Apresentação de slides referentes a uma dissertação sobre a história da Internet.
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Language: pt
Added: Apr 19, 2009
Slides: 100 pages
Slide Content
1
A Trajetória da Internet no Brasil
:
do surgimento das redes de computadores à
instituição dos mecanismos de governança
Marcelo Sávio
Setembro de 2006
2
Introdução
Uma geração que ignora a história
não tem passado e nenhum futuro. Robert Heinlein (1907-1988), escritor de ficção
científica norte-americano.
3
Objetivo principal
Fornecer um texto que possa ser
usado como referência para uma
história da Internet no Brasil, tratando o
assunto através de uma abordagem
sociotécnica da ciência e da tecnologia.
4
Panorama atual
As pesquisas referentes à história da
Internet no Brasil são raras e, em geral,
focam mais fortemente em apenas algum
aspecto mais específico, como o
comercial, acadêmico ou internacional;
A comunidade de História da Ciência é
ainda pequena no Brasil;
A Internet éum assunto recente;
5
Principais fontes
Entrevistas com alguns dos principais
protagonistas da Internet no Brasil; Consulta aos arquivos pessoais de alguns
entrevistados, compostos de notícias de
jornais e revistas, atas de reunião,
relatórios, correspondências trocadas com
terceiros, etc;
Referências bibliográficas citadas;
6
Motivação
O conhecimento da história de uma
tecnologia é fator fundamental para o seu
pleno domínio
;
Ao evidenciar a riqueza da nossa
experiência histórica com a Internet,
pretende-se oferecer alguns subsídios para
os futuros esforços de criação de saberes
autóctones em ciência e tecnologia.
9
Capítulo 1
O advento das redes de
computadores
Uma guerra sempre avança a tecnologia,
mesmo sendo guerra santa, quente,
morna ou fria
Renato Russo (1960-1996), poeta e músico
10
Objetivo
Apresentar o cenário internacional vinculado
àtrajetória da Internet no Brasil.
Deixar disponível uma história da Internet,
escrita em português, a partir da síntese do
trabalho de alguns autores estrangeiros
(ABBATE, EDWARDS, HAUFEN, SALUS,
ONEILL, QUARTERMAN, etc.);
No início houve uma grande explosão... Teste no deserto em Alamogordo, Novo México, EUA (julho de 1945)
Seguida de outras duas...
Bomba em Hiroshima,
Japão (agosto de 1945)
Bomba em Nagasaki,
Japão (agosto de 1945)
.. que terminaram uma Guerra
E desencadearam outra...
A Guerra Fria
Teste de Bomba
Atômica
no Atol de Bikini,
Ilhas Marshall, EUA
(1948)
Teste de Bomba
Atômica
em Semipalatinsk
Cazaquistão, URSS
(1949)
Teste da Bomba-H,
no Atol de Eniwetok,
Ilhas Marshall, EUA
(1952)
Teste da Bomba-H
em Semipalatinsk
Cazaquistão, URSS
(1953)
As bombas eram lançadas por aviões especiais...
Bombas nucleares
Como se proteger de ataques nucleares?...
B-29
B-36
B-52
TU-20
TU-4
TU-16
Aviões
Bombardeiros
Semi-Automated Ground Environment (SAGE)
Estados Unidos
Ameaça
Defesa
Defesa
Defesa
Semi-Automated Ground Environment (SAGE)
Estados Unidos
SAGE
24 Centros operando 24h/dia
Cada um com 100 operadores
Os mísseis balísticos intercontinentais tornaramo SAGE obsoleto
no momento em que ficou totalmente pronto (1962);
o SAGE trouxe uma série de inovações que abasteceram a
nascente indústria da informática norte-americana: • Multiprocessamento
• Sistema de tempo compartilhado (timesharing)
• Processamento distribuído
• Memória de núcleos magnéticos
• Modem (conversão Analogico/Digital)
• Gerenciamento de banco de dados em tempo real
• Terminais gráficos interativos e Light pen
• Redes
• Correção automática de erros
• I/O “bufferizado”
• Engenharia de Software (500 mil linhas de código)
• Alta disponibilidade
Avanços tecnológicos
A largada da corrida espacial
A União Soviética lançou em
1957 os satélites Sputnik 1 e 2
A
Foi criada a ARPA e, dentro desta, a divisãoIPTO (Information
Processing Techniques Office).
