.
A IBW e a Sala de Aula Tradicional
Larry Cuban, em seu livro "Como os professores ensi­
navam", apresenta as categorias principais da sala de aula
convencional
em um extenso trabalho que cobre um seculo
inteiro de praticas em salas de aula.
Ele compila e categoriza
essas praticas e
as apresenta confrontando-as com um curso
organizado em conteudos, centrado
no estudante.
Quais
sao as praticas da sala de aula convencional?
A primeira e que a fala do professor sempre excede a
do aluno. Numa
sal a de aula comum, o professor fala muito
mais do que o aluno. A
instru<;ao ocorre com toda a classe
coletivamente e e rara a forma<;ao de pequenos grupos na
p
Educagao a Distancia na Internet-A Instrugao Baseada na Web
mesma sala ou a instru<;ao individual. 0 uso do tempo da
aula e determinado pelo professor, com exce<;6es de pau­
sas para perguntas
ou rapidos apartes.
0 professor se baseia
no livro texto para guiar o processo de decisao sobre currf­
culo e instru<;ao. 0 livro texto e um elemento utilizado para
modula<;ao do conteudo das aulas e, inclusive, para con­
duzir o processo de avalia<;ao do aluno. A hierarquia neste
tipo de educa<;ao e caracterizada pelo mobiliario: a sala de
aulae organizada em filas de cadeiras voltadas para o qua­
dro negro e para a mesa do professor.
0 mesmo Larry Cuban prop6e o modelo de currf­
culo centrado no estudante que, do seu ponto de vista,
seria a supera<;ao do modelo de aula convencional. Nele,
o estudante tem
um grau substancial de responsabilidade
pelo que
e ensinado, pelo processo de aprendizagem e
pelos movimentos dentro da sala de aula. 0 tempo da fala
do estudante e igual ou maior do que o do professor. A
maior parte da instru<;ao ocorre em pequenos grupos dis­
tribufdos pela sala de aula. Os estudantes ajudam a esco-
1 her o conteudo a ser organ izado e estudado. Os professo­
res permitem, ainda, que os estudantes definam as regras
de comportamento na sala de
aulae
ate mesmo o sistema
de recompensas e puni<;6es. Usa-se uma enorme varieda­
de de material instrucional, individualmente
ou em pe­
quenos grupos, por escolha do grupo ou dos indivfduos. 0 mobiliario e organizado de forma que OS alunos pas­
sam trabalhar em grupo
ou individualmente.
Para tornar um pouco menos abstrato esse conjunto
de categorias, vamos dar
um exemplo de curso centrado no
aluno, a partir de
um problema apresentado pelo professor.

-
A Educagao na Era da Internet
0 professor deseja ter a prova e a verifica~ao for­
mal, por parte dos alunos, de que um determinado. pro­
grama de computador, muito
grandee com
~~itas lmhas
de c6digos, esta correto. Esta e uma tarefa suf1c1entem:~te
grande para se ter trabalho para as aulas durante vanas
semanas ate o final do semestre.
0 problema e apresentado no primeiro dia, quando
as estudantes ainda nao sabem nada sobre tecnicas de cor­
re~ao de programas. A partir daf ele pode fazer a divisao do
grupo de alunos em unidades para que sejam feitas prov~s
separadas do mesmo problema. Reuni6es constantes sao
necessarias, uma vez que tanto
os
alunos quanta o profes­
sor que esta conduzindo o processo inteiro cometem erros
e torna-se necessaria voltar atras e refazer a avalia~ao.
lsso da uma ideia de um curso centrado no estu­
dante, o que apresenta
urn
sensfvel progresso em rela~ao
a sala de aula convencional. Ainda assim, no nosso ponto
de vista, ha certas caracterfsticas que, para serem supera­
das, vao exigir a instru<;:ao baseada na Web.
Aprendizado sem Compartimentos
Oevemos ter sempre em mente que existe urn re­
quisito ainda nao superado na educa<;:ao: a aprendizagem
ainda e colocada em compartimentos, geograficamente.
Ainda estamos limitados pelo espa~o ffsico. A sala de aula
e certos laborat6rios sao designados para o curso e mes­
mo que queiramos extrapolar os muros da institui<;:ao, ain­
da estamos limitados por distancias.
Educagao a Distancia na Internet-A Instrugao Baseada na Web
Alguns autores consideram que mesmo nas propos­
tas de Cuban, para caracterizar a educa<;:ao centrada no
estudante, sobrevivem, ainda, caracterfsticas essenciais da
"instru<;:ao tradicional". Relan e Gillani acrescentam as se­
guintes, a guisa de sfntese:
• As estruturas espaciais e temporais as quais os apren­
dizes precisam aderir estao firmemente presentes na
instru~ao tradicional. Em geral, a aprendizagem e geo­
graficamente compartimentada -espa<;:os ffsicos sao
designados para efeitos de aprendizagem: sala de aula,
laborat6rio, visitas a locais, etc. Esta compartimenta<;:ao
do espa~o de trabalho estende-se por uma estrutura
temporal e sequencia! determinando uma ordem em
que
as
aulas sao dadas e em que o assunto e organiza­
do:
as
disciplinas sao ministradas em determinados
horarios segundo uma sequencia fixa;
• a presen~a ffsica do estudante e do professor na sala
de aulae um requisito para que a aprendizagem acon­
te~a, apesar da relativamente pequena intera<;:ao que
ocorre entre alunos e professores num dia tfpico na
escola.
Para romper com a sala de aula tradicional e ob­
jetivar o ensino centrado no estudante e preciso superar
essas restri~6es de tempo, espa~o e sequencia. Encontra­
rnos
um grande
potencial para isso na lnstru~ao Baseada
na Web. Novas forrnas, diferentes da instru~ao tradicio­
nal, podern ser obtidas atraves de sua utiliza<;:ao, o que
pode ser visto como um repert6rio de estrategias
instrucionais implementadas em um ambiente cons­
trutivista e orientadas para a cogni~ao e para o aprendiza-
-

A Educagao na Era da Internet
do cooperativo. Esses sao os conceitos-chave: orienta<;ao
para a cogni<;ao, ambiente construtivista e aprendizado
cooperativo.
Podemos, por exemplo, usar a Web das seguintes
maneiras:
• Como um recurso para a identifica<;ao, avalia<;ao e
integra<;ao de uma grande variedade de informa<;ao;
• como um meio para colabora<;ao, conversa<;ao, dis­
cussao, troca e comunica<;ao de ideias;
• como uma plataforma internacional para a expressao
e contribui<;ao de conceitos e significados artfsticos e
cognitivos; e
• como um meio para a participa<;ao em experiencias
simuladas, aprendizagem e parcerias cognitivas.
Dados OS pressupostos anteriores, e possfvel apre­
sentar alguns exemplos de projetos baseados em IBW que
podem ser contrastados com a instru<;ao tradicional.
1) A sala de aula convencional esta limitada no espa<;o; o
aprendizado ocorre nos limites ffsicos impastos pela es­
cola, pela sala de aula, pela visita a locais pr6ximos, etc.
Com a IBW estendemos as fronteiras do conhecimento
OProjetoKidlink,porexem-que podem ocorrer na sala de aula, em casa e no
plo, trabalha em projetos
educacionais e culturais local de trabalho. Com a possibi I idade de acesso
com mais de cern mil crian-
t;as de cerca de 130 paises, permanente a uma grande quanti dade de mate­
inclusive Brasil. Na verda-
de, OS projetos sao multi-rial, independentemente da IOCalizayaO geo-
culturais,sendoastradw;:Oes grafica, fica assegurada a reflexao ininterrupta
entre idiomas realizadas por
umalegiaodetradutoresvo-
sabre um t6pico e a revisao de teses individuais.
luntarios, todos trabalhando
na Internet, cooperativa-2) A I BW pode ser empregada para prom over
mente.
'-----------' o aprendizado baseado em experimentos
vivenciados ou "no local". Varias expedi<;6es con-
-
Educagao a Distanma na Internet -A Instrugao Baseada na Web
duzidas por cientistas e outros profissionais podem ser
acompanhadas por estudantes nas escolas. Os estudan­
tes vivenciam a expedi<;ao atraves de fotografias, ce­
nas colhidas por camaras de vfdeo e WebCam,
intera<;ao com seus participantes e atividades em sala
de aula baseadas no assunto. Um exemplo notavel
bastante recente foi a explora<;ao da superffcie do pla­
neta Marte, na Web, acompanhada por centenas de
milhares de pessoas.
3) Com a IBW, o aprendizado cooperativo se estende
alem da sala de aula, para, potencialmente, todas as
salas de aulas conectadas a Internet. 0 estudante tem
a possibilidade de discutir, resolver problemas coo­
perativamente, questionar seus pares e especialistas
experientes, etc.
4) A fonte predominante de conteudo se desloca do livro
texto e do professor para uma fonte variadfssima de
informa<;ao. Alem disso, a natureza do conteudo tor­
na-se dinamica comparada aos textos estaticos publi­
cados ate uma certa data. Estudantes que desenvolve­
ram extensa pesquisa sabre um determinado t6pico
podem tambem contribuir para o conteudo do t6pico.
5) Um atributo inerente
a IBW e a apresenta<;ao de con­
teudo na forma de hipertexto. lsto da ao estudante o
poder de controlar o aprendizado, o que, caracteristi­
camente, esta ausente na sala de aula tradicional. As
vantagens cognitivas do hipertexto tem sido discutidas
amplamente na literatura.
6) A Web esta contribuindo para promover a educa<;ao a
distancia utilizando projetos que, ate o presente mo-
-

A Educar;:ao na Era da Internet
mento, ainda estao sendo diffceis e caros. Muitos cur­
sos passaram a ser oferecidos remotamente e o apren­
diz pode aproveitar-se da flexibilidade de tempo e de
conteudo.
7)
lndividualizac;ao e escolha pelo estudante tambem ad­
qui
rem um diferente conjunto de dimens6es na Web. Os estudantes tem a escolha de conteudo, tempo, re­
cursos, feedback (retorno) e uma variedade de mfdias
para expressar suas compreens6es. Conteudo pode ser
informac;ao e tambem a interpretac;ao de informac;oes
por especialistas, aprendizes novatos e estudantes.
Na aprendizagem baseada na Web, a fonte predo­
minante de conteudo se desloca do I ivro texto do profes­
sor para uma fonte variadfssima de informac;ao. 0 conteu­
do e dinamico e 0 aluno e tambem provedor desse
conteudo.
Finalmente, a Web esta promovendo conceitos de
educac;ao a distancia para superar as barreiras que outras
tecnologias impuseram a esse novo metodo de ensino. Por
exemplo, a possibilidade de escolha e a personalizac;ao
do curso pelo proprio aluno, ja que o mesmo conteudo
pode ser elaborado com base em focos bastante diferencia­
dos por outros alunos.
t
Apoio de Computadores
a Atividade Educativa
A tecnologia de suporte • educa<;iio denominada
Learningware e um tipo particular de Groupware. E uma
tecnologia que visa dar sustentac;ao a uma determinada
atividade educacional. Para desenvolve-la, e necessaria
um
ambiente equipado com um computador, com
modem,
algum programa do tipo de Groupware com cor­
reio e possibilidade de acessar home pages, e, necessaria­
mente, de uma rede para dar suporte a isso, 9ue pode ser
a Internet ou uma Intranet.
0 que esse ambiente novo pode trazer? Uma rede interna de
computadores de uma
-ldeias. Ele possui ferramentas, um universo empresa ou organiza~ao
que funciona como a
de dados que se espera transformar em infor- Ll_nt_e_rn_et_. ____ __,
mac;oes pertinentes, alem de toda uma audiencia composta
de participantes dispostos a contribuir para essa rede
telematica de educac;ao.
-

A Educagao na Era da Internet
Em urn ambiente desse tipo o aluno pode ser muito
mais ativo e independente. A ideia, comparando com o
mundo empresarial, e a de que o aluno seja urn trabalha­
dor da sociedade do conhecimento, alguem com capaci­
dade de pegar, filtrar e transformar a informa<;ao.
Quanta aos professores, eles devem ser prepa­
rados para trabal har como faci I itadores, tutores e ate
mesmo provocadores de participa<;ao. 0 professor nao
tem mais a missao de transmitir conhecimento e sim
I I
de orientar o aluno e ajuda-lo na busca do conheci­
mento. Essas sao as novas tarefas do professor: estipu­
lar metas, planejar e estar atento para que os recursos
estejam
disponfveis.
Comparando com o mundo em­
presarial, 0 professor e 0 lfder e nao mais 0 antigo ge­
rente.
Com esse tipo de tecnologia podemos ter muito mais
intera<;ao e com maior qualidade. Podemos propiciar mais
fontes de ajuda para
os alunos e urn ambiente de discus­sao mais participativo. Esta participa<;ao esta embutida na
natureza
das ferramentas de
comunica<;ao disponfveis, e
em uma postura de
motivar o aluno, uma vez que nesse
ambiente ele precisa buscar a
informa<;ao e tratar do co­
nhecimento.
Quanta
as abordagens de ensino, podemos olha­
las pelo aspecto cooperativo ou pelo aspecto tradicional.
0 aluno, no mundo tradicional, vive o paradigma
do confinamento.
Ele
e fechado em uma sala de aula onde
o professor chega e responde a uma serie de perguntas
que sequer lhes foram feitas. Par uma boa parte do seu
tempo ele permanece passivo, preso em urn ambiente que
-

Apoio de Computadores a Atividade Educativa
funciona como uma fabrica -com horarios pre-determi­
nados e fun<;6es que devem ser exercidas rotineiramente.
Educa~ao como Entretenimento
Transformar este paradigma tradicional da educa­
<;ao como fabrica para a educa<;ao como entretenimento
I
no sentido de escolha individual da busca da informa<;ao
necessaria ao aprendizado de um determinado assunto e
I
a questao chave da implanta<;ao de novas tecnologias de
suporte a educa<;ao. lsto porque e preciso que haja inte­
resse e motiva<;ao para buscar a informa<;ao desejada.
Neste caso, o professor
passa a ser urn animador de
conteudos. A
ideia da classe tradicional se transforma em
ideia de projeto e ha uma mudan<;a fundamental em rela­
<;ao ao conceito de competencia. A competencia agora e
toda baseada no merito e nao mais naquele tipo de com­
petencia tradicionalmente associada ao tempo exercido
de
atividade-como se quanta mais tempo
alguem esti­
vesse associado a uma tarefa mais aprendesse sabre ela.
Hoje em dia, este conceito esta ultrapassado. 0 que im­
porta e 0 que a pessoa sabe fazer.
A estrutura da classe precisa ser reorganizada a par­
tir desta nova dinamica. No Iugar da aula tradicional, onde
os alunos se sentam alinhados, teremos alunos trabalhan­
do ativamente uns com os outros. Os estudantes, agora,
terao a preocupa<;ao de conversar entre si e com o profes­
sor, e nao mais a atitude tradicional de s6 olhar para o
professor. A comunica<;ao nao passara mais exclusivamente

-
A Educagao na Era da Internet
pelo professor, mas se desenvolvera lateralmente entre os
alunos.
Os conteudos didaticos, como o I ivro-texto e ou­
tros materiais academicos, serao ainda utilizados, mas
acrescidos de todas
as
contribuic;:6es produzidas pelos alu­
nos. Toda a informac;:ao gerada a partir da troca, tudo que
aparecer
na
comunicac;:ao e os resultados dos projetos
poderao ser incorporados ao conjunto do conhecimento
daquele curso.
Tradicionalmente, o professor sabe antecipada­
mente qual o material que vai usar em uma aulae o pre­
para antes do curso comec;:ar. Com a abordagem coope­
rativa, o material educativo passa a ser centrado nos
assuntos e nas quest6es levantadas pelos alunos. 0 con­
teudo do curso e dinamico, assim como o processo de
revisao que passa a ser ininterrupto, baseado no retorno
oferecido pelo grupo.
Os trabalhos que, tradicionalmente, os estudantes
faziam sozinhos ou, quando em grupo, dividiam entre
si,
passam agora a serem orientados
pelo professor.
Quanta ao processo de avaliac;:ao, tradicionalmen­
te os alunos sao avaliados s6 pelo professor. Agora eles
sao avaliados pelos outros integrantes do grupo. 0 profes­
sor pode dar uma nota para o grupo inteiro. Por exemplo,
urn grupo de quatro alunos pode receber uma nota como
trinta e seis, e eles dentro do grupo devem dividir a nota
entre
si.
As atividades do grupo passam a se desenvolver
atraves de seminarios, projetos cooperativos, enfim tudo
que
favorec;:a o aluno a aprender a observar, analisar e

Apo10 de Computadores a AtlVIdadc Educat1va
sintetizar. Quer dizer, como ja afirmamos, estes devem se
tornar trabalhadores do
conhecimento-pessoas com ca­
pacidade de buscar
informac;:ao, de filtrar essa informac;:ao
e transforma-la agregando valor. Este e o trabalhador que
n6s acreditamos que sera necessaria para a organizac;:ao
digital.
Pensamento
Criativo
0 pensamento criativo, o pensamento crltico e o
aprendizado cooperativo podem ser estimulados atraves
da instruc;:ao baseada na Web. Ela pode ajudar o estudante
a desafiar regras, exercitar o risco, descobrir novas pad roes
de relac;:oes, improvisar e adicionar detalhes a outros tra­
balhos.
Esse conjunto de fatores que estimulam a
criatividade nao e facil de implementar em Tradw;ao Literal: Tempes­
tade Cerebral. Tecnica
ambientes convencionais, mesmo com uma
estrutura de curso centrado no aluno. Vamos
que consiste no estimulo
aos membros
do grupo a
exporem
aceleradamente
as
ideias que lhes venham
apresentar e percorrer, a seguir, uma certa a cabefi:a, procurando fa-
. d d d d vorecer o surgimento de
quanti a e e tecnicas e e expedientes que ideias que seriam blo-
d t T d · 1 queadas por nao rep re-
p 0 em S e r U I I Z a 0 S par a eSt I m U a r sentarem ainda uma ideia
criatividade atraves da IBW. completamente clara,
mas que poderiam ofere-
Comec;:aremos pela tecnica do cer caminhos completa­
mente novos para a refle-
brainstorm.
Como uso dessa tecnica, se pode xao.
L__ ______ _j
produzir um conjunto de ideias interessantes ou diferen­
tes e construir, a partir delas, alguma coisa nova, combi­
nando, aperfeic;:oando, especulando ... Esta e a tecnica de
lanc;:ar uma ideia e seguir elaborando sabre ela. Urn exem-
-

A Educaqao na Era da Internet
plo e lanc;ar para OS alunos o tern a: "De que ·mane ira e em
que situac;6es a IBW pode ser mais eficaz"?
Urna outra estrategia e o chamado brainstorm re­
verso.
Neste caso, a
ideia pode ser formulada a partir, par
exemplo, de uma pergunta do tipo: "0 que pode levar ao
fracasso da lnstruc;ao Baseada na Web?".
A terceira tecnica e a atribuic;ao de tarefas que ex­
plorem o potencial de raciodnio no que se costuma cha­
mar de "Role Playing Games" (RPG). Promovemos uma
RPG nao e, na realidade, diSCUSSaO a respeito de Um determinado aSSUn­
uma atividade especifica
da Internet. Existem, por to e ao acaso distribuem-se tarefas ou papeis
exemplo, movimentos li-
gados as historias em qua- aos seus participantes. Alguem pode ser esco-
drinhos(quetiverammui-lhido para 0 papel de sintetizador, urn outro
ta importancia em seus
eventosrealizadosnade-para 0 de J"uiz, um terceiro como mentor e ou­
cada de 90), e outros li-
gadosasatividadescultu-tros poderao ser o mediador, o inventor, o pro­
rais, como, por exemplo,
._n_o_te_a_tr_o. ____ _, tetor, e assim par diante. Evidentemente, o pro-
blema espedfico que se tern em maos vai determinar a
quantidade e
as
caracterlsticas dos papeis que podem ser
distribufdos
aos participantes. A
ideia e a de que eles, ao
assumirem
esses papeis, vivenciem
situac;oes diffceis de
serem entendidas de outras formas.
Uma quarta tecnica de
estimulac;ao de criatividade
atraves da IBW e a redac;ao criativa. lsso pode ser feito,
par exemplo, contando e completando hist6rias ou resu-
mindo debates, entre outras tecnicas.
A quinta tecnica e a de simulac;ao e, novamente, o
RPG. Podemos, par exemplo, simular uma reuniao de
reestruturac;ao de urna escola. No caso, temos uma situa­
c;ao determinada, um problema da vida real e nao um tema.
Podemos, nesse caso, atribuir papeis do seguinte genera:
f
Apow de Computadores a AtiVldade Educat1va
alguern e 0 pai; outro e 0 professor; outro 0 administrador;
urn outro e 0 politico; urn outro e 0 aluno; um outro e 0
lfder comunitario. Esses atores vao discutir urn ten1a ou
vivenciar uma hist6ria que nao e tipicamente urn proble­
ma - como na situac;ao anterior do RPG.
Podernos ainda estimular a criatividade, via IBW, pro­
panda exercfcios do tipo "e se?", ou "suponha que", experi­
mentando rearran jos de fatos. Exemplos de questionamentos:
"E se voce fosse encarregado de irnplementar instruc;ao base­
adana Web em uma escola?" ou "suponha que as velocida­
des da Internet sejam multiplicadas por cem no proximo ana,
como e que isso vai impactar a IBW?".
Outras formas de estimular a criatividade sao open­
samento metaf6rico, o usa de analogia e de associac;6es
forc;adas. Coisas desse tipo: "Urn bam professor e como ... ",
associando a outras profiss6es como as de guia turfstico,
maestro, mecanico, padeiro ou artista. A ideia e que o alu­
no busque justificar a analogia que foi estabelecida.
Escrita livre, diarios e jornais pessoais tambem ser­
vem como estfmulo da criatividade possfveis de serem
implementados num ambiente de IBW, da mesrna manei­
ra que colocar quest6es para despertar ideias. Por exem­
plo, "como melhorar o AulaNet?", o que e urn born estf­
mulo para que o aluno reflita sabre o conceito de Cursos
Centrados no Aluno.
Finalmente, no ambito de criatividade, um born
exercfcio e o de usar a construc;ao de redes semanticas,
mapeamento, conex6es e exercfcios de associac;ao livre.
Par exemplo: colocar o conceito de Curso Centrado no
Aluno e comec;ar a produzir atributos e caracterfsticas re-

A Educagao na Era da Internet
lacionadas, ate que uma rede semantica se}a produzida
em torno deste conceito central.
Pensamento Critico
Aqui safmos do pensamento criativo e nos move­
mas para o pensamento crftico, outro elemento de apren­
dizagem
que se pretende desenvolver e estimular atraves
de tecnicas especiais em
IBW.
Caracterizamos pensamento crftico como todas ~s
atividades nas quais os estudantes sao chamados a identi­
ficar os pontos principais de determinados temas, a bus­
car
causae efeito, identificar padroes e
rela<_;:oes, ordenar
ideias, desenvolver linhas de tempo, construir taxionomias
ou categoriza<_;:oes, fazer compara<_;:oes e estabelecer con­
trastes, examinar rela<_;:oes de custos versus beneffcios e a
interligar ideias. Todas estas atividades sao uteis para ode­
senvolvimento do pensamento crftico. Estas ideias sao ain­
da melhores, mais uteis e intelectualmente mais valiosas
se os estudantes trabalharem cooperativamente.
Esta e a no<_;:ao de pensamento crftico. Ha motiva­
<_;:ao quando ha pensamento crftico. Abaixo, apresentamos
tecnicas especfficas para sua estimula<_;:ao no ambiente de
IBW.
Uma primeira tecnica pode ser a utiliza<_;:ao de
organizadores graficos. Ha varios modelos graficos possf­
veis, fluxogramas, mapas conceituais,
"arvore de decisao",
etc. Entao,
por exemplo, podemos pedir que o aluno
fa<_;:a
um diagrama representando o ensino de aula convencio-
f
Apoio de Computadores a Atividade Educativa
nal e o ensino centrado no estudante-talvez identifican­
do as intersec;oes entre eles e representando-as.
Outras formas de estimular o pensamento crftico
sao a votac;ao e os metodos de classifica<_;:ao e estabeleci­
mento de ordenamentos. Por exemplo, "caracterize e clas­
sifique
as ideias na lista que geramos durante o brainstorm
sobre um determinado assunto".
Uma terceira tecnica para estimular pensamento cri­
tico
e solicitar manifesta<_;:ao do aluno sobre 0 que e mais
ou menos interessante, prose contras, etc. Exemplo: "Re­
gistrem
os aspectos positivos e negativos dos diversos me­
canismos de busca na
Internet".
Outra forma e a elabora<_;:ao de minutas, com refle­
xoes, listas de ideias e questionamento guiado. "Quais os
artigos mais interessantes do livro?", por exemplo.
Temos tambem a tecnica chamada de K-W-L (Know,
Want, Learn -Saber, Querer, Aprender). Os exemplos de
perguntas sao OS seguintes:
11
0 que VOCe ja Sabia?", "o que
voce ainda quer saber?", e "o que voce ja aprendeu ate
este ponto?" A constru<_;:ao de situa<_;:oes deste tipo leva ao
desenvolvimento do pensamento crftico.
Outra tecnica e a de elaborac;ao de resumos, suma­
rios e revisoes. A produc;ao de resumos e uma forma muito
eficiente de desenvolver o pensamento crftico, pois a pes­
soa que o esta exercitando e obrigada a encontrar os pon­
to essenciais de um determinado tema tratado ao Iongo de
um certo numero de paginas.
Outras maneiras de desenvolvimento do pensamen­
to crftico sao as crfticas e replicas. Por exemplo, criticar
determinado artigo sobre IBW.
-

A Educaqao na Era da Internet
Temos ainda a possibilidade de julgamentos simu­
lados, debates e exames de situac;:6es em que seja neces­
saria ouvir todos os Iadas do argumento. Exemplo: tres
argumentos a favor e tres argumentos contra a Educac;:ao a
Distancia.
Ha, ainda, o raciodnio por casas, casas cumulati­
vos e exemplos crfticos. Situac;:6es como "examine o caso
A, o caso Be o caso C e responda as seguintes perguntas".
Esquemas de categorizac;:ao, taxionomias, compa­
rac;:6es e matrizes de contrastes tambem sao boas fontes.
"Ap6s examinar os sites da Web relacionados a lnstruc;:ao
Baseada na Web, categorize estes sites de forma util para
uma determinada finalidade".
Este eo con junto de tecnicas que um professor, que
e animador de um curso na Web, deve levar em conside­
rac;:ao no momenta de selecionar atividades com o prop6-
sito de desenvolver pensamento crltico.
Aprendizagem Cooperativa
N6s discutimos criatividade e pensamento crftico.
Trataremos por ultimo do problema da aprendizagem coo­
perativa.
A capacidade da Web para a publica~ao de textos,
graficos, anima~ao e som gerados por estudantes a torna
ideal para aprendizagem baseada em projetos. Atividades
interativas como discuss6es em paineis, simp6sios, redes
de ideias produzidas por grupos, competi~ao entre equi­
pes de estudantes, podem se tornar
as principais hist6rias

Apmo de Computadores a AtlVIdade Educativa
de sucesso da IBW. Enumeramos a seguir tecnicas de estf­
mulo ao desenvolvimento da aprendizagem cooperativa:
• A primeira, e a mais 6bvia, e a Atividade entre Parce i­
ros: Compartilhar informac;:6es, rever trabalhos e dis­
cuti-los juntos. Esta tecnica, em geral, e implementada
simplesmente por uma lista atraves de correio eletro­
nico.
• Uma segunda forma e a promoc;:ao de Mesas Redon­
das. Por exemplo, n6s podemos propor, em um deter­
minado curso, que cada pessoa de um grupo adicione
uma ideia sabre aperfeic;:oamentos para este curso e
passe a lista adiante ate que esgotemos todas as ideias
individuais.
Esta
e uma forma de simular na Web o
conceito de mesa redonda.
• Uma terceira tecnica e a Conferencia Assfncrona: Ca­
fes Eletronicos, Conferencias Satelite e Grupos de Dis­
cussao.
• A Conferencia Sfncrona e outra forma. Exemplo: entre­
vistar
um determinado professor
utilizando a tecnologia
de Chat.
• A Controversia Estruturada tambem e uma tecnica para
desenvolvimento da aprendizagem cooperativa. Pares
de estudantes tem a incumbencia de se comportar a
favor ou contra uma determinada ideia em um debate,
por exemplo, sabre a viabilidade da lnstruc;:ao Baseada
na Web nos dias de hoje e na situac;:ao atual da Educa­
~ao no Brasil.
• Uma sexta tecnica e a lnvestigac;:ao em Grupo. Consis­
te, essencialmente, em pegar um grande tema, subdivi­
di-lo em unidades menores, entrega-las a pequenos gru-
-

A Educagao na Era da Internet
pos para os problemas serem tratados, e depois proce­
der a um processo de sfntese em que
as
solu<;6es das
partes sao usadas para produzir uma solu<;ao do todo.
• Outras tecnicas sao Linhas de Valor e Graficos. Equi­
pes de estudantes podem ser solicitados a atribuir va­
lores-por exemplo, de um a dez-a um determinado
conjunto de princfpios educacionais aplicados a Web,
dando um peso para aqueles que sao considerados mais
relevantes.
• Aprendizagem Baseada em Projetos. Exemplo: alocar
quatro ou cinco estudantes projetando um site ideal
para acomodar o campus que reune cursos baseados
na Web de uma determinada universidade.
• Ainda em Aprendizagem Cooperativa, o conceito de
Visitas a Galerias: cada grupo de estudantes visitara um
certo numero de
sites e
fara uma avalia<;ao do con jun­
to estudado.
• A Competi<;ao entre Equipes, Paineis, Simp6sios e De­
bates para forma<;ao de redes de ideias. Uma maratona
de programa<;ao promovida entre os alunos de um cur­
so de introdu<;ao a computa<;ao e um exemplo de ati­
vidade deste genera.
Motiva~ao
Conclufda esta revisao de tecnicas para promover
Aprendizagem Cooperativa, caberia ainda tratar da moti­
vac;:ao para lnstruc;:ao Baseada na Web. Apresentamos dois
modelos:
..

Apom de Computadores a Atividade Educat1va
Os trabalhos de Keller e Susuki, como modelo ARCS
(Aten<;ao, Relevancia, Confian<;a e Satisfa<;ao) eo modelo
CFC (Desafio, Fantasia e Curiosidade) de Malone forne­
cem dimens6es interessantes para determinar porque IBW
pode ser intrinsecamente motivante, sugerindo como se
deve agir para gerar interesse em IBW.
0
modelo ARCS
considera quatro fatores de moti­
vac;:ao para o aprendizado: Atenc;:ao, Relevancia, Confian­
c;:a e Satisfac;:ao. Segundo Dushastel, a IBW satisfaz plena­
mente aos dois primeiros fatores e tem problemas com
relac;:ao aos dois ultimos (Confianc;:a e a Satisfac;:ao).
Aten~ao- e tarefa relativamente facil na Web, obter a aten­
c;:ao, em virtude da riqueza de informa<;ao disponfv~l e da
variedade de estrategias de design de recursos de
multimfdia que podem ser utilizados para atrair a atenc;:ao.
Manter a Atenc;:ao ja e mais diffcil, devido a grande con­
correncia.
Relevancia-
e muito mais uma questao de alinhamento
como interesse em determinado t6pico e a percepc;:ao de
sua utilidade para os objetivos de Iongo prazo. Ela pode,
portanto, estar relacionada a motivadores intrfnsecos ou
extrfnsecos, dependendo do conteudo da tarefa
instrucional. Podemos ter um motivador extrfnseco (como,
por exemplo, conseguir um trabalho) ou intrfnseco (von­
tade pessoal de aprender sabre artes porque somas fas de
determinada atividade artfstica).
Uma vantagem da
lnstru­
c;:ao Baseada na Web e o seu potencial para mudar a Rele­
vancia de extrfnseca para intrfnseca. Alguma coisa que se
vai fazer porque se precisa fazer, mas com motivac;:ao.
Exemplo: arrumar um emprego. E possfvel fazer isto de tal
-

A Educagao na Era da Internet
forma que o site da Web de uma motiva<;ao 'intrfnseca ao
problema.
Confian~a e Satisfa~ao -sao outros dais fatores. Eles se
relacionam a percep<;ao do estudante quanta a ser capaz
deter sucesso a partir dos resultados obtidos, e, em geral,
atuam mais sabre a persistencia na realiza<;ao das tarefas
ao Iongo do tempo do que na intera<;ao com tarefas mo­
menta a momenta. Por esta razao, esses fatores sao menos
controlaveis em IBW. Do lado positivo, o sentimento de
controle da aprendizagem pode serum fator positivo para
o estudante curiosa,
mas o perigo da
sensa<;ao de estar
perdido pode
ser
real e exigir suporte adequado para evita­
lo.
Ou
seja, em rela<;ao a Confian<;a e Satisfa<;ao nao esta
ainda muito clara que tecnicas da Web ajudariam a suprir
estes dais fatores motivacionais.
Ha um segundo modelo sabre motiva<;ao para apren­
dizagem a que nos referimos anteriormente, o de Malone,
que analisou os jogos de computadores que sao sabidamente
cativantes, e extrapolou para ver como os mesmos fatores
que criam o interesse por jogos podem
ser usados para mo­
tivar o aprendizado.
0 modelo de Malone inclui os seguin­
tes fatores: Desafio, Fantasia e Curiosidade.
Desafio -e proporcionado por objetivos explfcitos e por
resultados diffceis de prever.
Fantasia-envolve a imersao do aprendiz num ambiente
interessante que o convida ao envolvimento (tanto em um
ambiente de aventura quanta em um ambiente
proximo
a
realidade). Desafio e Fantasia, ate o presente, estao mais
associados a jogos instrucionais e simula<;6es e, por en­
quanta, nao relacionados ainda diretamente com a IBW.
A pow de Computadores a Atnndade Educat1va
Curiosidade-esta mais relacionada a motiva<;ao intrfnse­
ca e e diretamente relevante para a instru<;ao baseada na
Web, em func;:ao da riqueza de recursos que ela concentra
e possui.
A Web ainda e vista hoje como urn recurso muito
rico em informa<;ao, sabre o qual o processo de aprendi­
zagem ainda esta sendo descoberto. Como usar este re­
curso
rico em
informa<;ao para estimular o processo de
aprendizagem e urn tema em investiga<;ao em toda parte,
neste exato momenta.
Ensino e Aprendizagem
Como ensinar e aprender usando Learningware? Qual e, basicamente, 0 papel do professor e do aluno no
uso
dessa nova
tecnologia?
0 papel do professor e planejar o curso, sempre ter
iniciativa e encorajar uma participac;:ao ativa dos alunos.
Ele deve ajudar na forma<;ao do grupo, na designa<;ao de
responsabilidades e saber avalia-lo.
Como e que ele madera esse grupo? -Coordenan­
do e tentando dar ritmo e organiza<;ao a intera<;ao existen­
te dentro dele. Compondo as mensagens e garantindo a
netiqueta.
No momenta da
avalia<;ao, o grupo deve ser trata­
do como grupo, com a convic<;ao de que ninguem vence
sozinho e de que
s6 pessoas unidas
trabalham juntas. 0
professor deve facilitar a auto-avaliac;:ao e os programas
de
computador
utilizados devem ter uma serie de Indices

A Educagao na Era da Internet
que
0 ajudem a fazer o trabalho de avaliac;ao conforme
Tarouco e outros.
Quanto ao atendimento ao aluno, ele pode ser
presencia!, pela
Internet ou por telefone. Dentro do
software utilizado para esse tipo de ensino deve haver
sistemas de ajuda, tipo coletanea de perguntas e res­
pastas mais frequentes
(FAQ). Outras formas de atendi-
As FAQs (Frequently mento
pode;:n5"er criadas, a exemplo de
Asked Questions) sa_o fo' runs de debates com assistencia de software
uma formar de resum1r
as experien_cias de u~ de apoio.
grupo atraves da comp1- . . .
lar;ao das principais per- 0 professor, bas1camente, prec1sa ev1-.
guntas e respostas dadas . ,
aelas,feitaspelosparti-tar dar aulas e ser multO claro quanto as suas
cipantes de um coletivo . I fere
dediscussaoouemqual-expectativas, princlpa mente no que sere
quer outra atividade na
1
. _ G . -mas
1
· am a is
Internet. Seu objetivo e a ava 1ac;ao. Ular a conversac;ao,
p~rmiti~ u~a.incorpora- dom i na-1 a. responder a mensagens, mon itorar
r;ao ma1s facil de novos '
participantesa atividade. a participac;ao e sempre dividir a turma em gru-
pos pequenos.
E fundamental encorajar a comunicac;ao e a metaco-
municac;ao, quer dizer, a comunicac;ao a respeito do cur­
so, assim como o respeito entre os aprendizes. 0 profes­
sor deve trocar de papel periodicamente com os alunos e
ser muito sensfvel as avaliac;oes na ementa, de acordo com
o desenrolar do curso.
Quanto ao aluno, que n6s chamamos de aprendiz
por sua participac;ao ativa, ele deve acessar e usar o pro­
grama de computador regularmente.
Ele deve participar
ativamente, como se estivesse testando este programa, e
interagir muito com os seus colegas.
-
Os caminhos dessa interac;ao passam pela partici­
pac;ao no grupo de discussao, pela inversao de papeis e
..
Apoio de Computadores a Atividade Educat1va
avaliac;ao da contribuic;ao dos colegas de curso, alem de
pesquisas de novos conteudos. 0 aluno tem que se es­
forc;ar para conhecer muito bern a tecnologia, saber
conectar-se e usar os programas de computador, assim
como explorar todos os recursos que a Internet oferece,
independente da orientac;ao sobre o que ele deve ou nao
explorar. 0 aprendiz deve ter iniciativa nessa explora­
c;ao, auxiliar os colegas e dominar o processador de tex­
to, o correio eletr6nico, colaborar ao maximo possfvel
com o instrutor, saber organizar os assuntos do curso,
entender muito bem o processo de auto-avaliac;ao eo de
avaliac;ao do grupo e comportar-se com educac;ao-isso
e muito importante.
Um meio de comunicac;ao novo sugere novas for­
mas de uso e e importante que a pol idez permeie essas
formas de uso. 0 aluno deve ser cortes e evitar o uso de
pseud6nimos.
Ao site do curso, s6 deve ter acesso quem
participa dele. Devem ser evitadas
citac;oes impr6prias, e
o
site tambem tem que oferecer alguma
seguranc;a.
No caso de troca de mensagens, e fundamental o
born uso do campo Assunto
(Subject): o campo que
da
titulo e resume o assunto da mensagem. As mensagens
devem ser de
urn tamanho
razoavel. Se essas mensagens
forem curtas, nao sera necessaria uma grande preocupa­
c;ao com o portugues correto ou com a ortografia correta.
No entanto, quando a mensagem for longa, af, sim, tudo
tern que ser levado em conta: o portugues e a maneira de
escrever deverao estar corretos.
As mensagens devem ter
foco sempre, jamais ser genericas.
0 entendimento do as­
sunto deve ser facilitado, nunca complicado.

A Educaqao na Era da Internet
0 Papel do Facilitador
Ha muita discussao sobre o papel a ser desempe­
nhado pelos instrutores e aprendizes na lnstruc;ao Base­
ada na Web. Vamos apresentar, neste texto, algumas re­
flex6es sobre o assunto. Nossa intenc;ao nao e apresentar
nada conclusivo, mas relacionar algumas dessas discus­
s6es.
Urna delas esta embutida em um questionamento:
existe sentido na personalizac;ao do uso de ferramentas e
metodos, para assegurar o envolvimento do aprendiz em
IBW?-0 dilema que temos e mais ou menos o seguinte:
queremos que o aprendiz seja livre, que construa conheci­
mento livremente-entao, ate que ponto devemos contro-
lar esse processo? _
Qual e a mistura adequada de contato sfncrono a
assfncrono? Qual e papel do instrutor na promoc;ao de um
sentido de comunidade no grupo?
Essas perguntas nao estao ainda totalmente respon­
didas, mas podemos apontar algumas indicac;6es para avan­
c;ar em sua resposta.
Antes de tudo, precisamos lembrar, como conside­
rac;ao preliminar, que o sucesso de uma instruc;ao baseada
na Web depende muito da iniciativa do aprendiz. Ou seja,
depende do grau de iniciativa e de algum nfvel de auto­
aprendizado. lsso pode ser considerado tanto como um com­
ponente, quanta como
um
resultado da instruc;ao baseada
na Web.,
0 aprendiz tem que ter oportunidade de interagir,
refletir e aplicar o que esta aprendendo. Ate agora, nao pa-
.. .
..
Apoio de Computadores a Atlvidade Educat1va
rece razoavel esperar que esse tipo de resultado seja obtido
sem orientac;ao sobre o uso de metodos interativos.
Portanto, pelo menos para gerac;ao de uma experi­
encia inicial de instrutores e aprendizes, e necessaria um
certo nfvel de induc;ao, pois caso isto nao ocorra, a educa­
c;ao nao acontece. Essa e, pelo menos, a experiencia que
vivenciamos nos cursos que temos feito com o AulaNet
desde 1998.
No que consiste essa adequac;ao? ~ Na publicac;ao
pre I iminar de um conteudo que enfatize o envolvimento
do aprendiz, como objetivo de promover a interatividade.
lsto pode ser feito atraves da publicac;ao de mensagens
assfncronas elaboradas e idealizadas para promover con­
versac;ao.
Outra forma de induzir a participac;ao e atribuir de­
terminados papeis aos aprendizes, tais como
ode sernina­
rista, apresentador, debatedor e moderador.
E necessaria usar
esse tipo de
role playing como meio de
animac;ao.
0 uso de pequenos grupos para realizar tarefas e
outro recurso. E importante evitar que todo trabalho se fac;a
com grupos muito grandes, porque ha 6bvias dificuldades
em gerenciar um grupo desses. A subdivisao em grupos me­
nares e, inclusive, uma outra tecnica para promover e ade­
quar
os cursos, no sentido de
torna-los bem-sucedidos.
Equilibrio na Comunicac;ao
A mistura adequada de contatos sfncrono e
assfncrono e outro desafio no estabelecimento do pa-

A Educagao na Era da Internet
pel do instrutor e do aprendiz. Quando o relacionamento
se dade forma unidirecional, ou seja, quando a comu­
nicac;ao e unidirecional, se cria o que na teoria se cha­
ma
distancia transacional. Ela se traduz no sentimento
por parte do aprendiz de estar perdido por falta de con­
tato.
Entao, e preciso encontrar uma forma de equilibrar
a comunicac;ao assfncrona com a comunicac;ao
sfncrona.
Como fazer: escolhendo assuntos para serem
discutidos de maneira assfncrona em grupos de dis­
cussao e de manei ra sfncrona em bate-papos. A for­
ma de fazer isso de maneira adequada ainda esta em
elaborac;ao. As ferramentas para promover estes dife­
rentes tipos de interac;6es devem estar contidas no
mesmo ambiente. Diante disso, a pergunta que se faz
e a seguinte: quais sao os requisites necessarios ao
treinamento face a face (pelo menos para nossa gera­
c;ao) para incentivar os usuarios a usarem bem um
ambiente complexo multiferramenta? -Sabe-se que
esse aprendizado nao e uma coisa que acontece es­
pontaneamente.
Na comunicac;ao assfncrona o fluxo de informa­
c;ao deve permitir-na discussao dos temas-o trabalho
progressive em um determinado problema, com as ideias
sendo mantidas ativas
por perfodos e revisadas de for­
mas novas mais adiante. Os princfpios basicos, ou as regras de ouro, para
se criar uma comunidade dinamica de aprendizagem,
sao: respond~r sempre as perguntas apresentadas; ser
competente on-line; e organizar a interac;ao.
.,...
Apo10 de Computadores a AtlVldade Educat1va
lmplanta~ao da IBW
A implantac;ao de Learningware pode ser iniciativa
de
um professor ou de um grupo de professores ou
organizacional, da
instituic;ao.
Quando a iniciativa nao e da instituic;ao deve se ter
muito cuidado com os conteudos educacionais e com os
recursos, alem do ambiente, e prover um treinamento para
o grupo que vai trabalhar com Learningware.
Quando
e institucional ha uma maior facilidade,
porque se pode fazer planejamento. Deve-se selecionar
um nicho para treinamento. Alias, todo Groupware
quando vai ser implantado em algum ambiente deve
comec;ar em um nicho pequeno. Alem de um acesso
muito bom, deve-se ter um suporte de 24 horas por dia
nesse
ambiente. E interessante observar que a equipe para implan­
tac;ao de Learningware deve ser multidisciplinar. Essa im­
plantac;ao exige trabalho conjunto de um elenco de pro­
fissionais de varios ramos de
atividade, passando por
talentos ligados
a televisao e ao cinema, por professores,
ate pelos efetivamente envolvidos com computac;ao.
Para obter apoio institucional, deve haver um bom
planejamento e, e 6bvio, vontade polftica. Deve-se identi­
ficar e apoiar
as pessoas que querem ser treinadas, repen­
sar
como
vao ser os cursos e preparar dicas e orientac;6es
para uso. A escolha do software e fundamental. 0 software
tem que
ser abrangente e permitir o uso de um grande
numero de ferramentas de
comunicac;ao. Deve-se expe­
rimentar a opc;ao por cursos puramente on-line e pre-
..

A Educagiw na Era da Internet
parar os alunos para fazer esse tipo de curso. E rnuito im­
portante saber avalia-los tambern.
Como problemas operacionais temos a
limita<;ao
de acesso, a falta de participantes e a famosa lei de Murphy
A "Lei de Murphy", sem- que sempre nos acornpanha. Problemas de co-
pre comentada na area de I d 1
informatica, entre outros munica<;ao sao norma mente agrava OS pea
mandamentosdizque:"Se ansiedade do professor ern garantir que OS par­
algo pode acontecer erra-
do, acontecera!".
ticipantes do curso estejam real mente desfru-
tando dele. Devernos garantir que haja um
fluxo de comu­
nica<;ao, que nao haja urn excesso de informa<;ao -urn
excesso de dados que atrapalhe o desenvolvimento
do cur­
so-e, principalrnente, devemos dar ao professor as con­di<;6es para encaminhar a comunica<;ao para o rumo cer­
to quando ela destrambelhar ou caminhar na dire<;ao
errada.
Quanta a dinarnica, 0 professor tem uma fun<;ao
muito importante de facilitar a coopera<;ao do grupo e evi­
tar a cornpeti<;ao. Quando o trabalho e em grupo, a parti­
cipa<;ao e normalmente desigual. Entao o professor deve
ser o maestro para que esse grupo trabalhe unido, alem de
motiva-lo a trabalhar.
Corno problemas institucionais tlpicos temos a fal­
ta de tempo e de treinamento, o
apoio intermitente
(as ve­
zes ha apoio, as vezes nao ha) e urna falta de planejamen­
to estrategico da propria institui<;ao. 0 professor deve
contornar
estes problemas com muita arte.
Quanta ao novo ambiente, ele
eo resultado da
integra<;ao do conteudo corn a Comunica<;ao Mediada
par Cornputadores (CMC) conforme Romiszowski e
Ravitz.
,...
Apoio de Cornputadores a AtiVIdade Educat1va
A ideia para a reforrnula<;ao dos conteudos e a de
reaproveita-los e elaborar novas, corn o tempo, para cur­
sos do tipo on-line e para outros que
vao ser consumidos
na Web.
Devernos entender que o professor
passa a ter o
papel de facilitador e o aluno de aprendiz.
0 professor
nao deve ofuscar o aluno nesse carninho. Pelo contrario,
em algum momenta, o
aluno deve virar professor.
Porque
nesse tipo de ensino, o paradigrna da sal a de aula tradicio­
nal, onde s6 o professor fala para a turrna de alunos, nao
tern rnais Iugar. 0 que se quer corn o Learningware e
intera<;ao, e todo rnundo falando corn todo mundo.
-

F
I
Constru~ao de Ambientes
para Aprendizagem
Autodirigida
0 sucesso da IBW e facilitado pela existencia do
aprendizado autodirigido. Os aprendizes devem ter a
oportunidade de interagir, refletir e aplicar o que estao
. aprendendo, mas nao e razoavel esperar este tipo de
resultado sem alguma orientar;ao sobre o uso de meto­
dos interativos.
Harasim e Eastmond sugerem formas pelas quais
instrutores e instituir;6es podem organizar um ambiente
on-line de aprendizado para encorajar a interar;ao:
(a) Personalizar;ao do Uso de Ferramentas e Metodos para
Assegurar o Envolvimento do Aprendiz
• Publicar;ao preliminar de material que enfatize a ne­
cessidade do envolvimento do aprendiz para promo­
ver interatividade;
-



A Educagao na Era da Internet
publica<;ao de mensagens assfncronas especificamen­
te elaboradas para promover conversac;:ao;

atribui<;ao de diferentes papeis ao aprendiz, tais como:
apresentador, _debatedor e moderador de discussoes;
usa de pequenos grupos para realizar tarefas evitando
a dependencia apenas do formato de grupo grande para
reunioes e discussoes.
(b) Mistura Adequada de Cantatas Sfncrono e Assfncrono
Moore previne contra a dependencia da comuni­
cac;:ao unidirecional, em sistemas de educac;:ao a distan­
cia, que tende a promover uma "distancia transacional"
entre os seus usuarios. Os usuarios uti I izando Groupware
devem poder comunicar-se tanto de forma sfncrona como
assfncrona e
as ferramentas para promover as
interac;:oes
devem estar contidas no mesmo ambiente. A questao que
se coloca e: ate que ponto estas tecnologias podem e de­
vem ser combinadas e quais sao os requisitos de treina­
mento face a face para que os usuarios possam
uti
I izar
bem este ambiente complexo?
Para comunicac;:ao assfncrona o fluxo de informa­
c;:ao deve permitir o trabalho progressive em urn proble­
ma, com as ideias mantidas ativas par perfodos longos e
revisitadas de formas novas e inesperadas.
(c) Desenvolvendo o Sentido de Comunidade Ha tres princfpios basicos que governam o estabe­
lecimento de uma comunidade dinamica para aprendiza­
gem: responda sempre as perguntas apresentadas, seja
competente
on-line e organize a
interac;:ao. Os animado-
t
Construgao de Amb1entes para Aprendizagcm Autod1rig1da
res devem ser flexfveis nas suas apresenta<;oes, prover per­
guntas e respostas freqOentes e diretas, indicar que obser­
varam os comentarios dos estudantes e prover revisoes e
atualizac;:oes peri6dicas de discussoes.
Cogni~ao e Aprendizagem
Para discutirmos Projeto de IBW, precisamos ter
como referencia algumas quest5es sabre cognic;:ao e sabre
aprendizagem como
urn processo de
comunicac;:ao. Nos­
sa intenc;:ao nao e esgotar nenhum desses assuntos, mas
apenas indicar algumas questoes e referencias que devem
ser levadas em considera<;ao.
Alexander apresenta cinco categorias de aprendi­
zagem:
• Aprendizagem como um aumento quantitativa de co­
nhecimento ou como saber mais;
• como memorizac;:ao, armazenamento de informac;:ao
que pode ser reproduzida;
• como aquisic;:ao de fatos, habilidades e metodos;
• como aprender a dar sentido/abstrair significado, are­
lacionar partes de um tema entre si e com o mundo
real;
• aprendizagem como interpretac;:ao/compreensao da
realidade de diferentes maneiras.
Perceber estes tipos diferentes de aprendizagem e
(
func;:ao dos que organizam um curso, que devem observar
se os recursos e metodos que estao sen do apl icados esti­
mulam todas as formas conhecidas de aprendizagem.
-

A Educagao na Era da Internet
Urn outro autor, Donald Norman propoe urn rno­
delo cognitivo para aprendizagem, que tambem tem sua
pertinencia para a educac;ao baseada na Web. A ideia e a
de que, para entender alguma coisa, voce precisa lidar com
ela, precisa interagir com o que esta aprendendo.
A partir desta ideia, Norman prop6e um rnodelo
que tem tres aspectos:
• Adic;ao gradual de informac;ao;
• reestruturac;ao; e
• sintonia.
A premissa do
modelo
e que o conhecimento resi­
de no aprendiz na forma de uma rede semantica: uma teia
de ideias e conceitos interconectados. A aprendizagem
ocorre quando o aprendiz adquire nova informac;ao e in­
tegra
esta
informac;ao a sua estrutura de conhecimento, a
sua rede semantica. Como todo aumento de conhecimen­
to e uma mudanc;a que tern um efeito propagador na rede,
o processo de sintonia assegura uma transic;ao gradual da
estrutura do conhecimento.
Essa sintonia aparece quando
n6s conseguimos explicar de maneira simplificada o que
entendemos.
Agora, vamos enfatizar
esse conceito de estrutura.
Em
algum momento do processo de aprendizagem, a in­
formac;ao deixa de ser um dado novo e se transforma em
significado. Laurillard diz que "o significado e formado
atraves da estrutura".
Em outras palavras, as coisas come­c;am a fazer sentido e a "entrar nos lugares" quando elas
passam a exibir um padrao que e reconhedvel, que pode
ser descrito. Para que isso acontec;a, os aprendizes devem
ser capazes de detectar uma estrutura nos conteudos.
-
,.
Construgao de Ambientes para Aprendi
Norman acredita que o reconhecirnento de padroes e algo
importante, nao s6 para aprendizagem mas tambem para
a criac;ao de ferramentas e ambientes educativos. 0 proje­
to
s6
e funcional se corresponde ao modelo mental e ao
mapeamento que o usuario constr6i. Vamos reconstruir
esses conceitos aqui,
definic;ao por definic;ao.
Projeto centrado no usuario - Se a aprendizagem e
centrada nas necessidades e interesses do usuario, e pre­
ciso dar enfase a produtos que sao utilizaveis e compreen­
sfveis. 0 usuario deve ser capaz de descobrir o que fazer
como objeto, ou o sistema, e entender o que esta aconte­
cendo. Ha um exemplo interessante de urn belo desenho
de
produto com dificuldade de
utilizac;ao: Uma torneira
ganhou premios de
design, mas nunca foi utilizada por­
que
as pessoas
nao reconheciam aquilo como sendo uma
torneira-ela nao parecia o que pretendia ser.
Modelo do usuario-eo modelo mental desenvolvido pelo
usuario em interac;ao com o produto acabado e utilizado
para expl icar a operac;ao do produto. 0 modelo mental
descreve como e que aquela coisa funciona.
Modelo do projeto -e o modelo conceitual de um certo
sistema ou objeto a
ser construfdo.
Ele e baseado nas tare­
fas dos usuarios e requisitos intrfnsecos ao que se esta pro­
jetando e na capacidade do usuario (conhecimento do
usuario). Ideal mente, ele deveria tambem considerar a ex­
periencia
do usuario.
Mapeamento-
e o relacionamento entre as partes do sis­
tema ou entre
os
controles e os resultados que ele produz.
0 mapeamento se preocupa com a conexao entre o que
se deseja e o que aparenta ser.
-

A Educaqao na Era da Internet
Quando a Apple introduziu o seu primeiro compu­
tador com uma interface grafica ela usou uma metafora
para o mapeamento. Ao inves de se basear, como os com­
putadores da epoca, no modus operandi do "lembrar e
digitar", a Apple adotou a filosofia WIMP. Decidiu-se pelo
Windows, Icons, Me-mais direto e transparente enfoque: "o USUariO
nus e Pointers -jane-
las, icones, Menus e usa o mouse, aponta na telae clica". No Iugar
Ponteiros. d . d · d ·
e 1nventar um novo para 1gma e Vlsua-
lizac;ao, a empresa se baseou em um conceito pre-existen­
te associado ao
cotidiano do usuario. Esses
elementos (ja­
nelas, leones, menus e ponteiros) foram elaborados em
cima de um mapeamento promovido por essa metafora
do desktop, onde a tela do computador expandia a sua
func;ao apresentando-se como uma mesa de trabalho, com
direito ate a lixeira. lsto permitiu aos usuarios entender o
~
conceito do que o sistema e capaz de fazer. 21-
:r-
Metaforas, portanto, se constituem em formas po-.r
derosas para promover o mapeamento porque introduzem
alga novo atraves da familiaridade com alguma coisa ja
conhecida.
Aprendizagem como
Processo de Comunica~ao
Uma outra visao, na verdade uma teoria que traz
ingredientes uteis para nosso trabalho, e a que ve 0 pro­
cesso de aprendizagem como processo de comunicac;ao.
A aprendizagem tern todos os atributos de um pro­
cesso comunicativo. 0 modelo de Berlo para comunica-
[FAC!JiC,:; oCOE-E D u c A<; Ao -jj:J
L-.. .. -b!ULIClTECA
-.....- .U..o•..o o ojl- ooo~o 'Jlo ·O•-- ..... - .. _ ···~ ...
Construqao de Arnb1entes para Aprendizagem Autodirigida
c;ao pode ser diretamente traduzido para aprendizagem.
0 ensino envolve o envio de conteudos como mensagens
para o
aprendiz (receptor) que, por sua vez,
"decodifica" a
mensagem e "processa" a informac;ao. 0 instrutor e a "fon­
te", a mensagem sao os conteudos enviados, o canal e o
meio de apresentac;ao, no caso a Web, e o "receptor" eo
aprendiz. Essa e a teoria classica de comunicac;ao.
Para que aprendizes e instrutores se comuniquem
com sucesso e necessaria que as estruturas de conheci­
mento sejam compatfveis. 0 aprendiz precisa ser capaz
de relacionar a sua propria estrutura de co nhecimento com
a do instrutor (vide modelos mentais e modelos con­
ceituais), ou seja, e preciso que exista uma superposic;ao
significativa entre as estruturas de conhecimento do ins­
trutor e do aprendiz.
Observe alguem com formac;ao em ciencias exatas
assistindo a
uma
aula de filosofia. De safda, a estrutura
mental do instrutor e a do aprendiz sao totalmente dife­
rentes. E muito diffcil conseguir fazer uma superposic;ao
significativa dessas duas. Portanto, o instrutor de uma area
semelhante ajudara o aprendizado do estudante.
Os aprendizes necessitarao dar retorno para o ins­
trutor na forma de testes, questionarios, etc., ou atraves de
comunicac;ao pessoal. Se o primeiro tipo de feedbackpro­
porciona uma medida de progresso ou desempenho, a
comunicac;ao interpessoal adiciona uma outra dimensao:
ela permite sessoes independentes de perguntas e respos­
tas e interac;ao social. FreqUentemente, sessoes de pergun­
tas e respostas
conduzem
a descoberta das conexoes ne­
cessarias para estabelecer a compreensao.
..

A Educaqao na Era da Internet
Aprendizagem Flexlvel
Um outro conceito e o de aprendizagem flexfvel.
Filosoficamente, aprendizagem flexfvel representa o
enfoque na aprendizagem centrada no usuario.
Ela tem a
capacidade de aproveitar uma maior variedade de estilos
e padr6es de aprendizagem
do que as convencionais.
0
modelo da sala de aula convencional restringe muito o
tipo de ferramenta pedag6gica que se pode usar. Num
ambiente de aprendizagem flexfvel, se pode experimentar
varias formas simultaneas e aproveitar uma grande varie­
dade de estilos e padr6es de aprendizagem.
Uma caracterfstica fundamental do processo de
aprendizagem
como
comunica<;ao e a escolha. 0 ten11o
flexfvel se refere ao fato de que o aprendiz tern a escolha
de local, tempo e meio. Os conteudos sao tornados dispo­
nfveis
em uma forma independente do instrutor, na forma
de guias para estudo e material de suporte: material para
leitura, audio, vfdeo, etc.
Liberando o aprendiz
do paradigma da sal a de aula,
a aprendizagem
flexfvellhe
da mais controle sobre tempo,
espa<;o e velocidade de aprendizagem. Com rela<;ao ao
aspecto comunicativo, os aprendizes devem assumir urn
papel
muito mais ativo no processo e uma parcela impor­
tante da responsabilidade pelo sucesso ou fracasso duran­
te um curso.
Como se baseia na iniciativa do aprendiz, a
aprendizagem
se transforma em uma questao de explora­<;ao, descoberta e talvez de aventura.
Ha uma proposta interessante de uma teoria hfbri­
da da aprendizagem. Lunefeld sugere uma teoria hfbrida
-
Construqao de Ambientes para Aprendizagem Autodirigida
para a educa<;ao mediada por computadores que envolve
os conceitos de extra<;ao (coleta de informa<;ao) e imersao
(envolvimento em uma realidade virtual). Ela se transfor­
ma em um enfoque para aprendizagem que busca um
equilfbrio entre
extra<;ao e imersao. Os aprendizes extraem
informa<;ao adquirindo novos conhecimentos e se engajam
num dialogo de imersao no conteudo do curso e na
intera<;ao com os colegas. Realidade Virtual oferece uma
grande oportunidade para imersao.
Extra~ao- Em termos do projeto de material para aprendi­
zagem, pode-se obter uma extra<;ao eficiente atraves de
urn mapeamento adequado
das estruturas do modelo men­
tal do aprendiz. Embora seja impossfvel promover um ca­
samento perfeito
como modelo mental do aprendiz e, pior
ainda, com os modelos de urn conjunto de aprendizes, a
estrutura dos conteudos pode, pelo menos, ser flexfvel o
suficiente para encorajar
os iniciantes sem entediar os
aprendizes que
estao num nfvel mais avan<;ado.
lmersao-Enquanto o advento da realidade virtual pode
amplificar o efeito de imersao ou vivencia de conteudos, a
eficiencia da imersao na Web esta ligada ao seu potencial
de comunica<;ao. A comunica<;ao introduz um recurso ines­
timavel no processo de aprendizagem: o elemento huma­
no.
0 problema consiste em buscar o equilfbrio entre
extra<;ao e imersao. Arnold formulou uma teoria na qual
as pessoas (como a hist6ria) devem passar por perfodos
que ele chama de
closure e return
(closure, fechamento/
estudo; return, vida e pulsa<;ao/troca). Se a pessoa ficar
numa atividade
s6 de
return, fazendo brainstorm e nao
..

A Educaqao na Era da Internet
parar para estudar e buscar referencias, a produtividade
do aprendizado sera baixa. Se, ao contrario, ela s6 ficar
em
closure, desesperada para querer saber sobre tudo e nao parar de ler mais, entao nao tem o return, nao tera
vida, nao tera a troca.
Projetos de Uso da Web
para Aprendizagem
Para tirar partido da Web como um meio educacio­
nal, alguns requisitos basicos devem ser satisfeitos. Mesmo
antes do surgimento da Web, Jacob Nielsen, ja tinha sugeri­
do alguns parametros de usabilidade para hipertextos em
conexao com a educac,:ao. Apresentaremos a seguir estes
parametros de Nielsen, criados para a multimfdia interativa
anterior a existencia da Web, e teceremos um paralelo com
o que
se passa com a multimfdia interativa na
Internet.
Facil de aprender - o usuario deve poder rapidamente
executar trabalhos no sistema; no caso da Web, ela tem
uma estrutura transparente e uma interface padronizada,
usada em varias aplicac,:oes. Uma certa redundancia de
conteudo assegura o acesso facil a todos os elementos de
um site.
Eficiente na utilizar;ao -uma vez que o usuario (autor)
aprende 0 sistema, um alto nfvel de produtividade e possf­
vel; no caso da Web, o projeto da estrutura e da interface
devem permitir que os usuarios focalizem no conteudo.
Facil de lembrar -o usuario casual pode voltar a usar o
sistema depois de
um tempo sem usa-lo, sem precisar
4lf
Construqao de Amb1entes para Aprendizagem Autodirigida
aprender tudo de novo; no caso da Web, o projeto do sis­
tema e claro e, sobretudo, consistente. A consistencia re­
duz a sobrecarga cognitiva e auxilia a memorizac,:ao e a
orientac,:ao.
Poucos erros-os usuarios nao cometem muitos erros no
sistema e se cometem
um erro, a
recuperac,:ao e simples;
no caso da Web, o conteudo e a estrutura sao atualizados
regularmente.
As referencias
webliograficas sao verificadas
e tambem atualizadas regularmente.
Agradavel de usar-os usuarios devem estar subjetivamen­
te satisfeitos ao usar o sistema; no caso da Web, o projeto
do sistema permite aos usuarios concentrar-se no essencial,
sem preocupac,:ao com a sobrecarga visual, e e suficiente­
mente
flexfvel para acomodar iniciantes e veteranos.
Devem ser evitadas
as
tentac,:oes da multimfdia.
Dada a natureza da Web e a natureza da aprendizagem
flexfvel, ja e diffcil para o aprendiz manter o foco em de­
terminada questao. Entao, todo projeto que envolva muita
coisa pirotecnica, muitas coisas em animac,:ao, ilustrac,:oes,
etc., e extremamente prejudicial a manutenc,:ao desse foco.
0 bom design deve ser "invisfvel", procurando reduzir "a
sobrecarga cognitiva".
Criterios Basicos de Projeto
Podemos apontar ainda alguns criterios basicos de
projeto:
Facilidade de acesso-o conteudo tem que se apresentar
de forma rica, sem sobrecarregar a banda passante dispo-
..

A Educagao na Era da Internet
nfvel. Se os arquivos comec;arem a ficar grandes demais,
eles comec;am a se tornar inacessfveis. N6s temos ainda
arquivos
muito grandes.
Colocar um livro inteiro e corrido
dentro do site e absolutamente inadequado.
Clareza-linguagem, estrutura da informac;ao e apresen­
tac;ao visual devem prover uma orientac;ao explfcita no site
educacional.
Eficiencia-o foco na aplicac;ao de hipertexto em educa­
c;ao deve ser colocado no aprendizado do conteudo e nao
nas idiossincrasias de design.
Foco-0 hipertexto e muito sedutor em termos de esco­
lhas (muitas referencias a outros sites), entao, a questao e
oferecer a quantidade adequada de ligac;6es. 0 objetivo e
alcanc;ar profundidade sem perder o foco.
Consistencia-deve haver uma identidade visual para o
site educacional, com as func;6es aparecendo de forma
uniforme.
Flexibilidade-o projeto do lay-out e da estrutura da Web
devem ser adaptaveis a mudanc;as, com os ambientes
projetados com uma grande quantidade dos chamados
pontos de flexibilizac;ao.
Multimidia lnterativa e IBW
Ate poucos anos atras, quando surgiu a Web, as possibi­
lidades de utilizac;ao da informatica na educac;ao estavam mui­
to ligadas a produc;ao de multimfdia sob a forma de CD-ROM.
Discutiremos agora as semelhanc;as e diferenc;as
entre multimfdia interativa na forma de CD-ROM e
..

Construgao de Ambientes para Aprendizagem Autodirigida
multimfdia interativa na forma de site na Web. Tomaremos
como referencia o artigo de John Hedberg cujo tftulo e
"Multimfdia lnterativa e Aprendizagem Baseada na Web­
Similaridades e Diferenc;as" e daremos enfase a questao
do aprendiz como produtor de conhecimento, como
desenvolvedor.
0 autor do artigo representa, na figura 1 (redese­
nhada e
traduzida nesta
edic;ao), um modelo que relacio­
na instrutores e aprendizes a partir de tres eixos: tempo,
Iugar e tamanho do grupo.
Em um dos extremos, tem-se uma sala de aula tfpi­
ca onde instrutores e aprendizes compartilham o mesmo
espac;o ao mesmo tempo e os aprendizes podem trabalhar
individualmente ou em grupos. No outro extrema, o ins-
0
Sala de aula virtual
c
Modos flexiveis
2
u
Aprendizagem
.5
"'
baseada em
Aprendizado
"' computadores < classlco por
0 correspondiincia
c.
E
~
0 Educac;ao
c a Dlstancla
2 lnstruc;ao baseada
em
tempo
real u
na sala de aula
.5 e comunlcac;ao
(/)
unl a bl-dlrecional
Figura 1. Fatores que relacionam instrutores e aprendizes
-

A Educagao na Era da Internet
trutor eo aprendiz estao em locais diferentes, comunicam­
se de modo assfncrono e os aprendizes podem juntar-se
para compartilhar experiencias ou colaborar/cooperar em
tarefas de aprend izagem. A possi bi
I i dade de
posicionamento dos instrutores e aprendizes ao Iongo do
processo foi grandemente facilitada pelas tecnologias de
informac;ao.
0 Aprendiz como Usuario
As teorias da aprendizagem influenciaram a estru­
tura da
multimfdia interativa aplicada
a educac;ao ao ion­
go de um continuo que vai do instrutivismo ao cons­
trutivismo conforme a figura
2 (redesenhada e traduzida
nesta
edic;ao).
Para o usuario do software, a medida que ele se
move na d irec;ao do espectro construtivista, au menta
o potencial de interac;ao em grupo porque a natureza
das tarefas se torna mais complexa e gerada pelo apren­
diz.
A amplitude e extensao da interac;ao do usuario
com os dados aumentam na medida em que o usuario
recebe mais I iberdade para navegar, ter acesso, deter­
minar o formato da informac;ao representada e manipu­
lar os dados usando ferramentas cognitivas e meta­
cognitivas. Toda esta liberdade para ter acesso e
manipular dados apresenta-se sob a forma de um ambi­
ente de informac;oes que fornece contexto e estruturas
de suporte.
Construgao de Amb1entes para Aprend1zagem Autod1r1g1da
Software construtivista pode ser usado tanto em gru­
po
como individualmente. No entanto, o usuario indivi­dual neste ambiente mais participativo precisa exibir a
motivac;ao e habilidades metacognitivas de um aprendiz
auto-regulado para obter o maximo beneficia do software
sem apoio pelos pares. 0 grupo oferece um forum de dis­
cussao para sugestoes, ideias e debates, uma grande varie­
dade de estrategias para serem compartilhadas sabre apren­
dizagem e
soluc;ao de problemas e feedback pessoal
imediato atraves de todos os canais de comunicac;ao (tex­
tual, auditivo, visual). Tais beneffcios da atividade em gru­
po
s6 podem ser atingidos quando todos os membros do
grupo se conscientizam da necessidade de refinar habi
I i­
dade tais
como
negociac;ao e colaborac;ao. _
Numero malor
de usuarios
e tamanho
do grupo
Usuo!irlo
Individual
lnstrutivlsta
i
Aumento qiiintlco
Novas formas de lntara~io
Paradigma deflnidor
Ambientes de
aprandlzagem
virtual
compartllhados
Construtlvlsta
Figura 2: Compara~ao do impacto e rela~iies entre Multimidia lnterativa (baseada em CD­
ROM) e paginas na Web
-

A Educagao na Era da Internet
0 Aprendiz como Produtor
A constru<;ao de multimfdia interativa para facilitar
o processo de aprendizagem nao precisa ser uma ativida­
de solitaria. Grupos de aprendizes tambem podem cons­
truir multimfdia interativa para processar informa<;ao. Va­
rios mecanismos do processo de grupo o distinguem do
que e experimentado pelo indivfduo:
• A necessidade de habilidades do grupo tais como co­
labora<;ao e coopera<;ao;
• uma demanda ampliada tanto por hardware como por
software para dar suporte a crescente capacidade de
um grupo de gerar e construir recursos;
• inumeras oportunidades para a discussao de material
e para aprender ensinando outros membros
do grupo; • feedback valioso de outros membros do grupo; e
• desenvolvimento de habilidades interpessoais.
A constru<;ao de conteudo multimfdia interativo ofe­
rece varias vantagens
aos aprendizes.
E um processo ativo
que e significativo do ponto de vista pessoal-e promove um
processamento profundo
do conhecimento. Ela favorece o
desenvolvimento de uma grande variedade de habilidades
sociais, tecnicas e de
solu<;ao de problemas, permite a repre­
senta<;ao do conhecimento em uma grande variedade de for­
mas de mfdia e possibilita o engajamento do aprendiz em
um processo de Iongo prazo. Muitas habilidades podem ser
ancoradas e integradas em um contexto antes de sua transfe­
rencia para outras situa<;6es. Facilitadores tem a oportunida­
de de observar o processo mental dos aprendizes,
ao
inves
de simplesmente verificar uma lista de resultados.
Construgao de Ambientes para Aprendizagem Autodirigida
Hardware e software mais sofisticados sao neces­
sarios para dar suporte ao aprendiz enquanto construtor, e
uma consideravel flexibilidade na agenda pode incomo­
dar instrutores que preferem procedimentos bern estabe­
lecidos.
Sem experiencia pessoal em
constru<;ao de co­
nhecimento, muitos instrutores nao sao capazes de
antecipar as necessidades dos aprendizes, nem sao capa­
zes de
maximizar o suporte a estes.
Ferramentas de autoria para a
constru<;ao de docu­
mentos Web apresentam no momento a metafora da pagina
com hipertextos
como a estrutura de conexao dominante.
A autoria para aprendizagem na
Web oferece van­
tagens sobre autoria para meios mais fixos
como
CD-ROM:
• A informa<;ao e constantemente atualizada;
• menos equipamento e requerido para produ<;ao;
• ha no presente menos demanda por graficos de alto
nfvel (embora isto esteja
mudando rapidamente); • a propria Web oferece uma fonte constantemente atua­
lizada de modelos de
projeto para a
estrutura<;ao de
grandes quantidades de informa<;ao.
Projeto de Cursos para a Web
Faremos algumas considera<;6es sobre o projeto de fer­
ramentas para educa<;ao baseada na Web. Come<;amos com
as preocupa<;6es que sao necessarias para projetar um site de
educa<;ao conforme Betty Collis. Em seguida, falaremos dos
recursos existentes e desejaveis para dar suporte a IBW. Ter­
minaremos o capitulo descrevendo urn modelo que come<;a a
...

