América Latina: Da Independência à Consolidação dos Estados Nacionais

shoujofan 378 views 75 slides May 28, 2024
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Aula voltada para alunos do Ensino Médio focando nos processos de Independência da América Latina a partir dos antecedentes até a consolidação dos Estados Nacionais.


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INDEPENDÊNCIA DA AMÉRICA LATINA

INDEPENDÊNCIAS DA AMÉRICA LATINA NO SÉCULO XIX Ao lado, vemos o mapa das independências da América Latina . Boa parte delas ocorreram no século XIX, iniciando com o Haiti (1804) e terminando com Cuba (1898). Nossa aula dará atenção ao processo de independência das colônias espanholas na América Latina , liderada pela elite criolla local, e destacando quatro casos: o Haiti , cuja independência foi liderada por negros e mestiços, alguns ainda escravizados, e o México , cuja ruptura se iniciou com um levante da massa camponesa.

ANTES DA INDEPENDÊNCIA Desde o início da colonização, houve resistência à presença espanhola por parte da população nativa, que desejava o fim da mita e outras formas de trabalho compulsório. Com o passar, as elites coloniais, os criollos , passaram a demandar menores impostos e que os privilégios dos chapetones fossem abolidos . Havia, também, a resistência dos escravizados negros que se rebelavam, ou fugiam e formavam quilombos chamados de palenques , em espanhol, marroons , em inglês, e grand marronage em francês. Líder indígena Tupac Amaru homenageado em moeda peruana.

A sociedade colonial espanhola era rigidamente hierarquizada. No topo estavam os chapetones , também chamados de espanhóis ou peninsulares, abaixo deles, os criollos . Eram os dois grupos da elite colonial. Abaixo deles, os mestiços, índios e negros escravizados.

RECORDANDO A mita existia desde a época dos incas e consistia na obrigação das comunidades de cederem parte de seus homens para trabalharem para o governo, principalmente, nas minas. Os homens eram sorteados, e em geral trabalhavam quatro meses, recebendo algum pagamento. Cumprido o prazo, voltavam para casa, sendo substituídos por outro grupo de trabalhadores. Os espanhóis mantiveram a mita , mas as condições de trabalho nas minas eram tão terríveis que muitas vezes os homens não retornavam para casa . Isso atingia a dinâmica das comunidades e, não raro, crianças, mulheres e velhos tendiam a seguir para a região das minas criando bolsões de miséria no seu entorno.

Dentre os movimentos antes da independência das colônias espanholas, destacamos dois, o liderado por Túpac Amaru ( 1780 ), e a dos Comuneros ( 1781 ).

ANTES DA INDEPENDÊNCIA José Gabriel Condorcanqui era um curaca , um líder indígena que deveria fazer a ponte entre o governo colonial e os mitayos . Túpac Amaru , descendente dos antigos incas, estudara em um colégio jesuíta para filhos dos curacas e na Universidade onde teve contato com as ideias iluministas de São Marcos, na capital do Peru, Lima, onde. Diferentemente, do que ocorreu no Brasil, havia universidades e institutos superiores nas colônias espanholas desde as primeiras décadas da colonização . A Universidade São Marcos foi fundada em 1551 e é a mais antiga das Américas .

ANTES DA INDEPENDÊNCIA José Gabriel Condorcanqui , que havia mudado o seu nome para Túpac Amaru II , encaminhou um pedido oficial aos tribunais de Lima solicitando a eliminação do cargo do corregedor , substituindo-o por prefeitos eleitos nas províncias e povoados, e o fim da mita . Os espanhóis não aceitaram. A rebelião começou em 1780 , com a execução de um dos chefes espanhóis da administração colonial. No auge da revolta, o exército de indígenas chegou a somar 6 mil pessoas . Espanhóis e criollos ricos se uniram contra eles. Derrotados, Túpac Amaru , sua esposa, e todos os parentes menos um filho de 12 anos, que foi mantido prisioneiro na Espanha por toda a vida, foram executados, assim como outros líderes. Os bens dos revoltosos foram confiscados pela Coroa.

Detalhe do mural de Juan Bravo na cidade de Cuzco mostrando a execução de Túpac Amaru II e que conta a história dos incas e da cidade de Cuzco concluído em 1992.

ANTES DA INDEPENDÊNCIA Tivemos mais de uma revolta com o nome de Comuneros na História da Espanha, o termo se remete à revolta das comunidades, contra o poder real . Houve duas revoltas de comuneros nas colônias , a primeira, no Paraguai ( 1721-1725 e 1730-1735) contra a ingerência jesuíta . A punição foi o rebaixamento de Assunção , cidade mais importante do Vice-Reino do Prata, em relação a Buenos Aires . A segunda revolta, ocorreu no Vice-Reinado de Nova Granada (Colômbia, Equador e parte da Venezuela). Começou com os criollos , insatisfeitos com o aumento do peso fiscal da metrópole , mas arrastou os mais pobres . Cobradores de impostos foram agredidos, propriedades de espanhóis saqueadas, mas a radicalização do movimento, fez com que os criollos se aliassem aos espanhóis como uma forma de proteção . Derrotados os indígenas, os mestiços e os negros, seu líder, José Antonio Galán (1741 -1782) foi executado.

Plantação de cana de açúcar de Diego Rivera (1931). A mão-de-obra escravizada negra era usada principalmente na plantation no litoral da Colômbia, Equador e Venezuela, além das Antilhas.

ANTECEDENTES Endurecimento do Pacto Colonial ou Reformas Bourbônicas  aumento do número de monopólios , proibição de qualquer indústria ( obrajes ), fim do Sistema de Porto Único , livre-comércio entre as colônias (o que desagradou os comerciantes espanhóis e criollos ) e ainda mais rigor na cobrança de impostos . Ao lado, o mapa das Capitanias Gerais e Vice-Reinados .