A
Incentivo a pesquisa em tecnologias de computadores – redes,
sistemas multiusuário (timesharing), interfaces homem-máquina,
etc., estendendo a experiência feita no SAGE;
A
Dez instituições inicialmente agraciadas.
As pesquisas em computação
23
• O IPTO iniciou em 1966 o projeto ARPANET, para otimizar os
recursos computacionais, caros e escassos.
• Na conferência da ACM em 1967 o IPTO conheceu o
trabalho sobre redes de pacotes que vinha sendo
desenvolvido pelo NPL, na Inglaterra.
• Através do NPL, o IPTO tomou conhecimento das
pesquisas em andamento na RAND (EUA), que
desde 1962 trabalhava em um projeto de
comunicações que suportassem um ataque
nuclear.
A comutação de pacotes
24
Atribuições de
mérito
25
Arregimentando aliados
• Para montar a ARPANET, Taylor e Roberts (do IPTO) precisaram de
aliados, pois a maioria das universidades era arredia à idéia de
compartilhar seus caros recursos computacionais, assim
escolheram instituições “amistosas”:
Kleinrock Kleinrock
Sutherland Sutherland
Engelbart Engelbart
GlenGlen
Culler Culler
26
1969
IBM S/360 IBM S/360
--
7575
Santa Barbara (UCSB) Santa Barbara (UCSB)
SDS SDS
Sygma Sygma
77
Los Angeles (UCLA) Los Angeles (UCLA)
SDS 940 SDS 940 Stanford (SRI) Stanford (SRI)
DEC PDP 10 DEC PDP 10
Utah (UU) Utah (UU)
I M P
I M P
I M P
3 anos alguns US$ milhões depois...
1º Set
1º Out
1º Nov
1º Dez
I M P
27
A expansãodaARPANET
Emsetembro de 1971 havia 18 pontos da rede
ARPANET, que era uma rede de mainframes.
28
CrescimentoAcelerado
EmOutubro de 1980 já haviamdezenas de computadores na ARPANET,
emdiversas localidades nos EUA (+Inglaterra e Noruega)
29
Anos Oitenta:
“A década das redes”
30
“As redes para o resto de nós”
CSNET CSNET
NSFNET NSFNET
HEPNET HEPNET
USENET USENET
BITNET BITNET
etc.etc.
31
O “Sputnik japonês” e a NFSNET
Rede TCP/IP de supercomputadores, mantida pelo
governo, mantida pelo governo dos EUA
32
A Internet propriamentedita
t
National Science Foundation Network (NSFNET )
t
Energy Sciences Network (ESNET)
t
NASA Science Internet(NSI)
t
Defense Data Network(DDN)
Todas usavam TCP/IP, estavam interligadas e formaram o núcleo central da Internet
Início da expansão internacional da Internet
33
Capítulo 2
As batalhas de padronização
O problema éque, com o tempo, o
futuro não émais o que era
Paul Valéry (1871-1945), filósofo,
escritor e poeta francês.
34
Objetivo
Mostrar a evolução da padronização na
área das redes de computadores sob um
olhar sociotécnico;
Apresentar os padrões como mecanismos
de inclusão e exclusão de políticas
industriais.
35
X.25
vs.
TCP/IP
Comutação
de Circuitos Rede telefônica
Comutação
de Pacotes
Rede de
Computadores
Circuitos
Virtuais
X.25
Datagramas
TCP/IP
Comutação
de Mensagens Rede de Telex
Redes comutadas
(“chaveadas”)
36
A tentativa de padronização
Em 1983 combinaram esforços na
publicação do modelo de referência OSI
CCITT
(Comité Consultatif International Télégraphique et Téléphonique)
ISO (International Organization for Standardization)
37
Vs. o padrão de fato...