A Educagao na Era da Internet
se configurar como uma especie de denominado"r comum aos
que trabalham com ambientes de educac;ao na Web.
Ja existe uma experiencia consideravel no projeto
de cursos envolvendo teleaprendizagem com televisao e
videoconferencia e mais e mais experiencias sendo ad­
quiridas no projeto de cursos envolvendo conferencias
atraves de computadores como um componente
instrucional. Mas, a area de projeto de cursos inteiramen­
te conduzidos atraves de uma rede de computadores e,
em particular, atraves da Internet e bastante nova.
Segue
uma
serie de exemplos sobre decisoes para
um projeto de curso baseado na Web.
• Deve haver um equilfbrio entre referencias de recursos
externos e materiais para
estudos disponfveis local men­
te.
Nao e uma coisa 6bvia definir esse equilfbrio entre
as referencias aos conteudos internos do curso e as re­
ferencias
na Web. • Ate que ponto, a comunicac;ao e a informac;ao devem
estar integradas no mesmo site do curso?-Decidir o
design adequado e um assunto debatido frequen­
temente, porque algumas pessoas acham que o acesso
a listas de debate do curso deve ser possfvel por fora
do seu ambiente, e a lista dentro do ambiente, usada
como a possibilidade de registro.
• Uma outra decisao de projetista e: Devemos adotar o es­
tilo
de um site interativo para aprendizagem no qual o
aprendiz
pode interagir com
simulac;oes ou outros con­
Computer Aided Design_ teudos atraves de links no site?-Por exemplo, se
Software para desenho 0 ensino e de engenharia mecanica, J·a existem
tecnico e de projetos (me-
canicoouarquitetonico). formas de CAD na Web. 0 aluno pode construir

Construgao de Ambientes para Aprendizagem Autodlrigida
uma pec;a ou fazer o projeto de uma pec;a sob os olhos de
todos os colegas e do professor.
0 material para aprendizagem no site deve ser
estruturado na forma em que o estudante percorre o
curso livremente, ou hiperligado de forma a estimular
o aprendiz a percorre-lo da forma que desejar?
Ferramentas para a Web
Vamos, agora, falar sobre ferramentas desejaveis
para aperfeic;oamento de aulas baseadas na Web.
Ferramenta para Anota~oes -As notas de au Ia ou
transparencias do instrutor aparecem em um lado da
tela do computador e, do outro lado, um bloco de
anotac;oes. Os aprendizes podem fazer anotac;oes em
tempo real diretamente no bloco. As anotac;oes po­
dem ser estudadas mais tarde em associac;ao com as
transparencias e podem ser compartilhadas com ou­
tros aprendizes.
Ferramenta para Apresenta~ao de Perguntas - No Iugar
do aprendiz levantar a mao para fazer uma pergunta (tan­
to
no ambiente face a face ou
a distancia), o aprendiz en­
tra com a sua pergunta atraves da ferramenta. A pergunta,
anotada como nome do aprendiz que a formulou e apre­
sentada imediatamente ao instrutor que pode decidir
responde-la durante a aula ou ap6s a aula.
Ferramenta para Preenchimento de Lacunas em Trans­
parencias -Os aprendizes recebem versoes parcial­
mente preenchidas das transparencias do instrutor no
-

A Educagao na Era da Internet
momenta em que ele esta apresentando a transparen­
cia. 0 instrutor pede ao aluno para preencher as lacu­
nas na transparencia como uma forma de testar sua
compreensao.
Ferramenta de Teste-0 instrutor pode oferecer quest6es
de multi pia escolha durante a aulae obter feedback direto
atraves das respostas dos aprendizes.
Ferramenta de Monitoramento-
0 instrutor pode mudar
para a tela de qualquer aluno no grupo para monitorar
diretamente o que o aprendiz esta fazendo, talvez durante
o uso da ferramenta de teste ou da ferramenta de preen­
chimento de lacunas.
Ferramenta para
simular o Contato Face a Face-0 ins­
trutor pode decidir enviar o conteudo da sua tela para a
tela de
um aprendiz em particular ou mandar a tela de um
aprendiz para todos os demais.
Sete Etapas de urn
Modelo de Ambiente
I BW
Ha um modelo geral emergente de ambientes
de desenvolvimento e manuten<;ao de cursos basea­
dos na Web, organ izado em sete eta pas descritas a
segu i
r: Primeiro -a cria~ao de conteudo - Neste caso existem
duas opc;6es:
• Opc;ao um, o professor e especial ista em ferramentas
para Web, faz o curso em
HTML e o transfere depois
para o ambiente de
software de ensino
a distancia;

Construgao de Amb1entes para Aprendizagem Autodirigida
• opc;ao dois, o professor usa um ambiente para desen­
volvimento no qual estao ocultos os detalhes tecnicos.
Mesmo para
um professor especialista, em muitas situa­c;6es vale a pena usar a op<;ao dois, porque reduz
grandemente o trabalho de produc;ao.
Segundo- cria~ao de urn curso no servidor-0 adminis­
trador de cursos pode criar
um "gabarito", de acordo com
a
solicitac;ao do professor. 0 professor se <;:onecta ao servi­
dor e personaliza a interface com o aluno (usando me­
nus), cria uma home page do curso, define os componen­
tes
desejados e recursos de
navegac;ao, inscreve os
assistentes e os alunos.
Terceiro-up load (envio) do conteudo para o servidor­
(para o site do curso).
Quarto -
intera~ao do administrador com o sistema -
Atraves de senha, o administrador liga-se ao sistema, a
partir de qualquer maquina com
conexao Internet, para
adicionar e remover cursos, autorizar a
inscric;ao de alu­
nos, etc.
Quinto -intera~ao do professor com o sistema -0
professor pode se interligar ao sistema atraves de uma
senha para se comunicar eletronicamente, atualizar
conteudo, atribuir tarefas ao estudante e monitorar o
progresso dos alunos, atraves
de exames, estatfsticas
sobre
site, etc.
Sexto-
intera~ao do estudante como curso-Ele se liga
ao sistema atraves de nome e senha, usa os recursos de
comunicac;ao eletr6nica. Espera-se que ele assimile o con­
teudo do curso e fac;a progressos em um ritmo proprio,
usando referencias
na Web, acompanhando tutoriais, as-
-

A Educagao na Era da Internet
sistindo aulas gravadas e vendo transparencias. Espera-se
que ele elabore sua propria
home page atraves de um ga­
barito preestabelecido. Setimo -interafi:aO do auxiliar do professor com o curso­
Ele se liga ao sistema atraves de nome e senha. 0 auxiliar
tem
os recursos de
comunica<;ao iguais aos do professor e
dos alunos, podendo corrigir exames e atribuir notas.
.....
Aprendizado e
Trabalho Cooperativo
no Ambiente AulaNet
Atualmente, nos paises do Primeiro Mundo, profissio­
nais dedicados ao trabalho intelectual ja superaram larga­
mente o numero das pessoas envolvidas com outros tipos
de trabalho.
No bloco de pafses do Terceiro Mundo, uma
antiquada
visao de desenvolvimento industrial continua
multiplicando incessantemente fabricas poluidoras, onde
o trabalho ffsico impera.
Nos pafses em desenvolvimento,
parte consideravel da
for<;a de trabalho ja se sustenta as
custas do trabalho intelectual, baseado na i~formac;ao e
gera<;ao de conhecimento.
A realidade das novas formas de trabalho requer
um re-posicionamento. Mais do que simplesmente ser ca­
pacitado para exercer a sua
funt;,:ao, o trabalhador precisa
ser treinado de modo continuo, pois novas tecnicas,
software e processes alteram com
frequencia seu ambiente
-

A Educagao na Era da Internet
de trabalho, forc;ando-o a aprender permanentemente para
se manter apto a desempenhar suas tarefas. Alem disso, as
habilidades necessarias para se atuar em grupo, que em
nada lembram aquelas exigidas a frente de uma linha de
montagem, redefinem a etica desta forma de trabalho. Os
valores esteticos, da mesma forma, passam a ser valoriza­
dos, pois para se agregar valor a produtos e servic;os e es­
tabelecer vantagens em cenarios competitivos, e preciso
muita criatividade. Desprovido destas competencias, o
in­
divfduo
nao encontrara trabalho nesta revolucionaria so­
ciedade pas-industrial.
Domenico DeMasi anal isa extensamente o assunto
no seu livro o "Futuro do Trabalho" destacando o fim da
ditadura espac;o-tempo, marca registrada da sociedade in­
dustrial nas suas relac;oes de trabalho: "As tecnologias dis­
ponfveis realizam (aqui e agora) o antigo sonho da ubiqui­
dade, pois a materia-prima do trabalho intelectualizado-a
informac;ao -e suscetfvel, por sua natureza, da maxima
descentral izac;ao em tempo real. Em outros termos, o local
do trabalho nao constitui mais variavel independente do
teorema da organizac;ao e o horario rigidamente sincroni­
zado nao constitu i mais uma exigencia real da produc;ao".
Educa~ao Seja La Qual For a Distancia
Tradicionalmente, pensamos a educa<;ao como uma
atividade associada aos primeiros anos de uma pessoa,
chamada epoca formativa. A educac;ao e vista como uma
tarefa que deve ser desempenhada entre
as quatro pare-
-
Aprendizado e Trabalho Cooperat1vo no Amb1ente A ulaN et
des de uma escola e que, teoricamente, deve preparar a
pessoa para o resto de sua vida.
Mas, a sociedade esta mudando e esta mudanc;a se
caracteriza por uma evoluc;ao continua e rapida em todas
as areas de conhecimento, mais especificamente na area
tecnol6gica. E crucial dominar as habilidades necessarias
para
se manter atualizado. Portanto, a
educac;ao e uma
questao chave nesta nova sociedade.
Deve-se enfatizar o "aprender a aprender" no sen­
tido de ser uma atividade vitalfcia, que ocorrera,
na maio­
ria das vezes, fora de uma
instituic;ao tradicional de ensi­
no. E importante gerar ambientes nos quais a aprendizagem
seja ativamente encorajada e facilitada. Neste contexto, a
Internet pode ser usada para proporcionar
as oportunida­
des para o desenvolvimento de experiencias de aprendi­
zagem cooperativa, desfrutando de
um universo de infor­
mac;ao digital em constante expansao.
A educac;ao, ao ganhar a Internet, provocou a
implosao das distancias e se tornou assfncrona. A "esco­
la", reduto persistente da epoca industrial, com seu hora­
rio rfgido e currfculo alienante, teve que redefinir o perf­
metro das suas paredes e incorporar a nova tecnologia de
comun ica<;ao. Na tentativa de al iar o conforto e as possi­
bilidades da vida moderna a uma antiquada ideia de
eficiencia de estilo fabril, ela atualiza a sua infra-estrutura
tecno16gica de informac;ao e telecomunicac;oes e entra
numa fase de intensa experimentac;ao das potencialidades
da Internet
na
educac;ao. A ja tradicional educac;ao a dis­
tancia absorve e re-projeta para os seus
fins o ferramental
disponfvel nesta nova cultura de
comunicac;ao digital.
-

A Educagao na Era da Internet
Surgem entao os primeiros ambientes de ensino
na Internet apoiados em browsers da Web. Curiosamen­
Navegador. Sao assim te, sao reproduc;oes virtuais da escola e dos
chamados os programas
queapresentamashome· seus componentes, baseadas nas metaforas fl-
pages (paginas) da Web. d
osmaisconhecidossaoo sicas da escola tradicional: corre ores, qua-
Explorer, o Netscape en-dros negros, secretarias, salas de aula, biblio­
tre outros.
tecas, etc. Quale a vantagem de se reproduzir
o
mundo ffsico no
virtual? -Esta visao de futuro
corresponde ao "olhar para frente atraves do retrovisor",
observada por Marshall Mcluhan. Todavia, este parece
ser o momenta adequado para se compatibilizar a re­
cem-conquistada liberdade da prisao espac;o-tempo, que
o trabalho intelectualizado nos permite desfrutar, com a
necessidade de se preparar pessoas, e nao mais "mao­
de-obra", para participarem deste novo mercado de tra­
balho. Virtualmente libertas de limites ffsicos impastos
por predios, salas e carteiras, pessoas buscam na
tecnologia, ambientes que propiciem seus novos relacio­
namentos marcadamente assfncronos.
Tradicionalmente, a escola ensina divulgando co­
nhecimento. A aquisic;ao deste conhecimento esta supos­
tamente garantida pelo isolamento ffsico do aluno, de­
corrente do confinamento entre quatro paredes.
lsolamento semelhante ao do operario industrial na li­
nha de montagem.
A
precariedade dos equ ipamentos de que o
do­
cente dispoe para lecionar tambem preocupa. Pou­
cas profissoes sao tao carentes de uma instrumentac;ao
adequada para a realizac;ao do seu trabalho, quanto
o magisterio. 0 tedio e a alienac;ao causados por au-
Aprend1zado e Trabalho Cooperat1vo no Ambiente AulaNet
las interminaveis, encenadas em salas de aula arcai­
cas, dificultam a tarefa do professor, que e ensinar.
Como sera que se sente o aluno, incumbido da tarefa
de aprender?
A motivac;ao para estudar e abortada com o
cerceamento do espac;o do aluno. Conversar e proi­
bido e consultar e para os esquecidos.
Superestimulado em casa, acostumado a interagir e
a
comandar com
naturalidade uma variada apare­
lhagem eletrodomestica, o aluno "regride" ate se ade­
quar ao vacuo da sala de aula, onde quase nada de
interessante acontece. A escola e a casa de deten­
c;ao quando deveria ser a casa da atenc;ao. Atenc;ao
que ele presta ao navegar na Internet, que o convida
a interac;ao. Liberdade de escolha e qualidade pas­
sam a ser valores essenciais. Os aspectos de entrete­
n imento dos conteudos d idati cos deverao, conse­
qUentemente, tornar-se um fator decisivo quando os
aprendizes safrem a procura de cursos.
Para conqu istarmos a atenc;ao do aprend iz temos
que gerar conteudos cada vez mais atraentes. Os docen­
tes e
as suas respectivas
instituic;oes devem se preparar
para competir em
urn mercado no
qual, por exemplo, a
Lucas Learning te
m, entre os seus
tftulos, o Star Wars
DroidWorks, que ensina a adolescentes os princfpios do
magnetismo, energia, eletricidade e forc;a em uma fabri­
ca virtual de robos.
Finalmente, e sempre bom lembrar que aprendiza­
gem pressupoe atenc;ao; porem, atenc;ao nao garante o
aprendizado!
-

A Educagao na Era da Internet
Os Atores do Ambiente AulaNet
0 AulaNet e urn ambiente para a criac,:ao, partici­
pac,:ao e administrac,:ao de cursos na Web, que se baseia
nas relac,:6es de trabalho cooperativo manifestadas nas
interac,:6es dos aprendizes com seus instrutores, com ou­
tros aprendizes e com os conteudos didaticos.
A tecnologia gera ambientes que dao suporte as di­
ferentes formas de relacionamento humano.
No caso es­
pecffico da Internet, a estrategia cliente-servidor permite a criac,:ao de espac,:os de compartilhamento e troca de infor­
mac,:ao. Acopladas a estes ambientes ha ferramentas para
movimentar informac,:ao e facilitar o contato entre huma­
nos.
Estes ambientes virtuais favorecem a
descentralizac,:ao
e distribuic,:ao de informac,:6es relativas ao conhecimento
hurnano.
As
varias formas de interac;ao assincrona ofereci­
das, associ ad
as
as faci I idades de recuperac,:ao do registro
das interac,:6es ocorridas no arnbiente, concedem ao apren­
diz o dire
ito de escolher o momenta apropriado para que,
como diz Laurillard, a
"rnagica do processo de aprendiza­
gem acontec,:a". A participac,:ao do docente neste processo
dialetico e fundamental. Cabe a ele dialogar como apren­
diz, refletindo sabre
os problemas encontrados durante a
aprendizagern. Esta reflexao deve resultar numa reformulac,:ao destes problemas em outras quest6es e con­
textos, cuja soluc,:ao ja foi vivenciada pelo docente.
..
Tanto a sala de aula como o AulaNet nao garante rn
por si a qualidade do processo de aprendizagem. 0 mes­
mo ocorre com
urn restaurante, cujo sucesso depende
+
Aprend1zado e Trabalho Cooperative no Amb1ente AulaNet
muito mais do desernpenho do cozinheiro do que da qua­
lidade da panela para o preparo da comida. Ambientes
como o restaurante, a sala de aulae o AulaNet abrigam e
auxiliam na realizac,:ao de um con junto de atividades. Tanto
o sucesso quanta a qual idade destas real izac,:6es depen­
dem do desempenho de quem atua no arnbiente.
No processo de ensino e aprendizagem do
Aula Net,
participam tres atores diferentes: o administrador,
0 apren­
diz
eo professor.
0 administrador e quem atua no dia-a-dia da ope­
rac,:ao do ambiente, facilitando a integrac,:ao docente/am­
biente/aprendiz, em servic,:os como o registro da publicac,:ao
de cursos e matrfcula de aprendizes. Ele e o responsavel
pela rnanutenc,:ao do ambiente, por exernplo, no ca­
dastramento de novas departamentos e/ou instituic,:6es.
Tarnbem pode redefinir o visual do ambiente, algo que
afetara a todos
os cursos. 0 aluno, que agora se transforrna em aprendiz, e
aquele participante no processo de aprendizagern, a quem
se destina o produto final da utilizac,:ao do ambiente
AulaNet. Diferente do aluno passivo da escola tradicional
(aquele que fica esperando que o professor I he diga tudo
0
que ele tem que saber), o aprendiz deve entender que sua
participac,:ao ativa e fundamental no processo de aprendi­
zagern individual e do restante do grupo.
Ele deve ter cons­
ciencia de que, se reproduzir a atitude passiva que
lhe e
cobrada na sala de aula, vai fracassar neste novo ambien­
te. Ele deve ser estimulado a ser ativo como e em casa
'
local em que, corn natural idade, usa a Internet, joga
videogame, ve TV a cabo, assiste videoclip e le revistas
..