RECORDANDO A família Bourbon passou a governar a Espanha após a guerra ( 1702-1714) que se seguiu à morte do último dos reis Habsburgo do país. Luís XIV da França era um dos parentes mais próximos do rei morto e queria o trono para um de seus netos, Filipe → com a possibilidade de uma futura unificação entre as duas coroas, houve a Guerra de Sucessão ao Trono de Espanha. Ao término do conflito, o trono foi para o neto de Luís XIV , mas com a condição de que Espanha e França nunca pudessem ser unificadas sob um mesmo rei.

RECORDANDO Para controlar o contrabando, criou-se o Sistema de Porto Único que consistia que o desembarque de todos os produtos na América espanhola somente podia ser feito em três portos : Cartagena (Colômbia), Porto Belo (Panamá) e Vera Cruz (México) . Em contrapartida, os produtos que partiam da América rumo à Espanha somente podiam desembarcar no porto de Sevilha de onde deveriam partir todos os navios para a América . Este sistema agradava às elites coloniais, que ficaram contrariadas com as mudanças ordenadas pela metrópole.

ANTECEDENTES Influência das ideias iluministas → O rei Carlos III (1716-1788) tentou resgatar o Império Espanhol de seu declínio através de grandes reformas que enfraqueciam a Igreja e os mosteiros, promovendo a ciência e pesquisas universitárias, facilitando o comércio, modernizando a agricultura e evitando guerras. Na América, houve a penetração das ideias francesas nas universidades e a tentativa de diminuir o poder da igreja. O problema é que o rei não tinha controle sobre a forma como as ideias iluministas seriam absorvidas pelas elites coloniais. Rei Carlos III era um déspota esclarecido.

RECORDANDO O despotismo esclarecido foi uma forma reformista de governar característica da Europa, utilizando das ideias iluministas para promover as transformações consideradas importantes pelos monarcas, sem que seu poder fosse contestado . Estabeleceu-se nas nações atrasadas do centro e do leste europeu ( Rússia, Prússia e Sacro Império ) e, também, na América Ibérica ( Portugal e Espanha ). O despotismo esclarecido se implantou exatamente em estados que tinham uma burguesia fraca e incapaz de liderar os processos de mudança .

ANTECEDENTES A I ndependência dos Estados Unidos serviu de inspiração para os movimentos de independência na América Espanhola Latina . Tropas francesas e espanholas participaram da guerra de independência das Treze Colônias e voltaram para casa com a certeza de que era direito de um povo de constituir um governo segundo a sua vontade e que respeitasse os direitos naturais → se os norte-americanos conseguiram, eles também conseguiriam. Mais tarde, o modelo federalista norte-americano passou a servir de inspiração para os que lutavam pela independência na América Latina → Simon Bolívar expressou sua admiração aos Estados Unidos em vários de seus escritos e enviou o sobrinho, que adotara como filho, estudar nos Estados Unidos e mantê-lo atualizado das discussões políticas que ocorriam por lá.

Obra intitulada Por España y por el rey , Gálvez en America , onde o militar espanhol Bernardo de Gálvez é mostrado durante a Batalha de Pensacola . Augusto Ferrer- Dalmau (2015)

ANTECEDENTES A Revolução Francesa (1789) impactou o mundo inteiro e os ideais de liberdade, igualdade e fraternidade chegaram nas colônias espanholas. A vitória sobre o absolutismo inspirou a luta nas colônias arrastando pessoas de todos os grupos sociais, ao final do processo, no entanto, os criollos assumiram o governo, excluindo as camadas populares e a escravidão permaneceu por muito tempo em algumas regiões . Simon Bolívar estava na França durante parte do governo de Napoleão, que o fascinava e causava repulsa ao mesmo tempo. Liberdade, Igualdade, Fraternidade, ou a Morte .

ANTECEDENTES A Invasão da Espanha por Napoleão provocou a Guerra Peninsular ( 1807-1814)  uma junta governativa se estabeleceu em Cádiz como uma forma de resistência e convocou as Cortes Constituintes  a constituição liberal de 1812 , que admitia, inclusive, o sufrágio universal masculino, influenciou a legislação das ex-colônias . Na colônias também se formaram juntas governativas, mas era muito difícil manter contato com Cádiz em uma situação de guerra  se estreitaram as relações com a Inglaterra e os Estados Unidos . Ilustração nº5 da série “ Los desastres de la guerra” de Francisco Goya (1746–1828 ), mostrando a resistência de civis às tropas de Napolleão.

Com a ocupação da Espanha, surge na América um movimento chamado de Carlismo , cujo objetivo era colocar a princesa Carlota Joaquina , irmã do rei deposto, como rainha do vice-Reino da Prata Seu marido, D. João VI e as elites da colônia espanhola não viam o projeto de poder da princesa com bons olhos . O plano fracassou. Mais tarde, em 1816 , D. João VI ordenou a ocupação da Banda Oriental , atual Uruguai , que se tornou a Província Cisplatina e continuou ligado ao Brasil mesmo depois da independência. O Uruguai se tornou independente em 1828 .

ANTECEDENTES As Juntas Governativas, formadas a partir dos cabildos ( assembleias municipais) , apesar de jurarem fidelidade a Fernando VII, na prática constituíam governos autônomos . As tensões entre chapetones e criollos se agravaram e esses últimos foram se organizando aos poucos, para poderem conseguir a independência das colônias. Com a derrota de Napoleão e a devolução do trono à Fernando VII, houve a restauração do absolutismo monárquico e a suspensão da Constituição de Cádiz em 1814 → a medida não agradou aos criollos e ajudou a acelerar a ruptura. Fernando VII da Espanha.

ANTECEDENTES O Congresso de Viena (1814-1815) → deveria reorganizar a Europa depois das Guerras Napoleônicas → restaurar o Absolutismo o que incluía recuperar as colônias da Espanha → A Santa Aliança (Prússia, Áustria e Rússia) vai estimular esses esforços e a Inglaterra terá um papel dúbio e a Doutrina Monroe é, também, um elemento de obstrução . Restauração do Absolutismo na Espanha e a pressão sobre as ( ex ) colônias .

(VUNESP/2015) As guerras da Revolução Francesa e de Napoleão I abalaram profundamente as monarquias e os impérios europeus. As invasões francesas desencadearam a resistência e despertaram a consciência das populações nos territórios ocupados. (...) Em 1815, o Congresso de Viena e a Santa Aliança esforçaram-se, sem sucesso, para conter as reivindicações políticas e nacionais dos povos . ( Armelle Enders, Marieta Ferreira e Renato Franco, História em curso: da Antiguidade à globalização) Os autores descrevem o contexto em que se desenvolveram o sistema feudal e o teocentrismo na Europa. responsável por golpes que implantaram ditaduras militares na América Latina. de expansão dos regimes totalitários de esquerda e direita pela Europa. que influenciou os movimentos de independência das colônias latino-americanas. durante o qual as potências europeias fizeram a partilha da África e da Ásia.

Cronologia das independências Paraguai (1811 ) Argentina (1816 ) Chile (1818 ) Venezuela (1819 ) Grã-Colômbia (1819 ) ( O Panamá era parte da Colômbia e, por intervenção norte americana, obteve sua independência em 1903 .) Equador (1822 ) Brasil (1822) Peru (1824 ) Bolívia (1825 ) Uruguai (1828 )

Processo de independência da américa do sul Os processos de independência das colônias espanholas da América do Sul foram, no geral, lideradas pelas elites locais ( criollos ) e inspiradas nos princípios iluministas e liberais . As colônias espanholas eram divididas em grandes territórios as Capitanias Gerais (regiões militarmente fortificadas) e os Vice-Reinos → As dificuldades para se alcançar a independência variaram muito de região para região . Por exemplo, aproveitando-se do vácuo de poder na Espanha , o Paraguai se tornou independente de fato em 1811 → houve rebelião contra Buenos Aires, sede do Vice Reino do Prata, que solicitou ajuda portuguesa para retomar a região, o que não ocorreu → O reconhecimento internacional definitivo só veio muito mais tarde, a partir de 1842 → O marco foi a morte em 1840 , do ditador José Gaspar Rodríguez Francia, no poder desde 1814

VICE-REINADO DO RIO DA PRATA O Vice-Reino do Rio da Prata foi o último a ser criado durante as reformas Bourbônicas , em 1776. Os seus limites abrangiam os atuais Argentina , Paraguai, Urugua i, e parte dos território do Brasil e da Bolívia , que perdeu parte das suas regiões mineradoras. Foi criado por razões de segurança , com o objetivo de tentar conter as investidas de Portugal e do Reino Unido (*que chegou a ocupar Buenos Aires em 1806 e em 1807) , que praticavam contrabando e tinham interesses territoriais na região .

A luta de independência do Paraguai foi mais contra as forças vindas de Buenos Aires do que contra a metrópole.

Processo de independência da américa do sul Só recordando, com a invasão napoleônica à Espanha , formaram-se Juntas Governativas nas colônias e essas juraram fidelidade ao rei Fernando VII, no entanto, a lealdade à metrópole começou a ser questionada por grupos que se sentiam insatisfeitos com a dominação espanhola . Por questões didáticas, podemos dividir os processos de independência das colônias espanholas na América do Sul em duas fases: 1ª FASE → 1810-15 → as elites criollas , liderando a massa popular, derrotam seguidamente as tropas leais à Espanha com poucos reveses → as vitórias são favorecidas pelo fato de haver guerra na Espanha para a expulsão das tropas de Napoleão → a situação muda, quando Fernando VII retoma o trono.

“Decreto de Guerra a Muerte ” foi assinado em Trujillo (Venezuela) em 15 de junho de 1813. Diante de atrocidades contra civis cometidas por tropas espanholas, Bolívar assina um decreto de “luta até a morte”. A partir daí, a guerra escalou em violência.

Processo de independência da américa do sul 2ª FASE → 1815-24 → começa com a derrota de Napoleão e a restauração monárquica → Constituição de Cádiz é anulada → os espanhóis mandam tropas e navios de guerra para reprimir os movimentos de independência e retomar territórios perdidos → a investida dos espanhóis , somada aos grupos que permaneciam leais à Coroa e as divergências entre os líderes dos movimentos de independência , termina por retardar a ruptura em algumas regiões → Por exemplo, este é o caso da Bolívia (Alto Peru). A independência contou com o apoio inglês direto, ou indireto → Tropas mercenárias, as Legiões Britânicas (Albion Legion ) , lutaram com Bolívar , e o almirante Thomas Cochrane , considerado um criminoso em seu país, foi fundamental na independência do Chile e , mais tarde, lutou no Brasil .

Simon Bolívar (1783-1830) foi um líder militar e político venezuelano e peça fundamental para a independência da Grã-Colômbia cujo território abrangia aproximadamente o dos atuais Venezuela, Colômbia, Equador, Peru e Bolívia  Durante o processo, iniciado em 1808, sofreu vários reveses, teve que se exilar, mas terminou vitorioso com o apoio do General Antonio Jose de Sucre, seu braço direito. Bolívar recebeu em vida a alcunha "El Libertador", como San Martín, cruzou os Andes com um exército de brancos, mestiços, índios e negros para tomar a cidade de Bogotá, em 1819. Admirador dos Estados Unidos, pretendia manter o território unido, mas duvidava que o federalismo iria prosperar na América Latina  presidiu a Grã-Colômbia entre 1821 e 1830, sendo acusado de ditador por seus adversários políticos.