• Sua adoção cresceu bastante quando passou
a ser o protocolo de comunicação oficial
da ARPANET.
• O TCP/IP passou a fazer parte do UNIX,
aumentando ainda mais sua disseminação.
•TCP/IP, conjunto de protocolos que veio
sendo desenvolvido, testado e amadurecido
nas Universidades nos EUA desde 1973.
I survived the
TCP/IP
transition!
1
st
Jan 1983
38
As camadas
39
O modelo OSI no Brasil
• No Brasil, a SEI era uma defensora do OSI e não
considerava o TCP/IP como uma alternativa;
• O OSI virou norma da ABNT;
• A SEI lançou a BRISA(Sociedade Brasileira para
Interconexão de Sistemas Abertos), cujo objetivo
era disseminar o OSI no País.
40
O modelo OSI no Brasil
• Exemplo de visão OSI vs. TCP/IP:
• Resumo de uma palestra
apresentada pela SEI/BRISA
no Congresso de Informática
SUCESU 1991;
• Feito por um funcionário da
CELEPAR e publicado no
Jornal BateByte (Out 1991);
41
A “vitória”do TCP/IP
A rede sociotécnica do TCP/IP foi mais
extensa e profunda.
Estabeleceu-se antes, e de forma muito
mais distribuída do que o OSI;
Conseguiu criar e manter uma maior base
instalada e uma maior expertise técnica
disponível.
42
Capítulo 3
A formação da Sociedade da
Informação no Brasil
Eu vejo o futuro repetir o passado
Eu vejo um museu de grandes novidades
Cazuza (1958-1990), poeta e músico
.
43
Comunicação de dados:
Assunto de Estado
44
Redesde Computadores:
Informáticaoutelecomunicações?
SEI
Secretaria Especial
de Informática
45
Monopólioe Controle
• A Embratel: detinha o monopólio dos serviços de
comunicação de dados no País.
• As empresas do sistema Telebrás: Ofereciam
alguns poucos serviços de valor agregado.
• A SEI (Secretaria Especial de Informática)
possuía uma Comissão Especial de Teleinfomática
e estabelecia diretrizes relacionadas com o “Fluxo
de Dados Transfronteiras”.
46
Fluxosde Dados Transfronteiras
47
As fontesdaSociedadeda
Informaçãono Brasil
48
As primeiras redes nacionais
• O primeiro serviço de comunicação de dados da América Latina,
foi o TRANSDATA da Embratel.
49
As primeiras comunidades
teleinformatizadas
A Embratel criou o CIRANDA. Usado
por m
ais de 2000 funcionários
distribuídos por mais de 100 cidades
CP 500
CP 500
CP 500
CP 500
CP 500
CP 500
50
A RENPAC
(Rede Nacional de Pacotes)
e Cirandão
• A Embratel lançou a RENPAC, uma rede
pública de transmissão de dados que
usava o protocolo X.25 (modelo OSI).
• Para aumentar o uso da RENPAC, a
Embratel criou em 1987 o CIRANDÃO,
um serviço de oferta de informações
voltado ao público em geral.
51
Algumas empresas do Sistema
Telebrás (principalmente a Telesp)
implementaram o Videotexto.
O Videotexto
52
Capítulo 4
O enredamento da academia
brasileira
Não háredes conhecidas no Brasil
Pág 588 do Livro The Matrix: Computer Networks and
Conferencing Systems Worldwide, 1989 (700 páginas).
53
54
(Laboratório Nacional de Redes de Computadores)
• Criado para integrar os esforços de diversas
universidades nas pesquisas na área de redes de
computadores, gerar know-how, promover o
intercâmbio. Fundadores:INPE, PUC/RJ, SESU/MEC, UFMG, UFPB,
UFPE, UFRGS, UFRJ, UNICAMP, USP e, posteriormente,
LNCC, IME, UFSC, CEFET/PR, UFC, UFF, UFSCar, CEFET-
CE, UFRN, UFES, UFBA, UNIFACS e UECE.