A Educagao na Era da Internet
em quadrinhos. Ou seja, utiliza formas de comunicac;ao
que exigem mais interac;ao-escolha, participac;ao eaten­
c;ao-do que aquelas que a escola tradicional pode absor­
ver. Enquanto
na
sala de aula os alunos sao proibidos de
conversar entre
si para
nao atrapalhar o professor, no
AulaNet, os aprendizes devem ser estimulados a conver­
sar entre si para cooperar com o instrutor.
0 papel do docente tambem passa por modifica­
c;oes. Ele deve deixar de ser simplesmente o responsavel
pela transmissao do conhecimento para se tornar o
facilitador e provocador do processo de aprendizagem do
grupo. Ele deve oferecer urn conteudo basico e estar sem­
pre presente para
auxiliar o grupo a desenvolver ideias
sobre
os temas do curso.
0 docente e o a tor que merece receber urn cu ida­
do todo especial. Depois de decadas relegado a rigidez
quase m6rbida da sala de aula, surge a Internet, alentando
novas formas de comunicac;ao e inventando ineditos es­
pac;os digitais de troca.
Diante deste novo quadro, o docente se entusias­
ma e
se prepara para a
experimentac;ao, investindo ini­
cialmente na construc;ao do site do seu curso na Internet.
Depois de sobreviver as intemperies iniciais, causadas
pelas dificuldades de uso do. confuso sistema
operacional, 0 docente ve urn interminavel exercito de
siglas cair sobre a sua cabec;a: TCP-IP, HTTP, HTML,
WWW, etc. Relutante em se entregar a tarefa que agora
se apresenta colossal, o docente consulta tecnicos eli­
teratura sobre o assunto. A maioria se decepciona e ve
o seu entusiasmo se dissolver numa interminavel sopa
Aprend1zado e Trabalho Cooperativo no Amb1ente AulaNet
de letrinhas: java, }avaScript, CCI, PDF, MOV, XML,
ODBC, }OBC, SGML, etc. 0 mais audacioso, depois de
muito sujar as maos, produz urn arremedo de site des­
provido da interatividade tao desejada.
Certamente, o que o docente precisa dominar e a sua
area de atuac;ao, nao sendo obrigado a ter urn profunda co­
nhecimento sobre a Internet. Fica evidente que o maior pro­
blema encontrado pelo docente que deseja colocar seus con­
teudos didaticos
na
Internet e aprender e dominar uma
variedade de linguagens
de
programac;ao que sao necessarias
para
esta tarefa.
0 primeiro passo para solucionar, ao menos
em parte, este problema, e investigar OS dois atributos-chave
de qualquer conteudo
na Web: ser atraente e interativo.
Ferramentas para o Docente
Ao
pular o muro da escola e entrar na Internet, o
entendimento
do que
e urn conteudo didatico atraente
passa a depender dos efeitos causados pela adoc;ao desta
nova mfdia. Ela requer uma reformulac;ao na maneira de
ensinar.
Se ensinar e aprender baseiam-se na comunica­c;ao e os meios de comunicac;ao mudaram, entao e impe­
rativo que a maneira de ensinar mude tambem.
Devemos observar, entao, como a nova mfdia se
apresenta na Web. As suas manifestac;oes na telinha do
computador sao "a televisao, 0 jornal, 0 radio e 0 telefone
na Internet". Na sua chegada, a nova mfdia canibaliza as
suas antecessoras. Devido a novidade e ao sucesso da Web
I
e a consequente falta de quadros de pessoal especializa-
-

A Educagao na Era da Internet
do, a nova mfdia sobrevive do talento dos profissionais
das mfdias ja existentes. Curiosamente, estes profissionais
e
suas esteticas oriundas do perfodo
pre-digital das comu­
nica<;oes continuam definindo os padroes daquilo que se
entende por qualidade na nova mfdia.
Conclui-se que, para tornar o docente capaz de criar
conteudos didaticos atraentes, isto e, torna-lo capaz de com­
petir com
as empresas de
criac;ao de conteudos de qualida­
de, a institui<;ao de ensino deveria oferecer o suporte de uma
equipe constitufda, por exemplo, de produtor executivo, edi­
tor literario e de roteiros, gerente de projeto, bibliotecario,
diretores de criac;ao e de arte, designer grafico, etc. lnfeliz­
mente nao e esta a realidade; a escola nao tem estrutura para
competir
como cinema, o jornal, o
radio e a televisao.
Conteudo Didatico e
Programa de Navega~ao
A solu<;ao proposta pelo AulaNet se baseia na se­
para<;ao entre a autoria do conteudo e o esforc;o de pro­
grama<;ao necessaria para implementar a navegac;ao. Desta
forma, o
AulaNet cria um ambiente para a
interac;ao, mas
nao interfere na autoria de conteudos didaticos, que e fei­
ta
off-line-portanto, fora do ambiente. Enquanto submete
projetos e aguarda o auxflio institucional para montar a
sua equipe de
cria<;ao interdisciplinar, o docente pode tra­
balhar
na
preparac;ao do seu curso.
-
Ao preparar seus conteudos didaticos para utiliza­
c;ao no AulaNet, o docente deve poder usar o velho e co-
Aprendizado e Trabalho Cooperativo no Amb1ente AulaNet
nhecido processador de texto que utiliza para redigir a sua
apostila, por exemplo. 0 mesmo vale para os editores de
transparencias, de graficos e de animac;oes. Posteriormen­
te, utilizando apenas um browser, ele devera transferi-los,
via Internet, para o espac;o de trabalho do seu curso no
servidor
AulaNet institucional. Desta forma, pode se con­
centrar apenas no
seu tema de trabalho, sem ter a necessi­
dade de fazer qualquer
tipo de
codifica<;ao ~m linguagem
de programa<;ao Internet.
Usando o AulaNet, o docente nao parte do zero na
hora de criar o
seu curso na
Internet, pais pode aproveitar
a
maior parte dos conteudos didaticos que
ja vem desen­
volvendo ha tempos no computador. Por exemplo, um texto
ou uma foto podem figurar
como conteudos de uma
aula,
bastando para tanto te-los em meio digital. Para o desen­
volvimento de um vfdeo de qualidade, talvez seja melhor
aguardar o refor<;o da equipe interdisciplinar de criac;ao.
Apesar de nao dar suporte ao processo de autoria dos con­
teudos a serem desenvolvidos pela equipe interdisciplinar
de criac;ao, o AulaNet permite o aproveitamento do traba­
lho off-line feito por ela.
Mas, e com relac;ao ao problema da navegac;ao na
Internet, o que pode ser feito para aliviar o docente? A
proposta do Aula
Net
e transferir para o docente, ainda que
de forma restrita, a capacidade de atuar
como o projetista
do learningware. Este groupware dedicado
a aprendiza­
gem dara suporte a cooperac;ao que se real iza nas
interac;oes do aprendiz como seu instrutor, com os outros
aprendizes e com
os conteudos didaticos colocados na
Web
pelo conteudista do curso.
-

A Educagfw na Era da Internet
lnvestigando a dinamica das interay6es que favore­
cem a cooperayao dentro de um grupo de trabalho, obser­
vamos que, para cooperar,
as pessoas
tem que se coorde­
nar e para
se coordenar, as pessoas
tern que se comunicar.
Ao estruturar em mecanismos as interay6es relativas a co­
municayao, a coordenayao e a cooperayao propriamente
dita, o AulaNet ajuda o docente a construir o seu ambien­
te de ensino
na Web.
Para tanto, o docente s6 precisa sele­
cionar mecanismos dentre um elenco pre-definido de
mecanismos de comunicayao, coordenayao e cooperayao,
como veremos a seguir.
A Interface do Docente
0 docente pode atuar como projetista, como pro­
dutor de conteudo ou como instrutor no AulaNet. Por con­
seguint
e, a sua interface com o ambiente deve permitir
que
ele projete (tarefa do coordenador), organize os con­
teudos didaticos (docente co-autor) e toque o andamento
do curso (instrutor).
0 AulaNet oferece orientayao pedag6gica ao do­
cente para facilitar a cria\=ao e as atualiza\=6es de um cur­
so. Esta orienta\=ao e realizada pela sequencia de passos
propostos
ao coordenador na barra de progresso.
Ela esta
localizada no frame inferior da interface do docente (logo
acima dos botoes "Voltar" e "Continuar" da barra de nave­
ga\=ao) da figura 3.
-
0 primeiro passo e fornecer as informa\=Oes gerais
sobre o curso.
Estas
informa\=6es serao sempre consulta-
T
Aprendizado e Trabalho Cooperative no Amb1ente A ulaN et
das pelo aprendiz e pelo administrador do ambiente. Estas
sao as unicas informa\=6es disponfveis para quem nao 0
esta frequentando. Vale a pena caprichar. 0 coordenador
deve fornecer o conteudo, a metodologia que sera empre­
gada-a forma de avalia\=aO deve ser explicitada-assim
como outras informa\=6es pertinentes ao curso que ele jul­
gue necessaria divulgar.
Os passos seguintes sao relacionados a seleyao de
diversos mecanismos. 0 AulaNet vem com um conjunto
pre-selecionado de mecanismos que serve como ponto
de partida para o docente. Ele pode, sempre que quiser,
marcar ou d
esmarcar os mecanismos de acordo com as
suas necessidades pedag6gicas.
Contudo, o AulaNet nao
e um II idiot-proof software" (software a prova de idiotas),
Mecanismos de Comunica>ao
Estes mecanisrnos oferecem as servi9os que perrnitem o compartilhamento ou o env1o de tnforma9fles entre as part1c1pantes do curso. selectone
aba1xo as mecamsrnos de comuntca9ao que voc~ deseJa utilizar na preparar;:.3o do seu curso.
17 Mensagem aos Docentes
Perm1te o cantata dos aprendizes como coordenador e com as possfve1s docentes ca-autores e instrutores do curso atraves de e-mail
P Grupo de Dlscuss6o
Perm1te a cria~<'lo de um f6rum de d1scussao entre os part1c1pantes do curso atraves de e-ma1L
P Crupo de Interesse
Pefmlte a cria~ao de confer~nc1as asslncronas textua1s na forma de d1scussao onentada.
f7 Debate
Perm1te a cria~:lo de confer9nclas sfncronas textuais atraves de chat.
f7 Contato com os Partlclpontos
Pemute que urn parttcipante possa contactar quem estc conectado no ambtente.
Figura 3: Interface para selec;:ao de mecanismos de comunicac;:ao do AulaNet
..

A Educagao na Era da Internet
isto e, 0 docente deve entender 0 que esta fazendo para
ser
bem-sucedido. Por
exemplo, se ele pretende debater
assuntos
do seu curso atraves de chat com a sua turma,
ele
precisa selecionar "Debate" dentre os mecanismos de co­
municac;ao.
A seguir, cada um dos mecanismos sera configura-
doe recheado. Consequentemente, serao convertidos em
servic;os para os aprendizes. Nestes cinco primeiros pas­
sos, o coordenador atua como projetista do curso, defi­
nindo como sera o ambiente virtual onde as atividades do
curso se desenrolarao. A seguir veremos os mecanismos
de comunicac;ao, coordenac;ao e cooperac;:ao, para depois
vermos como devem ser confi gu rados e uti I izados.
Para efeito deste artigo, vamos nos referir, nas
pr6-
ximas
sec;oes, a experiencia do curso Tecnologia de lnfor­
mac;ao
Aplicada a Educac;ao (TIAE),
que esta hospedado
no servidor AulaNet da Coordenac;ao de Educac;:ao a Dis­
Ul.ncia da PUC-Rio. Ele foi projetado, teve os seus conte(t­
dos desenvolvidos e e animado pela equipe do Projeto
AulaNet.
Mecanismos de Comunica~ao
Cooperac;:ao, coordenac;ao e comunicac;:ao sao os con­
ceitos basi cos no qual o Groupware AulaNet esta estruturado.
Comunicar e compartilhar. 0 aviso de perigo eo chamado a
cac;:a demonstram esta condic;ao. Porem, na sua evoluc;:ao, a
comunicac;ao se sofisticou e o dialogo da cooperac;:ao per­
deu espac;:o para outras formas de comunicac;:ao como a auto-
-
4lllllliif
Aprend1zado e Trabalho Cooperat1vo no Ambiente AulaNet
expressao. Daf a necessidade da diferenciac;:ao em estagios:
para haver cooperac;:ao e necessaria coordenac;:ao, para ha­
ver coordenac;:ao e necessaria comunicac;:ao.
Todos os mecanismos de comunicac;:ao foram sele­
cionados no curso TIAE. Estes mecanismos, mostrados na
figura
3, oferecem os meios possfveis para a
realizac;:ao da
comunicac;ao entre o docente e os aprendizes e entre
aprendizes
no ambiente.
Mensagem aos Docentes-possibilita o
comunicac;ao do
aprendiz, atraves do correio eletr6nico interno do ambien­
te, que serve com um docente do curso, como seu instru­
tor,
com os possfveis co-autores ou com o coordenador
do curso. Este
servic;:o e utilizado para se tirar as duvidas
dos aprendizes acerca dos conteudos didaticos, isto e, dos
conteudos
que formam o esqueleto do curso. 0 correio eletr6nico inaugurou a cultura de comu­
nicac;:ao digital. Por conseguinte, pode-se chamar uma or­
ganizac;ao de digital se os seus membros usam extensiva­
mente o
correio eletr6nico na sua
comunicac;:ao interna e
externa.
Este
eo pre-requisito basico para a implantac;:ao
de qualquer ambiente de ensino a distancia na Internet.
Grupo de Discussao-possibilita a criac;:ao de um forum de
discussao entre
os participantes do curso atraves do correio eletr6nico do ambiente. Toda mensagem postada e enviada
para a caixa de correio de todos
os participantes do curso, alem de ser armazenada no ambiente para futuras consultas.
Ao postar uma mensagem, o aprendiz escolhe em
qual categoria a mensagem se enquadra. Estas categorias
sao tiradas da ret6rica usada na metodologia do curso. 0
AulaNet vem configurado com as seguintes categorias:
..