A Batalha da Ponte Boyacá, em 7 de agosto de 1819, foi uma vitória decisiva da campanha de independência de Nova Granada. O exército de Bolívar unia tropas venezuelanas, da Nova Granada, juntamente com a Legião Britânica e derrotou a III Divisão do Exército Expedicionário Espanhol de Costa Firme comandado pelo coronel espanhol José Barreiro. Batalha de Boyacá (1890), quadro de Martín Tovar y Tovar (1827-1902).

Mapa da Grã-Colômbia sonhada por Bolívar.

INTERVENÇÃO BRASILEIRA NO ALTO PERU A região onde a independência foi mais difícil foi o chamado Alto Peru , atual Bolívia → A região foi separada do Vice-Reinado do Prata pelas C ortes de Cádiz (1812). Assediada pelas tropas de Bolívar e Sucre (ao lado), o governo espanhol local recorreu ao Príncipe Regente, D. Pedro I , através do governador do Mato Grosso → após reunião em Cuiabá, tropas foram enviadas . Em 1822, houve pedido de ocupação brasileira da região → Sucre e Bolívar enviaram embaixadores ao Brasil , já independente, em tempo recorde, eles chegaram antes da carta do governador do Mato Grosso. D. Pedro acatou o pedido de Bolívar e disse não ter interesse em interferir em assuntos de outros países → a maior preocupação do imperador era em garantir no Império Brasileiro, o Norte e o Nordeste do Brasil atual.

O FIM O VICE-REINO DO PRATA O início da independência da Argentina é 25 de maio de 1810, durante a Revolução de Maio , quando o cabildo de Buenos Aires se reuniu e decidiu por 155 votos contra 69 a ruptura com a Metrópole . Representava o início de um processo que levaria à Independência do país e outros que formavam o Vice-Reino do Rio da Prata. Em 9 de julho de 1816 a independência foi declarada pelos congressistas no Congresso de Tucuman , mas a guerra de independência e a guerra civil se estenderam até 1820 . Somente em 9 de julho de 1859 houve o reconhecimento de sua independência pela Espanha, no reinado de Isabel II . A integridade do Vice-Reino da Prata não foi mantida e a Argentina independente teve que conviver com a perda da Banda Oriental (Uruguai), do Paraguai e de outros territórios.

Cabildos ou Ayuntamientos eram corporações municipais criadas nas colônias espanholas para resolver problemas locais e eram formados. Os Cabildos Abiertos eram reuniões em que além dos membros fixos, eram convidados também outros cidadãos considerados importantes para a sociedade.

Um dos mais destacados líderes da independência foi José de San Martín  argentino, foi ainda criança para a Espanha, entrou para o exército aos 19 anos, lutou contra as tropas napoleônicas, chegando à patente de coronel  deixou o exército espanhol e voltou para a terra natal em 1811. San Martín ajudou na luta de independência da Argentina (1812), Chile (1818) e Peru (1821). Para atacar Lima , montou um plano ousado, recrutou mais de 5 mil homens (o Exército dos Andes) e atravessou a cordilheira rumo ao Chile, contando também com apoio marítimo e atingiu se objetivo  ofereceram-lhe o trono, mas ele recusou. San Martín e Bolívar se reuniram em Guayaquil em julho de 1822, mas não chegaram a nenhum acordo para uma campanha conjunta  Decepcionado, fica viúvo em 1823 e decide diminuir sua atividade política, retirou-se da vida pública em 1829 e faleceu na França em 1850.

(UNESP/2021) O processo de independência na América espanhola, ocorrido nas primeiras décadas do século XIX , contou com participação ativa e direta dos Estados Unidos, que buscavam ampliar sua zona de influência política na América. envolveu projetos políticos e setores sociais variados, que se confrontaram no momento de constituição dos novos Estados. manteve a unidade territorial das áreas antes controladas pela Espanha, e os novos Estados organizaram-se numa federação. resultou no afastamento definitivo dos novos Estados em relação ao antigo colonizador e na divisão das grandes propriedades rurais entre os camponeses sem terra. derivou da iniciativa das burguesias locais, que defendiam a igualdade social como base da organização social dos novos Estados.

O SONHO DE UMA AMÉRICA UNIDA Símon Bolívar é considerado o precursor do pan-americanismo , principalmente pelas ideias que exprimiu na Carta da Jamaica (1815) e no Congresso do Panamá (1826). O Congresso do Panamá reuniu representantes do México, Peru, Grã-Colômbia, das Províncias Unidas de Centro-América e Estados Unidos → O Paraguai e o Haiti não foram convidados. Na reunião, pretendia-se concretizar o ideal de unidade política entre os povos hispano-americanos estabelecendo uma força militar comum e o fim da escravidão nas Américas . O ideal pan-americanista de Simon Bolívar foi rejeitado pelo Brasil , que não enviou delegados, e os Estados Unidos . Já a Inglaterra aproveitou o congresso para fazer negócios.

Francisco de Miranda do primeiro mapa foi um líder revolucionário venezuelano precursor de Símon Bolívar e que terminou sendo preso pelos espanhóis.