1979
55
A realidade acadêmica internacional DFN (Alemanha); ARN, ACSNET, CSIRONET, SPEARNET e Pegasus (Austrália);
ACONET (Áustria); BRNET (Bélgica); CDNET, NETNORTH, The Web (Canadá); DSN
e KR (Coréia do Sul); DUNET (Dinamarca); NORDUNET (Escandinávia); IRIS
(Espanha); ARPANET, BITNET, USENET, CSNET, MFNET, ESNET, NSFNET,
FIDONET, FREENET (EUA); EARN, EUNET, EAN (Europa); FUNET (Finlândia);
Smartix e COSAC (França); HARNET (Hong Kong); JANET e GREENET (Inglaterra);
IRL (Irlanda); ISANET (Islândia); IARN (Israel); OS IRede e IRDNET (Itália); JUNET
(Japão); UNANNET e ITESMNET (México); NICARAO (Nicarágua); UNINETT
(Noruega); DSIRNET (Nova Zelândia); SURFNET, ENRNET, PICA, HEPNET, HBONET
(Países Baixos); RIUP (Portugal); NUS (Singapura); SUNET e FREDSNET (Suécia);
SWITCH, CERN e CHUNET (Suíça)
Já havia mais de 50 redes acadêmicas em mais de 30 países. No
Brasil, a comunidade acadêmica ainda estava totalmente desintegrada
pois as idéias das redes regionais ou nacionais ainda estavam no
papel...
56
Era uma vez em Salvador...
• Durante o VII Congresso da SBC em Julho, foi convocada
uma reunião por Michael Stanton para se discutir a
importância das redes acadêmicas e trocar informações das
experiências que começavam a acontecer pelo País.
• Estiveram presentes representantes da Universidades e CNPq.
Comentou-se acerca do vários projetos em andamento:
• O representante do CNPq reconheceu o grande interesse no
assunto e sugeriu que fosse realizada uma nova reuniãopara
um estudo mais aprofundado no assunto.
1987
57
A reunião na USP
1987
• Em Outubro foi realizada uma reunião na EPUSP.
• Estiveram presentes os membros do LARC,
representantes de outras instituições acadêmicas,
CNPq, SEI eEmbratel.
• Esta reunião plantou a semente da rede acadêmica
nacional.
• O LARC elaborou uma proposta para o MCT de
criação da RNP (Rede Nacional de Pesquisa).
58
Os pontos de atrito com o sistema de
telecomunicações • A proposta da RNP chocava-se com as normas de
telecomunicações vigentes:
TEra proibido o transporte de tráfego de terceiros nos
circuitos dos clientes da Embratel (locais ou para o exterior),
impossibilitando a criação de gateways.
TO modelo de cobrança deveria ser por volume de dados
trafegados.
59
O LNCC abreo caminho…com a BITNET • O LNCC (Laboratório Nacional de Computação Científica)
solicitou acesso à BITNET.
• A Embratel relutou em atender ao pedido. O episódio só foi
resolvido, após uma reunião em Brasília, entre a SEI, a
Embratel, o LARC e o LNCC.
• O acesso à BITNET, com a possibilidade de atuação como
gateway, foi uma vitória para a toda comunidade acadêmica.
LNCC
60
As conexões internacionais seguintes
A FAPESP conectou-se via Fermilab às redes HEPNET e
BITNET.
Em seguida a FAPESP criou a rede ANSP (Academic
Network at São Paulo)
O NCE-UFRJ conseguiu conectou-se à BITNET via UCLA
UFRJ
61
Como o Brasil terminou a década das redes?
• O Brasil terminou os anos oitenta com três ilhas distintas
de acesso à BITNET (LNCC, FAPESP e NCE).
• Posteriormente aconteceram as conexões locais, via UFMG.
62
A criação da Rede Nacional
• O Governo Federal anunciou oficialmente na
SUCESU 89o projeto da nova infra-estrutura de
comunicações de dados.