A Educagao na Era da Internet
Apresenta<;:ao, Seminario, Contribui<;:6es ao Seminario e
Problemas Operacionais. 0 docente pode altera-las de
forma que a discussao se estruture dentro da ret6rica dese­
jada. Baseado na sua experiencia ocorrida fora do ambi­
ente, e
na
experimenta<;:ao como AulaNet, o docente vai
encontar o discurso apropriado para o seu curso. Ha sem­
pre a possibilidade de enviar uma mensagem generica, isto
e, nao categorizada.
Atraves destes mecanismos de comunica<;:ao, no ini­
cio do curso, os aprendizes do TIAE se apresentam aos
seus colegas. Cada semana uma aula introduz
um novo
tema, sabre o qual o seminario daquela semana deve dis­
correr.
0 grupo de discussao eo servi<;:o utilizado para a
discussao assincrona sabre o tema semanal do curso.
0 instrutor atribui conceitos as contribuir;6es dos
aprendizes atraves da interface apresentada
na figura 4.
Cabe ressaltar que esta
atribui<;:ao de conceitos nao se li­
mita as contribuir;6es geradas pelo grupo de discussao.
Todos tem que dialogar com os seminaristas, expressando
suas criticas e seus comentarios atraves das suas contri­
buir;6es ao seminario. Ha um debate semanal para que o
t6pico tambem seja abordado atraves do papa textual
sincrono.
No meio do semestre, os aprendizes elegem
to­
picas para discuss6es em profundidade. Essas discuss6es
sao apoiadas no mecanismo apresentado a seguir.
..
Grupo de Interesse-possibilita a criar;ao de conferencias
assincronas textuais
na forma de discussao orientada para
um t6pico.
0 docente e quem cria e intitula estas confe­
rencias. 0 Grupo de Interesse e usado para desenvolver
os temas eleitos pelo grupo. Todos os aprendizes do TIAE
......
Aprendizado e Trabalho Cooperative no Amb1ente A ulaN et
tem que participar dessa discussao. Nesta fase, o grupo de
aprendizes e dividido em varios subgrupos. Cada subgrupo
desenvolve seu tema utilizando primariamente o Grupo
de Interesse. Depois desta fase de discussao, cada subgrupo
deve gerar uma monografia sabre os t6picos discutidos
pela turma, ou
um conteudo didatico sabre o tema.
Ha duas distin<;:6es entre o Grupo de Discussao eo
Grupo de Interesse que merecem comentario: enquanto
no primeiro,
as mensagens
sao listadas umas sob as ou­
tras, no segundo elas estao endentadas, reforr;ando assim
a ideia de relevancia. A outra distinr;ao importante e que
neste mecanismo a mensagem postada nao e enviada para
a caixa de correio dos participantes do curso, ficando so­
mente armazenada no ambiente para futuras consultas.
Dados da Mensagem
Autor: LUcta Blonde! Baruque
Data: 10/4/2000 20:7: 18
Titulo: [Semtnano] Comumcacao Dtgttal
Mensagem;
SEMINARIO: COMUNICACAO DIGITAl
PropoSito da distlplina TIAE:
•Aprender a trabalhar (como grupo) as tecnologtas da tnforma9ao, visando se tamar um
educador baseado na Web'.
Objelivos mstrucmnats:
Ao final do sermnano, o aprendiz deve estar apto a:
I) Reconhecer o tmpacto da comuntcao digttal em nossa soctedade
II) Identificar os componentes do processo de comuntcacao e a adequacao das
tecnologtas que os apotam e capacttam
III) Refiet1r sabre questoes relac1onadas 'a comun1cacao d1g1tal
1
e colabora( para a
construcao de conhecimento do topico em questao
Figura 4: Interface do instrutor no momento de atribui~ao de conceito a urn Seminario TIAE
-

-
A Educagao na Era da Internet
Debate-possibilita a criac;,:ao de conferencias sfncronas
textuais atraves de
chat. No
TIAE ha urn debate semanal
sabre o tema da aula em questao, mediado pelo instrutor
em con junto
como seminarista
daquela semana e e a opor­
tunidade de se debater o assunto de forma sfncrona com
OS demais aprendizes. A participac;,:ao e obrigat6ria. Atra­
ves destes encontros, o instrutor distingue os aprendizes
que estao presentes, daqueles que simplesmente marcam
presenc;,:a. As transcric;,:oes dos debates sao guardadas para
possibilitar a consulta dos aprendizes que nao puderam
participar do
evento-
problema inerente a comunicac;,:ao
sfncrona.
Contato com os Participantes-possibilita que um partici­
pante
se comunique de forma
textual e sfncrona com quem
estiver conectado ao ambiente do curso. 0 Cantata com
os Participantes e a Cmica ferramenta utilizada sem urn pro­
p6sito especffico, permitindo que membros do grupo que
estejam
on-line possam se contatar instantaneamente.
Aprendizes se encontram no curso e trocam mensagens
enquanto assistem conteudos, passeiam
pelo ambiente e
realizam tarefas. Estas mensagens nao sao armazenadas
no ambiente. Portanto, se o papa vai se esticar, o melhor e
usar os recursos disponfveis para a realizac;,:ao de urn
debate.
0 AulaNet e uma soluc;,:ao de alta tecnologia visan­
do o usuario comum, com recursos computacionais aces­
sfveis, vista que a baixa disponibilidade de banda e um
problema geral, principalmente para aquele aprendiz
conectado a Internet atraves de um modem usando uma
linha telefonica comum.
......
Aprendizado e Trabalho Cooperat1vo no Ambiente AulaNet
Apesar de ser muito atraente, a comunicac;,:ao
sfncrona e problematica com relac;,:ao a escassa banda
passante e muito diffcil de gerenciar. E complicado orga­
nizar uma videoconferencia ao vivo, envolvendo pessoas
de diversas partes do mundo, que
vivem em fusos
hora­
rios diferentes. Alem disso, a comunicac;,:ao sfncrona e uma
reminiscencia da classe da escola tradicional, o que dese­
jamos evitar.
Por esta razao, o AulaNet e direcionado principal­
mente para a comunicac;,:ao assfncrona que usa menos ban­
da passante, e favorece o consumo sob demanda, o que,
par exemplo, minimiza o problema de fuso horario men­
cionado acima. Ela tambem oferece aos aprendizes a li­
berdade de escolha para escalonar suas tarefas de apren­
dizado de acordo com
as suas possibilidades.
Mecanismos de
Coordena~ao
Conversar objetivando a ac;,:ao gera compromissos.
Para o atendimento destes compromissos e necessaria a
coordenac;,:ao dos eventos do curso. Sem esta coordena­
c;,:ao, boa parte do esforc;,:o da comunicac;,:ao sera perdido,
isto e, nao se real izara em cooperac;,:ao. Par outro I ado,
quanta maior a coordenac;,:ao menor a necessidade de co­
mando e controle. Dentro desta 6tica, a coordenac;,:ao sera
baseada na organizac;,:ao de uma agenda de eventos e na
competencia dos aprendizes.
Avisos-
possibilita a criac;,:ao de avisos sabre o curso ou
sabre a agenda de eventos atraves de informes.
No
TIAE
-

A Educagao na Era da Internet
os avisos sao usados para orientar os aprendizes com rela­
<;ao aos horarios e t6picos dos debates e dos outros even­
tos do curso. Quando bem utilizados, geram no aprendiz
o saudavel habito de dar sempre uma passadinha no ser­
vi<;o de avisos ao entrar no curso.
Plano de Aulas-possibilita a cria<;ao de uma estrutura
basica para o acompanhamento dos conteudos didaticos
do curso. 0 docente que deseja oferecer aulas no seu
curso tem que selecionar este mecanismo de coordena­
<;ao. A sequencia das aulas nao e for<;ada, permitindo que
0 aprendiz assista a setima aula antes da quarta. 0 do­
cente que quiser evitar este desvio-que na maioria das
vezes e muito saudavel-pode liberar conteudos aula
a aula.
0 Plano de Aulas e utilizado para se criar a estrutu­
ra inicial das aulas do curso. Os docentes pegam os con­
teudos didaticos e os organizam em aulas. Estas aulas se­
guem uma ordem sugerida, indicando um fluxo para o
curso. Deve-se destacar tres aspectos:
• As aulas indicam os assuntos principais do curso (aque­
les que serao discutidos semanalmente);
• os conteudos sao limitados ao escopo da aula a que
pertencem, constituindo os conteudos basicos do
curso;
• o fluxo (ordem) sugerido pelo docente nao precisa ne­
cessariamente ser seguido pelos aprendizes.
Os assuntos discutidos semanalmente seguem a or­
dem proposta pelo plano de aulas. No entanto, se um ou
mais aprendizes quiserem se referir a assuntos de outras
aulas, eles podem faze-lo desde que nao causem prejufzo
..
Aprend1zado e Trabalho Cooperativo no Ambiente AulaNet
aos demais membros do grupo. Alem disso, o ambiente
oferece uma area privativa na tela onde o aprendiz faz
anota<;6es pessoais sabre uma aula.
Tarefas-possibilita a cria<;ao de trabalhos e exercfcios a
serem feitos pelos aprendizes. 0 servi<;o Tarefas eo me­
toda utilizado para se avaliar os resultados do processo
de aprendizagem. 0 instrutor passa algumas tarefas para
serem feitas por um aprendiz ou
um grupo de aprendi­
zes. A estas se junta a tarefa de se desenvolver
um
con­
teudo sabre um dos temas discutidos no grupo de inte­
resse. Atraves destas tarefas, os aprendizes obtem parte
dos seus graus. 0 trabalho de cada aprendiz pode ser
acessado por todos
os outros caso este seja o
metoda de
trabalho do docente.
Na
realiza<;ao destas tarefas, os
aprendizes podem debater, criar projetos e compartilhar
experiencias, isto e, participar ativamente do processo
de aprendizado.
Avalia~ao -possibilita a cria<;ao de exames para a
(auto-)avalia<;ao dos aprendizes do curso. 0 AulaNet per­
mite que o docente erie provas on-line para fazer a avali­
a<;ao formativa do processo de aprendizagem, enfatizando
a importancia dos aspectos cognitivos da aprendizagem.
Os objetivos do ambiente sao: auxiliar o autor na cria<;ao
de provas para uma grande audiencia, dar notas e
feedback aos aprendizes, alem de gerar relat6rios para o
docente.
Estes relat6rios
sao importantes para que o do­
cente seja capaz de avaliar, ao menos no plano do co­
nhecimento descritivo, o quanta os aprendizes aprende­
ram
eo seu relacionamento com os objetivos do processo
de aprendizagem. ..

A Educagao na Era da Internet
Relat6rios de Participa~ao- facilitam o acompanhamen­
to da participac;ao dos aprendizes nos diversos eventos do
curso e possibilitam a apreciac;ao da qualidade da contri­
buic;ao gerada por esta participac;ao, do ponto de vista do
docente.
Um exemplo de relat6rio
e mostrado na figura 5.
No curso nao ha exames. Optou-se por uma
monografia e pelo acompanhamento da participac;ao e da
qualidade da contribuic;ao dada pe lo aprendiz. Um dos
relat6rios examinados eo que tabe la a quantidade de con­
tribuic;6es dos participantes do curso, de acordo com as
categorias usadas no servic;o Grupo de Discussao. Na fi­
gura 5, este relat6rio aparece depois que a categoria "Con­
tribuic;6es sobre o Seminario" foi selecionada. Fica 6bvio
quem participou e quem nao participou do curso ate o
Quantidade de contribui~ Oes des participantes por evento, agrupados par setvi!;O
Neste relat6no vod v1sualiza •nforma170es sabre as contribuu;lles dos part1c1pantes em cada uma das categonas do serv11;o selec1onado
Turma do lnstrutor [Hugo Fuksl
Partldpantas
Hugo Fuks
Lelia Ct1stma Vasconceios de
Andrade
Manana Gomes Pimentel
Ma1co Aure l10 Gerosa
Leon
ardo M.
Cunha
Alessandro Fabnc1o Garc1a
Ll1c1a Blondet Baruque
Capac1tac;ao de
professores para
IBW
Especificar;ao de
Leamingware
(radicalmente)
diferentw do A.ulaNet
Acesso as I
contrtbui!;Bes dos Reformul.~ndo o usa
aprnndlzas de dos se~1c;os Grupe
perfodos de D•scuss:io e
t~rrterloras Grupe de Interesse
Figura 5: Relat6rio de acompanhamento da participa~ao no servi~o Grupo de Discussao
-
Aprend1zado e Trabalho Cooperative no Ambiente AulaNet
momento da emissao do relat6rio. lsto ajuda o instrutor a
cobrar a participac;ao dos aprendizes que ainda se com­
portam como alunos. Os aprendizes, por sua vez, aumen­
tam a sua percepc;ao sobre o ambiente. Na pratica do cur­
so, esta percepc;ao vai ajuda-los a identificar lfderes e a
procurar
os colegas mais competentes na hora de resolver
as tarefas cobradas nos trabalhos em grupo.
Mecanismos de
Coopera~ao
"E preciso de espac;o compartilhado para se criar
entendimento compartilhado. A conversac;ao e vital mas
nao eo bastante", como diz Schrage. A tecnologia cliente­
servidor da Internet possibilita a criac;ao de espac;os de
compartilhamento e troca de informac;ao. Estes espac;os
estao munidos de ferramentas para movimentar informa­
c;ao e faci I itar o contato entre humanos.
Estes mecanismos fornecem os meios para a coo­
perac;ao entre o docente e os aprendizes e entre aprendi­
zes. Neste caso, cooperac;ao conforme Harasim, Hiltz, Teles
e Turoff, deve ser entendida como a preparac;ao do con­
teudo que os aprendizes consumirao e tambem como a
permissao para que outros docentes e aprendizes possam
preparar conteudos a serem incorporados ao curso. Con­
teudos preparados por aprendizes serao apreciados pelo
docente antes da sua publicac;ao no curso.
0 AulaNet oferece os seguintes mecanismos de co­
operac;ao: Os servic;os de bibliografia, webliografia e do­
cumentac;ao sao os outros meios pelos quais o docente
-

A Educagao na Era da Internet
pode facilitar o acesso a conteudos didaticos para os apren­
dizes. 0 curso TIAE utiliza todos os servir;os de coopera­
r;ao disponfveis no ambiente.
Bibliografia-possibilita a criar;ao de referencias bibliogra­
ficas para o curso. Uma bibliografia e uma referencia a um
livro texto que pode
ser utilizado como material de apoio
ao curso.
Atomos, principalmente no formato de livros, con­
tinuam sendo
best-sellers para quem aprecia boa literatura,
seja ela qual for. Ler textos muito extensos na tela do com­
putador
nao e do agrado de todos. Livros de qualidade aju­
dam
os aprendizes e devem ser indicados para leitura. Webliografia-possibilita a indicar;ao de referencias ex­
ternas (URLs) ao
site do curso. Uma webliografia liga o
curso a um
siteexterno ao ambiente AulaNet, revitalizando,
assim,
os conteudos didaticos de uma forma primaria.
Os
aprendizes sao convidados a passear na Web a partir de
caminhos ja visitados pelo docente. Tambem serve para
aproveitar no curso outros
sites que o docente tenha de­
senvolvido anteriormente, assim
como ambientes de si­
mular;ao-sites que possibilitam a simular;ao de conceitos
discutidos no
curso-devem ser referenciados atraves deste
mecanismo. Documenta~ao- possibilita a disposir;ao de conteudos li­
gados ao curso como um todo-nao ligados diretamente a
uma determinada aula
do plano de aulas. Uma documen­tar;ao e um conteudo similar a um conteudo de uma aula
do plano de aulas. A unica diferenr;a e que este conteudo
nao esta associado a uma aula.
0 docente co-autor pode montar um livro com os
seus artigos, por exemplo. Os formatos dos arquivos que
Aprendizado e Trabalho Cooperative no Ambiente A ulaN et
comp6em um certo documento nao precisam ser homo­
geneos. 0 manual de um equipamento poderia canter o
seu diagrama, algumas fotos ilustrando a sequencia de
montagem, um vfdeo sabre a
sua
operar;ao, e um texto
com dicas valiosas sabre "os problemas que voce vai en­
contrar no uso deste equipamento".
Todos
estes conteudos podem ser acessados a qual­
quer momenta pelos aprendizes. Eles servem como apoio
aos conteudos das aulas.
Download-possibilita que o aprendiz veja uma lista
de todos
os arquivos que comp6em os conteudos do
curso e
far;a a transferencia para o computador do apren­
diz ou para uma rede local. Sempre ha aquele aprendiz
que deseja ter a posse do conteudo. Os motivos nor­
malmente sao a lentidao da Internet e a dificuldade de
leitura na tela do computador. Quem sai prejudicado e
o instrutor, que tera que atentar para a possibilidade do
aprendiz estar consultando um documento que talvez
ja esteja desatual izado. No decorrer do curso, esta pra­
tica pode ser mais desgastante do que a dificuldade de
leitura e a lentidao da Internet. Tambem contribui para
a propagar;ao de documentos e facilita a infrar;ao dos
direitos autorais.
Os ultimos dois mecanismos de cooperar;ao sao de
natureza diferente.
Eles permitem que o docente convide
outros docentes, e tambem aprendizes, para compartilha­
rem de
sua
area de trabalho, a fim de juntos construfrem
conhecimento.
Co-Autoria de Docente-possibilita a
indicar;ao de ou­
tros docentes para participarem como co-autores do cur-

A Educagao na Era da Internet
so. Um docente co-autor pode criar contetidos (aulas,
documenta<;6es, bibliografias, etc.) e ser instrutor
(facilitador) de uma turma. Este servi<;o ajuda a dividir o
grupo de aprendizes em subgrupos
sem sobrecarregar o
docente autor
do curso. No
TIAE, este servi<;o foi utiliza­
do tanto para pennitir que outros docentes pudessem criar
conteudos
como acompanhar subgrupos de aprendizes.
Este mecanismo deve ser usado para designar os
produtores de conteudos do curso. Docentes co-autores
tambem podem selecionar mecanismos. Entretanto, reco­
menda-se que
se concentrem na co-autoria, como diz o
seu tftulo, deixando a
sele<;ao dos mecanismos para o co­
ordenador do curso.
Co-Autoria de Aprendiz-possibilita a
indica<;ao de apren­
dizes para criarem conteudos para o curso.
Estes conteu­
dos deverao
ser certificados
pelo docente antes da sua uti­
liza<;ao no curso. 0 TIAE incorpora, no seu plano, aulas
complementares desenvolvidas por aprendizes participan­
tes de edi<;6es anteriores do curso.
0 servi<;o de Co-Autoria de Aprendiz funciona de
modo semelhante a Co-Autoria de Docente. A diferen<;a
basica e que o docente precisa certificar o conteudo gerado
pelo aprendiz para que ele passe a fazer parte do curso.
Configura~ao de
Mecanismos Selecionados
Agora, os mecanismos devem ser configurados e
preench idos, para
s6 en
tao se transformarem nos servi-
Aprendizado e Trabalho Cooperativo no Amb1ente AulaNet
<;os disponfveis na interface do aprendiz. A configura<;ao
e mantida no seu mfnimo necessaria para nao complicar
a vida do docente. Por exemplo, configurar o mecanis­
mo de comunica<;ao "Grupo de Interesse", consiste em
digitar o t6pico da conferencia e associa-la a uma turma.
Ao configurar o mecanismo de comunicac;ao "Grupo de
D iscussao", o docente pode reti rar as categorias pre-de­
finidas pelo ambiente e criar outras que sejam mais ade­
quadas a metodologia do seu curso. 0 mecanlsmo de
coordenac;ao "Plano de Aulas", alem de ser configurado,
tambem precisa ser recheado. Primeiramente, e definido
o plano de aulas propriamente dito. Depois, cada aula
deve ser recheada de conteudos didaticos.
Saber preparar e organ izar
os
conteC1dos (atraentes
e interativos) que farao sentido e causarao o impacto de­
sejado no aprendiz, e tarefa do docente co-autor-aquele
que exerce o papel de conteudista. Digamos que um do­
cente de engenharia genetica tenha selecionado o meca­
nisme "Plano de Aulas" e queira introduzir o conceito de
clonagem numa determinada aula. Uma sugestao seria
apresentar uma seqUencia de imagens de uma celula sen­
do clonada vista atraves de um microsc6pio, um texto ex­
plicando como se processa a clonagem e um vfdeo exi­
bindo o animal clonado.
As ferramentas de autoria que ele ira usar sao as
mesmas que usa no trabalho individual no seu dia-a-dia,
o que reduz o indesejavel esforc;o cognitivo de, por exem­
plo, ter que usar diferentes editores de texto para escre­
ver
seus artigos e preparar seu curso na Web. Quanta
a
quantidade, qualidade e escolha dos conteudos a serem
..