( Unesp/2013 ) Leia: É uma ideia grandiosa pretender formar de todo o Novo Mundo uma única nação com um único vínculo que ligue as partes entre si e com o todo. Já que tem uma só origem, uma só língua, mesmos costumes e uma só religião, deveria, por conseguinte, ter um só governo que confederasse os diferentes Estados que haverão de se formar; mas tal não é possível, porque climas remotos, situações diversas, interesses opostos e caracteres dessemelhantes dividem a América. (Simón Bolívar. Carta da Jamaica [06.09.1815]. In: Simón Bolívar: política, 1983.) O texto foi escrito durante as lutas de independência na América Hispânica. Podemos dizer que :

a) ao contrário do que afirma na carta, Bolívar não aceitou a diversidade americana e, em sua ação política e militar, reagiu à iniciativa autonomista do Brasil. b ) ao contrário do que afirma na carta, Bolívar combateu as propostas de independência e unidade da América e se empenhou na manutenção de sua condição de colônia espanhola. c ) conforme afirma na carta, Bolívar defendeu a unidade americana e se esforçou para que a América Hispânica se associasse ao Brasil na luta contra a hegemonia norte-americana no continente. d ) conforme afirma na carta, Bolívar aceitou a diversidade geográfica e política do continente, mas tentou submeter o Brasil à força militar hispano-americana. e ) conforme afirma na carta, Bolívar declarou diversas vezes seu sonho de unidade americana, mas, em sua ação política e militar, reconheceu que as diferenças internas eram insuperáveis.

UMA AMÉRICA DO SUL INDEPENDENTE E DESUNIDA O sonho de uma América Latina unida em um mesmo estado, o pan-americanismo , não sobreviveu à morte de Bolívar , em 1830  Neste mesmo ano, a região já tinha 19 estados nacionais independentes  outro sonho de Bolívar , a abolição da escravidão, foi também retardado . Nesses países conviveram dois movimentos , o unitariano, favorável à formação de um estado com poder central forte , outro, federalista, com grane autonomia para as províncias , e garantino os interesses dos caudilhos locais  Na Argentina, essa disputa resultou em varias guerras civis no século XIX. Um caudilho é um chefe política local, normalmente um poderoso senhor de terras que exerce também funções militares, normalmente comandando milícias que lhe são fiéis  seu similar brasileiro é o coronel .

( UNESP/2021) O processo de formação e consolidação dos Estados nacionais na América hispânica, nas duas primeiras décadas do século XIX, envolveu a participação militar direta dos Estados Unidos. a intermediação diplomática do Império brasileiro. a disputa entre projetos unitários e federalistas. o prevalecimento das tradições culturais indígenas. o franco apoio da Igreja católica aos novos Estados.

( UFRGS/2019) Leia o segmento abaixo. Estes líderes, geralmente de origem militar, oriundos, em sua grande maioria, da desmobilização dos exércitos que combateram nas guerras de independência, de 1810 em diante, provinham, em certos casos, de estratos sociais inferiores ou de grupos étnicos discriminados (mestiços, índios, mulatos, negros). [...]. Valiam-se do seu magnetismo pessoal na condução das tropas, que haviam recrutado geralmente nas áreas rurais e mantinham como reses requisitadas em ações guerreiras, seja contra o ainda mal consolidado poder central, seja contra os seus iguais [...]. (BOBBIO , Norberto; MATTEUCCI, Nicola; PASQUINO, GianFranco. Dicionário de Polftica. 13. ed. Brasília: Editora Universidade de Brasília, 2007 .) O segmento faz referência a uma categoria que designa os líderes políticos e os chefes militares que, após os movimentos de emancipação da América espanhola, tornaram-se governantes personalistas de suas nações ou regiões . Assinale a alternativa correta que apresenta essa categoria . a) Chapetones d) Alcaides b) Inconfidentes e) Caudilhos c) Criollos

Mapa do Vice- R eino da Nova Espanha entre 1786-1821. O território foi criado em 1535. Com a independência (1822), territórios da América central foram temporariamente incorporados ao Império do México.

O CASO DO MÉXICO Com a ocupação da Espanha pelas tropas Napoleônicas , em 1808, o vice-rei José de Iturrigaray foi pressionado por parte da elite criolla a estabelecer um governo autônomo , fiel ao rei deposto , mas que não reconhecesse o governo de resistência de Cádiz. Ao se posicionar pela rupture e convocar um congresso constituinte , o vice-rei foi deposto pelos espanhóis e levado ao tribunal de Inquisição . Enviado para Cádiz, foi julgado por deslealdade e achado inocente , sendo anistiado em 1810. José de Iturrigaray , vice-rei entre 1803-1808.

O CASO DO MÉXICO O México era parte do Vice- Reino de Nova Espanha e sua g uerra de independência se estendeu por mais de 10 anos com a presença de lideranças populares e da massa camponesa . O ponto de partida da guerra de independência foi “ Grito de Dolores” , em 16 de setembro de 1810, quando o padre Miguel Hidalgo tocou os sinos da vila de Dolores convocando a massa camponesa para a guerra . Milhares de camponeses unidos venceram várias vezes as tropas realistas e chegaram a estabelecer um governo provisório em Guadalajara, mas nunca tiveram poder sobre todo o México. Mesmo em número expressive, os camponeses não tinham o treinamento e a experiência de tropas regulares . Hidalgo foi preso e fuzilado em julho de 1811. Foi sucedido por Ignacio Allende , que também foi preso e executado no mesmo ano . Os camponeses marchavam seguindo o estandarte da Virgem de Guadalupe. A religião era um fator de unidade para as forças populares .

O CASO DO MÉXICO Após a execução de Hidalgo, outro padre, José María Morelos , se tornaria a figura mais importante da guerra de independência entre o ano de 1810 e 1815, quando foi capturado e executado . Em 1813 , Morelos convocou o Congresso de Chilpancingo , ou Anáhuac . Nesta reunião Morelos apresentou o documento chamado “ Sentimientos de la Nación ”, contendo as diretrizes para o estabelecimento da nova nação , declararam a independência e foram iniciados os trâmites para a primeira constituição do país , que foi promulgada em 1814 . Outra figura de destaque nesse período foi o General Ignacio López Rayón , que lutou com Hidalgo desde 1810 e continuous lutando . Morelos e o sentimento nacional , detalhe do mural de Agustin Cardenas.