• Foi criado um grupo de trabalho, sob coordenação
do CNPq, que montou uma estratégia para que a
RNP tivesse uma arquitetura semelhante à
NSFNET
• O backbone nacional seria um projeto do governo
federal, enquanto as redes regionais seriam de
responsabilidade dos governos dos estados
CNPq
63
64
A demanda pelo TCP/IP (Internet)
Os serviços de correio eletrônico da
BITNET se mostraram insuficientes
para alguns pesquisadores, face às
novas funcionalidades que já
estavam disponíveis na Internet.
65
Autorização
para acesso
da UFRJ à
INTERNET
(1987)
66
O abandono do OSI
• Início do governo Collor (1990) - Desmonte da Política
Nacional de Informática vigente;
• Diminuição dos poderes do MCT e da SEI - Fim da oposição
frontal ao uso acadêmico do TCP/IP;
• Pressões da comunidade acadêmica: Primeiro apoio oficial ao
uso de tecnologia TCP/IP no Brasil, a Rede Rio fase 2.
67
O acesso àInternet na rede acadêmica • A FAPESP, começou a transportar tráfego
TCP/IP e ter acesso à rede ESNET (Energy
Sciences Network) que estava ligada à NSFNET
que, por sua vez, fazia parte da Internet.
• Esta conectividade TCP/IP foi logo estendida
para um pequeno número de instituições
68
E A RNP?
• Tadao Takahashi assumiu a coordenação do Projeto da RNP (que
havia começado com a proposta do LARC após a reunião na USP);
• Quase um ano inteiro havia se passado sem que praticamente nada
tivesse acontecido na prática;
• Novas articulações foram necessárias para fazer com que o projeto
da RNP saísse do papel (Governo federal, governos estaduais, PNUD,
empresas).
69
O 1ºBackbone da RNP (1992)
70
RST
LARC
CEPINNE
Rede-Rio
BRAINS
REDE-CC
RANC
RNP
RECITE
REDE-CC
REDEPEQ
ANSP
As iniciativas de redes
acadêmicas nos anos oitenta
71
Capítulo 5
O Empurrão do Terceiro Setor
A tecnologia não éboa, nem
ruim e também não éneutra
Melvin Kranzberg (1917-1995), historiador
norte-americano
72
Os BBS
(BulletinBoardSystems)
• Existiram no Brasil mais de 300 BBS até 1995, atendendo mais de 45
mil usuários.
• Alguns BBS tinham acesso (discado) à rede
internacional de BBS (FIDONET)
73
Anistiae o IBASE
74
Alternex
Em 1985 foi criado o Alternex, o BBS do IBASE.
75
O Alternex e a APC
Em julho de 1989, o Alternex interligou-se ao IGC na
Califórnia (EUA), que dava acesso à Internet à rede APC
da qual o Alternex passou a fazer parte.
Em 1990 a ONUdelegou à APC a coordenação e
implantação da infra-estrutura de comunicações de suas
futuras conferências.
Coube ao IBASE, representante da APC no Brasil, a
coordenação, planejamento, implantação e operação da
rede de disseminação de informações da conferência
UNCED92ou RIO92.
UNCED 92
76
A ConferênciadaONU
• A importância internacional desta conferência resultou em um
amplo apoio governamental em todos os níveis, somado ao
suporte da UFRJ, da Rede Rio e da RNP.
• Rapidamente instalaram conexões (internacionais e locais) com
altíssima capacidade para a época (64 kbps). O canal
internacional da Embratel saiu pela UFRJ com destino à rede
CERFNET.
77
A RedeRio e o upgrade no acessoà
Internet no Brasil
A infra-estrutura da Rio-92 agilizou a implantação do
projeto da Rede Rio
Teve repercussões nacionais, impulsionando a ANSP a
ampliar seu acesso para 64 kbps e interligar-se à Rede
Rio, deslanchando o backbone da RNP
LNCC
UFRJ
78
O primeiroprovedor de acesso
Após a Rio-92, o IBASE ampliou os serviços do Alternex,
passando a atuar como o primeiro provedor de acesso à
Internet no Brasil;
Passou a fornecer acesso à rede de mensagens USENET para
milhares de usuários de mais de uma centena de BBS no País.