-
A Educagao na Era da Internet
exibidos aos alunos, dependera do bom senso e do bom
gosto do docente co-autor, algo que em parte se obtem
com a experiencia em desenvolvimento de cursos no
ambiente. A autoria destes conteudos tambem
pode ser
encomendada
as empresas fornecedoras de conteudos
didaticos.
De qualquer forma, primeiro o conteudo e prepa­
rado fora
do ambiente e
salvo em um arquivo no formato
digital. Depois, durante a entrada de conteudo para um
mecanismo especffico, o docente e levado a selecionar o
arquivo que devera ser transferido para o servidor
AulaNet. Tarefa semelhante aquela necessaria para se fa­
zer transferencias de arquivos no
seu computador pesso­al executando o sistema operacional Windows da
Microsoft.
Nao ha limita<;6es, por parte do AulaNet, com rela­
<;ao a quantidade nem aos formatos de arquivo usados para
armazenar
os conteudos didaticos. As
limita<;6es relativas
a visualiza<;ao destes arquivos sao devidas ao browser e
aos plug-ins, helpers e viewers que estendem a funciona-
1 i dade do navegador.
Diferentemente do contexto engessado da sala-de­
aula, atraves do Aula Net o coordenador tem inumeras possi­
bilidades de montar o ambiente de ensino adequado para os
seus objetivos pedag6gicos. Dependendo da sele<;ao de me­
canismos que ele fa<;a, tera ambientes propicios para diferen­
tes tipos de curso. Podemos citar exemplos de cursos que
usam o ambiente somente para facilitar a comunica<;ao ou
simplesmente como reposit6rio. Tambem temos casos como
o
do curso
TIAE, que, com exce<;ao da avalia<;ao por meio
Aprend1zado e Trabalho Cooperat1vo no Amb1ente AulaNet
de provas, utiliza todas as facilidades que o ambiente oferece
para cria<;ao e participa<;ao em um curso total mente on-line.
0 Poder Compartilhado com o Aprendiz
Agora que o docente nao detem mais o controle
sobre a transmissao do conhecimento, sua forma de pro­
ceder tambem deve mudar. Para come<;ar, ele deve evitar
dar aulas. Aulas sao invariavelmente mon61ogos em que
sao dadas respostas a perguntas que ainda nao foram fei­
tas. Provavelmente estas perguntas nunca serao feitas se o
docente nao convidar o aprendiz para o dialogo da
intera<;ao.
0 instrutor precisa conversar muito com os aprendi­
zes. No seu novo papel de facilitador do processo da apren­
dizagem, ele guia a conversa<;ao mas evita domina-la. Ele
organiza a intera<;ao respondendo as mensagens, de prefe­
rencia com respostas curtas, sempre estimulando e
monitorando a participa<;ao dos aprendizes. Ele tira as du­
vidas criadas por dificuldades na comunica<;ao, e imp6e a
netiqueta-nova etiqueta que esta surgindo com a Internet.
Alinha as posi<;6es da turma compondo e finalizando os
t6picos em discussao. Recomenda-se que o instrutor traba­
lhe com turmas pequenas de 1 0 a 25 aprendizes.
Nesta nova modalidade de ensino e aprendizagem, e
importante que o instrutor troque de papel com os aprendi­
zes. A proposta do AulaNet e de transferir, em parte para o
aprendiz, o controle da dinamica da intera<;ao do curso -
que ocorre entre
os aprendizes, o docente e os conteudos
-

A Educagao na Era da Internet
didaticos. Se par urn lado esta transferencia permite ao apren­
diz determinar "o seu ritmo", ela tambem o obriga a planejar
melhor o seu esforc;:o aumentando a sua responsabilidade
como sucesso do aprendizado. Ambos, instrutor e aprendiz,
usam uma interface semelhante para participar do curso.
0 Controle Remoto
0 controle remota sintetiza o poder do aprendiz.
Os aprendizes estao familiarizados como controle remo­
ta
devido
a sua frequente utilizac;:ao em casa. No AulaNet,
ele doma o computador transformando-o num eletro­
domestico a servic;:o da aprendizagem.
No controle remota e listado o menu de servic;:os
definidos a partir da selec;:ao, feita pelo docente, dos me­
canismos de comunicac;:ao, coordenac;:ao e cooperac;:ao do
ambiente. "Manipulando" o controle remota, os aprendi­
zes escolhem entre os diferentes servic;:os, como, par exem­
plo, Grupo de Discussao, Grupo de Interesse, Relat6rio de
Participac;:ao, etc.
A figura 6 mostra um exemplo da interface do apren­
diz exibindo os conteudos didaticos de uma aula. 0 apren­
diz tem a possibilidade de fazer anotac;:6es textuais priva­
das em cada aula do curso. Desta forma ele podera deixar
registrados
seus comentarios e crfticas que agregarao va­lor aos conteudos didaticos daquela aula.
0
AulaNet deliberadamente nao
oferece nenhum
tipo de sincronizac;:ao entre os diferentes conteudos pais
entendemos que o aprendiz deve ter o controle do pro-
Aprendizado e Trabalho Cooperative no Ambiente AulaN et
cesso. Esta sincronizac;:ao entretanto pode ser feita fora do
ambiente e depois exibida dentro dele como um outro
conteudo qualquer. 0 aprendiz e quem decide em que
conteudo quer concentrar a
sua
atenc;:ao. Ele pode colocar
o vfdeo do docente em segundo plano e simplesmente
ouvi-lo, pode reiniciar ou avanc;:ar o vfdeo, pode fechar a
janela de vfdeo, pode colocar o texto sabre as transparen­
cias, entre outras tantas opc;:6es que otimizem o aproveita­
mento da area de trabalho da sua tela. A escolha e dele!
Na sua relac;:ao com o aprendiz, o instrutor deve
orienta-lo na coleta e filtragem dos dados e na avaliac;:ao e
classificac;:ao das informac;:6es. 0 seu objetivo maior e que
o aprendiz consiga agregar valor a informac;:ao gerando
novo conhecimento.
a distfule1a cons1ste na mstru~lio por mtJo de mldla unpressa ou eleb·Oruca
engaJadas em urn proccsso de aprendiz.ado em tempo e local d!fcreutes loresc.nt.~do
ou dos outros aprend!zes (Moore, Cookson & Donaldson, 1990)
pnm6rd10s quando se usava papel e tlnta para estudos por
~OIT<Ipondl illru nl Ingiaterra, a educaciio 3 dJst8.nCJa IJlCO!pOfOU diversas tecnolog~as ==~~====•
de diferentes midas tais como r!dio, telellido e computadores F
F"''~fi'IIAd< lltS e comuruca~Oes foram usad_os de diferentes manens grupos de ch.at,
eletrOruco etc, e mrus recentemente a World W1de Web
Figura 6: A interface do aprendiz mostrando o Controle Remoto
..

A Educagao na Era da Internet
As responsabilidades do aprendiz aumentaram.
Cabe a ele garantir o seu proprio acesso a Internet. Ele
tem que participar de forma efetiva e polida no curso,
sempre colaborando com os colegas e instrutor. 0 apren­
diz vira o trabalhador do conhecimento necessaria a exe­
cu<;ao do trabalho intelectualizado.
Avalia~ao lnicial da
Experiencia do Curso TIAE
Depois de quatro semestres de experiencia, o cur­
so serviu para aumentar nosso entendimento sobre os be­
neffcios e
as
limita<;6es de se usar a tecnologia Web para
educac;ao a distancia.
0 tempo eo esforc;o necessarios para desenvolver
conteudos didaticos atraentes e estar atento ao processo
de
aprendizado do grupo de aprendizes
sao, em princf­
pio, substanciais. Entretanto, como e um curso que se
desenvolve com o tempo, grande parte dos conteudos
didaticos vao sendo reutilizados, o que indica uma amor­
tiza<;ao do custo do curso em rela<;ao ao tempo.
0 custo de estar atento ao processo de aprendiza­
do, infelizmente, parece ser constante, se nao for cres­
cente. lntera<;ao demanda aten<;ao, assim, o docente tem
de
serum
facil itador efetivo para ser capaz de promover
o aprendizado atraves da Web
A nao ser por alguns problemas iniciais causados
pela falta de experiencia dos aprendizes no uso de com-
Aprendizado e Trabalho Cooperat1vo no Ambiente AulaNet
putadores e do ambiente AulaNet, a participa<;ao dos apren­
dizes durante o curso tem
se mostrado satisfat6ria.
De fato, a
metodologia do curso requer, por si s6,
uma intensa participa<;ao dos aprendizes, criando um
ambiente de aprendizado com mais experiencias coope­
rativas do que a sala de aula tradicional. Por terem de
interagir atraves da Web,
os aprendizes tiveram de se ex­
par mais, tornando-se mais ativos.
As duas primeiras
edi<;6es do curso reuniram mais
de 100 aprendizes em uma unica turma. lsto dificultou a
cria<;ao de um processo de aprendizado cooperativo, com
a participa<;ao de todos os aprendizes. Como o curso e
baseado no grupo de discussao, centenas de mensagens
foram postadas durante a semana,
tornando quase impos­sfvel a tarefa de le-las antes da sessao de debate.
Esta sobrecarga de comunica<;ao demandou a divisao
do grupo de aprendizes
em subgrupos menores, cada um com
um docente
facilitador. A partir da terce ira edi<;ao do curso, cada
grupo teve uma media de 1 0 a 25 aprendizes. Sem a sobrecarga
de comunica<;ao, toda participa<;ao dos aprendizes realmente
pode ser contabilizada como contribui<;6es ao curso.
A avalia<;ao dos aprendizes e feita atraves da participa­
<;ao e da qualidade das contribui<;6es. 0 AulaNet possui uma
ferramenta de a val ia<;ao na forma de exames que nao foi uti I iza­
da pelo curso. lsto se deve a iniciativa dos docentes em avaliar
os aprendizes em tarefas cooperativas e nao individuais.
A avalia<;ao no curso procurou envolver os aprendizes
em projetos de grupo onde eles pudessem se expor a situa<;6es
diferentes daquelas vivenciadas nas avalia<;6es da escola tradi­
cional. No entanto, fazer uma avalia<;ao baseada em contribui-
..

A Educagao na Era da Internet
c;oes e uma tarefa ardua. 0 docente precisa estar sempre atento
ao grupo a fim de verificar a qualidade das contribuic;oes.
Neste ponto, o proprio grupo pode ajudar o docen­
te. 0 grupo deve fazer comentarios sobre as contribuic;oes
de seus colegas, isto e, ter uma postura ativa. lsto torna o
processo de aprendizagem ainda mais cooperativo.
A Web pode oferecer uma variedade de beneffcios
ao processo de aprendizagem, incluindo:
• Acesso a conteudos didaticos;
• interac;ao (aprendiz/aprendiz e aprendiz/docente);
• processo cooperativo de aprendizagem.
Ambientes como o AulaNet, fornecem os meios para
estruturar o processo de aprendizagem. 0 curso nunca foi
oferecido de uma forma tradicional, sendo desenvolvido
diretamente para a Web.
Este
modelo traz consigo todas
as vantagens e as limitac;oes da tecnologia. 0 custo de de­
senvolvimento do curso,
em princfpio, foi significativo, mas
decresceu como decorrer do tempo, atraves de
reutilizac;ao
de conteudo. 0 grupo de aprendizes teve de ser limitado.
Ainda assim, se observa uma participac;ao intensa e urn
grau de engajamento satisfatorio,
principalmente com a execuc;ao de tarefas cooperativas.
Alem disso, por nunca ter tido uma edic;ao no modo
tradicional, nao se pode verificar se o uso da Web aumen­
tou ou
diminuiu os
resultados obtidos do processo de
aprendizagem. Entretanto,
os
resultados obtidos pelos
aprendizes utilizando o AulaNet foram satisfatorios, e do
ponto de vista do projeto em si, foram excelentes.
E importante salientar ainda que, em momento al­
gum, os aprendizes procuraram os docentes ou outros apren-
Aprend1zado e Trabalho Cooperative no Amb1ente AulaNet
dizes sem utilizar o ambiente. lsto demonstra que vencidos
os problemas iniciais de "aclimatac;ao", o AulaNet conse­
guiu alcanc;ar a sua meta principal que e a de ser urn
fomentador
do processo de aprendizagem atraves da Web.
Outras Abordagens de Ensino
Ambientes como o AulaNet convidam a utilizac;ao
de outras abordagens de ensino. 0 ensino tradicional per­
de espac;o para a aprendizagem cooperativa na qual nao
ha confinamento e o aprendiz escolhe o momento de
interagir
como docente. 0 aprendiz tem que aprender a trabalhar em grupo e
ganhar competencia no tema do curso. Ao contrario do que
ocorre no ensino
tradicional -o qual, baseado no
confinamento, associa tempo de estudo ao conhecimento
adquirido -
na aprendizagem cooperativa, a
metafora das
fases do videogame se encaixa melhor. Quanta tempo e ne­
cessaria para se passar de uma fase a proxima num
videogame?-Depende do esforc;o e do merito de cada urn.
Outro aspecto a ser observado, ainda relacionado ao
videogame, e a necessidade de termos os conteudos tradicio­
nalmente apresentados como soliloquios na sala de aula, trans­
formados
em
simulac;oes. 0 esforc;o necessaria para se recri­
ar
os costumeiros
monologos em dialogos -jogos -e
consideravel. Entretanto, e facil perceber as vantagens de se
ensinar planejamento urbano usando urn ambiente como o
SimCity, que simula o desenrolar da vida na cidade projetada
pelo aprendiz de planejamento. Final mente, as proximas ge-
-

A Educagao na Era da Internet
rac;6es (de aprendizes) estao sendo educadas nestas novas
linguagens dentro da sua propria casa.
A explosao do numero de ambientes de educac;ao
a distancia pode ser creditada, em grande parte, a Internet,
onde uma cultura de comunicac;ao digital esta em expan­
sao. 0 AulaNet difere da maioria dos ambientes digitais
de aprendizagem disponfveis porque
se baseia em uma
abordagem cooperativa -
comunicac;ao, coordenac;ao e
cooperac;ao -enquanto a maioria dos outros ambientes
relacionados virtualizam os elementos ffsicos da escola
tradicional: corredores, quadros-negros, secretarias, salas
de aula, bibliotecas, etc.
Como AulaNet e possfvel criar cursos a distancia
atraves da Internet que possuam um alto nfvel de
interatividade, prescindindo do autor como um especia­
lista em programac;ao na Internet. 0 docente nao parte
do zero pois o curso criado reutiliza conteudos que ja
existem em formato digital. Por outro lado, muito traba­
lho deve ser feito para preparar conteudos didaticos de
boa qualidade, isto e, mesmo nao restringindo a
criatividade, existe pouco espac;o para improvisac;6es. E
importante que seja oferecido apoio institucional. Embo­
ra o esforc;o inicial gaste muito tempo, os docentes de­
vern sempre ter em mente que a maioria dos conteudos
preparados sera reuti I izada em perfodos subseqUentes.
Sao faci I itadas para o docente a atual izac;ao, reuti I izac;ao
e migrac;ao destes conteudos. Apesar disso tudo, o
Aula Net e somente uma ferramenta e nao possui nenhum
dispositivo que garanta a qualidade dos cursos que serao
oferecidos atraves dos seus servidores.
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Carlos jose Pereira de Lucena
Graduado na PUC-Rio, entre 1962 e 1965, nas
areas de Economia e Matematica, obteve o mestrado na
Universidade de Waterloo, Canada (1969), na qual e,
desde 1975, professor adjunto e pesquisador senior asso­
ciado
do Computer Systems Croup, e o doutorado
pela
Universidade da California em Los Angeles (1974).
Em 1968, com um pequeno grupo de colegas, fun­
dou o
primeiro Departamento de
Informatica do pafs, na
PUC-Rio, sendo duas vezes seu diretor. Desde 1982, e pro­
fessor titular deste departamento. Foi ainda Decano do Cen­
tro Tecnico e Cientffico e Vice-Reitor desta Universidade.
Coordena o Laborat6rio de Engenharia de Software (LESL
e tambem o Projeto AulaNet.
Foi membro do Comite Assessor da area de Compu­
tac;ao e do Conselho Deliberativo do CNPq (dois manda­
tos), presidente da area de Computac;ao na CAPES (dois man­
datos) e coordenador brasileiro da cooperac;ao cientffica em
Informatica com a Alemanha desde 1972 (convenio CNPq/
GMD). De ·1995 ate dezembro de 1996, representou a co­
munidade academica no Comite Gestor do Projeto Internet
no Brasil e, desde 1996, no Conselho Nacional de Ciencia
e Tecnologia (CCT) da Presidencia da Republica.
Sua atividade de pesquisa na area de metodos for­
mais da Engenharia de Software esta documentada em
mais de 200 pub I icac;6es e quatro I ivros. Atuou nos co­
mites de programa de dezenas de conferencias nacionais
e internacionais e
nas comiss6es editoriais de varias re­
vistas, no pafs e no exterior. Recebeu, dentre outros, o

Premio Alvaro Alberto em Informatica, em 1987, duas
vezes o
premio Nacional de Informatica (1988 e 1 991) e
a
Gra-Cruz da Ordem Nacional do Merito Cientffico e
Tecnol6gico, em 1996. E membro titular da Academia
Brasileira de Ciencias.
Hugo Fuks
Hugo Fuks graduou-se na UFRJ como Engenheiro
de Produ<;ao, em 1981 e, no mesmo ano, como Analista
de Sistemas no CCE/PUC-Rio. Obteve o grau de Mestre
em Informatica na PUC-Rio, em 1984, eo grau de Doutor
em Ciencia da Computa<;ao pelo Imperial College of
Science Technology and Medicine da Universidade de
Londres,
em 1991.
Atualmente
e Professor Assistente do Departa­
mento de Informatica da Pontiffcia Universidade Cat6-
lica do Rio de Janeiro.
Sua atividade de pesquisa esta relacionada a
Groupware, uma subarea de Engenharia de Software vol­
tada para o Trabalho Cooperativo Auxiliado por Com­
putador que esta documentada em mais de 40 publica­
<;6es.
E membro do Laborat6rio de Engen haria de Software
on de coordena
os projetos Au JaNet
(educa<;ao baseada
na Web) e Rio Internet TV (videoconferencia).