O CASO DO MÉXICO Das lideranças da fase final da guerra , destacamos o general revolucionário Vicente Guerrero , mestiço de origens humildes e que se tornou o segundo presidente do México, responsável pela abolição da escravidão no país (1829) e primeiro negro a governar um país da América do Norte , e Agustín Iturbide , caudilho que costurou uma bem sucedida aliança da elite criolla . Com a independência em 18 de setembro de 1821, Iturbide manobrou ( Plano de Iguala ) para instalar uma monarquia e declarou -se imperador . México, Haiti e Brasil foram as únicas nações da América a terem regimes monárquicos . Iturbide permaneceu no trono até 19 de março de 1823, quando renunciou e foi proclamada a república do México  no seu retorno ao país, foi preso, condenado e fuzilado. Agustín de Iturbide (1783-1824 ) proclamou -se imperador .

Em 1838, a França fez sua primeira intervenção no México na chamada Guerra dos Bolos, porque tudo começou com as reclamações de um confeiteiro. O governo francês passou a exigir do governo do México 600 mil pesos de indenização. Os franceses blequearam o principal porto mexicano, Veracruz, além do porto de Tampico. A guerra terminou com a intervenção britânica e a promessa não cumprida de pagamento por parte do México. Ataque à Fortaleza de San Juan de Ulúa, que defendia o porto de Vera Cruz.

O CASO DO MÉXICO Tropas francesas invadiram o México , o presidente Benito Juárez (1858-1872) foi derrubado e o México passou por mais uma experiência monárquica (1861-67) . Os sentimentos monárquicos entre alguns setores das elites mexicanas (igreja, haciendados, parte do exército) permaneceram vivos. Esses grupos se articularam com a França de Napoleão III, que tinha pretensões imperialistas. O imperador francês conseguiu o apoio da Bélgica e da Áustria na sua aventura nas Américas e um príncipe desse último país aceitou o trono mexicano. Napoleão III (1808-1873 )

O CASO DO MÉXICO Com o apoio das elites conservadoras mexicanas, que se viam como uma espécie de nobreza, as medidas liberalizantes de Juárez (igualdade jurídica e fim dos privilégios da Igreja e do Exército) foram temporariamente revertidas. Espanha e Reino Unido apoiaram a empreitada , pois acreditavam que o intuito era obrigar o México a pagar seus débitos , mas ao descobrirem as intenções de Napoleão III, retiraram suas tropas. Finda a Guerra de Secessão (1861-65), os norte americanos retomaram a Doutrina Monroe, deram apoio aos mexicanos e a república foi restaurada. Maximiliano I do México (1832-1867), um príncipe austríaco , terminou fuzilado .

A Execução de Maximiliano do México em 19 de junho de 1867 de Édouard Manet (1868). Retrato da Imperatriz Carlota da Bélgica, esposa de Maximiliano.

COPA LIBERTADORES DA AMÉRICA O campeonato foi proposto pela Comebol, em 1958, em um congresso no Rio de Janeiro e a primeira edição ocorreu em 1960. Os libertadores originais são Símon Bolívar , Jose de San Martín , Pedro I , Bernardo O’Higgins , José Artigas e Antonio José de Sucre . A arte ao lado acrescentou Fulgencio Yegros , Francisco de Miranda , Tupac Amaru , Eugenio Espejo , Andrés de Santa Cruz e Antonio Nariño . Com a breve entreda do México (2000-2016), foi proposta a inclusão de José María Morelos . Libertadores da América , arte do artista chileno Roberto Saavedra Walker .

INDEPENDÊNCIA DO HAITI

A Ilha Hispaniola foi visitada por Cristóvão Colombo em 1492. A população nativa já tinha sido eliminada no século XVI. A parte ocidental da ilha, foi cedida à França pela Espanha em 1697. No século XVIII, a região foi a mais próspera colônia francesa na América, graças à exportação de açúcar, cacau e café.

INDEPENDÊNCIA DO HAITI Quando da Revolução, a população haitiana era composta pelos Grand-blancs (ricos plantadores), Petit-blancs (artesãos, pequenos comerciantes, assalariados), juntos somando cerca de 40 mil pessoas . 28 mil mestiços e negros livres e meio milhão de escravizados . As revoltas e outras formas de resistência à escravidão não eram incomuns e havia um número desconhecido de maroons , negros que viviam em quilombos. A Revolução Haitiana foi uma série de conflitos que se estenderam de 1791 até 1804 e levaram à independência da principal colônia francesa na América ( Saint-Domingue). O Haiti foi a segunda nação da América a conseguir a sua independência e o única liderada por negros e mestiços negros . A brutalidade da escravidão e a influência das ideias iluministas foram fundamentais para o início da guerra.

INDEPENDÊNCIA DO HAITI O sinal para iniciar a revolta foi dado por Dutty Boukman , sumo sacerdote do vodu e líder dos escravos quilombolas, e Cecile Fatiman durante uma cerimónia religiosa em Bois Caïman na noite de 14 de Agosto. Em 22 de agosto de 1791 , estourou uma grande rebelião de escravos no norte da Ilha e Toussaint Louverture ( 1743-1803) , um homem casado, profundamente católico e já perto dos cinquenta anos, foi feito líder de um exército que reunia escravos e livres . Incêndio de Plaine du Cap em 1791, France Militaire , 1833. Um dos vários massacres de população branca durante a Revolução .

INDEPENDÊNCIA DO HAITI Louverture nasceu escravo, não sabia sua data de nascimento, recebeu alguma educação formal de seu padrinho, um liberto. Em algum momento recebeu a alforria e adquiriu experiência militar lutando nas guerras entre franceses, espanhóis e britânicos . " Nasci escravo, mas a natureza me deu a alma de um homem livre.” Esta frase é atribuída à Toussaint Louverture . Em 1794, os jacobinos aboliram a escravidão ne França e em suas colônias. As relações com os franceses foram reatadas e os haitianos ajudaram os antigos colonizadores em sua guerra contra a Espanha. Louverture e seus generais conseguiram unificar toda a ilha conquistando Santo Domingo . A guerra, no entanto, estava longe de terminar. François-Dominique Toussaint Louverture foi capturado e morreu em uma prisão francesa em 1804.

INDEPENDÊNCIA DO HAITI Brancos e mestiços ricos não queriam abrir mão da escravidão . Negros , agora libertos, não desejavam voltar a trabalhar para os antigos senhores . Para manter a economia funcionando, Louverture estabeleceu o trabalho compulsório. Os generais de Louverture discordavam entre si , Jean-Jacques Dessalines era a favor de usar a violência para fazer com que brancos e mestiços cooperassem . Dessalines era conhecido pela política de não fazer prisioneiros e por devastar as propriedades dos brancos. Em 1802, Napoleão restaurou a escravidão nas colônias decidiu recolonizar o Haiti  Louverture caiu em uma armadilha, foi preso e mandado para a França . Em 1 de janeiro de 1804, o Haiti se tornou a primeira república negra do mundo .

INDEPENDÊNCIA DO HAITI O comando da guerra coube à Dessalines  Como o comandante francês, Rochambeau , usou de grande violência e crueldade contra a população até os opositores mais aguerridos se uniram à Dessalines . Com estratégias criativas e, também, de violência, Dessalines conseguiu a expulsão dos franceses . Em 1 de janeiro de 1804, foi proclamada oficialmente a independência e Dessalines se proclamou imperador com o nome de Jacques I . Dessalines ordenou a deportação dos brancos , os que resistiram, foram eliminados no massacre de 1804  entre 3.000 e 5.000 foram expulsos, ou mortos  manteve a política de trabalho compulsório (caporalisme agraire), ou se era soldado, ou camponês  Dois generais , Alexandre Pétion e Henri Christophe, conspiraram contra Dessalines que foi morto em 1816 . Jean-Jacques Dessalines foi um importante líder da Revolução Haitiana e proclamou -se imperador .

Batalha de Santo Domingo, quadro do pintor polonês January Suchodolski ( 1797-1875). Parte da Legião Polonesa das tropas de Napoleão, passou para o lado dos haitianos. Ao término da guerra, receberam cidadania e passaram a ser negros pela lei do país.

INDEPENDÊNCIA DO HAITI O Haiti foi dividido em dois estados , governadas por Pétion e por Christophe, que se proclamou rei  a reunificação coube à Jean-Pierre Boyer, que foi presidente do país entre 1818 e 1843  Em 1820-21, tropas haitiana conquistaram a parte espanhola da ilha, aboliram a escravidão e unificaram o território. Em 1825, para ter o reconhecimento da França , o Haiti aceitou pagar uma vultuosa indenização à ex-metrópole , o que terminou por destruir as finanças do país  A partir de então, a história do Haiti foi marcada pelas guerras civis e longas ditaduras. À despeito da instabilidade política, a independência do Haiti é um marco e a nação foi a primeira a banir a escravidão nas Américas . O terror inspirado pela ideia de escravos revoltados e tomando o poder teve grande efeito sobre as elites brasileiras nas primeiras décadas do século XIX, dando origem ao termo haitismo . Ilustração de 1806 mostra Dessalines como um sanguinário .

Gráfico do fim da escravidão nas Américas disponível na página da FGV (Fundação Getúlio Vargas).

( UERJ/2005) Há duzentos anos, a revolução dos "jacobinos negros" derrotou a França napoleônica e aboliu a escravidão. Hoje, o Haiti amarga o fim das esperanças na "segunda independência" prometida por Aristide . ( CARLOS, Newton. "Jornal Mundo", abril de 2004 .) HAITI Ninguém é cidadão Se você for ver a festa do Pelô E se você não for Pense no Haiti O Haiti é aqui O Haiti não é aqui ( Gilberto Gil e Caetano Veloso) A situação crítica do Haiti hoje nos reporta ao período de sua independência, demonstrando que as esperanças dos "jacobinos negros" foram frustradas. Em sua música, Gil e Caetano mencionam o Haiti, correlacionando seus problemas com os do Brasil. Atualmente , o principal elemento comum entre a crise que afeta a sociedade do Haiti e a do Brasil é: a) Governo antidemocrático c) Intolerância religiosa b) Desigualdade econômica d) Preconceito racial

(UFPR/2019) Considere o texto abaixo : A emancipação fora conseguida num contexto de violência generalizada, que causara a morte de centenas de milhares de pessoas, em especial na Colômbia, na Venezuela, no México e no Haiti. Os países que sofreram menos baixas foram Brasil, Equador, Paraguai e os da América Central. Os sofrimentos da população foram agravados pelos deslocamentos, como o “êxodo oriental” no Uruguai em 1811 e a fuga em massa dos partidários da independência do Chile, que tiveram de emigrar de Concepción para Santiago em 1817 . ( DEL POZO, José. História da América Latina e do Caribe: dos processos de independência aos dias atuais. Trad. Ricardo Rosenbusch. Petrópolis/RJ: Editora Vozes, 2009, p. 41 .)

Considerando as informações do trecho acima, os conhecimentos sobre o contexto histórico e os aspectos sociais e políticos da independência dos países latino-americanos e do Caribe, é correto afirmar: As políticas liberais que surgiram na década de 1850, no processo de consolidação das independências, favoreceram a aquisição de terras pelas comunidades indígenas. Líderes políticos como Bolívar e Bernardo O’Higgins, entre outros, passaram a apoiar a independência do Brasil em 1822, e, sobretudo, incentivaram a instauração do regime monárquico. A participação das mulheres nos processos de independência assumiu somente o papel atribuído a elas nesse tipo de conflito, como o de preparar comida para as tropas e cuidar dos feridos. Com o fim dos conflitos, os países emancipados da região saldaram as pesadas dívidas que contraíram com os bancos ingleses. Somente Cuba e Porto Rico não se emanciparam, permanecendo como colônias espanholas até 1898.

As Mulheres na Independência da América Latina As mulheres, ricas e pobres, participaram ativamente das independências da América Latina , seja na retaguarda, seja participando das batalhas. No entanto, como a História era normalmente escrita por homens , poucos nomes ficaram registrados no livros e monumentos, como se elas nunca tivessem tomado parte no processo. Um dos motivos para esse silenciamento no século XIX é talvez o fato de várias dessas mulheres não se encaixarem muito bem no modelo de mulher ideal que as novas repúblicas queriam promover , filhar rebeldes, mulheres que largavam maridos e tomavam amantes, elas não eram um bom exemplo. Tivemos que esperar o século XX para que várias biografias de mulheres que lutaram na independência fossem tornadas públicas e seus nomes aparecessem nos monumentos e livros de História . A seguir, a vida de três dessas mulheres.

As mães que se sacrificaram pela pátria foram reconhecidas rapidamente entre os heróis da independência nas nações Latino-Americanas . Um dos casos exemplares foi Rafaela López Aguado de Rayón cujos cinco filhos – Ignacio, Ramón, José María, Rafael e Francisco – lutaram pela independência do México. Quando seu filho Francisco foi preso pelos realistas e condenado à morte em 1815, foi-lhe oferecido o perdão, caso ela convencesse seus outros filhos a pararem de lutar, ao que ela teria resondido “ Prefiro um filho morto do que traidor da P átria .”.

As Mulheres na Independência da América Latina O Dia das Mulheres é celebrado na Colômbia no dia 14 de novembro em memória de Policarpa Salabarrieta ( 1795-1817 ) , conhecida como “La Pola” . Policarpa foi uma espiã ligada ao grupo de Bolívar que trabalhava como costureira para se infiltrar na casa dos realistas e descobrir informações úteis. Depois da reconquista de Bogotá pelos fiéis à Coroa, ela mudou-se para a cidade e lá exerceu seu ofício . Descoberta e presa , foi condenada à morte por fuzilamento . Era a única mulher em um grupo de oito condenados. Instada a rezar antes da execução, preferiu amaldiçoar os espanhóis e prever sua queda. Obrigada a ficar de costas para o batalhão de fuzilamento, virou-se na última hora para não ser morta pelas costas. Retrato póstumo de Policarpa Salabarrieta (1855).

Manuela Sáenz ( 1797-1856) é chamada de “Libertadora del Libertador” por ter salvo Bolívar de uma tentativa de assassinato à mando do vice-presidente Francisco de Paula Santander. Sáenz era equatoriana, rica, separada de seu marido, que nunca lhe devolveu seu rico dote, foi ativa participante do processo de independência. Conheceu Bolívar em 1822 e tornou-se sua companheira para escândalo da sociedade. Quando soube da morte de Bolívar, tentou o suicídio em 1830. Santander, que se tornou presidente e é chamado de “o Legislador”, a mandou para o exílio em 1834 . Saenz viveu na Jamaica. Quando retornou ao Equador, foi proibida de residir em Quito. Morreu em 1856. As Mulheres na Independência da América Latina

Juana Azurduy ( 1780-1862) nasceu no território da atual Bolívia e se tornou heroína da independência deste país e da Argentina . Filha de um espanhol e de uma mestiça foi ensinada pelo pai a montar, atirar e cuidar da propriedade da família . Era fluente em espanhol e em quechua and aymara . Quando ficou órfã de pai, foi colocada por uma tia em um convento como forma de domar sua personalidade. Expulsa aos 17 anos e retornou para a fazenda de seu pai, testemunhando os abusos dos espanhóis. Casou-se com o revolucionário Manuel Ascencio Padilla ( 1774-1816 ). Juntos participaram da luta de independência, seu marido foi capturado e morto pelos espanhóis. Azurdy retirou-se dos combates para cuidar dos filhos. Só foi reconhecida como heroína mais de um século depois da sua morte. Juana Azurdy recebeu a patente de Coronel e uma pensão vitalícia de Bolívar, em 1825. As Mulheres na Independência da América Latina

Leona Vicário (1789-1842), revolucionária mexicana, era membro da sociedade secreta Los Guadalupes . Órfã e muito rica, usou sua fortuna para patrocinar as tropas revolucionárias . Seu tio e tutor era um importante realista e ela o espionava e passava informações para os revolucionários. Quando suas atividades foram descobertas, fugiu de casa . Capturada, teve seus bens confiscados e foi trancada em um convento. Libertada por companheiros revolucionários, pode se casar com o homem que desejava (Andrés Quintana Roo) e, não, com o noivo que o tio escolhera. Foi a primeira mulher jornalista do México e é chamada de “Madre de La Patria ” . Leona Vicário e outras mulheres revolucionárias não são um bom exemplo , pois eram mal comportadas e insubmissas . As Mulheres na Independência da América Latina