79
A rupturaentre a RedeRio e a RNP por causa
do IBASE e o papel das redes acadêmicas
• Enredamento (precário, incerto e tenso) de entidades
heterogêneas através de relações igualmente heterogêneas.
• A imprevisibilidade nas relações fez com que a entrada em
cena de uma ONG, aliada à oportunidade de um evento
ecológico internacional, pudesse dar um novo tom de definição
à questão.
• Um contra-exemplo para os que buscam narrativas lineares
de causa e efeito, como se todos os “grandes efeitos” (como a
implantação da Internet no Brasil) tivessem necessariamente
de ter uma “grande causa” e assim compor uma “grande
narrativa”.
80
Capítulo 6
A Web, a Internet comercial e a
regulamentação da rede no Brasil
Criar meu web site
Fazer minha home-page
Com quantos gigabytes
Se faz uma jangada
Um barco que veleje
Que veleje nesse infomar
Gilberto Gil, Pela Internet, 1996.
81
A Web e a Internet Comercial
Com a disseminação da World Wide Webe a
expansão dos serviços comerciais, a Internet
ganhou uma enorme popularidade no mundo inteiro.
Esses dois momentos recentes da sua trajetória,
possuem uma história altamente contingencial, com
precariedades, tensões e bifurcações, comuns a
qualquer outro fato ou artefato tecnológico.
82
Atéosanosnoventaa Internet ainda
era algodifícilde se usar...
Haviauma“ameaça”dos sistemas
on-line comerciais
83
A World WideWeb
Projeto Projeto
criado criado
emem
1989 no CERN 1989 no CERN
((
Conseil Conseil
Europeen Europeen
pourpour
lala
Recherche Recherche
Nucleaire Nucleaire
))
sob sob
lideran lideran
çç
aa
de Tim Berners de Tim Berners
--
Lee e Lee e
Robert Robert
Cailliau Cailliau
84
tt
Tornar Tornar
o o
acesso acesso
àà
ss
informa informa
çç
õesões
maismais
ff
áá
cilcil
;;
tt
Integra Integra
çç
ãoão
dada
Internet com Internet com
hipertextos hipertextos
;;
tt
Ferramenta Ferramenta
universal universal
parapara
acesso acesso
: Web Browser; : Web Browser;
tt
Linguagem simples de se escrever e entender: HTML Linguagem simples de se escrever e entender: HTML deliberadamente baseada na deliberadamente baseada na
Standard Standard
Generalized Generalized
Markup Markup
Language Language
, SGML (1960). , SGML (1960).Objetivo
85
A proposta
engavetada
86
A entrada em cena de um
cientista-empresário
“Enquanto eu ficava sentado escrevendo
códigos, o Robert, colocava suas energias para
fazer o projeto da WWW acontecer no CERN.
Ele reescreveu a proposta nos termos em que
achava que teriam mais efeito. Veterano do
Laboratório desde 1973, ele fazia lobbyatravés
de sua extensa rede de amigos espalhada por
toda a organização. Ele conseguia estudantes
ajudantes, dinheiro, máquinas e salas”
Berners-Lee
Robert Cailliau
87
“Sir”Timothy Berners-Lee
88
A demonstração da Web
Assim como aconteceu com a
ARPANET, a RNPe a Rede Rio,
demonstrações fizeram parte do
processo de estabilização da Web.
Quando a rede
funcionar, todos se
convencerão
Face da
tecnologia pronta
a rede vai funcionar
quando as pessoas
interessadas estiverem
convencidas
Face da tecnologia em
construção
89
A Internet
Comercial
90
A privatizaçãodaInternet nosEUA
• Em 1995 o backbone da NSFNET
nos Estados Unidos foi vendido
para a America On-Line
• 1991/1992 Surgimento dos
provedores de acesso comerciais
91
A “Internetbrás”
• A Embratel iniciou seu serviço de acesso à Internet
via linha discada em caráter experimental no final
de 1994.
• A exclusividade da Embratel desagradou a iniciativa
privada e outros setores da sociedade.
92
Pegandocaronanaprivatizaçãodas
telecomunicações
• Em janeiro de 1995 FHC assumiu o governo federal com uma
agenda de privatizações que começava pelas telecomunicações;
• Em abril de 1995, o Minicomanunciou que a Internet era um
serviço de valor adicionado, sobre o qual não haveria nenhum
monopólio;
• Anunciou, em seguida, que a Embratel teria de encerrar suas
atividades como provedora de acesso;
• Abriu-se o caminho para a RNP atuar como provedora de
acesso através dos seus Pontos de Presença estaduais (PoPs).
93
O desenvolvimentodaInternet
Comercialno Brasil
Após passar pelos problemas de infra-estrutura de
telecomunicações, surgiram novos participantes:
•Provedores de acesso(Mandic, Nutec, Zip.net,
Unikey, CentroIn, Inside, etc.);
•Provedores de backbone(IBM, UNISYS,
Banco Rural e Global One);
•Provedores de serviços(Booknet, UOL, BOL,
Cadê?, ZAZ, ZipMail, etc.).
94
A InstituiçãodaGovernançada
Internet no brasil Em Maio de 1995, uma portaria interministerial
(MCT e Minicom) criou o Comitê Gestor da
Internet, formado por representantes indicados
do Governo, operadoras de backbones,
provedores de acesso, comunidade acadêmica e
comunidade usuária.
MCTMCT
Minicom Minicom
95
As relações entre o CGI e a FAPESP
1989 - A FAPESP passou aadministrar os domínios .BR
1994 – A IANA delegou à FAPESP o bloco dos
endereços IP para o Brasil.
1995 – O CGI passou a se responsabilizar pela gestão
da raiz dos domínios .bre pela distribuição dos
endereços IP no Brasil (na teoria)
Na prática, essas funções seguiram sendo executadas
pela equipe da rede ANSP dentro da FAPESP.
96
• Críticas crescentes ao modelo CGI - FAPESP;
• A legitimidade/representatividade do CGI em questão.
• Cenário só começou a mudar após 2003 (eleiç
ões,
personalidade jurídica, operações, etc.);
• A questão da governança global da Internet
(ANEXO 1).
A necessidade de mudança no CGI
97
Conclusão
Aqueles que esquecem o passado
estão condenados a repeti-lo
Jorge Augustín Nicolás Ruiz de Santayana
(1863-1952), filósofo espanhol.
98
A Internet não é uma rede simplesmente
técnica, feita de hardware e software. Ela
é uma rede sociotécnica, um
enredamento indissociável de ciência,
tecnologia e sociedade.
Seu processo de construção se deu
através do recrutamento de inúmeros
aliados humanos e não-humanos e seus
envolvimentos em diferentes cenários
que terminaram por lhes dar, ao mesmo
tempo, forma e robustez.
99
A análise da trajetória da Internet mostrou
que, se as mudanças correspondem a
escolhas dicas técnicas, estas, por sua vez,
estão inelutavelmente vinculadas às opções
políticas e aos valores socialmente
constituídos, em que a tecnologia suporta e
é suportada por discursos construídos em
meio a interações complexas entre cientistas
e engenheiros, agências de financiamento,
políticas de governo, leis de mercado,
instituições da sociedade civil, ideologias e
enquadramentos culturais.
100
Sputnik
DARPA
IPTO
Arpanet
Redes de
Pacotes
RAND
NPL
UNIX
BITNET
RNP
Universidades
APC
Minicom
Embratel
Brasil
NSFNET
TCP/IP
Internet
BBS
WWW
Memex
Xanadu
CERN
CSNET
Alternex
ISP
UCLA
BBN UCSB
Utah
LARC
Ibase
URSS
EUA
Inglaterra
Mosaic
Apache
NSF
Netscape
MCT
MEC
ISO
CCITT
ONU
RM-OSI
CNPq
IGC
SEI
Fapesp
ESNET
Faperj
CERNET
Rede Rio
ANSP
CGI
Telebrás
SRI
MILNET