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A Obsessão por J usta C ausa – a paixão, o ciúme, a traição e a obsessão
Terezinha, porém, com o passar dos dias desinteressou -se do lar, dos três filhos que
chegaram depois, deixando -os entregues ao marido e às empregadas.
Houve tratamento com os melhores médicos , mas em vão. E os médicos concluíram que
o vício era he reditário e não havia cura.
Não, não era hereditário, porque , revoltado, o pai de Terezinha, protestou fora sempre
um cidadão respeitável, jamais bebera, jamais se embriagara.
E Terezinha piorava sempre. Agora bebia na rua, pelos cafés e botequins, fazia
escândalos, promovia rixas, dizia anedotas, provocando o riso dos transeuntes, caía nas
calçadas, completamente embriagada.
Desorientado, o marido não sabia o que fazer.
Com o encargo do lar, dos filhos e da colocação profissional, de que tira va a subsistência
para a família, ausentava-se frequentemente da repartição e foi dispensado.
Procurou curandeiros e curandeiros, em que não cria, tentando socorro para a mulher.
Mas aquele tipo de "vício” , só seria curado pelos anjos, servos de Deus , que sabiam fazer o
jejum espiritual.
Visitei Terezinha em sua casa, em junho de 1939. Encontrei -a completamente
embriagada. Ria-se muito, estranhamente, mas naquele riso, que era mais um esgar m aléfico,
reconheci o riso do obsessor.
Em dado momento, no entanto, ela disse-me, chorando:
- Juro, meu senhor, que eu não quero beber. Mas um impulso maligno, irresistível,
arrasta-me para esta desgraça. Rogue a Deus por mim, tenha compaixão ...
Eu não mais residia naquela localidade, mas tomei o seu nome e seu endereço, como os
espíritas fazem, e regressando à minha nova residência coloquei-os sobre a mesa das sessões,
para as preces.
Confesso, porém, que não houve de minha parte verdadeiro interesse pelo pungente
caso.
Atribulada por mil problema, idênticos, apenas orei, sem cogitar de serviços mais
especializados.
Durante quatorze anos Terezinha embriagou- se com cachaça temperada com cravo e
canela. Não viveu. E mbriagava- se, caía na rua, dando- se em exposição ao público, penalizado.
A derrocada fora deplorável na vida do Sr. Alberto G.
Um dia, porém, encontrava -se ele em um arma zém providenciando compras para casa,
porque a esposa conservava-se alheia a tais deveres. De repente, tocaram -lhe levemente o braço
e um homem desconhecido, muito pobre, disse-lhe timidamente: